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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE CLÍNICA ODONTOLÓGICA DISCIPLINA DE ORTODONTIA I ABRAÃO SCHAEFFER AMY BRIAN COSTA E SILVA ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS ARTHUR SEGATTO LUBIANA BRUNA CAROLINA GONÇALVES DE OLIVEIRA BRUNA CASTELARI BISSOLI ESTER VICTORINO COSER FERNANDO POLEZEL SCARDUA ISABELA SILVEIRA TRANNIN LIZ KAROLYNA BRAZ BRESSANINI LORRAYNE CESARIO MARIA MANUELLA SOUSSA BRAGA MATHEUS JORDÃO MACHADO TIEMI FUNABASHI ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES: FATORES GERAIS VITÓRIA - ES 2020 ABRAÃO SCHAEFFER AMY BRIAN COSTA E SILVA ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS ARTHUR SEGATTO LUBIANA BRUNA CAROLINA GONÇALVES DE OLIVEIRA BRUNA CASTELARI BISSOLI ESTER VICTORINO COSER FERNANDO POLEZEL SCARDUA ISABELA SILVEIRA TRANNIN LIZ KAROLYNA BRAZ BRESSANINI LORRAYNE CESARIO MARIA MANUELLA SOUSSA BRAGA MATHEUS JORDÃO MACHADO TIEMI FUNABASHI ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES: FATORES GERAIS Trabalho apresentado à disciplina de Ortodontia I do curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito para avaliação teórica. VITÓRIA - ES 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO: FATORES ETIOLÓGICOS GERAIS DAS MALOCLUSÕES 2 FATORES HEREDITÁRIOS 3 FATORES CONGÊNITOS 3.1 FISSURA LABIOPALATINA 3.2 DISOSTOSE CLEIDOCRANIANA 3.3 SÍFILIS CONGÊNITA 3.4 TORCICOLO MUSCULAR CONGÊNITO 3.5 PARALISIA CEREBRAL 3.6 DISPLASIA ECTODÉRMICA 3.7 SÍNDROME DE BLOCHSULZBERGER 3.8 SÍNDROME DE RIEGER 4 FATORES AMBIENTAIS 4.1 FATORES AMBIENTAIS PRÉ-NATAIS 4.1.1 CONFORMAÇÃO INTRAUTERINA 4.1.2 DIETA MATERNA 4.1.3 MICROCEFALIA: ZIKA VÍRUS E RUBÉOLA 4.2 FATORES AMBIENTAIS PÓS-NATAIS 4.2.1 TRAUMAS DO NASCIMENTO E INJÚRIAS NA ATM 4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS 5 FATORES METABÓLICOS 6 FATORES NUTRICIONAIS 7 HÁBITOS ANORMAIS 7.1 HÁBITOS ANORMAIS DE SUCÇÃO 7.1.1 AMAMENTAÇÃO vs MAMADEIRA 7.1.2 SUCÇÃO DO POLEGAR E OUTROS DEDOS 7.1.3 INTERPOSIÇÃO E SUCÇÃO DA LÍNGUA 7.1.4 DESMAME PRECOCE 7.2 MORDER LÁBIOS E UNHAS 7.3 HÁBITOS DE DEGLUTIÇÃO ANORMAL 7.4 DEFEITOS DE FONAÇÃO 7.5 ANOMALIAS RESPIRATÓRIAS 7.5.1 RESPIRAÇÃO BUCAL 7.5.2 ANOMALIAS DO SEPTO 7.6 INFLAMAÇÃO DAS TONSILAS FARÍNGEA, PALATINA E RINITE ALÉRGICA 7.7 BRUXISMO 1 INTRODUÇÃO: FATORES ETIOLÓGICOS GERAIS DAS MALOCLUSÕES Durante o crescimento, toda a região orofacial é altamente adaptável a quaisquer fatores etiológicos inoportunos. Isso acontece, pois o organismo, no seu esforço de manter a função homeostática, presta pouca atenção à classificação de Angle, ao ideal sela-násio, ao ponto cefalométrico “A” ou aos conceitos pré-estabelecidos como “normais”. Dessa forma, define-se maloclusão como uma variação clínica significativa do crescimento normal, resultante da interação de vários fatores durante o desenvolvimento (MOYERS, R. E., 1979). Sabe-se, assim, que toda má oclusão apresenta uma origem multifatorial e não uma única causa específica. Uma interação de vários fatores pode influenciar o crescimento e desenvolvimento dos maxilares suscitando em más oclusões (ALMEIDA, R. R. et al, 2000). A abordagem da etiologia das maloclusões geralmente classifica todas as causas em fatores gerais e locais, como foi proposto por GRABER em 1966. De acordo com essa classificação, fatores gerais são aqueles que afetam o metabolismo geral, com direta influência no desenvolvimento dos maxilares, dentes e demais tecidos que formam a cavidade bucal. Esses fatores podem ser subdivididos em mais seis outros fatores: hereditários, congênitos, ambientais, metabólicos, nutricionais e hábitos anormais. Já os fatores locais são aqueles que afetam diretamente os elementos dentários e os tecidos adjacentes. 2 FATORES HEREDITÁRIOS O padrão de crescimento e desenvolvimento apresenta-se fortemente influenciado pelos fatores hereditários (FERREIRA. F.V., 2002). Acredita-se que a má oclusão causada por fatores hereditários ocorra de duas maneiras: uma delas apresenta-se como uma desproporção entre o tamanho dos dentes e o tamanho de suas respectivas bases ósseas, produzindo apinhamento ou diastemas e, a outra, apresenta-se como uma desproporção de tamanho ou forma entre a maxila e a mandíbula, podendo causar uma relação oclusal inadequada (PROFFIT, W. R; FIELDS JN., H. W., 2007). Dentro da hereditariedade, ainda pode-se considerar a influência racial hereditária, o tipo facial hereditário e a influência hereditária no padrão de crescimento e desenvolvimento. Para o primeiro deles, acredita-se que a miscigenação aumentou, significativamente, a frequência das discrepâncias no tamanho dos maxilares e dos transtornos oclusais, visto que, em populações mais primitivas, as má oclusões eram menos frequentes (FERREIRA, F. V., 2002; PROFFIT, W. R; FIELDS JN., H. W., 2007). Outro fator hereditário associado às maloclusões são os tipos faciais que estão intimamente relacionados à forma e tamanho dos arcos dentais. Os tipos faciais se agrupam em: braquiocefálico (face larga e redonda), dolicocefálico (face longa) e mesocefálico (face intermediária)(FERREIRA. F.V., 2002). Além disso, determinados padrões de crescimento e desenvolvimento encontram-se mais frequentes quando há uma incidência na família com tal condição, sendo provável a presença de um componente hereditário (GRABER, T. M., 1997). 3 FATORES CONGÊNITOS 3.1 FISSURA LABIOPALATINA A fissura labiopalatina é a deformidade facial mais comum. É decorrente da falha na fusão dos processos faciais embrionários (LIMA et al., 2019). Possui etiologia multifatorial, sendo a relação de fatores genéticos e ambientais (tabagismo, anticonvulsivantes, uso de drogas, uso de esteroides, retinóides, diabetes e deficiências nutricionais) fundamentais para seu desenvolvimento (TAIB et al., 2015). A classificação de Spina et al. (1972) é a mais usada, nela se utiliza o forame incisivo como referência, separando as fissuras labiopalatinas em quatro tipos diferentes: fissura pré-forame incisivo; fissura pós-forame incisivo, que são as fendas palatinas; fissura transforame incisivo, que acometem lábio, processo alveolar e palato; fissuras raras da face, que podem envolver lábios, nariz, olho e mandíbula. De acordo com o grau de comprometimento, podem ser divididas em completas e incompletas e de acordo com o lado acometido, em uni ou bilaterais (ANTUNES et al., 2014). Essa