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Patologias do Sistema Urogenital Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 Relembrando anatomia: Órgão pélvico, localizado abaixo da bexiga, anterior ao reto. Pesa aproximadamente 20g. Dividido em zonas: central, periférica e de transição (“abraça” a uretra). Zona de Transição: maior frequência de lesões hiperplásicas (maior causa de obstrução ureteral). Zona Periférica: maioria dos carcinomas (geralmente não causa obstrução). Composição: glândulas túbulo alveolares distribuídas em lóbulos, em meio ao estroma fibromuscular. Alterações prostáticas: distúrbios infecciosos, inflamatórios, hiperplásicos e neoplásicos. Inflamação/infecção: Patologias: prostatite bacteriana aguda, prostatite bacteriana crônica; prostatite granulomatosa. • Prostatite bacteriana aguda: Etiologia: < 35 anos: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae (IST) > 35 anos: Enterobacterias (E. coli), enterococcus sp. Quadro clínico: Início agudo de disúria, febre, calafrios e dor perineal. Próstata dolorosa à palpação Diagnóstico: Clínico + urocultura Não realizar toque retal → risco de bacteremia/sepse. Tratamento: Ceftriaxone + azitromicina (dose única) / Levofloxacino ou bactrim por 10 a 14 dias. • Prostatite bacteriana crônica: Etiologia: Enterobactérias (80%), enterococcus (15%), pseudomonas aeruginosas. Quadro clínico: Disúria, dor lombar baixa, desconforto suprapúbico/perineal, febre baixa História de ITU de repetição pelo mesmo agente Diagnóstico: Urocultura Leucocitose na secreção prostática após expressão Tratamento: Antibioticoterapia por 4-6 semanas -> Ciprofloxacino / Levofloxacino / Bactrim (1-3 meses). Patologias do Sistema Urogenital Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 • Prostatite granulomatosa: Granulomas em próstata, com endurecimento da mesma. Diagnóstico diferencial de neoplasia: realizar biópsia Etiologias: • Instilação do BCG (bacilo de Calmette-Guérin no tratamento de câncer de bexiga) Cepa atenuada do bacilo da tuberculose - produz reação imune granulomatosa • Tuberculose disseminada • Fúngica (imunocomprometidos - criptococo em HIV) • Inespecífica (reação de corpo estranho às secreção de ductos e ácinos rompidos que extravasam) → Hiperplasia prostática benigna Hiperplasia nodular → proliferação de elementos estromais e glandulares. Quase sempre na região periuretral → obstrução uretral (causa importante de obstrução urinária) Não é lesão pré-maligna Epidemiologia: a frequência aumenta progressivamente com a idade 40 anos: 20% 60 anos: 70% 80 anos: 90% Fisiopatogenia: Relacionado a efeito androgênico Principal: di-hidrotestosterona (DHT) DHT se liga fortemente ao receptor androgênico no estroma e epitélio da próstata: estimula fatores de crescimento (FGF e TGF-β). Quadro clínico: Obstrução urinária • Diminuição de jato • Hesitação • Disúria • Estrangúria (dor no final da micção) • Noctúria • Gotejamento Risco aumentado de ITU (esvaziamento vesical incompleto). Aumento leve do PSA (4-10ng/mL). Tratamento: Medidas comportamentais. • Diminuição de ingesta hídrica, principalmente à noite. • Diminuição de álcool e cafeína. Medicamentoso • Alfa-bloqueadores (doxazosina): Diminuição do tônus muscular. • Inibidor da 5α-redutase (dutasterida, finasterida): Diminui tamanho da próstata – efeito mais demorado Patologias do Sistema Urogenital Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 Tratamento: Cirúrgico • Ressecção transuretral (RTU) da próstata • Segunda linha de tratamento, na falha de resposta ao tratamento medicamentoso → Câncer de próstata Adenocarcinoma de próstata: câncer mais comum entre os homens. Incomum antes dos 50 anos. • 1/6 homens serão diagnosticados com câncer de próstata • Apenas 1/30 homens com câncer de próstata morrerão da doença Evolução pode levar décadas • Necessário avaliar risco/benefício de intervenção Diagnóstico: • Frequentemente assintomático, lesões pequenas. 70 a 80% dos cânceres de próstata: Zona periférica – raramente causa obstrução urinária Exame digital retal: presença de nódulo irregular e duro. Doença metastática: Dor óssea Compressão medular Coagulopatia Infiltração de medula óssea Diagnóstico - screening Screening: PSA + toque retal: PSA ≥ 4ng/mL (S: 21% / E: 98% - câncer alto grau S: 51%) Controverso Sobrediagnóstico? Tratamento de câncer clinicamente insignificante Decisão compartilhada entre paciente e médico Risco genético Sintomas PSA (Prostate-specific antigen): Protease produzida nas células epiteliais e secretada no sêmen. Função: liquefação seminal Detecção e acompanhamento da resposta ao tratamento Não é específico para câncer Elevação: Câncer de próstata Prostatite Hiperplasia prostática benigna Biópsia de próstata / cistoscopia / ejaculação Diagnóstico: Biópsia de próstata guiada por US • 12 amostras de zona periférica, incluindo lesões suspeitas ou palpáveis • Sistema de Gleason: estágio patológico e prognóstico 1 (bem diferenciado) a 5 (indiferenciado). Soma dos dois padrões mais frequentes Patologias do Sistema Urogenital Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 4 Imagem • US transretal: útil para guiar biópsia Não é bom para diagnóstico de câncer • TC: menor sensibilidade/especificidade para extensão extraprostática e linfonodos • RNM: melhor exame Tratamento: Doença localizada • Prostatectomia radical / Radioterapia / Vigilância ativa Escolha: dependente da presença de sintomas, probabilidade de o tumor ter impacto clínico Efeitos adversos importantes: Prostatectomia radical: 2-47% incontinência / 25-89% impotência Doença metastática • Bloqueio androgênico Medicamentoso -> Antagonista de GnRH Cirúrgico -> Orquiectomia • Quimioterapia Docetaxel
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