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Fatores Gerais das Más Oclusões

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE ODONTOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA ODONTOLÓGICA 
DISCIPLINA DE ORTODONTIA I 
 
 
ABRAÃO SCHAEFFER 
AMY BRIAN COSTA E SILVA 
ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS 
ARTHUR SEGATTO LUBIANA 
BRUNA CAROLINA GONÇALVES DE OLIVEIRA 
BRUNA CASTELARI BISSOLI 
ESTER VICTORINO COSER 
FERNANDO POLEZEL SCARDUA 
ISABELA SILVEIRA TRANNIN 
LIZ KAROLYNA BRAZ BRESSANINI 
LORRAYNE CESARIO MARIA 
MANUELLA SOUSSA BRAGA 
MATHEUS JORDÃO MACHADO 
TIEMI FUNABASHI 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES: FATORES GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA - ES 
2020 
 
 
ABRAÃO SCHAEFFER 
AMY BRIAN COSTA E SILVA 
ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS 
ARTHUR SEGATTO LUBIANA 
BRUNA CAROLINA GONÇALVES DE OLIVEIRA 
BRUNA CASTELARI BISSOLI 
ESTER VICTORINO COSER 
FERNANDO POLEZEL SCARDUA 
ISABELA SILVEIRA TRANNIN 
LIZ KAROLYNA BRAZ BRESSANINI 
LORRAYNE CESARIO MARIA 
MANUELLA SOUSSA BRAGA 
MATHEUS JORDÃO MACHADO 
TIEMI FUNABASHI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES: FATORES GERAIS 
 
Trabalho apresentado à disciplina de         
Ortodontia I do curso de Odontologia da             
Universidade Federal do Espírito Santo         
como requisito para avaliação teórica.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA - ES 
2020 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO:​ FATORES ETIOLÓGICOS GERAIS DAS MALOCLUSÕES 
2 FATORES HEREDITÁRIOS 
3 FATORES CONGÊNITOS 
3.1 FISSURA LABIOPALATINA 
3.2 DISOSTOSE CLEIDOCRANIANA 
3.3 SÍFILIS CONGÊNITA 
3.4 TORCICOLO MUSCULAR CONGÊNITO 
3.5 PARALISIA CEREBRAL 
3.6 DISPLASIA ECTODÉRMICA 
3.7 SÍNDROME DE BLOCHSULZBERGER 
3.8 SÍNDROME DE RIEGER 
4 FATORES AMBIENTAIS 
4.1 FATORES AMBIENTAIS PRÉ-NATAIS 
4.1.1 CONFORMAÇÃO INTRAUTERINA 
4.1.2 DIETA MATERNA 
4.1.3 MICROCEFALIA: ZIKA VÍRUS E RUBÉOLA 
4.2 FATORES AMBIENTAIS PÓS-NATAIS 
4.2.1 TRAUMAS DO NASCIMENTO E INJÚRIAS NA ATM 
4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS 
5 FATORES METABÓLICOS 
6 FATORES NUTRICIONAIS 
7 HÁBITOS ANORMAIS 
7.1 HÁBITOS ANORMAIS DE SUCÇÃO 
7.1.1 AMAMENTAÇÃO vs MAMADEIRA 
7.1.2 SUCÇÃO DO POLEGAR E OUTROS DEDOS 
7.1.3 INTERPOSIÇÃO E SUCÇÃO DA LÍNGUA 
7.1.4 DESMAME PRECOCE 
7.2 MORDER LÁBIOS E UNHAS 
7.3 HÁBITOS DE DEGLUTIÇÃO ANORMAL 
7.4 DEFEITOS DE FONAÇÃO 
7.5 ANOMALIAS RESPIRATÓRIAS 
7.5.1 RESPIRAÇÃO BUCAL 
 
7.5.2 ANOMALIAS DO SEPTO 
7.6 INFLAMAÇÃO DAS TONSILAS FARÍNGEA, PALATINA E RINITE ALÉRGICA 
7.7 BRUXISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO:​ FATORES ETIOLÓGICOS GERAIS DAS MALOCLUSÕES 
Durante o crescimento, toda a região orofacial é altamente adaptável a quaisquer                       
fatores etiológicos inoportunos. Isso acontece, pois o organismo, no seu esforço de                       
manter a função homeostática, presta pouca atenção à classificação de Angle, ao ideal                         
sela-násio, ao ponto cefalométrico “A” ou aos conceitos pré-estabelecidos como                   
“normais”. Dessa forma, define-se maloclusão como uma variação clínica significativa do                     
crescimento normal, resultante da interação de vários fatores durante o desenvolvimento                     
(MOYERS, R. E., 1979). 
Sabe-se, assim, que toda má oclusão apresenta uma origem multifatorial e não                       
uma única causa específica. Uma interação de vários fatores pode influenciar o                       
crescimento e desenvolvimento dos maxilares suscitando em más oclusões (ALMEIDA, R.                     
R. et al, 2000).  
A abordagem da etiologia das maloclusões geralmente classifica todas as causas                     
em fatores gerais e locais, como foi proposto por GRABER em 1966. De acordo com essa                               
classificação, fatores gerais são aqueles que afetam o metabolismo geral, com direta                       
influência no desenvolvimento dos maxilares, dentes e demais tecidos que formam a                       
cavidade bucal. Esses fatores podem ser subdivididos em mais seis outros fatores:                       
hereditários, congênitos, ambientais, metabólicos, nutricionais e hábitos anormais. Já os                   
fatores locais são aqueles que afetam diretamente os elementos dentários e os tecidos                         
adjacentes.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 FATORES HEREDITÁRIOS 
O padrão de crescimento e desenvolvimento apresenta-se fortemente influenciado                 
pelos fatores hereditários (FERREIRA. F.V., 2002). Acredita-se que a má oclusão causada                       
por fatores hereditários ocorra de duas maneiras: uma delas apresenta-se como uma                       
desproporção entre o tamanho dos dentes e o tamanho de suas respectivas bases                         
ósseas, produzindo apinhamento ou diastemas e, a outra, apresenta-se como uma                     
desproporção de tamanho ou forma entre a maxila e a mandíbula, podendo causar uma                           
relação oclusal inadequada (PROFFIT, W. R; FIELDS JN., H. W., 2007).  
Dentro da hereditariedade, ainda pode-se considerar a influência racial hereditária,                   
o tipo facial hereditário e a influência hereditária no padrão de crescimento e                         
desenvolvimento. Para o primeiro deles, acredita-se que a miscigenação aumentou,                   
significativamente, a frequência das discrepâncias no tamanho dos maxilares e dos                     
transtornos oclusais, visto que, em populações mais primitivas, as má oclusões eram                       
menos frequentes (FERREIRA, F. V., 2002; PROFFIT, W. R; FIELDS JN., H. W., 2007).   
Outro fator hereditário associado às maloclusões são os tipos faciais que estão                       
intimamente relacionados à forma e tamanho dos arcos dentais. Os tipos faciais se                         
agrupam em: braquiocefálico (face larga e redonda), dolicocefálico (face longa) e                     
mesocefálico (face intermediária)(FERREIRA. F.V., 2002). Além disso, determinados               
padrões de crescimento e desenvolvimento encontram-se mais frequentes quando há                   
uma incidência na família com tal condição, sendo provável a presença de um                         
componente hereditário (GRABER, T. M., 1997).  
 