malformação pode gerar alterações como o atraso no desenvolvimento dentário decorrente da alteração morfológica óssea. Anomalias dentárias de número, tamanho e posição dos dentes também são encontradas, sendo a agenesia do incisivo lateral superior a mais comum, em seguida a presença de supranumerários.Há também uma elevada prevalência de microdontia (sobretudo no incisivo lateral superior do lado afetado), erupções ectópicas e até mesmo hipoplasia de esmalte que mais comumente na dentição decídua. (PEDRO et at., 2010) Maloclusões são frequentes nesses casos e os procedimentos cirúrgicos primários (labiorrinoplastia e palatoplastia) realizados em crianças resultam em faces retrognáticas e maxilas atrésicas por inferirem no crescimento da maxila. Mordidas cruzadas posteriores, e retrusão da maxila associada à mordida cruzada anterior e lateral comumente são encontrados nesses pacientes (SANTOS et al., 2017). O tratamento das fissuras labiopalatinas exigem uma equipe multidisciplinar, envolvendo otorrinolaringologia, pediatria, psicologia, genética, cirurgias plásticas, além de cirurgiões dentistas gerais e especialistas em cirurgia bucomaxilofacial, prótese, implantodontia, odontopediatria e ortodontia. (CAMPBELL et al., 2010). 3.2 DISOSTOSE CLEIDOCRANIANA A Disostose Cleidocraniana (DCC) é uma rara displasia esquelética congênita. Clinicamente é caracterizada por anomalias do crânio, dentes, maxilares e cintura escapular, bem como parada ocasional do crescimento dos ossos longos. Dentre as características craniofaciais descritas na literatura, encontram-se proeminência frontal e parietal, atraso no fechamento da fontanela anterior, seios paranasais subdesenvolvidos e estreitos, nariz largo com ponte nasal deprimida, hipertelorismo ocular e cabeça braquicéfala. Uma das principais características esqueléticas é a aplasia ou hipoplasia clavicular, com a ausência uni ou bilateral, em aproximadamente 10% dos casos. (BUTTERWORTH, 1999; JÚNIOR et al., 2007) Quanto às alterações de interesse odontológico é importante mencionar que esses pacientes apresentam um palato estreito e profundo. A maxila pode ser pouco desenvolvida causando prognatismo mandibular. Também são encontrados com frequência dentes supranumerários, impactados e ectópicos, apresentando anomalias de coroa e raiz. A erupção dentária é retardada e pode ser observada ausência de reabsorção radicular nos dentes decíduos. (ALVES et al., 2008) A proposta terapêutica para um portador da displasia cleidocraniana tem se direcionado para o tratamento cirúrgico em conjunto com a ortodontia. Com essa abordagem os dentes decíduos e supranumerários são extraídos e é realizado o tracionamento dos permanentes. O diagnóstico precoce é importante para que o tratamento seja eficaz, de modo que as forças ortodônticas possam ser aplicadas no momento biologicamente apropriado. (BUTTERWORTH, 1999) Outros tratamentos envolvem a cirurgia ortognática, para corrigir a hipoplasia maxilar. A implantodontia surgiu recentemente como outra opção terapêutica na reabilitação oral desses pacientes. (ALVES et al., 2008) 3.3 SÍFILIS CONGÊNITA A sífilis é uma doença infecciosa bacteriana que tem como agente etiológico a espiroqueta Treponema pallidum. Quando é transmitida por contato sexual, através do contato direto com a mucosa, sangue ou saliva de pacientes infectados, é classificada em sífilis adquirida, e quando transmitida pela mãe infectada para o feto, é classificada como sífilis congênita. A sífilis congênita é dividida em duas fases: - recente, até dois anos de vida; - tardia, após dois anos. (Kalinin et al., 2015) A sífilis congênita tardia é de grande importância para a Odontologia, por apresentar sinais de interesse para o dentista. As manifestações desta doença envolvem especialmente a tríade de Hutchinson, identificada por ceratite intersticial, surdez e dentes de Hutchinson. A borda incisal nesses dentes comumente exibe uma lesão hipoplásica podendo também apresentar reentrância em forma de meia lua. Os pacientes podem apresentar também incisivos que possuem forma de barril ou de chave de fenda. Nos molares a anatomia oclusal pode ser anormal, havendo projeções globulares ao invés de cúspides bem formadas, essas projeções lembram a superfície de uma amora, por isso o nome, molares em forma de amora. A sífilis congênita tardia pode ainda apresentar outras características, como a bossa frontal ou fronte olímpica, atresia da maxila, palato ogival e nariz em cela. (Kalinin et al., 2015; Neville, et al., 2009; Waterloo et al., 2004) Segundo Waterloo et al. (2004) e Pessoa, L. e Galvão, V. (2011), as alterações na anatomia dentária causadas pela sífilis congênita são somente de importância estética e por esse motivo os pacientes foram encaminhados para o tratamento restaurador. 3.4 TORCICOLO MUSCULAR CONGÊNITO O termo “torcicolo” foi definido por Tubby, em 1912, como uma deformidade, congênita ou adquirida, caracterizada pela inclinação da cabeça em direção ao ombro, associada à torção do pescoço e desvio da face (AVANZI, O. et al, 2009). O torcicolo muscular congênito (TMC) é uma anomalia musculoesquelética, de etiologia incerta, comum em crianças, definido como uma contratura unilateral do músculo esternocleidomastóideo (ECM). Normalmente, manifesta-se no período neonatal, tendo como principal característica o espessamento e encurtamento do músculo ECM, que leva à inclinação e à rotação limitada da cabeça (LEE, S. et al., 2011). Como consequência do TMC, ocorrem assimetrias faciais decorrentes de alterações no desenvolvimento mandibular. Observa-se também o acentuado desvio da linha média dental e o tratamento deve ser feito o mais precoce possível para evitar que a má oclusão se torne incorrigível (FERREIRA, F. V., 2008). Quanto ao tratamento, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (2011), a maioria dos pacientes realizam técnicas de fisioterapia, sendo que a cirurgia pode se tornar uma opção em alguns casos. A abordagem cirúrgica é recomendada aos pacientes com maior faixa etária e músculo tenso com banda de constrição, para aqueles que apresentam inclinação persistente da cabeça, com déficit de rotação e inclinação lateral passiva maior que 15º e ainda pacientes que não apresentarem qualquer melhora nos últimos seis meses de tratamento de manipulação fisioterápica (AVANZI, O. et al, 2009). Segundo AVANZI, O. (2009), a idade de intervenção é extremamente relevante, visto que são observados melhores resultados estéticos em procedimentos cirúrgicos realizados antes dos 12 anos de idade, evitando sequelas como deformidade facial ou dos ossos do crânio. 