Buscar

Requerimento NutricionaL de Cães e Gatos em Diferentes Fases de Desenvolvimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
REQUERIMENTO NUTRICIONAL DE CÃES E GATOS 
EM DIFERENTES FASES DE DESENVOLVIMENTO 
 
O período neonatal corresponde as duas 
primeiras semanas após o nascimento. É 
uma fase extremamente crítica em que 
devemos fornecer um ambiente calmo, 
aquecido e restrito já que o sistema 
imunológico ainda está em formação. 
O fornecimento do colostro é fundamental 
na nutrição dos neonatos por ser rico em 
nutrientes e imunoglobulinas como IgM, 
IgA e também alguns fatores bioativos 
como lisozimas, enzimas bacteriolíticas e 
lipases. O colostro é fundamental na 
manutenção da volemia para que haja o 
correto transporte de oxigênio e nutrientes 
para as células. 
 
Com base na tabela acima podemos ver que 
conforme o tipo de placenta e quantidade 
de camadas presentes na placenta dos 
animais, a transferência de 
imunoglobulinas é afetada como vemos em 
cavalos, suínos e ruminantes que tem 
muita necessidade de consumir 
imunoglobulinas pós-natal via colostro. Os 
carnívoros também são altamente 
dependentes do colostro já que a placenta 
desses animais também é alta. 
 
O colostro deve ser administrado nas 
primeiras 6 horas de vida do animal para 
que haja o correto aproveitamento no 
intestino já que as imunoglobulinas são 
moléculas grandes que conseguem ser 
absorvidas nas primeiras horas de vida, 
uma vez que há espaços no epitélio 
intestinal que permitem a absorção, mas, 
quanto mais o tempo passa menor ficam 
esses espaços e menor é a porcentagem de 
absorção de imunoglobulinas. Após as 6 
horas, o colostro continua sendo 
importante com fonte nutricional. 
Para algumas espécies como os suínos há o 
fornecimento de plasma sanguíneo 
buscando a melhora da imunidade. Porém 
não será por meio das imunoglobulinas, 
mas por outros fatores bioativos lá 
presentes. As imunoglobulinas, por sua vez 
serão digeridas como proteínas. 
Desenvolvimento Pós-Natal 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 Em geral, um filhote mama de 4 a 6 
vezes por dia; 
 A abertura dos olhos se dá do 10º ao 
16º dia de vida; 
 A abertura dos ouvidos se dá do 15º 
ao 17º dia de vida então a interação 
com o ambiente já aumenta nesse 
período. 
 Nas primeira semanas de vida os gatos 
possuem 35ºC de temperatura 
enquanto os cães possuem de 34,4ºC a 
36,1ºC. Isso ocorre em razão do 
sistema de termorregulação ainda não 
estar bem desenvolvido. Logo, fontes 
de calor são bem-vindas. Em torno de 
4 a 5 semanas, os animais atingem 
38,6ºC que é considerado normal para 
animais adultos. 
 Os cães devem ganhar de 2 a 4 
gramas por dia para cada Kg da 
expectativa de peso adulto. Isso é 
importante para avaliarmos a curva 
de crescimento dos animais. Se temos 
como exemplo um Beagle que, quando 
adulto, pesa 15Kg é necessário que 
ganhe de 30 a 60gramas por dia já 
que 15x 2 = 30 e 15x 4= 60, logo, 2 
a 4 gramas de 15Kg equivale a 30 a 
60 gramas por dia como podemos ver 
na tabela abaixo. 
 Os gatos, por sua vez pesam ente 90 a 
110 gramas ao nascimento e devem 
ganhar entre 50 a 100 gramas por 
semana até 5/6 meses de idade que é 
a fase de desaleitamento. 
 