 
 
 
 
 
 
 
3 FATORES CONGÊNITOS 
3.1 FISSURA LABIOPALATINA 
A fissura labiopalatina é a deformidade facial mais comum. É decorrente da falha                         
na fusão dos processos faciais embrionários (LIMA et al., 2019). Possui etiologia                       
multifatorial, sendo a relação de fatores genéticos e ambientais (tabagismo,                   
anticonvulsivantes, uso de drogas, uso de esteroides, retinóides, diabetes e deficiências                     
nutricionais) fundamentais para seu desenvolvimento (TAIB et al., 2015). 
A classificação de Spina et al. (1972) é a mais usada, nela se utiliza o forame                               
incisivo como referência, separando as fissuras labiopalatinas em quatro tipos diferentes:                     
fissura pré-forame incisivo; fissura pós-forame incisivo, que são as fendas palatinas;                     
fissura transforame incisivo, que acometem lábio, processo alveolar e palato; fissuras                     
raras da face, que podem envolver lábios, nariz, olho e mandíbula. De acordo com o grau                               
de comprometimento, podem ser divididas em completas e incompletas e de acordo com                         
o lado acometido, em uni ou bilaterais (ANTUNES et al., 2014). 
Essa malformação pode gerar alterações como o atraso no desenvolvimento                   
dentário decorrente da alteração morfológica óssea. Anomalias dentárias de número,                   
tamanho e posição dos dentes também são encontradas, sendo a agenesia do incisivo                         
lateral superior a mais comum, em seguida a presença de supranumerários.Há também                         
uma elevada prevalência de microdontia (sobretudo no incisivo lateral superior do lado                       
afetado), erupções ectópicas e até mesmo hipoplasia de esmalte que mais comumente na                         
dentição decídua. (PEDRO et at., 2010) 
Maloclusões são frequentes nesses casos e os procedimentos cirúrgicos primários                   
(labiorrinoplastia e palatoplastia) realizados em crianças resultam em faces retrognáticas                   
e maxilas atrésicas por inferirem no crescimento da maxila. Mordidas cruzadas                     
posteriores, e retrusão da maxila associada à mordida cruzada anterior e lateral                       
comumente são encontrados nesses pacientes (SANTOS et al., 2017). 
O tratamento das fissuras labiopalatinas exigem uma equipe multidisciplinar,                 
envolvendo otorrinolaringologia, pediatria, psicologia, genética, cirurgias plásticas, além               
de cirurgiões dentistas gerais e especialistas em cirurgia bucomaxilofacial, prótese,                   
implantodontia, odontopediatria e ortodontia. (CAMPBELL et al., 2010). 
 
3.2 DISOSTOSE CLEIDOCRANIANA 
A Disostose Cleidocraniana (DCC) é uma rara displasia esquelética congênita.                   
Clinicamente é caracterizada por anomalias do crânio, dentes, maxilares e cintura                     
escapular, bem como parada ocasional do crescimento dos ossos longos. Dentre as                       
características craniofaciais descritas na literatura, encontram-se proeminência frontal e                 
parietal, atraso no fechamento da fontanela anterior, seios paranasais subdesenvolvidos                   
e estreitos, nariz largo com ponte nasal deprimida, hipertelorismo ocular e cabeça                       
braquicéfala. Uma das principais características esqueléticas é a aplasia ou hipoplasia                     
clavicular, com a ausência uni ou bilateral, em aproximadamente 10% dos casos.                       
(BUTTERWORTH, 1999; JÚNIOR et al., 2007) 
Quanto às alterações de interesse odontológico é importante mencionar que esses                     
pacientes apresentam um palato estreito e profundo. A maxila pode ser pouco                       
desenvolvida causando prognatismo mandibular. Também são encontrados com               
frequência dentes supranumerários, impactados e ectópicos, apresentando anomalias de                 
coroa e raiz. A erupção dentária é retardada e pode ser observada ausência de reabsorção                             
radicular nos dentes decíduos. (ALVES et al., 2008) 
A proposta terapêutica para um portador da displasia cleidocraniana tem se                     
direcionado para o tratamento cirúrgico em conjunto com a ortodontia. Com essa                       
abordagem os dentes decíduos e supranumerários são extraídos e é realizado o                       
tracionamento dos permanentes. O diagnóstico precoce é importante para que o                     
tratamento seja eficaz, de modo que as forças ortodônticas possam ser aplicadas no                         
momento biologicamente apropriado. (BUTTERWORTH, 1999) 
Outros tratamentos envolvem a cirurgia ortognática, para corrigir a hipoplasia                   
maxilar. A implantodontia surgiu recentemente como outra opção terapêutica na                   
reabilitação oral desses pacientes. (ALVES et al., 2008) 
 
3.3 SÍFILIS CONGÊNITA 
A sífilis é uma doença infecciosa bacteriana que tem como agente etiológico a                         
espiroqueta Treponema pallidum. Quando é transmitida por contato sexual, através do                     
 
contato direto com a mucosa, sangue ou saliva de pacientes infectados, é classificada em                           
sífilis adquirida, e quando transmitida pela mãe infectada para o feto, é classificada como                           
sífilis congênita. A sífilis congênita é dividida em duas fases: - recente, até dois anos de                               
vida; - tardia, após dois anos. (Kalinin et al., 2015) 
A sífilis congênita tardia é de grande importância para a Odontologia, por                       
apresentar sinais de interesse para o dentista. As manifestações desta doença envolvem                       
especialmente a tríade de Hutchinson, identificada por ceratite intersticial, surdez e                     
dentes de Hutchinson. A borda incisal nesses dentes comumente exibe uma lesão                       
hipoplásica podendo também apresentar reentrância em forma de meia lua. Os pacientes                       
podem apresentar também incisivos que possuem forma de barril ou de chave de fenda.                           
Nos molares a anatomia oclusal pode ser anormal, havendo projeções globulares ao                       
invés de cúspides bem formadas, essas projeções lembram a superfície de uma amora,                         
por isso o nome, molares em forma de amora. A sífilis congênita tardia pode ainda                             
apresentar outras características, como a bossa frontal ou fronte olímpica, atresia da                       
maxila, palato ogival e nariz em cela. (Kalinin et al., 2015; Neville, et al., 2009; Waterloo                               
et al., 2004) 
Segundo Waterloo et al. (2004) e Pessoa, L. e Galvão, V. (2011), as alterações na                             
anatomia dentária causadas pela sífilis congênita são somente de importância estética e                       
por esse motivo os pacientes foram encaminhados para o tratamento restaurador. 
 
3.4 TORCICOLO MUSCULAR CONGÊNITO 
O termo “torcicolo” foi definido por Tubby, em 1912, como uma deformidade,                       
congênita ou adquirida, caracterizada pela inclinação da cabeça em direção ao ombro,                       
associada à torção do pescoço e desvio da face (AVANZI, O. et al, 2009). O torcicolo                               
muscular congênito (TMC) é uma anomalia musculoesquelética, de etiologia incerta,                   
comum em crianças, definido como uma contratura unilateral do músculo                   
esternocleidomastóideo (ECM). Normalmente, manifesta-se no período neonatal, tendo               
como principal característica o espessamento e encurtamento do músculo ECM, que leva                       
à inclinação e à rotação limitada da cabeça (LEE, S. et al., 2011).  
 