3.5 PARALISIA CEREBRAL A paralisia cerebral(PC) compreende a um grupo de desordens do movimento e postura que ocorrem durante o desenvolvimento fetal e/ou no cérebro infantil imaturo. Além desses aspectos motores, essas desordens são acompanhadas por distúrbios de percepção sensorial, cognição, comunicação, percepção, comportamento e/ou desordem convulsiva (ARRUDA, M., 2011). ARRUDA, M. (2011) aborda ainda que nenhuma anomalia intraoral é exclusiva de portadores de PC, contudo algumas condições são mais comuns ou mais severas nestes pacientes do que na população em geral. Sendo algumas delas, a doença periodontal e a cárie provocadas por uma deficiência na higiene oral e o bruxismo. Além disso, encontra-se com grande frequência, nesses pacientes, a presença de maloclusões, que podem ter como causa primária a relação desarmônica entre músculos intraorais e periorais. As características mais observadas são a protrusão dos dentes anterossuperiores, sobremordida (overbite) e transpasse horizontal (overjet) exagerado, mordida aberta e mordidas cruzadas unilaterais (SANTOS, A.; COUTO, G., 2008). 3.6 DISPLASIA ECTODÉRMICA As displasias ectodérmicas são um grande grupo de cerca de 170 síndromes de características que afetam as estruturas de origem ectodérmica, incluindo dentes, pele, glândulas sudoríparas e o cabelo (PRIOLO, 2001 apud AMBOUBA). A forma mais comum de displasia ectodérmica é a hipoidrótica, anteriormente referida como Síndrome de Touraine, sendo esta herdada como uma condição ligada ao X. A displasia hipoidrótica é causada por mutações no gene que codifica a proteína ectodisplasina, uma unidade de sinalização crítica envolvida na interação entre a ectoderme e a mesoderme para a produção de várias estruturas que surgem a partir da ectoderme, tais como a pele, o suor, unhas, cabelo e dentes (KERE et al., 1996 apud SARMENTO). É classicamente identificado por três características: hipodontia, hipoidrose e hipotricose. A hipodontia é representada por uma vasta gama de anomalias, incluindo a falta de dentes permanentes e/ou dentes decíduos, morfologia anormal da coroa e de tamanho. A hipoidrose é caracterizada pela capacidade reduzida de transpiração e/ou uma contagem de suor reduzida. É uma característica importante que pode resultar em episódios de hipertermia que, por sua vez, contribuem para a morbidade dos indivíduos afetados. Já a hipotricose envolve anormalidades do cabelo, incluindo escassez de pelos no corpo e na cabeça, espessura reduzida e padrões irregulares (WHIGHT, et al., 2017 apud AMBOUBA). Além disso, WHIGHT, et al. (2017 apud AMBOUBA) relataram características secundárias associadas que incluem: pele seca e frágil de aparência (o eczema, por exemplo), hiperpigmentação periorbital, olhos secos, salivação reduzida e infecções respiratórias recorrentes. As principais características intrabucais e faciais encontradas na displasia ectodérmica são: ausência total (agenesia) ou parcial (oligodontia) dos dentes, dimensão vertical reduzida, terço inferior da face reduzido, ausência de osso alveolar, maxilares pouco desenvolvidos e lábios protuberantes (ALMEIDA, R. R. et al., 2000). 3.7 SÍNDROME DE BLOCHSULZBERGER Trata- se de uma doença envolvendo pele e anexos, de provável origem genética de caráter dominante relacionada ao cromossomo X, ou seja, acometendo apenas o sexo feminino, na infância (ALMEIDA et al., 2000). Tal síndrome causa alterações no desenvolvimento dos tecidos ectodérmicos e mesodérmicos, podendo ocorrer manifestações neurológicas, na pele, nos olhos, dentes e unha; Os primeiros sinais são cutâneos ao nascimento ou nas primeiras semanas provocando alterações na dentição decídua e permanente (REGIS; FILHO, 2019). As características dentárias mais frequentes são dentes cônicos e dentes malformados, agenesia dentária e atraso na erupção dentária; Outras anomalias observadas são fissura labial, palatal, dentes supranumerários e freio labial baixo (DIFFINI; MARIA, 2014). O tratamento de crianças com vários dentes congenitamente ausentes é desafiador, especialmente combinado com a maloclusão. O plano de tratamento para o paciente com dentes perdidos deve ser baseado em uma avaliação abrangente da idade do paciente, função oclusal e mastigatória, requisitos para remodelação dentária e alinhamento dentário, e a possível necessidade de consideração estética. O planejamento final do tratamento definitivo deve ser estabelecido após o estirão de crescimento para se ter um melhor prognóstico e resultado estético com mínima preparação da estrutura dentária. É necessária uma abordagem multidisciplinar diante dos diferentes sistemas comprometidos em tal doença, podendo ser incluído o acompanhamento dos seguintes profissionais: odontopediatra, ortodontista, dermatologista, oftalmologista, neurologista, psicólogo infantil e geneticista. 3.8 SÍNDROME DE RIEGER A síndrome de Rieger, também conhecida como síndrome de Axenfeld-Rieger (ARS), é uma condição caracterizada por anomalias oculares, dentárias, craniofaciais, periumbilicais e sistêmicas (SKOGEDAL, N., 2007 apud PIRIH et al.). Acredita-se que esta síndrome origina-se de um defeito do tecido ectodérmico causada por distúrbios de desenvolvimento do tecido da crista neural (ALKEMADE, P. P. H apud PIRIH et al.). Segundo OZEKI, H. et al (apud PIRIH et al.), as anormalidades dentárias incluem hipodontia das dentições decídua e/ou permanente, principalmente nos incisivos superiores, caninos e segundos pré-molares. Outros defeitos dentários podem incluir dentes em forma de cavilha ou cônica, microdontia, taurodontia, hipoplasia do esmalte, raízes dentárias encurtadas e inserção gengival reduzida. Além disso, anomalias faciais relacionadas com a síndrome de Rieger incluem hipoplasia maxilar com uma mandíbula prognata e um perfil côncavo, lábio inferior protrusivo e lábio superior recessivo, ponte nasal ampla, hipertelorismo e telecanto (FITCH, N. et al. apud PIRIH et al.). 