Esse peso, tanto para cães quanto para 
gatos aumenta nas proporções 
contidas na tabela somente nas 3 
primeiras semanas de vida. Após esse 
período há mudança no ganho de peso 
dos animais. 
E os filhotes órfãos? 
Se por algum motivo como falecimento da 
fêmea, rejeição do filhote/ninhada ou leite 
de baixa qualidade/quantidade os filhotes 
não receberem os cuidados necessários de 
sua mãe, nós deveremos fazer esse papel. 
Primeiramente devemos fornecer calor que 
pode ser advindo de diversas formas como 
colchão térmico (tomar cuidado com o 
termostato para não causar queimaduras 
nos animais), lâmpada ou garrafa pet com 
água quente. É necessário também evitar 
correntes de vento e falta de umidades no 
ambiente para que os animais não se 
desidratem, logo, umidificadores são bem 
vindos. Devemos fornecer atenção e 
segurança e também estimular defecação e 
micção (embeber algodão com água morna 
e passar no abdômen dos animais 
estimulando a expulsão das fezes e urina 
simulando a língua da mãe). 
Uma boa alternativa são as mães adotivas 
que possam cuidar dos filhotes órfãos. 
Porém, devemos nos atentar a fêmeas com 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
pseudociese já que esses animais têm um 
desbalanço hormonal e, ao darmos um 
filhote a um animal assim, estaremos 
estimulando esse desbalanço hormonal, 
portanto, não é aconselhável termos 
cadelas com pseudociese como mães 
adotivas. 
Além de uma mãe adotiva, podemos 
utilizar os sucedâneos que são alimentos 
comerciais ou até caseiros usados para 
substituir o leite materno. 
Como fornecer Sucedâneo? 
Um dos produtos mais conhecidos é o 
PetMilk que tem como objetivo nutrir os 
animais nos primeiros dias de vida. 
Podemos citar como exemplo uma cadela 
da raça Beagle que deu à luz 4 filhotes e 
veio a óbito alguns dias após o parto. Os 
filhotes estão pesando 244 gramas. 
Primeiro, devemos verificar o rótulo do 
produto que conterá informações do 
quanto deve ser fornecido aos animais. No 
caso do nosso exemplo, deve ser 
administrado 25kcal para cada 100 
gramas de peso corporal. 
 
Para calcularmos a quantidade de 
sucedâneo a ser fornecido devemos: 
1. Determinar a necessidade energética 
de cada animal. 
Para isso podemos fazer uma regra 
de 3. 
100g ----------- 25kcal 
244g-----------x kcal/dia 
 X= 61kcal 
2. Conhecer quantidade de energia que 
há no sucedâneo. 
Ao observarmos a composição do alimento, 
notaremos os níveis de garantia, NO 
primeiro tópico estará especificando o valor 
energético do produto que é 6238kcal/kg 
(valor obtido no rótulo). 
 
3. Calcular a quantidade de sucedâneo 
(em pó) forneceremos. 
Como temos a informação de que o animal 
necessita de 61kcal/dia e o produto possui 
6238kcal/kg, basta fazermos uma regra 
de 3. 
6238kcal--------1000g (1kg) 
61kcal----------x g 
X=9,8g/dia 
4. Realizar a diluição adequada do 
produto. 
No rótulo, há a informação de diluir 
1 medida de 8 gramas do produto 
em 40ml de água morna. 
8g--------40ml 
9,8g------X ml 
= 49ml de água 
 
Como os animais mamam de 4 a 6 vezes 
por dia também é essencial dividirmos essa 
alimentação pelo tanto de vezes 
necessárias. 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
O custo do produto é relativamente alto no 
mercado, alguns tutores menos informados 
poderão optar pelo leite de vaca então é 
nosso papel como médicos veterinários 
orientar os tutores a respeito da diferença 
dos leites. 
 
 Podemos concluir que os valores 
nutricionais são muito distintos e o leite de 
vaca acaba por não suprir as necessidades 
nutricionais dos animais. 
O sucedâneo caseiro pode ser proposto ao 
tutor. 
 
Na composição de um sucedâneo caseiro é 
inserido leite integral, gema de ovo (a clara 
não deve ser inserida por conter avidina 
que quando cru se torna um composto anti 
nutricional que impacta no aproveitamento 
de vitaminas), creme de leite fornecendo 
gordura, Aminomix (suplemento vitamínico 
mineral). 
Esse produto pode ser armazenado na 
geladeira, mas não tem alta durabilidade 
(máx 24 horas) ao contrário do produto 
comercial que pode ser armazenado por 
vários dias. 
 