Como consequência do TMC, ocorrem assimetrias faciais decorrentes de alterações                   
no desenvolvimento mandibular. Observa-se também o acentuado desvio da linha média                     
dental e o tratamento deve ser feito o mais precoce possível para evitar que a má oclusão                                 
se torne incorrigível (FERREIRA, F. V., 2008). 
Quanto ao tratamento, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e                       
Traumatologia (2011), a maioria dos pacientes realizam técnicas de fisioterapia, sendo                     
que a cirurgia pode se tornar uma opção em alguns casos. A abordagem cirúrgica é                             
recomendada aos pacientes com maior faixa etária e músculo tenso com banda de                         
constrição, para aqueles que apresentam inclinação persistente da cabeça, com déficit de                       
rotação e inclinação lateral passiva maior que 15º e ainda pacientes que não                         
apresentarem qualquer melhora nos últimos seis meses de tratamento de manipulação                     
fisioterápica (AVANZI, O. et al, 2009).  
Segundo AVANZI, O. (2009), a idade de intervenção é extremamente relevante,                     
visto que são observados melhores resultados estéticos em procedimentos cirúrgicos                   
realizados antes dos 12 anos de idade, evitando sequelas como deformidade facial ou                         
dos ossos do crânio.  
 
3.5 PARALISIA CEREBRAL 
A paralisia cerebral(PC) compreende a um grupo de desordens do movimento e                         
postura que ocorrem durante o desenvolvimento fetal e/ou no cérebro infantil imaturo.                       
Além desses aspectos motores, essas desordens são acompanhadas por distúrbios de                     
percepção sensorial, cognição, comunicação, percepção, comportamento e/ou desordem               
convulsiva (ARRUDA, M., 2011).  
ARRUDA, M. (2011) aborda ainda que nenhuma anomalia intraoral é exclusiva de                       
portadores de PC, contudo algumas condições são mais comuns ou mais severas nestes                         
pacientes do que na população em geral. Sendo algumas delas, a doença periodontal e a                             
cárie provocadas por uma deficiência na higiene oral e o bruxismo.  
Além disso, encontra-se com grande frequência, nesses pacientes, a presença de                     
maloclusões, que podem ter como causa primária a relação desarmônica entre músculos                       
intraorais e periorais. As características mais observadas são a protrusão dos dentes                       
 
anterossuperiores, sobremordida (overbite) e transpasse horizontal (overjet) exagerado,               
mordida aberta e mordidas cruzadas unilaterais (SANTOS, A.; COUTO, G., 2008).  
 
3.6 DISPLASIA ECTODÉRMICA 
As displasias ectodérmicas são um grande grupo de cerca de 170 síndromes de                         
características que afetam as estruturas de origem ectodérmica, incluindo dentes, pele,                     
glândulas sudoríparas e o cabelo (PRIOLO, 2001 apud AMBOUBA). A forma mais comum                         
de displasia ectodérmica é a hipoidrótica, anteriormente referida como Síndrome de                     
Touraine, sendo esta herdada como uma condição ligada ao X. A displasia hipoidrótica é                           
causada por mutações no gene que codifica a proteína ectodisplasina, uma unidade de                         
sinalização crítica envolvida na interação entre a ectoderme e a mesoderme para a                         
produção de várias estruturas que surgem a partir da ectoderme, tais como a pele, o suor,                               
unhas, cabelo e dentes (KERE et al., 1996 apud SARMENTO).  
É classicamente identificado por três características: hipodontia, hipoidrose e                 
hipotricose. A hipodontia é representada por uma vasta gama de anomalias, incluindo a                         
falta de dentes permanentes e/ou dentes decíduos, morfologia anormal da coroa e de                         
tamanho. A hipoidrose é caracterizada pela capacidade reduzida de transpiração e/ou                     
uma contagem de suor reduzida. É uma característica importante que pode resultar em                         
episódios de hipertermia que, por sua vez, contribuem para a morbidade dos indivíduos                         
afetados. Já a hipotricose envolve anormalidades do cabelo, incluindo escassez de pelos                       
no corpo e na cabeça, espessura reduzida e padrões irregulares (WHIGHT, et al., 2017                           
apud AMBOUBA). Além disso, WHIGHT, et al. (2017 apud AMBOUBA) relataram                     
características secundárias associadas que incluem: pele seca e frágil de aparência (o                       
eczema, por exemplo), hiperpigmentação periorbital, olhos secos, salivação reduzida e                   
infecções respiratórias recorrentes.  
As principais características intrabucais e faciais encontradas na displasia                 
ectodérmica são: ausência total (agenesia) ou parcial (oligodontia) dos dentes, dimensão                     
vertical reduzida, terço inferior da face reduzido, ausência de osso alveolar, maxilares                       
pouco desenvolvidos e lábios protuberantes (ALMEIDA, R. R. et al., 2000).  
 
 
3.7 SÍNDROME DE BLOCHSULZBERGER 
Trata- se de uma doença envolvendo pele e anexos, de provável origem genética                         
de caráter dominante relacionada ao cromossomo X, ou seja, acometendo apenas o sexo                         
feminino, na infância (ALMEIDA et al., 2000). Tal síndrome causa alterações no                       
desenvolvimento dos tecidos ectodérmicos e mesodérmicos, podendo ocorrer               
manifestações neurológicas, na pele, nos olhos, dentes e unha; Os primeiros sinais são                         
cutâneos ao nascimento ou nas primeiras semanas provocando alterações na dentição                     
decídua e permanente (REGIS; FILHO, 2019). As características dentárias mais frequentes                     
são dentes cônicos e dentes malformados, agenesia dentária e atraso na erupção                       
dentária; Outras anomalias observadas são fissura labial, palatal, dentes                 
supranumerários e freio labial baixo (DIFFINI; MARIA, 2014).  
O tratamento de crianças com vários dentes congenitamente ausentes é                   
desafiador, especialmente combinado com a maloclusão. O plano de tratamento para o                       
paciente com dentes perdidos deve ser baseado em uma avaliação abrangente da idade                         
do paciente, função oclusal e mastigatória, requisitos para remodelação dentária e                     
alinhamento dentário, e a possível necessidade de consideração estética. O planejamento                     
final do tratamento definitivo deve ser estabelecido após o estirão de crescimento para se                           
ter um melhor prognóstico e resultado estético com mínima preparação da estrutura                       
dentária. É necessária uma abordagem multidisciplinar diante dos diferentes sistemas                   
comprometidos em tal doença, podendo ser incluído o acompanhamento dos seguintes                     
profissionais: odontopediatra, ortodontista, dermatologista, oftalmologista, neurologista,           
psicólogo infantil e geneticista.  
 
3.8 SÍNDROME DE RIEGER 
A síndrome de Rieger, também conhecida como síndrome de Axenfeld-Rieger                   
(ARS), é uma condição caracterizada por anomalias oculares, dentárias, craniofaciais,                   
periumbilicais e sistêmicas (SKOGEDAL, N., 2007 apud PIRIH et al.). Acredita-se que esta                         
síndrome origina-se de um defeito do tecido ectodérmico causada por distúrbios de                       
desenvolvimento do tecido da crista neural (ALKEMADE, P. P. H apud PIRIH et al.).  
 