4 FATORES AMBIENTAIS 4.1 FATORES AMBIENTAIS PRÉ-NATAIS 4.1.1 CONFORMAÇÃO INTRAUTERINA A pressão contra a face em desenvolvimento intrauterino pode provocar distorções nas áreas de crescimento rápido. Em algumas ocasiões, o braço é pressionado contra a face no interior do útero, resultando em uma deficiência maxilar severa ao nascimento (PROFFIT et al., 2007). A diminuição do líquido amniótico permite que o feto flexione a cabeça contra o tórax no útero, impedindoque a mandíbula cresça. Essa situação poderá permitir o desenvolvimento de uma mandíbula pequena ao nascimento, acompanhada de palato fissurado provocado pela restrição do deslocamento da mandíbula, que força a língua para cima, impedindo o fechamento normal do processos palatinos (GRABER, T.M. et al, 1997; PROFFIT, W.R. et al, 2008). Esta deficiência mandibular extrema ao nascimento é chamada de sequência de Pierre Robin (PROFFIT et al., 2007). Deslocamentos e estreitamentos intrauterinos (posição final de bacia) que afetam os movimentos e a percepção, podem acarretar danos neurológicos, e consequentemente, também deformações com perdas funcionais na região da mandíbula e da face (TREUENFELS, H.V. 1998). A pressão contra a face em desenvolvimento intrauterino pode provocar distorções nas áreas de crescimento rápido. O volume reduzido da cavidade oral pode levar a uma dificuldade respiratória ao nascimento (PROFFIT et al., 2007). 4.1.2 DIETA MATERNA A gravidez provoca modificações fisiológicas no organismo materno, que geram necessidade aumentada de nutrientes essenciais. Seja em termos de micro ou macronutrientes, o inadequado aporte energético da gestante pode levar a uma competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal (MELO et al., 2007). A dieta, no primeiro trimestre da gestação, é muito importante para o desenvolvimento e diferenciação dos diversos órgãos fetais. Já nos trimestres subsequentes, a dieta está mais envolvida com a otimização do crescimento e do desenvolvimento cerebral do feto (DREHMER, 2008). Portanto, para evitar desfechos gestacionais desfavoráveis relacionados à dieta materna deve-se garantir a presença desses elementos na dieta da gestante, em especial o cálcio, ferro, ácido fólico, zinco e as vitaminas A, C e D. A vitamina A é essencial para diversos processos metabólicos, como a diferenciação celular, o ciclo visual, o crescimento, a reprodução e para os sistemas antioxidante e imunológico (BRASIL, 2005). A deficiência de vitamina D já foi associada a distúrbios da homeostase óssea na criança, redução da mineralização óssea e aumento no risco de fraturas (IOM, 1998). O zinco é necessário à reprodução, diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade. A deficiência deste mineral na gestação está relacionada com aborto espontâneo, retardo do crescimento intrauterino, prematuridade, pré-eclâmpsia, entre outros (TRUMBO et al., 2001). A vitamina B9 é o nutriente mais utilizado pelas grávidas e indicado pelos médicos, devido sua ingestão prevenir defeitos na formação do tubo neural do feto, estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal; o Magnésio favorece a formação e o crescimento dos tecidos do corpo, a Vitamina B6 é importante para o crescimento e o ganho de peso do feto; e o Cálcio e o Fósforo participam da formação dos brotos dentários e do esqueleto fetal (FREITAS et al., 2010). Durante a gestação, o período que requer maior demanda de ferro é no último trimestre da gestação em virtude do aumento das necessidades de oxigênio do binômio mãe/bebê. A carência de ferro durante a gestação pode levar à anemia, que aumenta o risco de parto prematuro e morte perinatal. Pode haver também consequências para toda a vida do bebê, como a diminuição da capacidade cognitiva, de aprendizagem e de concentração. (TRUMBO et al., 2001) O ácido fólico tem papel fundamental no processo de multiplicação celular, sendo, portanto imprescindível durante a gravidez, sua deficiência pode ocasionar alterações na síntese de DNA e alterações cromossômicas, como defeitos do tubo neural e espinha bífida (MEZZOMO et al., 2007). Sabe-se que parte do cálcio transferido para o feto armazena-se no esqueleto materno. Sendo assim, durante o período de desenvolvimento dentário, o cálcio atravessa a barreira placentária depositando-se sob a forma de uma matriz tecidual de esmalte e dentina. Caso exista alguma disfunção metabólica materna ou mesmo uma deficiência nutricional, esta poderá provocar distúrbios na formação dentária (MCDONALD, R.E et al, 2001; MERCADANTE, M.M.N. 2002). Desde os anos 70, alguns estudos têm sugerido associação entre o consumo materno de cafeína e desfechos fetais, tais como: redução do crescimento fetal, prematuridade, restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e malformações, levando à recomendação para a diminuição do consumo de cafeína no período gestacional (PACHECO et al., 2007). Portanto, a literatura é consensual ao reconhecer que o estado nutricional materno é indicador de saúde e qualidade de vida tanto para a mulher quanto para o crescimento do seu filho, sobretudo no peso ao nascer, uma vez que a única fonte de nutrientes do concepto é constituída pelas reservas nutricionais e ingestão alimentar materna (MELO et al., 2007). 4.1.3 MICROCEFALIA: ZIKA VÍRUS E RUBÉOLA É considerado microcefalia quando um recém nascido possui o perímetro cefálico abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e sexo. A microcefalia é muito associada à deficiência intelectual e alterações neurológicas (MARINHO J.V.M., et al., 2020; SOUZA A.S.R., et al., 2016). Recentemente tem-se indicado a forte associação de microcefalia e outras anomalias fetais cerebrais a infecção pelo Zika virus (ZIKV) durante a gestação. Dentre as causas externas de microcefalia, as mais comuns, além do zika vírus são: alterações vasculares, desordens sistêmicas e metabólicas, exposição a drogas durante a gravidez (álcool e produtos químicos), desnutrição grave na gestação, e as infecções maternas de transmissão no período pré-natal e perinatal como as clássicas infecções por rubéola, toxoplasmose (MARINHO J.V.M., et al., 2020; SOUZA A.S.R., et al., 2016). Indivíduos com microcefalia possuem alterações craniofaciais como maloclusão, problemas periodontais, alterações no palato, obstrução das vias aéreas e diminuição das dimensões da maxila e mandíbula que podem levar a problemas como apinhamento dentário, desenvolvimento de macroglossia secundária, devido à diminuição do espaço para posicionamento da língua (MARINHO J.V.M., et al., 2020; SOUZA A.S.R., et al., 2016). 