Importante destacar que devemos respeitar 
os valores de EMA (Energia Metabolizável 
Aparente) que é o valor energético do 
produto. Alimentos com números muito 
baixos de EMA necessitam de mais refeições 
durante o dia e, consequentemente muitas 
excreções também, o que poderia 
sobrecarregaros rins dos animais que 
ainda são imaturos gerando nefropatias. 
O oposto também não é recomendado já 
que produtos com valores muito altos de 
EMA pode causar diarreias pela 
incapacidade digestória do animal. Essa 
diarreia pode ocasionar desidratação e o 
animal pode vir a óbito. Logo, devemos nos 
atentar a qualidade do produto. 
 
Os animais devem se alimentar de 4 
a 6 vezes ao dia. Isso acaba dando 
intervalos para os seres humanos e 
também para o sono dos filhotes que 
é importante para maturação do 
sistema imunológico. 
 
Os cálculos de valores diários devem ser 
feitos constantemente de acordo com o 
peso do animal para que haja ajuste nos 
valores da dieta. 
O alimento pode ser oferecido com seringas 
ou, preferencialmente, mamadeiras 
estimulando os reflexos de sucção. 
 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
É importante se atentar a posição do 
animal ao oferecer o alimento. Na imagem 
acima, o gato está em uma posição 
incorreta correndo o sério risco de haver 
uma falsa via fazendo com que o alimento, 
ao invés de ir para o esôfago vá para o 
trato respiratório ocasionando pneumonia 
aspirativa levando o animal a óbito. 
Introdução de Alimento Sólido 
Após a 4ª semana de vida do filhote, o 
leite não atende mais todas as suas 
necessidades nutricionais e energéticas. 
Além disso, nesse período, o animal estará 
interagindo mais com o ambiente e seus 
dentes estarão nascendo (21º ao 35º dia 
de vida). É nessa fase que é inserido o 
alimento semi sólido que consiste no 
alimento para filhotes + água morna 
que irá atuar realçando o sabor do 
produto. 
Esse produto deve ser adicionado em 
potes rasos facilitando o acesso e o ideal 
é que haja por volta de 4 refeições. 
 
 Não devemos nos esquecer de 
remover as sobras dos alimentos já 
que, por conta da umidade, pode 
haver fermentação, não devendo 
mais ser fornecido aos animais. 
 
Com o passar do tempo haverá queda 
na capacidade de digestão de lactose já 
que haverá redução da enzima lactase 
no organismo dos animais em razão da 
mudança de dieta. Outras enzimas 
como maltase e sacarase irão aumentar 
sua concentração pela mudança da 
necessidade nutricional dos filhotes. 
Desmame 
O desmame ocorre da 5ª a 6ª semana 
de vida dos animais já que os dentes 
dos filhotes já estarão grandes podendo 
ferir os tetos da mãe, causando uma 
mastite. 
Mesmo que os animais sejam 
desmamados com 45 dias de idade é 
importante que passem mais tempo 
com a mãe e os irmãos para que a 
interação social ocorra de forma 
adequada prevenindo futuros problemas 
comportamentais. 
Período Sensível 
As primeiras semanas de vida dos cães 
(3ª a 12ª) são chamadas de “período 
sensível” por ser o tempo de 
recebimento de informações e 
construção de comportamento. Então, 
nesse período, é recomendado expor os 
animais a diversas situações como sons 
altos, diferentes texturas de piso, 
pessoas diferentes, animais (com 
calendário de vacinação em dia). 
Gatos, geralmente, possuem neofobia 
alimentar, ou seja, não aceitam novos 
alimentos. Logo, é recomendado que 
nas primeiras semanas seja inserido 
diversos alimentos e sabores para que 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
não desenvolvam neofobia alimentar 
quando forem mais velhos. 
Os cães, por sua vez, possuem neofilia 
alimentar, ou seja, gostam de consumir 
alimentos novos. 
Controle no fornecimento 
energético 
Animais de raças grandes e gigantes 
têm crescimento explosivo, ou seja, 
ganham peso rapidamente. Então é 
fundamental que venhamos nos atentar 
ao ganho de peso e problemas 
osteoarticulares. Alguns controles 
nutricionais são bem vindos como a não 
suplementação de cálcio para que não 
haja fechamento das linhas epifisárias 
de forma precoce e não haja 
desenvolvimento de patologias 
decorridas desse fator. 
O controle de energia consumida é 
essencial já que altas quantidades 
podem gerar diversos problemas de 
saúde em razão das alterações 
metabólicas e funcionais dos condrócitos 
e condroblastos que é exacerbada pelo 
estresse mecânico do peso corporal 
gerando alterações ortopédicas. Além 
disso, animais que recebem alimentação 
a vontade tendem a desenvolver 
resistência à insulina em razão da 
obesidade e também aumento da 
concentração plasmática de 
triglicerídeos. Concluímos então que o 
controle da energia fornecida é 
essencial e eficaz na saúde e prevenção 
de doenças. 
 