Segundo OZEKI, H. et al (apud PIRIH et al.), as anormalidades dentárias incluem                         
hipodontia das dentições decídua e/ou permanente, principalmente nos incisivos                 
superiores, caninos e segundos pré-molares. Outros defeitos dentários podem incluir                   
dentes em forma de cavilha ou cônica, microdontia, taurodontia, hipoplasia do esmalte,                       
raízes dentárias encurtadas e inserção gengival reduzida.  
Além disso, anomalias faciais relacionadas com a síndrome de Rieger incluem                     
hipoplasia maxilar com uma mandíbula prognata e um perfil côncavo, lábio inferior                       
protrusivo e lábio superior recessivo, ponte nasal ampla, hipertelorismo e telecanto                     
(FITCH, N. et al. apud PIRIH et al.).  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 FATORES AMBIENTAIS 
4.1 FATORES AMBIENTAIS PRÉ-NATAIS 
4.1.1 CONFORMAÇÃO INTRAUTERINA 
A pressão contra a face em desenvolvimento intrauterino pode provocar distorções                     
nas áreas de crescimento rápido. Em algumas ocasiões, o braço é pressionado contra a                           
face no interior do útero, resultando em uma deficiência maxilar severa ao nascimento                         
(PROFFIT et al., 2007). A diminuição do líquido amniótico permite que o feto flexione a                             
cabeça contra o tórax no útero, impedindoque a mandíbula cresça. Essa situação poderá                           
permitir o desenvolvimento de uma mandíbula pequena ao nascimento, acompanhada de                     
palato fissurado provocado pela restrição do deslocamento da mandíbula, que força a                       
língua para cima, impedindo o fechamento normal do processos palatinos (GRABER, T.M.                       
et al, 1997; PROFFIT, W.R. et al, 2008). Esta deficiência mandibular extrema ao                         
nascimento é chamada de sequência de Pierre Robin (PROFFIT et al., 2007). 
Deslocamentos e estreitamentos intrauterinos (posição final de bacia) que afetam                   
os movimentos e a percepção, podem acarretar danos neurológicos, e consequentemente,                     
também deformações com perdas funcionais na região da mandíbula e da face                       
(TREUENFELS, H.V. 1998). 
A pressão contra a face em desenvolvimento intrauterino pode provocar distorções                     
nas áreas de crescimento rápido. O volume reduzido da cavidade oral pode levar a uma                             
dificuldade respiratória ao nascimento (PROFFIT et al., 2007). 
4.1.2 DIETA MATERNA 
A gravidez provoca modificações fisiológicas no organismo materno, que geram                   
necessidade aumentada de nutrientes essenciais. Seja em termos de micro ou                     
macronutrientes, o inadequado aporte energético da gestante pode levar a uma                     
competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários                         
ao adequado crescimento fetal (MELO et al., 2007). 
A dieta, no primeiro trimestre da gestação, é muito importante para o                       
desenvolvimento e diferenciação dos diversos órgãos fetais. Já nos trimestres                   
 
subsequentes, a dieta está mais envolvida com a otimização do crescimento e do                         
desenvolvimento cerebral do feto (DREHMER, 2008). 
Portanto, para evitar desfechos gestacionais desfavoráveis relacionados à dieta                 
materna deve-se garantir a presença desses elementos na dieta da gestante, em especial                         
o cálcio, ferro, ácido fólico, zinco e as vitaminas A, C e D. A vitamina A é essencial para                                     
diversos processos metabólicos, como a diferenciação celular, o ciclo visual, o                     
crescimento, a reprodução e para os sistemas antioxidante e imunológico (BRASIL, 2005).                       
A deficiência de vitamina D já foi associada a distúrbios da homeostase óssea na criança,                             
redução da mineralização óssea e aumento no risco de fraturas (IOM, 1998). O zinco é                             
necessário à reprodução, diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento, reparação               
tecidual e imunidade. A deficiência deste mineral na gestação está relacionada com                       
aborto espontâneo, retardo do crescimento intrauterino, prematuridade, pré-eclâmpsia,               
entre outros (TRUMBO et al., 2001). A vitamina B9 é o nutriente mais utilizado pelas                             
grávidas e indicado pelos médicos, devido sua ingestão prevenir defeitos na formação do                         
tubo neural do feto, estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal; o                             
Magnésio favorece a formação e o crescimento dos tecidos do corpo, a Vitamina B6 é                             
importante para o crescimento e o ganho de peso do feto; e o Cálcio e o Fósforo                                 
participam da formação dos brotos dentários e do esqueleto fetal (FREITAS et al., 2010). 
Durante a gestação, o período que requer maior demanda de ferro é no último                           
trimestre da gestação em virtude do aumento das necessidades de oxigênio do binômio                         
mãe/bebê. A carência de ferro durante a gestação pode levar à anemia, que aumenta o                             
risco de parto prematuro e morte perinatal. Pode haver também consequências para toda                         
a vida do bebê, como a diminuição da capacidade cognitiva, de aprendizagem e de                           
concentração. (TRUMBO et al., 2001) 
O ácido fólico tem papel fundamental no processo de multiplicação celular, sendo,                       
portanto imprescindível durante a gravidez, sua deficiência pode ocasionar alterações na                     
síntese de DNA e alterações cromossômicas, como defeitos do tubo neural e espinha                         
bífida (MEZZOMO et al., 2007). 
Sabe-se que parte do cálcio transferido para o feto armazena-se no esqueleto                       
materno. Sendo assim, durante o período de desenvolvimento dentário, o cálcio atravessa                       
a barreira placentária depositando-se sob a forma de uma matriz tecidual de esmalte e                           
 
dentina. Caso exista alguma disfunção metabólica materna ou mesmo uma deficiência                     
nutricional, esta poderá provocar distúrbios na formação dentária ​(MCDONALD, R.E et al,                       
2001; MERCADANTE, M.M.N. 2002). 
Desde os anos 70, alguns estudos têm sugerido associação entre o consumo                       
materno de cafeína e desfechos fetais, tais como: redução do crescimento fetal,                       
prematuridade, restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, aborto                   
espontâneo e malformações, levando à recomendação para a diminuição do consumo de                       
cafeína no período gestacional (PACHECO et al., 2007). 
Portanto, a literatura é consensual ao reconhecer que o estado nutricional materno                       
é indicador de saúde e qualidade de vida tanto para a mulher quanto para o crescimento                               
do seu filho, sobretudo no peso ao nascer, uma vez que a única fonte de nutrientes do                                 
concepto é constituída pelas reservas nutricionais e ingestão alimentar materna (MELO et                       
al., 2007). 
4.1.3 MICROCEFALIA: ZIKA VÍRUS E RUBÉOLA 
É considerado microcefalia quando um recém nascido possui o perímetro cefálico                     
abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e sexo. A microcefalia é muito                           
associada à deficiência intelectual e alterações neurológicas (MARINHO J.V.M., et al.,                     
2020; SOUZA A.S.R., et al., 2016​). 
Recentemente tem-se indicado a forte associação de microcefalia e outras                   
anomalias fetais cerebrais a infecção pelo Zika virus (ZIKV) durante a gestação. Dentre as                           
causas externas de microcefalia, as mais comuns, além do zika vírus são: alterações                         
vasculares, desordens sistêmicas e metabólicas, exposição a drogas durante a gravidez                     
(álcool e produtos químicos), desnutrição grave na gestação, e as infecções maternas de                         
transmissão no período pré-natal e perinatal como as clássicas infecções por rubéola,                       
toxoplasmose (MARINHO J.V.M., et al., 2020; SOUZA A.S.R., et al., 2016​). 
Indivíduos com microcefalia possuem alterações craniofaciais como maloclusão,               
problemas periodontais, alterações no palato, obstrução das vias aéreas e diminuição das                       
dimensões da maxila e mandíbula que podem levar a problemas como apinhamento                       
dentário, desenvolvimento de macroglossia secundária, devido à diminuição do espaço                   
 
para posicionamento da língua (MARINHO J.V.M., et al., 2020; SOUZA A.S.R., et al.,                         
2016​). 
 