4.2 FATORES AMBIENTAIS PÓS-NATAIS 4.2.1 TRAUMAS DO NASCIMENTO E INJÚRIAS NA ATM Traumatismos na infância ou duranteo parto, principalmente pelo uso de fórceps obstétrico na cabeça para auxiliar o nascimento da criança, podem danificar a Articulação Temporomandibular (ATM), uni ou bilateralmente. Isso leva a uma hemorragia interna, perda do tecido cartilaginoso por fibrose, anquilose da articulação e então subdesenvolvimento da mandíbula e dos músculos da mastigação, levando a alterações como assimetrias faciais, micrognatia e limitação dos movimentos mandibulares (PROFFIT, W.R.; FIELDS, H.W.; SARVER, D.M., 2007; DEFABIANS, P., 2003). A hipoplasia da mandíbula também pode ser causada por má posição intrauterina ou traumatismo durante o parto (MOYERS, R. E., 1979) Vogelgesicht é o nome dado a inibição do crescimento da mandíbula devido a anquilose da ATM e além dos problemas funcionais, também traz distúrbios estéticos, nutricionais, psicológicos e sociais para os indivíduos que sofrem dessa condição (MOYERS, R. E., 1979; PEREIRA FILHO, E.N. et al, 2011). Apesar disso, crianças com deformidades mandibulares são muito mais propensos a terem uma síndrome congênita do que ter injúrias como essas durante o parto ou dentro do útero. (PROFFIT, W.R.; FIELDS, H.W.; SARVER, D.M., 2007). De qualquer forma esses casos devem ser cuidadosamente diagnosticados, tratados e monitorados para avaliar o desenvolvimento da face e oclusão (DEFABIANS, P., 2003). 4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS Doenças como a rubéola, catapora e sarampo também podem interferir no desenvolvimento dos dentes. A febre elevada, que é causada por estas infecções, altera os tecidos de origem ectodérmica, gerando sulcos no esmalte. Dessa forma, podem causar hipoplasia, aplasia parcial ou total do esmalte dos dentes decíduos e erupção tardia dos dentes (FERREIRA, 2008). A Poliomielite, também conhecida como Paralisia Infantil, é uma doença causada pelo vírus poliovírus que afeta o sistema nervoso causando distúrbios na função muscular, gerando sequelas (Ministério da Saúde, 2010), por exemplo, a maloclusão como um efeito secundário dessa paralisia muscular (FERREIRA, 2008). 5 FATORES METABÓLICOS Em geral, os distúrbios endócrinos podem causar hipoplasia dos dentes, distúrbios no fechamento das suturas, na erupção e na reabsorção dos dentes decíduos, além de retardar ou acelerar o crescimento facial (FERREIRA, 2008). Dentre as endocrinopatias, aquelas relacionadas às glândulas tireóide, paratireóide e hipófise são as principais que podem levar a má oclusão (FERREIRA, 2008). O hipotireoidismo é um dos distúrbios endócrinos mais comuns e está associado à redução patológica dos níveis hormonais de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), pela glândula tireóide. Como o sistema estomatognático está relacionado ao controle endócrino da glândula tireóide, distúrbios na secreção desses hormônios podem levar a alterações na cavidade oral, sendo elas mais frequentes na forma congênita da doença. Dentre as manifestações bucais, destacam-se as alterações na formação de dentina, hipoplasia do esmalte, macroglossia, mordida aberta, retardo na erupção dentária e no desenvolvimento radicular, taurodontia, hipoplasia condilar, atresia maxilar ou mandibular, hipodesenvolvimento da mandíbula e prognatismo maxilar (SANTOS, et al. 2012). O hipotireoidismo infantil, conhecido como cretinismo, é caracterizado por lábios grossos, macroglossia, má oclusão e retardo na erupção dos dentes (DUDHIA, 2014). 6 FATORES NUTRICIONAIS A mastigação apresenta papel fundamental no desenvolvimento e crescimento dento-facial, atuando tanto no estímulo de erupção dentária quanto no aumento das dimensões dos arcos osteodentários (BIANCHINI, 1995). Indivíduos que consomem alimentos mais fibrosos, aumentam a carga da função sobre os dentes, estimulando maior trabalho muscular. Além disso, esse tipo de dieta confere maior média de largura dos arcos dentais e desgaste intenso das faces oclusais dos dentes. Por outro lado, dietas altamente refinadas, líquidas e/ou pastosas, estimula de forma insuficiente a função dentária resultando em pouco desgaste oclusal e contração dos arcos dentais, desempenhando, dessa forma, papel importante na etiologia das maloclusões (ALMEIDA, el al, 2000; MOYERS, 1991). 7 HÁBITOS ANORMAIS 7.1 HÁBITOS ANORMAIS DE SUCÇÃO 7.1.1 AMAMENTAÇÃO vs MAMADEIRA O leite materno é uma fonte nutricional imprescindível ao desenvolvimento da criança durante a primeira infância, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Segundo Casagrande, et al., 2008, o aleitamento materno é um dos estímulos externos necessários à evolução da maturidade neural, adequação das funções orais no exercício da ordenha e no desenvolvimento craniofacial, haja vista que os músculos envolvidos no processo de sucção do bebê realizam tração sobre os ossos, favorecendo seu desgaste ou crescimento de forma harmônica, além de promover o tônus muscular adequado. O feto já mostra sinais reflexos de sucção ainda na vida intrauterina, sendo essa, uma ação neuromuscular. Assim, quando o bebê apresenta desvios no sistema nervoso central, distúrbios na sucção adequada e desnutrição podem ocorrer (BERVIAN; FONTANA; CAUS, 2008). Casagrande, et al., 2008 descreveu também diferentes aspectos que implicam nos benefícios da amamentação materna exclusiva, como a nutrição adequada e a ação calmante, em detrimento do uso de mamadeiras e copos. Quanto aos músculos, destacou-se a função dos mm. pterigoideo medial, pterigoideo lateral, masseter, temporal, digástrico, gênio-hioideo e milo-hioideo no movimento de ordenha, permitindo a abertura, protrusão, fechamento e retrusão adequados. Nesse movimento de ordenha, o ponto de sucção encontra-se na junção do palato duro com o palato mole, o que é necessário para o posicionamento adequado da língua, bem como sua tonicidade e postura corretas. Já no uso da mamadeira, o movimento de sucção levou à sobrecarga do músculo bucinador, e redução dos movimentos mandibulares, provocando estreitamento maxilar, aprofundamento do palato e cruzamento de mordida, além de posteriorização, flacidez, hipotonicidade lingual e hipofunção ou hiperfunção de acordo com o tipo de sucção realizada pelo lactente (GOMES, 2008). Em consequência do mau desenvolvimento das funções da língua, a criança não desenvolve os