Quando oferecer alimentação de 
adulto? 
 Raças mini e pequenas: 10 meses; 
 Raças médias: 12 meses; 
 Raças grandes: 15 meses; 
 Raças gigantes: 18 a 24 meses. 
 
Após a fase neonatal, o período de vida 
do filhote é dividido em 3 fases: início 
do crescimento (animal com até 50% 
do peso adulto), meio (50-80% do peso 
adulto) e final de crescimento (80-
100% do peso adulto). 
A necessidade de calorias diária de um 
animal está relacionada com o peso, 
que por sua vez, é elevado a um fator 
que corresponde ao peso metabólico que 
nada mais é a desconstrução do peso 
do animal com base no seu gasto 
energético. 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Para calcularmos a quantidade de 
alimento que um animal necessita é 
necessário: 
1. Entender qual a fase de crescimento 
em que o animal se encontra. 
Temos como exemplo uma cadela 
que está pesando 22kg e seu peso 
adulto é 35kg. Então podemos 
fazer uma regra de 3. 
35kg-------100%peso adulto 
22kg------- X% peso adulto 
X= 62,86% equivale a metade da 
fase de crescimento. 
 
2. Entender qual a necessidade 
energética do animal. 
De acordo com a tabela, o animal 
se encontra com o peso entre 50 
e 80% de seu peso adulto, logo, a 
equação a ser realizada é: 
175 x (peso corporal)0,75 
175 x (22)0,75 
175 x 10,16 
1777 kcal 
 
3. Calcular o consumo diário de 
alimento. Para isso, necessitamos 
avaliar o rótulo do alimento que o 
animal está consumindo, mais 
especificamente no tópico “energia 
metabolizável”. No caso do animal 
do exemplo, o valor é 3931kcal/kg. 
3931kcal --------1000g (1kg) 
1777kcal --------x g 
X= 452g/dia (dividir em 4 
refeições). 
E os gatos? 
Os gatos, por sua vez, têm o tamanho 
muito parecido quando adultos e seu 
crescimento é muito similar quando 
filhotes mesmo com diferentes raças. 
Por conta disso, podemos utilizar a 
idade do animal para fazer o cálculo 
das necessidades energéticas. 
 
 
 
Além da tabela há uma fórmula 
específica para calcularmos a 
necessidade de energia diária: 
100 x (PC)0,67 
 
Podemos citar como exemplo um gato com 
6 meses de idade pesando 1,9kg. 
O cálculo então será: 
100 x (1,9)0,67 
 100 x 1,54 = 154kcal/dia 
 
Agora devemos multiplicar o resultado pelo 
valor contido na tabela, que no caso do 
gato que está com 6 meses é de 1,75 a 
2,0. Quem irá estipular se será 1,75 ou 2 
seremos nós, os médicos veterinários, 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
levando em consideração o 
desenvolvimento do animal. Se o animal 
estiver com desenvolvimento 
comprometido podemos utilizar o fator 2 e 
se o animal estiver se desenvolvendo 
adequado, podemos utilizar valores mais 
baixos. 
 
154kcal x 1,75 = 270 kcal/ dia (sempre 
importante arredondarmos o resultado). 
 
Para sabermos quanto o animal irá 
consumir por dia, é necessário 
consultarmos o rótulo, na opção: Energia 
Metabolizável. No exemplo, utilizamos como 
o alimento “PremieR Gatos Filhotes – 
Frango” em que a energia metabolizável é 
4.197kcal/kg de produto. 
 
