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Doença de Graves: Hipertireoidismo Autoimune

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DOENÇA DE GRAVES 
É uma doença autoimune, caracteriza-se por hipertireoidismo, oftalmopatia, dermopatia localizada (mixedema 
pré-tibial e dorso dos pés), acropaquia (raro), a presença de bócio e excesso de hormônio tireoidiano são 
predominantes. 
Afeta mais mulheres, entre 40 e 60 anos. 
 
Patogênese 
Imunoglobulinas ou anticorpos estimuladores da tireoide (TRAb) que mimetizam a ação do TSH → ativam a 
proteína G (G alfa-s) acoplada ao receptor TSH → sistema adenilciclase → produção de AMPc → excesso de 
produção de hormônio tireoidiano, hiperplasia e hipertrofia dos folículos tireoidianos. 
*TRAb – anticorpo anti-receptor de TSH 
 
Manifestações específicas da doença de Graves 
▪ Bócio difuso; 
▪ Oftalmopatia – desconforto, sensação de areia, dor retro-ocular, redução da acuidade visual, lacrimejamento, 
diplopia, edema periorbitário, retração palpebral, eritema e edema conjuntival, proptose, oftalmoplegia, perda 
visual de cores e papiledema (neuropatia óptica); 
▪ Dermopatia localizada – mixedema pré-tibial ou em dorso do pé. Prurido e dor (deposição de 
glicosaminoglicano); edema, espessamento de pele com pápulas ou placas hiperpigmentadas violáceas; 
▪ Acropaquia (baqueteamento e osteoartropatia) – sugere gravidade; 
 
Manifestações de hipertireoidismo 
▪ Sintomas: hiperatividade, irritabilidade, insônia, ansiedade, intolerância ao calor, sudorese excessiva, 
palpitações, fadiga, fraqueza, dispneia ao exercício, perda de peso (com hiperfagia), ganho ponderal (raro), 
prurido, sede e poliúria, hiperdefecação, oligomenorreia/amenorreia, perda de libido, disfunção erétil, 
dispepsia, náusea. 
▪ Sinais: taquicardia sinusal, fibrilação atrial, tremores finos, hipercinesia, hiper-reflexia, pele quente e úmida, 
eritema palmar, onicólise, queda de cabelos, miopatia proximal, ICC (alto débito) e paralisia periódica. 
 
Diagnóstico 
▪ TSH diminuído ou suprimido 
▪ T4 livre elevado 
*Se T4 livre normal → medir T3 livre (10% dos pacientes T3 livre elevado, T4 livre normal e TSH suprimido → 
tireotoxicose por T3). 
▪ TRAb (99%) 
▪ Anti-TPO ou anti-TG (75%) 
 
 
 
Tratamento 
Drogas antitireoideanas – Tionamidas: 
▪ Metimazol – 5-30mg de 12/12h → 8 semanas 
▪ Propiltiouracil – 100-150mg de 8/8h → eutireoideo 50mg de 2 a 3x ao dia 
*Tratar por 12 a 18 meses. 
Efeitos colaterais: prurido, reações urticariformes, artralgias, febre, aftas, náusea e icterícia. Pode levar a reações 
mais graves como agranulocitose (neutropenia febril → sepse), anemia aplástica, vasculite e hepatotoxicidade 
(idiossincrática → cirrose). Fazer carta de orientação sobre reações. 
*A cada 60-90 dias solicitar hemograma, TGO, TGP 
 
Radioiodo: 
▪ Geralmente utilizado após 2 anos de tratamento e se TSH baixo e TRAb elevado. 
▪ Evitar em crianças, mulheres grávidas e em amamentação. 
▪ Exacerbação da oftalmopatia – fumantes – associar glicocorticoide 40mg/dia ou 0,5mg/kg/dia por 2 a 3 meses. 
▪ Atenção para efeito radioprotetor dos antitireoidianos: propiltiouracil 55 dias. 
▪ Complicações: hipotireoidismo crônico, câncer de tireoide. 
 
Cirurgia: 
▪ Utilizada em pacientes com tireotóxicos alérgicos à tionamidas ou com contraindicação ao radioiodo. 
▪ Complicações: hipotireoidismo e hipoparatireoidismo permanente, lesão do nervo laríngeo recorrente.

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