movimentos fisiológicos e promove uma formação inadequada do sistema estomatognático,apresentando chances significativas de ser um futuro respirador bucal (VINHA, 2002). Como o leite da mamadeira é obtido por pressão negativa, a falta dos movimentos de protrusão e retrusão na amamentação artificial, leva ao retrognatismo fisiológico, uma vez que a mandíbula não possui estímulo para o desenvolvimento. A sucção adequada, envolve lábios bem acoplados ao seio, impedindo a entrada de ar e favorecendo o posicionamento correto da língua, no qual o bebê controla a saída de leite, criando estímulos neurais que favoreçam o desenvolvimento ósseo-muscular orofacial. Foi descrito que os movimentos de rebaixamento, ântero-posteriorização e elevações concomitantes da mandíbula durante a sucção, modificam a posição maxilo-mandibular para uma posição mesio-cêntrica, favorecendo melhor acomodação da língua e dos germes dentários no osso alveolar. Assim também, se modificam o ângulo da mandíbula e as inserções musculares, com o intuito de subsidiar os movimentos mastigatórios futuros. A amamentação funciona também como exercício respiratório, sendo extremamente importante quando o bebê precisa sincronizar a atividade muscular com a respiratória, respirando apenas pelo nariz, atividade essa, responsável pelo desenvolvimento do terço médio da face (CASAGRANDE, 2008). Fator também determinante da amamentação é a função lingual. Descrito por Andrezzo em 2014, durante a sucção, a aréola é comprimida entre o rebordo gengival superior e a ponta da língua, cobrindo o rebordo gengival inferior e tornando necessário o exercício dos músculos da língua, criando pressão negativa no interior bucal do bebê. A língua eleva suas bordas laterais e ponta, formando uma concha onde o leite é depositado para ser deglutido. A deglutição ocorre em movimentos peristálticos da língua em direção à orofaringe e, concomitantemente com a atividade dos músculos da mastigação citados anteriormente, tornam possível os movimentos de levantamento e fechamento da mandíbula, favorecendo a ingestão do leite materno. Planas, em 1988, descreveu três fatores determinantes do crescimento e desenvolvimento facial durante a amamentação: 1 – respiração exclusiva pelo nariz, auxiliando no desenvolvimento do sistema respiratório, 2 – trabalho muscular que propicia o tônus muscular adequado dos músculos masseteres, pterigoideos e temporais durante os movimentos mandibulares de avanço, retração e mordida, 3 – movimentos de protrusão e retrusão mandibulares exercitam as partes superiores dos meniscos e posteriores da articulação têmporo-mandibular (ATM), favorecendo o crescimento póstero-anterior dos ramos mandibulares e modulam o ângulo mandibular, deixando a mandíbula em neutro-oclusão e favorável à erupção dos dentes decíduos. É ideal que a amamentação materna não seja interrompida: quando interrompida, provoca o infra-desenvolvimento da musculatura miofascial, podendo provocar distúrbios como mordida aberta anterior, respiração bucal, mordida cruzada, deglutição atípica, problemas afetivos mãe-lactente que levará à compensação por meio de uso de chupetas ou sucção digital, entre outros, proporcionando maiores distúrbios oclusais e músculo-faciais (CASAGRANDE, 2008). 7.1.2 SUCÇÃO DO POLEGAR E OUTROS DEDOS Os hábitos anormais podem interferir no padrão regular do crescimento facial e podem estar envolvidos na etiologia de maloclusões. De forma geral, esses hábitos estão associados ao crescimento ósseo retardado ou depurado, dificuldades fonéticas, dificuldades respiratórias, mal posicionamento dentário, perturbação no equilíbrio da musculatura facial e até mesmo problemas psicológicos (MOYERS, 1991). Há várias razões para as crianças praticarem o hábito de sucção digital, entretanto esse hábito só passa a ser preocupante para o dentista se estiver envolvido com o desenvolvimento de maloclusões dentárias. A sucção é um reflexo natural, presente desde a fase intra-uterina. Tais hábitos têm início precocemente e geralmente são superados até os 3 ou 4 anos (MOYERS,1991; TANAKA, et al, 2004). Os hábitos de sucção que aparecem durante as primeiras semanas de vida geralmente estão relacionados a problemas de alimentação. Mais tarde algumas crianças utilizam a sucção digital para alívio de tensões emocionais. É importante destacar que todos os hábitos de sucção digital devem ser avaliados por suas implicações psicológicas, pois podem estar relacionados a satisfação do instinto de sucção, a fome, insegurança ou mesmo para atrair a atenção. Existem várias teorias que tentam explicar a sucção digital não-nutritiva, mas todas elas sugerem que o clínico deve avaliar esse hábito como um padrão comportamental de origem multivariada. Estudos mostraram que a força aplicada durante o hábito de sucção digital é suficiente para causar deslocamento dentário e deformidade no osso em crescimento. Ainda, esse hábito aumenta a chance de deglutição atípica. Cabe pontuar que hábitos de sucção estão diretamente relacionados com mordida aberta, mordida cruzada, mordida profunda e distoclusão, sendo a mordida aberta anterior a maloclusão mais frequente. (MOYERS, 1991) O tipo de maloclusão que pode se desenvolver com o hábito de sucção digital vai depender de algumas variáveis, como: a duração da sucção, a morfologia esquelética facial, a posição da mandíbula durante a sucção, as contrações musculares associadas, a posição do dedo, da intensidade, entre outras. Se o polegar estiver apoiado no palato poderá ser observada projeção dos dentes anteriores superiores. Quando há o desenvolvimento da mordida aberta, a língua fica projetada mais para anterior para garantir um adequado selamento durante a deglutição, essa situação está necessariamente relacionada com o hábito de sucção digital. Além disso, pode-se observar retração mandibular se o peso do braço ou da mão forçar continuamente contra a mandíbula e também pode se observar inclinação para lingual dos incisivos inferiores. Durante a sucção do polegar, as contrações da parede bucal produzem uma pressão negativa no interior da cavidade oral, podendo resultar em estreitamento do arco maxilar. Ainda, essa desarmonia das forças dentro e ao redor do maxilar dificulta que o assoalho nasal sua posição vertical esperada durante o crescimento, o que implica dizer que nos sugadores do polegar encontrar-se-á palato