Basta fazermos uma regra de 3: 
4.197kcal -------1.000g (1kg) 
270kcal--------- X g 
 
X= 64 g/dia 
 
Diferente doscães que se 
alimentam 4 vezes ao dia, os 
gatos se alimentam várias vezes. Logo, 
podemos colocar pequenas quantidades 
várias vezes ao dia até ter 64g. 
O que fazer quando não é 
descrito o valor de Energia 
Metabolizável no rótulo do 
produto? 
Em alguns produtos não há descrito o valor 
de energia metabolizável do produto. Logo, 
podemos utilizar fórmulas para que 
cheguemos até seu resultado. Uma delas é a 
Atwater que consiste no seguinte cálculo: 
EM(kcal) = (4 x g de proteína) + (9 x g de 
gordura) + (4 x g de ENN – extrativos não 
nitrogenados). Esse cálculo é muito 
utilizado para alimentos caseiros. 
 
Para dietas comerciais devemos seguir 
alguns passos: 
1. Determinar a energia bruta do 
alimento por bomba calorimétrica ou 
através da seguinte equação: 
EB (KCAL/G) = (5,7 X G DE PROTEÍNAS) + 
(9,4 X G GORDURA) + [4,1 X (FIBRA BRUTA 
+ ENN 
 
Temos o rótulo do alimento: Giant 
puppy da marca Royal Canin: 
 
 
Agora vamos aos cálculos para a 
fórmula... 
PB: 320 x 5,7 = 1.824 
EE: 120 x 9,4 = 1.128 
Para sabermos a quantidade de ENN 
devemos fazer uma outra fórmula: 
ENN = 100% - (%PB + %EE + %matéria 
mineral + %matéria fibrosa + %umidade) 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
ENN: 100% - (32% + 12% + 8,1% + 2,5% 
+ 11%) 
ENN: 100 – 65,6 = 34,4 
 
ENN: 34,4% = 344g/kg 
Fibras: 25g/kg 
 
[4,1 x (344 + 25)] = 1512,9 
 
Logo... 
EB = 1.128 + 1.824 + 1512,9 = 
4.465kcal 
 
2. Devemos calcular a digestibilidade da 
energia desconsiderando o valor de 
Fibras já que, embora haja geração 
de energia bruta, não haverá 
aproveitamento pelo animal. A 
fórmula para o cálculo de 
Digestibilidade de energia é: 
DE(%) = 91,2 – (1,43 X %FB NA MATÉRIA 
SECA). 
o 91,2 se refere ao aproveitamento 
que o animal terá do alimento, 
porém, quanto mais fibra houver no 
alimento, pior será seu 
aproveitamento. 
 
No rótulo do produto há 2,5 de 
fibra em matéria natural. 
Precisamos então convertê-lo para 
matéria seca. 
Segundo o rótulo, há 11% de 
umidade, logo haverá 89% de 
matéria seca. precisamos então fazer 
uma regra de 3: 
2,5% --------------89%MS 
X %--------------- 100%MS 
X= 2,81% de fibra na matéria seca. 
 
Agora nos resta fazermos o cálculo 
da fórmula: 
DE(%) = 91,2 – (1,43 x 2,81) 
 91,2 – 4,02 
DE = 87,18% de digestibilidade. 
 
3. Determinar a energia digestível 
(quanto do alimento foi aproveitado 
– o que foi excretado nas fezes) do 
alimento com a seguinte fórmula: 
ED(KCAL/KG) = EB X (% DE/100) 
ED = 4465 x (87,18/100) 
ED = 4465 x 0,8718 
ED = 3893kcal /kg 
 
4. Determinar a energia metabolizável 
(aproveitamento do alimento – o 
que foi excretado pela urina) por 
meio da seguinte fórmula: 
EM(KCAL) = ED – (1,04 X G DE 
PROTEÍNAS) 
Segundo o rótulo há 320g/kg de 
proteína. 
 
EM= 3893 – (1,04 x 320) 
EM = 3896 -332,8 
EM = 3560kcal 
 
A partir de todos os cálculos, concluímos 
que a energia metabolizável do alimento é 
3560kcal. 
 
 
 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
RECOMENDAÇÕES DA FEDIAF (VALORES CORRIGIDOS) 
PARA CÃES E GATOS EM MANUTENÇÃO E 
CRESCIMENTO 
Comportamentos Alimentares de 
Cães e Gatos Desde a 
Antiguidade 
Historicamente, os gatos são originados do 
Felis silvestres lybica (Gato selvagem 
africano) e, embora estejam convivendo 
com os seres humanos há 4 mil anos ainda 
guardam alguns comportamentos 
selvagens. 
Na natureza, os gatos têm hábitos 
vespertinos e noturnos em que realizam 
suas caçadas, de preferência, pequenos 
roedores, lagomorfos (coelhos e lebres), aves 
e até mesmo répteis. Costumavam caçar 
sozinhos e comiam suas presas durante 
todo o dia. Os gatos são estritamente 
carnívoros e necessitam de proteína animal 
em sua dieta. 
 