4.2 FATORES AMBIENTAIS PÓS-NATAIS 
4.2.1 TRAUMAS DO NASCIMENTO E INJÚRIAS NA ATM 
Traumatismos na infância ou duranteo parto, principalmente pelo uso de fórceps                       
obstétrico na cabeça para auxiliar o nascimento da criança, podem danificar a Articulação                         
Temporomandibular (ATM), uni ou bilateralmente. Isso leva a uma hemorragia interna,                     
perda do tecido cartilaginoso por fibrose, anquilose da articulação e então                     
subdesenvolvimento da mandíbula e dos músculos da mastigação, levando a alterações                     
como assimetrias faciais, micrognatia e limitação dos movimentos mandibulares                 
(​PROFFIT, W.R.; FIELDS, H.W.; SARVER, D.M., 2007​; DEFABIANS, P., 2003). A                     
hipoplasia da mandíbula também pode ser causada por má posição intrauterina ou                       
traumatismo durante o parto (MOYERS, R. E., 1979) 
Vogelgesicht é o nome dado a inibição do crescimento da mandíbula devido a                         
anquilose da ATM e além dos problemas funcionais, também traz distúrbios estéticos,                       
nutricionais, psicológicos e sociais para os indivíduos que sofrem dessa condição                     
(MOYERS, R. E., 1979; PEREIRA FILHO, E.N. et al, 2011). 
Apesar disso, crianças com deformidades mandibulares são muito mais propensos                   
a terem uma síndrome congênita do que ter injúrias como essas durante o parto ou                             
dentro do útero. (​PROFFIT, W.R.; FIELDS, H.W.; SARVER, D.M., 2007​). De qualquer                       
forma esses casos devem ser cuidadosamente diagnosticados, tratados e monitorados                   
para avaliar o desenvolvimento da face e oclusão (DEFABIANS, P., 2003). 
 
4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS 
Doenças como a rubéola, catapora e sarampo também podem interferir no                     
desenvolvimento dos dentes. A febre elevada, que é causada por estas infecções, altera                         
os tecidos de origem ectodérmica, gerando sulcos no esmalte. Dessa forma, podem                       
 
causar hipoplasia, aplasia parcial ou total do esmalte dos dentes decíduos e erupção                         
tardia dos dentes ​ (FERREIRA, 2008). 
A Poliomielite, também conhecida como Paralisia Infantil, é uma doença causada                     
pelo vírus poliovírus que afeta o sistema nervoso causando distúrbios na função                       
muscular, gerando sequelas (Ministério da Saúde, 2010), por exemplo, a maloclusão                     
como um efeito secundário dessa paralisia muscular (FERREIRA, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 FATORES METABÓLICOS 
Em geral, os distúrbios endócrinos podem causar hipoplasia dos dentes, distúrbios                     
no fechamento das suturas, na erupção e na reabsorção dos dentes decíduos, além de                           
retardar ou acelerar o crescimento facial (FERREIRA, 2008). 
Dentre as endocrinopatias, aquelas relacionadas às ​glândulas tireóide, paratireóide                 
e hipófise ​são as principais que podem levar a má oclusão (FERREIRA, 2008). 
O hipotireoidismo é um dos distúrbios endócrinos mais comuns e está associado à                         
redução patológica dos níveis hormonais de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), pela                       
glândula tireóide. Como o sistema estomatognático está relacionado ao controle                   
endócrino da glândula tireóide, distúrbios na secreção desses hormônios podem levar a                       
alterações na cavidade oral, sendo elas mais frequentes na forma congênita da doença.                         
Dentre as manifestações bucais, destacam-se as alterações na formação de dentina,                     
hipoplasia do esmalte, macroglossia, mordida aberta, retardo na erupção dentária e no                       
desenvolvimento radicular, taurodontia, hipoplasia condilar, atresia maxilar ou               
mandibular, hipodesenvolvimento da mandíbula e prognatismo maxilar (SANTOS, et al.                   
2012). 
O hipotireoidismo infantil, conhecido como cretinismo, é caracterizado por lábios                   
grossos, macroglossia, má oclusão e retardo na erupção dos dentes (DUDHIA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 FATORES NUTRICIONAIS 
A mastigação apresenta papel fundamental no desenvolvimento e crescimento                 
dento-facial, atuando tanto no estímulo de erupção dentária quanto no aumento das                       
dimensões dos arcos osteodentários (BIANCHINI, 1995). Indivíduos que consomem                 
alimentos mais fibrosos, aumentam a carga da função sobre os dentes, estimulando                       
maior trabalho muscular. Além disso, esse tipo de dieta confere maior média de largura                           
dos arcos dentais e desgaste intenso das faces oclusais dos dentes. Por outro lado, dietas                             
altamente refinadas, líquidas e/ou pastosas, estimula de forma insuficiente a função                     
dentária resultando em pouco desgaste oclusal e contração dos arcos dentais,                     
desempenhando, dessa forma, papel importante na etiologia das maloclusões (ALMEIDA,                   
el al, 2000; MOYERS, 1991). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 HÁBITOS ANORMAIS 
7.1 HÁBITOS ANORMAIS DE SUCÇÃO 
7.1.1 AMAMENTAÇÃO vs MAMADEIRA 
O leite materno é uma fonte nutricional imprescindível ao desenvolvimento da                     
criança durante a primeira infância, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. 
Segundo Casagrande, et al., 2008, o aleitamento materno é um dos estímulos                       
externos necessários à evolução da maturidade neural, adequação das funções orais no                       
exercício da ordenha e no desenvolvimento craniofacial, haja vista que os músculos                       
envolvidos no processo de sucção do bebê realizam tração sobre os ossos, favorecendo                         
seu desgaste ou crescimento de forma harmônica, além de promover o tônus muscular                         
adequado. O feto já mostra sinais reflexos de sucção ainda na vida intrauterina, sendo                           
essa, uma ação neuromuscular. Assim, quando o bebê apresenta desvios no sistema                       
nervoso central, distúrbios na sucção adequada e desnutrição podem ocorrer (BERVIAN;                     
FONTANA; CAUS, 2008). 
Casagrande, et al., 2008 descreveu também diferentes aspectos que implicam nos                     
benefícios da amamentação materna exclusiva, como a nutrição adequada e a ação                       
calmante, em detrimento do uso de mamadeiras e copos. Quanto aos músculos,                       
destacou-se a função dos mm. pterigoideo medial, pterigoideo lateral, masseter,                   
temporal, digástrico, gênio-hioideo e milo-hioideo no movimento de ordenha, permitindo                   
a abertura, protrusão, fechamento e retrusão adequados. Nesse movimento de ordenha, o                       
ponto de sucção encontra-se na junção do palato duro com o palato mole, o que é                               
necessário para o posicionamento adequado da língua, bem como sua tonicidade e                       
postura corretas. Já no uso da mamadeira, o movimento de sucção levou à sobrecarga do                             
músculo bucinador, e redução dos movimentos mandibulares, provocando estreitamento                 
maxilar, aprofundamento do palato e cruzamento de mordida, além de posteriorização,                     
flacidez, hipotonicidade lingual e hipofunção ou hiperfunção de acordo com o tipo de                         
sucção realizada pelo lactente (GOMES, 2008). Em consequência do mau                   
desenvolvimento das funções da língua, a criança não desenvolve os movimentos                     
fisiológicos e promove uma formação inadequada do sistema estomatognático,apresentando chances significativas de ser um futuro respirador bucal (VINHA, 2002).                     
Como o leite da mamadeira é obtido por pressão negativa, a falta dos movimentos de                             
 