profundo e assoalho nasal estreito. Alémdisso, o lábio superior torna-se hipotônico e o inferior hiperativo. Algumas maloclusões que se desenvolvem de hábitos de sucção podem se autocorrigir a partir do momento em que se cesse o hábito. Porém, muitos sugadores digitais desenvolvem maloclusões que necessitam de intervenção ortodôntica (MOYERS,1991). Há várias maneiras de se eliminar o hábito de sucção, na época em que a irrupção dos incisivos permanentes se aproxima, a terapêutica mais simples é ter uma conversa franca entre a criança e o profissional que normalmente é suficiente. Outra alternativa para a eliminação do hábito é utilizar o sistema de recompensa até que o hábito seja completamente abandonado. Faz-se imprescindível a participação da família nesse processo. Além disso, mostrar modelos e fotografias de crianças que tiveram esse hábito e seus respectivos tratamentos pode motivar a criança a abandonar o hábito. Ainda, existem dispositivos que podem auxiliar no abandono da sucção digital. Eles podem ser removíveis ou fixos. Os dispositivos removíveis são contraindicados pois dependem da cooperação da criança. Os fixos, por vez, podem ser os mais indicados. Estudos mostraram que as grades apresentam cerca de 85 a 90% de efetividade na eliminação do hábito de sucção de dedos. Ainda, como aparelhos fixos tem-se o botão palatino tipo Nance, o arco lingual superior (desenho quadri-hélice), arco lingual superior com um grampo ou grade palatina fixa ou removível e quando se tem mordida aberta anterior em associação com deglutição atípica, pode-se utilizar as pontas ativas ou “piquitos” (MOYERS, 1991; TANAKA, et al, 2004). 7.1.3 INTERPOSIÇÃO DA LÍNGUA Entende-se como interposição da língua a colocação da ponta da língua para a frente entre os incisivos durante a deglutição, fonação (dificulta dicção de certos fonemas) e repouso. Na deglutição, esta interposição não é considerada um hábito, trata-se de um comportamento integrado e psicologicamente controlado. No entanto, esse padrão não pode ser considerado normal, sendo comumente tido como uma etapa da maturação fisiológica da deglutição, dita “deglutição Infantil”. Esta é caracterizada pela contração ativa da musculatura dos lábios, pela ponta da língua levada anteriormente em contato com o lábio inferior, para garantir um selamento anterior, e pela pouca atividade da porção posterior da língua e da musculatura da faringe (PROFFIT, 2009). A interposição lingual pode ocorrer também nos casos de hipertrofia das amígdalas, uma alteração postural da língua e da mandíbula para uma posição mais anterior e inferior (MOYERS, 1991). A presença de sobressaliência (geralmente) e de mordida aberta anterior (quase sempre) condiciona a criança ou o adulto a colocar a língua entre os dentes anteriores (PROFFIT, 2007), neste caso, a interposição da língua comporta-se como resultado de incisivos mal posicionados e é classificada como um fator secundário, na sua forma primária a interposição determinaria o desenvolvimento da má oclusão (ALMEIDA et. al. 1998). 7.1.4 DESMAME PRECOCE As forças musculares para a sucção, mastigação, deglutição, respiração e fonação, quando adequadas promovem uma ação modeladora nos ossos do crânio. Em condições inadequadas, essas forças musculares podem conduzir a uma alteração óssea indesejada, com prejuízos anatômicos e funcionais (NEIVA, F.C.B. et al, 2003). Com o desmame precoce, as crianças não suprem suas necessidades de sucção e com isso acabam adquirindo hábitos deletérios não-nutritivos de sucção. Além dos benefícios já conhecidos da amamentação, esta também, pelo uso da sucção, auxilia no favorecimento da respiração nasal e diminui a probabilidade de hábitos de sucção que desregulam as forças musculares faciais (NEIVA, F.C.B. et al, 2003). 7.2 SUCÇÃO DO LÁBIO E ONICOFAGIA Majoritariamente, é o lábio inferior quem está envolvido na sucção sendo constantemente mantido por baixo dos dentes supero-anteriores. O resultado é a vestibuloversão desses dentes, frequentemente uma mordida aberta e, às vezes, a linguoversão dos incisivos inferiores (MOYERS, 1991). Assim como a interposição lingual, a sucção do lábio pode atuar secundariamente a uma alteração morfológica, sendo executada com o objetivo de permitir o selamento labial durante a deglutição (ALMEIDA et. al. 1998). O hábito de morder unhas (onicofagia) é frequentemente mencionado como causa de maloclusões, comum em crianças e adultos, associado à ansiedade, estresse, solidão, transferência de um hábito (como a sucção de polegar) para outro (como o roer unhas) entre outros (MOYERS, 1991). A onicofagia pode acarretar, segundo a literatura, a intrusão de elementos dentais, principalmente de incisivos superiores, e contribuir com o avanço de doenças periodontais. Há também alterações oclusais, embora não haver associação estatisticamente significante entre a onicofagia e as más oclusões. Há ainda estudos afirmando associação entre tratamento ortodôntico e onicofagia, resultando em acentuação da reabsorção radicular, atingindo a raiz e acarretando a perda de elementos dentais (VASCONCELOS et. al. 2012). 7.3 HÁBITOS DE DEGLUTIÇÃO ANORMAL A deglutição é uma atividade neuromuscular complexa em que estão envolvidos músculos da respiração e do trato gastrointestinal com o objetivo de transporte do bolo alimentar e também a limpeza do trato respiratório (MACIEL, C. T. V. et al., 2006). Assim, para que a deglutição se proceda de maneira normal, faz-se necessário o equilíbrio entre os músculos periorais, mastigatórios e a língua. Qualquer ruptura desse equilíbrio pode dar origem a deglutições atípicas, as quais, por sua vez, poderão atuar como fatores etiológicos de má oclusão, visto que o osso é um tecido extremamente plástico, com capacidade de se moldar às pressões musculares (FERNANDES, L. F. T. et al., 2010). O reconhecimento e o diagnóstico precoce do hábito de deglutição atípica, seguidos pela aplicação de procedimentos e métodos terapêuticos, possibilitam resultados mais eficazes e estáveis na correção do hábito, evitando os efeitos resultantes, como desarmonias entre as bases ósseas, aprofundamento do palato, supraerupção dos dentes posteriores, vestibuloversão dos dentes anteriores, mordida cruzada e mordida aberta (FERNANDES, L. F. T. et al., 2010). Assim, as possíveis causas da deglutição atípica são amígdalashipertrofiadas, anquiloglossia/macroglossia, bico de mamadeira, rugosidade palatina grossa, hábito de sucção, padrão neurológico determinado, perda dentária e pressão atípica do lábio. Para o reconhecimento das possíveis consequências do hábito de deglutição atípica, um dos instrumentos auxiliares é a análise da telerradiografia lateral, que permite a quantificação das relações faciais e dentárias e, portanto, determina mais acuradamente as alterações da morfologia facial e dentária dos pacientes (FERNANDES, L. F. T. et al., 2010). A associação entre ortodontistas e fonoaudiólogos é de suma importância, visto que a função dos aparelhos ortodônticos ou ortopédicos limita-se a alterar a disposição dos arcos dentários, enquanto a terapia fonoaudiológica irá trabalhar a reabilitação miofuncional orofacial, que visa a modificação das funções orofaciais alteradas (NAKAO, T. H. et al., 2016). 