Os cães, por sua vez, são derivados do 
Canis lupus lupus (Lobo cinzento) que se 
alimentava de grandes presas como vacas, 
cavalos e javalis. Enquanto os gatos 
caçavam sozinhos, os cães costumavam 
caçar em grupos em que haviam os animais 
alfas, que são os líderes da matilha, que 
consomem as carnes mais nobres sendo os 
primeiros a se alimentarem e também os 
animas beta que comem o que é deixado 
pelo alfa. Os cães, atualmente são 
considerados onívoros em razão de anos de 
adaptação a dietas fornecidas por seres 
humanos. 
 
Acima podemos observar uma tabela com 
especificações de necessidades calóricas de animais 
com diferentes níveis de atividade. 
 
Imaginemos uma cadela adulta com 35kg 
que tem baixo nível de atividade e consome 
uma alimentação com 3724kcal/kg de 
produto. 
 
Para calcularmos a necessidade energética 
deste animal basta fazermos o seguinte 
cálculo: 
 
95 x (PC)0,75 
95 x (35)0,75 
95 x 14,39= 1367kcal/dia 
 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
** 95 corresponde ao valor contido na 
tabela. 
 
Como no alimento da cadela contém 
3721kcal para cada kg, devemos fazer 
uma regra de 3 para sabermos qual a 
quantidade que a cadela irá precisar 
comer. 
3724kcal --------- 1000g (1kg) 
 1367kcal --------- x g 
X = 367g/ dia 
 
Podemos dividir esse valor por 2 já que a 
cadela é adulta e irá necessitar de duas 
refeições: 
 
367/2 = 183,5g 
 
Abaixo podemos ver a tabela referente aos 
gatos: 
 
 
O cálculo para gatos ativos será: 
100 x (PC)0,67 
 
Já para gatos inativos ou 
castrados, o cálculo será: 
52 a 75 x (PC)0,67 
 
podemos citar como exemplo 
um gato com 4kg que pratica 
muitas atividades durante o dia 
e tem um alimento com 
4203kcal/kg de produto. 
 
Logo, sua necessidade energética será: 
100 x 40,67 
100 x 2,53 
253kcal 
 
Agora basta fazermos uma regra de 3 para 
sabermos a quantidade de alimento que o 
animal irá necessitar diariamente: 
 
4203kcal-----------1000g (1kg) 
253kcal------------ Xg 
X= 60g/dia 
 
Estudos mostram que em São Paulo 26,2% 
dos cães estão com sobrepeso e 15% estão 
obesos. Isso está relacionado a alguns 
fatores como sexo do animal (fêmeas têm 
mais tendência a engordar) e também se o 
animal é castrado. 
Foi comprovado que tutores obesos 
também tendem a ter animais obesos, 
talvez por oferecer muitas guloseimas aos 
animais ou por não se atentarem a 
quantidade ingerida. Quando há mais cães 
em casa, o controle de consumo dos 
animais também é dificultoso. Além disso, 
tutores idosos também costumam ter 
animais obesos. 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 
Acima podemos observar um exemplo de 
tabela de condição corporal de cães e gatos. 
 
Cães 
Cães com sobrepeso e obesos necessitam de 
programas de perda de peso que consiste 
nos seguintes passos: 
1. Determinar em que escore o animal 
se enquadra. 
2. Determinar um Peso Meta para o 
animal por meio da fórmula: NEM = 
70 x Peso Meta 0,75 para cães e 
NEM= 85 x PV 0,4 para gatos. 
***NEM: necessidade energética de 
manutenção. 
 
Cães com sobrepeso necessitam de 15% de 
redução alimentar enquanto cães obesos 
irão necessitar de 20% de redução 
alimentar. 
 Não reduzir mais de 20% de uma vez 
para não causar prejuízos ao animal. 
 
Imaginemos como exemplo uma cadela 
com 42kg em escore 9. 
 