protrusão e retrusão na amamentação artificial, leva ao retrognatismo fisiológico, uma vez                       
que a mandíbula não possui estímulo para o desenvolvimento. A sucção adequada,                       
envolve lábios bem acoplados ao seio, impedindo a entrada de ar e favorecendo o                           
posicionamento correto da língua, no qual o bebê controla a saída de leite, criando                           
estímulos neurais que favoreçam o desenvolvimento ósseo-muscular orofacial. Foi                 
descrito que os movimentos de rebaixamento, ântero-posteriorização e elevações                 
concomitantes da mandíbula durante a sucção, modificam a posição maxilo-mandibular                   
para uma posição mesio-cêntrica, favorecendo melhor acomodação da língua e dos                     
germes dentários no osso alveolar. Assim também, se modificam o ângulo da mandíbula                         
e as inserções musculares, com o intuito de subsidiar os movimentos mastigatórios                       
futuros. A amamentação funciona também como exercício respiratório, sendo                 
extremamente importante quando o bebê precisa sincronizar a atividade muscular com a                       
respiratória, respirando apenas pelo nariz, atividade essa, responsável pelo                 
desenvolvimento do terço médio da face (CASAGRANDE, 2008). 
Fator também determinante da amamentação é a função lingual. Descrito por                     
Andrezzo em 2014, durante a sucção, a aréola é comprimida entre o rebordo gengival                           
superior e a ponta da língua, cobrindo o rebordo gengival inferior e tornando necessário o                             
exercício dos músculos da língua, criando pressão negativa no interior bucal do bebê. A                           
língua eleva suas bordas laterais e ponta, formando uma concha onde o leite é                           
depositado para ser deglutido. A deglutição ocorre em movimentos peristálticos da                     
língua em direção à orofaringe e, concomitantemente com a atividade dos músculos da                         
mastigação citados anteriormente, tornam possível os movimentos de levantamento e                   
fechamento da mandíbula, favorecendo a ingestão do leite materno. 
Planas, em 1988, descreveu três fatores determinantes do crescimento e                   
desenvolvimento facial durante a amamentação: 1 – respiração exclusiva pelo nariz,                     
auxiliando no desenvolvimento do sistema respiratório, 2 – trabalho muscular que                     
propicia o tônus muscular adequado dos músculos masseteres, pterigoideos e temporais                     
durante os movimentos mandibulares de avanço, retração e mordida, 3 – movimentos de                         
protrusão e retrusão mandibulares exercitam as partes superiores dos meniscos e                     
posteriores da articulação têmporo-mandibular (ATM), favorecendo o crescimento               
 
póstero-anterior dos ramos mandibulares e modulam o ângulo mandibular, deixando a                     
mandíbula em neutro-oclusão e favorável à erupção dos dentes decíduos. 
É ideal que a amamentação materna não seja interrompida: quando interrompida,                     
provoca o infra-desenvolvimento da musculatura miofascial, podendo provocar distúrbios                 
como mordida aberta anterior, respiração bucal, mordida cruzada, deglutição atípica,                   
problemas afetivos mãe-lactente que levará à compensação por meio de uso de chupetas                         
ou sucção digital, entre outros, proporcionando maiores distúrbios oclusais e                   
músculo-faciais (CASAGRANDE, 2008). 
7.1.2 SUCÇÃO DO POLEGAR E OUTROS DEDOS 
Os hábitos anormais podem interferir no padrão regular do crescimento facial e                       
podem estar envolvidos na etiologia de maloclusões. De forma geral, esses hábitos estão                         
associados ao crescimento ósseo retardado ou depurado, dificuldades fonéticas,                 
dificuldades respiratórias, mal posicionamento dentário, perturbação no equilíbrio da                 
musculatura facial e até mesmo problemas psicológicos (MOYERS, 1991). 
Há várias razões para as crianças praticarem o hábito de sucção digital, entretanto                         
esse hábito só passa a ser preocupante para o dentista se estiver envolvido com o                             
desenvolvimento de maloclusões dentárias. A sucção é um reflexo natural, presente                     
desde a fase intra-uterina. Tais hábitos têm início precocemente e geralmente são                       
superados até os 3 ou 4 anos (MOYERS,1991; TANAKA, et al, 2004). 
Os hábitos de sucção que aparecem durante as primeiras semanas de vida                       
geralmente estão relacionados a problemas de alimentação. Mais tarde algumas crianças                     
utilizam a sucção digital para alívio de tensões emocionais. É importante destacar que                         
todos os hábitos de sucção digital devem ser avaliados por suas implicações psicológicas,                         
pois podem estar relacionados a satisfação do instinto de sucção, a fome, insegurança ou                           
mesmo para atrair a atenção. Existem várias teorias que tentam explicar a sucção digital                           
não-nutritiva, mas todas elas sugerem que o clínico deve avaliar esse hábito como um                           
padrão comportamental de origem multivariada. Estudos mostraram que a força aplicada                     
durante o hábito de sucção digital é suficiente para causar deslocamento dentário e                         
deformidade no osso em crescimento. Ainda, esse hábito aumenta a chance de deglutição                         
atípica. Cabe pontuar que hábitos de sucção estão diretamente relacionados com mordida                       
 
aberta, mordida cruzada, mordida profunda e distoclusão, sendo a mordida aberta                     
anterior a maloclusão mais frequente. (MOYERS, 1991) 
O tipo de maloclusão que pode se desenvolver com o hábito de sucção digital vai                             
depender de algumas variáveis, como: a duração da sucção, a morfologia esquelética                       
facial, a posição da mandíbula durante a sucção, as contrações musculares associadas, a                         
posição do dedo, da intensidade, entre outras. Se o polegar estiver apoiado no palato                           
poderá ser observada projeção dos dentes anteriores superiores. Quando há o                     
desenvolvimento da mordida aberta, a língua fica projetada mais para anterior para                       
garantir um adequado selamento durante a deglutição, essa situação está                   
necessariamente relacionada com o hábito de sucção digital. Além disso, pode-se                     
observar retração mandibular se o peso do braço ou da mão forçar continuamente contra                           
a mandíbula e também pode se observar inclinação para lingual dos incisivos inferiores.                         
Durante a sucção do polegar, as contrações da parede bucal produzem uma pressão                         
negativa no interior da cavidade oral, podendo resultar em estreitamento do arco maxilar.                         
Ainda, essa desarmonia das forças dentro e ao redor do maxilar dificulta que o assoalho                             
nasal sua posição vertical esperada durante o crescimento, o que implica dizer que nos                           
sugadores do polegar encontrar-se-á palato profundo e assoalho nasal estreito. Alémdisso, o lábio superior torna-se hipotônico e o inferior hiperativo. Algumas maloclusões                       
que se desenvolvem de hábitos de sucção podem se autocorrigir a partir do momento em                             
que se cesse o hábito. Porém, muitos sugadores digitais desenvolvem maloclusões que                       
necessitam de intervenção ortodôntica (MOYERS,1991). 
Há várias maneiras de se eliminar o hábito de sucção, na época em que a irrupção                               
dos incisivos permanentes se aproxima, a terapêutica mais simples é ter uma conversa                         
franca entre a criança e o profissional que normalmente é suficiente. Outra alternativa                         
para a eliminação do hábito é utilizar o sistema de recompensa até que o hábito seja                               
completamente abandonado. Faz-se imprescindível a participação da família nesse                 
processo. Além disso, mostrar modelos e fotografias de crianças que tiveram esse hábito                         
e seus respectivos tratamentos pode motivar a criança a abandonar o hábito. Ainda,                         
existem dispositivos que podem auxiliar no abandono da sucção digital. Eles podem ser                         
removíveis ou fixos. Os dispositivos removíveis são contraindicados pois dependem da                     
cooperação da criança. Os fixos, por vez, podem ser os mais indicados. Estudos                         
mostraram que as grades apresentam cerca de 85 a 90% de efetividade na eliminação do                             
 