 
A redução necessária será, primeiramente, 
perder 20% de seu peso. 
como a cadela tem 42kg, seu peso meta 
será: 
 
42kg-----------100% 
Xkg ------------80% 
X= 33,6kg 
 
Logo, podemos elaborar a equação de 
necessidade energética: 
 
70 x (33,6)0,75 
70 x 13,96 = 977 kcal 
 
Agora devemos determinar a quantidade 
de alimento que a cadela deverá consumir 
diariamente. 
Seu alimento contém 2979kcal/kg de 
produto, logo... 
 
2979 kcal --------- 1000g (1kg) 
977kcal----------- xg 
X= 328g/dia 
 
Essa quantidade de alimento deve ser 
fornecida várias vezes ao dia para que o 
animal se sinta saciado além de aumentar 
o incremento calórico favorecendo o gasto 
energético. 
 
Com essa redução, o animal tende a perder 
0,8% de peso por semana. 
 
Petiscos não são recomendados, porém 
alimentos como chuchu pode ser fornecido 
ou também podemos retirar 10% do valor 
energético que será fornecido em forma de 
petiscos. 
 
Gatos 
Para fazer um programa de perda de peso 
para os gatos, não estipulamos um peso 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
meta como fazemos para os cães já que os 
gatos perdem peso de forma mais lenta, 
podendo ser em até 2 anos. Isso é bom já 
que por possuir uma alteração enzimática, 
os gatos não conseguem metabolizar o 
excesso de gordura no tecido hepático e, 
quando há perda de peso intensa há 
grandes possibilidades desse animal 
desenvolver lipidose hepática. 
 
Temos como exemplo um animal com 6kg. 
Devemos realizar então a equação: 
85 x (6) 0,4 
85 x 2,05 = 174kcal/dia 
 
O alimento fornecido a esse gato contém 
3070kcal/kg de produto. Logo... 
3070kcal ---------1000g (1kg) 
174kcal ---------- X g 
X= 57g/dia 
 
Com esse programa, o gato pode chegar a 
perder até 1% do seu peso por semana, 
enquanto os cães podem perder até 2%. 
 
Importante sempre motivar o tutor a 
manter o programa de perda de peso do 
animal para que persista no programa 
mesmo que o animal perca menos peso 
com o passar das semanas. 
 
 Importante lembrar que a dieta a ser 
aplicada deve ser coadjuvante para 
perda de peso. 
 
Para inserirmos um animal na reprodução 
é necessário analisar a idade, raça 
específica, aplicar vermífugo além de 
vacinar os animais. Também devemos 
selecionar os reprodutores e nos atentar a 
nutrição dos animais. 
 
É necessário que a cadela esteja num escore 
de condição corporal adequado para 
resistir ao estresse da gestação e lactação. 
Quando as fêmeas são muito magras, 
tendem a perder muito mais peso na 
lactação além de ter fetos leves e com altos 
índices de mortalidade. Animais obesos por 
sua vez tendem a ter predisposição a 
distocias e a terem filhotes maiores. 
 
As cadelas costumam manter seu peso 
normal durante a gestação, porém, no 
terço final há aumento de peso que é o 
momento que ocorre o crescimento fetal. 
Nessa fase o requerimento energético da 
fêmea aumenta em torno de 1,25 a 1,50 
vezes após os 40 dias de gestação. 
Já as gatas aumentam seu peso corporal a 
partir da 2ª semana de gestação para 
fazer uma reserva energética que será 
utilizada ao final da gestação e na lactação 
já que seu peso cairá gradualmente. 
Devemos então aumentar de 40 a 50% da 
necessidade energética na segunda semana 
de gestação. 
 
No final da gestação, é recomendada a 
nutrição das fêmeas de cães e gatos com 
alimento para filhote já que possui alta 
quantidade energética. Também é 
importante fracionarmos a quantidade 
 
Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
alimentar já que, por conta da presença 
dos fetos, haverá compressão do trato 
gastrointestinal dificultando a alimentação. 
 
É a fase de maior desafio nutricional já que 
a fêmea, além de se manter, deve atender 
também as exigências de seus filhotes. 
Nessa fase, a fêmea deve continuar 
consumindo alimento para filhotes 
fracionado em várias refeições para suprir 
as necessidades do animal.

Outros materiais