hábito de sucção de dedos. Ainda, como aparelhos fixos tem-se o botão palatino tipo                           
Nance, o arco lingual superior (desenho quadri-hélice), arco lingual superior com um                       
grampo ou grade palatina fixa ou removível e quando se tem mordida aberta anterior em                             
associação com deglutição atípica, pode-se utilizar as pontas ativas ou “piquitos”                     
(MOYERS, 1991; TANAKA, et al, 2004). 
7.1.3 INTERPOSIÇÃO DA LÍNGUA 
Entende-se como interposição da língua a colocação da ponta da língua para a                         
frente entre os incisivos durante a deglutição, fonação (dificulta dicção de certos fonemas)                         
e repouso. Na deglutição, esta interposição não é considerada um hábito, trata-se de um                           
comportamento integrado e psicologicamente controlado. No entanto, esse padrão não                   
pode ser considerado normal, sendo comumente tido como uma etapa da maturação                       
fisiológica da deglutição, dita “deglutição Infantil”. Esta é caracterizada pela contração                     
ativa da musculatura dos lábios, pela ponta da língua levada anteriormente em contato                         
com o lábio inferior, para garantir um selamento anterior, e pela pouca atividade da                           
porção posterior da língua e da musculatura da faringe (PROFFIT, 2009). 
A interposição lingual pode ocorrer também nos casos de hipertrofia das                     
amígdalas, uma alteração postural da língua e da mandíbula para uma posição mais                         
anterior e inferior (MOYERS, 1991).  
A presença de sobressaliência (geralmente) e de mordida aberta anterior (quase                     
sempre) condiciona a criança ou o adulto a colocar a língua entre os dentes anteriores                             
(PROFFIT, 2007), neste caso, a interposição da língua comporta-se como resultado de                       
incisivos mal posicionados e é classificada como um fator secundário, na sua forma                         
primária a interposição determinaria o desenvolvimento da má oclusão (ALMEIDA et. al.                       
1998). 
7.1.4 DESMAME PRECOCE 
As forças musculares para a sucção, mastigação, deglutição, respiração e fonação,                     
quando adequadas promovem uma ação modeladora nos ossos do crânio. Em condições                       
inadequadas, essas forças musculares podem conduzir a uma alteração óssea indesejada,                     
com prejuízos anatômicos e funcionais (NEIVA, F.C.B. et al, 2003). Com o desmame                         
precoce, as crianças não suprem suas necessidades de sucção e com isso acabam                         
 
adquirindo hábitos deletérios não-nutritivos de sucção. Além dos benefícios já conhecidos                     
da amamentação, esta também, pelo uso da sucção, auxilia no favorecimento da                       
respiração nasal e diminui a probabilidade de hábitos de sucção que desregulam as                         
forças musculares faciais (NEIVA, F.C.B. et al, 2003). 
 
7.2 SUCÇÃO DO LÁBIO E ONICOFAGIA 
Majoritariamente, é o lábio inferior quem está envolvido na sucção sendo                     
constantemente mantido por baixo dos dentes supero-anteriores. O resultado é a                     
vestibuloversão desses dentes, frequentemente uma mordida aberta e, às vezes, a                     
linguoversão dos incisivos inferiores (MOYERS, 1991). 
Assim como a interposição lingual, a sucção do lábio pode atuar secundariamente                       
a uma alteração morfológica, sendo executada com o objetivo de permitir o selamento                         
labial durante a deglutição (ALMEIDA et. al. 1998). 
O hábito de morder unhas (onicofagia) é frequentemente mencionado como causa                     
de maloclusões, comum em crianças e adultos, associado à ansiedade, estresse, solidão,                       
transferência de um hábito (como a sucção de polegar) para outro (como o roer unhas)                             
entre outros (MOYERS, 1991). 
A onicofagia pode acarretar, segundo a literatura, a intrusão de elementos dentais,                       
principalmente de incisivos superiores, e contribuir com o avanço de doenças                     
periodontais. Há também alterações oclusais, embora não haver associação                 
estatisticamente significante entre a onicofagia e as más oclusões. Há ainda estudos                       
afirmando associação entre tratamento ortodôntico e onicofagia, resultando em                 
acentuação da reabsorção radicular, atingindo a raiz e acarretando a perda de elementos                         
dentais (VASCONCELOS et. al. 2012). 
 
7.3 HÁBITOS DE DEGLUTIÇÃO ANORMAL 
A deglutição é uma atividade neuromuscular complexa em que estão envolvidos                     
músculos da respiração e do trato gastrointestinal com o objetivo de transporte do bolo                           
alimentar e também a limpeza do trato respiratório (MACIEL, C. T. V. et al., 2006). Assim,                               
para que a deglutição se proceda de maneira normal, faz-se necessário o equilíbrio entre                           
 
os músculos periorais, mastigatórios e a língua. Qualquer ruptura desse equilíbrio pode                       
dar origem a deglutições atípicas, as quais, por sua vez, poderão atuar como fatores                           
etiológicos de má oclusão, visto que o osso é um tecido extremamente plástico, com                           
capacidade de se moldar às pressões musculares (FERNANDES, L. F. T. et al., 2010).  
 
O reconhecimento e o diagnóstico precoce do hábito de deglutição atípica,                     
seguidos pela aplicação de procedimentos e métodos terapêuticos, possibilitam                 
resultados mais eficazes e estáveis na correção do hábito, evitando os efeitos resultantes,                         
como desarmonias entre as bases ósseas, aprofundamento do palato, supraerupção dos                     
dentes posteriores, vestibuloversão dos dentes anteriores, mordida cruzada e mordida                   
aberta (FERNANDES, L. F. T. et al., 2010). Assim, as possíveis causas da deglutição                           
atípica são amígdalashipertrofiadas, anquiloglossia/macroglossia, bico de mamadeira,               
rugosidade palatina grossa, hábito de sucção, padrão neurológico determinado, perda                   
dentária e pressão atípica do lábio.  
 
Para o reconhecimento das possíveis consequências do hábito de deglutição                   
atípica, um dos instrumentos auxiliares é a análise da telerradiografia lateral, que permite                         
a quantificação das relações faciais e dentárias e, portanto, determina mais acuradamente                       
as alterações da morfologia facial e dentária dos pacientes (FERNANDES, L. F. T. et al.,                             
2010). A associação entre ortodontistas e fonoaudiólogos é de suma importância, visto                       
que a função dos aparelhos ortodônticos ou ortopédicos limita-se a alterar a disposição                         
dos arcos dentários, enquanto a terapia fonoaudiológica irá trabalhar a reabilitação                     
miofuncional orofacial, que visa a modificação das funções orofaciais alteradas (NAKAO,                     
T. H. et al., 2016).  
 
7.4 DEFEITOS DE FONAÇÃO 
Para uma adequada produção da fala, é importante que o sistema estomatognático                       
esteja anatômica e funcionalmente equilibrado. São muitos os fatores que interferem na                       
produção dos sons da fala, sendo os problemas de dentição e oclusão, as alterações                           
orofaciais e a respiração oral, alguns dos mais apontados como possíveis causas de risco                           
de interferência (MARTINELLI, R. L., 2011). 
 
As alterações de oclusão podem advir de várias causas, sendo a respiração oral                         
uma delas. Nos respiradores orais a língua tende a permanecer mais baixa na cavidade                           
oral, podendo ocasionar mudanças nos tecidos musculares e alterar as funções do                       
sistema estomatognático, incluindo a produção da fala (MARTINELLI, R. L., 2011). 
 
7.5 ANOMALIAS RESPIRATÓRIAS 
7.5.1 RESPIRAÇÃO BUCAL 
Na normalidade fisiológica, a respiração deve ser realizada predominantemente via                   
nasal, para que o ar inspirado chegue aos pulmões umedecido, aquecido e filtrado                         
(ALMEIDA, R. R. et al, 2000). No entanto, na presença de uma obstrução da via aérea,                               
como nos casos de rinite alérgica e hipertrofia adenotonsilar, o paciente é forçado a                           
respirar por uma via alternativa, a cavidade bucal (GRIPPAUDO, C. et al, 2016).  
 
Crianças com respiração bucal possuem características faciais típicas: face longa,                   
olheiras, narinas estreitas, deformação transversal da maxila, palato arqueado, sorriso                   
gengival associado a uma maloclusão de classe II ou, algumas vezes, classe III, com uma                             
alta prevalência de mordida cruzada posterior e mordida aberta anterior (GRIPPAUDO, C.                       
et al, 2016).  
 
A associação entre respiração nasal insuficiente e morfologia dentofacial tem sido                     
estudada extensivamente e muitos autores acreditam que o padrão de crescimento                     
craniofacial pode ser afetado pela função muscular desequilibrada típica de uma                     
respiração bucal (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). Esse desequilíbrio das pressões                     
musculares, por sua vez, podem afetar o crescimento de ambos os maxilares e o                           
posicionamento dos dentes (PROFFIT, W. R. et al., 2012). 
 
A respiração bucal devido à obstrução das vias aéreas leva a alterações posturais,                         
como incompetência labial, posição baixa da língua no assoalho da boca e aumento da                           
altura facial vertical pela rotação da mandíbula. Crianças que respiram pela boca e que                           
rotacionam a mandíbula no sentido posterior e inferior desenvolvem maloclusão de                     
classe II e um perfil de classe II esquelética com um overjet aumentado. De fato, os                               
 
músculos que deprimem a mandíbula para abrir a boca exerce uma pressão para trás que                             
desloca a mandíbula distalmente e retarda seu crescimento (GRIPPAUDO, C. et al, 2016).  
 
Além disso, os músculos bucinadores ficam tensos ao abrir a boca e tendem a                           
exercer pressão lingual nos pré-molares e molares que não recebem suporte suficiente                       
da língua, de modo que o palato e a arcada superior tornam-se bastante estreitos. A                             
função labial, por sua vez, encontra-se anormal, o lábio inferior é grande e bulboso e o                               
lábio superior é curto e sem função (GRIPPAUDO, C. et al, 2016).  
7.5.2 ANOMALIAS DO SEPTO 
A obstrução nasal é um sintoma comum presente em 25% da população em geral.                           
Algumas causas dessa obstrução são os desvios de septo nasal, hipertrofia dos cornetos                         
médios e inferiores e hipertrofia adenotonsilar (RODRIGUES, M. M. et al, 2012). Uma                         
respiração nasal inadequada é responsável pelo hábito de respiração bucal, que tem sido                         
descrito como uma possível causa para a maloclusão e desarmonias no desenvolvimento                       
do esqueleto facial observado em crianças em crescimento (D’ASCANIO, L. et al, 2010).  
 
Em um estudo realizado por D’ASCANIO, L. et al. (2010), foi observado que                         
crianças com respiração oral obrigatória secundária a desvios de septo nasal apresentam                       
um aumento da altura facial anterior, um ângulo goníaco maior e uma posição                         
retrognática significante da maxila e da mandíbula em comparação aos respiradores                     
nasais da mesma idade. Além disso, a maioria dos pacientes que apresentavam                       
respiração bucal apresentou má oclusão esquelética de classe II. Esse estudo também                       
mostra uma associação entre respiração e relações dentárias: a altura palatina e                       
sobressaliência foram significativamente maior nos respiradores bucais, enquanto a                 
largura foi significativamente mais estreita no grupo de respiração bucal comparado com                       
o grupo controle. A mordida cruzada foi estatisticamente mais frequente em respiradores                       
bucais em relação aos respiradores nasais.  
 
Dois componentes da respiração oral crônica parece influenciar o desenvolvimento                   
facial: primeiro, a ausência permanente de fluxo de ar nasal em si pode afetar o                             
crescimento do esqueleto maxilofacial, como mostra SCHLENKER et al. Em segundo                     
lugar, a respiração bucal leva a uma nova postura para compensar a diminuição do fluxo                             
aéreo nasal e permitir a respiração. As alterações posturais incluem uma posição mais                         
 
baixa da mandíbula e uma posição anterior e inferior da língua, geralmente associada a                           
redução da tonicidade do músculo orofacial.  
 
7.6 INFLAMAÇÃO DA TONSILA FARÍNGEA, PALATINA E RINITE ALÉRGICA 
Crianças que sofrem com inflamação da tonsila faríngea e das tonsilas palatinas,                       
assim como rinite alérgica também podem ter alterações nas forças musculares e                       
consequentemente, resultar em maloclusões. Inflamação na tonsila faríngea faz com que                     
a língua saia de sua posição de repouso tocando no palato e abaixe. Da mesma forma,                               
inflamação na tonsila palatina faz com que a língua fique protruída (GÓIS, E.G.O., 2010) 
Essascaracterísticas descritas propiciam uma respiração bucal pelo paciente. Dessa                   
forma, há a tendência que os dentes anteriores fiquem vestibularizados, a mandíbula                       
atresie e o palato se torne ogival, caracterizando um clássico caso de mordida aberta                           
anterior (GÓIS, E.G.O., 2010). 
 
7.7 BRUXISMO 
É uma desordem do sistema mastigatório que se caracteriza pelo ranger ou                       
apertamento dos dentes, de forma automática e inconsciente, durante o dia ou à noite.                           
Algumas das consequências são desgaste dentário, alteração da mordida, hipertrofia dos                     
músculos da mastigação, fratura de restaurações e disfunções temporomandibulares.                 
Todas essas consequências podem ser relacionadas à propensão ao desenvolvimento de                     
maloclusões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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Inflamação da tonsila faríngea, palatina e rinite alérgica 
GÓIS, E.G.O. ​Estudo longitudinal do desenvolvimento da oclusão entre as fases de                       
dentição decídua e mista e a influência dos hábitos bucais deletérios e da adenóide                           
hipertrófica​. 2010. 85f. Tese (Doutorado em odontologia) - Universidade Federal de                     
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Bruxismo 
RODRIGUEZ-MONTERO, M.P. ​Associação da má-oclusão e bruxismo com a qualidade                   
de vida de adolescentes​. 2014. 95f. Tese (Mestrado em Ciências Odontológicas) -                       
Universidade de São Paulo, 2014.

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