7.4 DEFEITOS DE FONAÇÃO Para uma adequada produção da fala, é importante que o sistema estomatognático esteja anatômica e funcionalmente equilibrado. São muitos os fatores que interferem na produção dos sons da fala, sendo os problemas de dentição e oclusão, as alterações orofaciais e a respiração oral, alguns dos mais apontados como possíveis causas de risco de interferência (MARTINELLI, R. L., 2011). As alterações de oclusão podem advir de várias causas, sendo a respiração oral uma delas. Nos respiradores orais a língua tende a permanecer mais baixa na cavidade oral, podendo ocasionar mudanças nos tecidos musculares e alterar as funções do sistema estomatognático, incluindo a produção da fala (MARTINELLI, R. L., 2011). 7.5 ANOMALIAS RESPIRATÓRIAS 7.5.1 RESPIRAÇÃO BUCAL Na normalidade fisiológica, a respiração deve ser realizada predominantemente via nasal, para que o ar inspirado chegue aos pulmões umedecido, aquecido e filtrado (ALMEIDA, R. R. et al, 2000). No entanto, na presença de uma obstrução da via aérea, como nos casos de rinite alérgica e hipertrofia adenotonsilar, o paciente é forçado a respirar por uma via alternativa, a cavidade bucal (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). Crianças com respiração bucal possuem características faciais típicas: face longa, olheiras, narinas estreitas, deformação transversal da maxila, palato arqueado, sorriso gengival associado a uma maloclusão de classe II ou, algumas vezes, classe III, com uma alta prevalência de mordida cruzada posterior e mordida aberta anterior (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). A associação entre respiração nasal insuficiente e morfologia dentofacial tem sido estudada extensivamente e muitos autores acreditam que o padrão de crescimento craniofacial pode ser afetado pela função muscular desequilibrada típica de uma respiração bucal (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). Esse desequilíbrio das pressões musculares, por sua vez, podem afetar o crescimento de ambos os maxilares e o posicionamento dos dentes (PROFFIT, W. R. et al., 2012). A respiração bucal devido à obstrução das vias aéreas leva a alterações posturais, como incompetência labial, posição baixa da língua no assoalho da boca e aumento da altura facial vertical pela rotação da mandíbula. Crianças que respiram pela boca e que rotacionam a mandíbula no sentido posterior e inferior desenvolvem maloclusão de classe II e um perfil de classe II esquelética com um overjet aumentado. De fato, os músculos que deprimem a mandíbula para abrir a boca exerce uma pressão para trás que desloca a mandíbula distalmente e retarda seu crescimento (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). Além disso, os músculos bucinadores ficam tensos ao abrir a boca e tendem a exercer pressão lingual nos pré-molares e molares que não recebem suporte suficiente da língua, de modo que o palato e a arcada superior tornam-se bastante estreitos. A função labial, por sua vez, encontra-se anormal, o lábio inferior é grande e bulboso e o lábio superior é curto e sem função (GRIPPAUDO, C. et al, 2016). 7.5.2 ANOMALIAS DO SEPTO A obstrução nasal é um sintoma comum presente em 25% da população em geral. Algumas causas dessa obstrução são os desvios de septo nasal, hipertrofia dos cornetos médios e inferiores e hipertrofia adenotonsilar (RODRIGUES, M. M. et al, 2012). Uma respiração nasal inadequada é responsável pelo hábito de respiração bucal, que tem sido descrito como uma possível causa para a maloclusão e desarmonias no desenvolvimento do esqueleto facial observado em crianças em crescimento (D’ASCANIO, L. et al, 2010). Em um estudo realizado por D’ASCANIO, L. et al. (2010), foi observado que crianças com respiração oral obrigatória secundária a desvios de septo nasal apresentam um aumento da altura facial anterior, um ângulo goníaco maior e uma posição retrognática significante da maxila e da mandíbula em comparação aos respiradores nasais da mesma idade. Além disso, a maioria dos pacientes que apresentavam respiração bucal apresentou má oclusão esquelética de classe II. Esse estudo também mostra uma associação entre respiração e relações dentárias: a altura palatina e sobressaliência foram significativamente maior nos respiradores bucais, enquanto a largura foi significativamente mais estreita no grupo de respiração bucal comparado com o grupo controle. A mordida cruzada foi estatisticamente mais frequente em respiradores bucais em relação aos respiradores nasais. Dois componentes da respiração oral crônica parece influenciar o desenvolvimento facial: primeiro, a ausência permanente de fluxo de ar nasal em si pode afetar o crescimento do esqueleto maxilofacial, como mostra SCHLENKER et al. Em segundo lugar, a respiração bucal leva a uma nova postura para compensar a diminuição do fluxo aéreo nasal e permitir a respiração. As alterações posturais incluem uma posição mais baixa da mandíbula e uma posição anterior e inferior da língua, geralmente associada a redução da tonicidade do músculo orofacial. 7.6 INFLAMAÇÃO DA TONSILA FARÍNGEA, PALATINA E RINITE ALÉRGICA Crianças que sofrem com inflamação da tonsila faríngea e das tonsilas palatinas, assim como rinite alérgica também podem ter alterações nas forças musculares e consequentemente, resultar em maloclusões. Inflamação na tonsila faríngea faz com que a língua saia de sua posição de repouso tocando no palato e abaixe. Da mesma forma, inflamação na tonsila palatina faz com que a língua fique protruída (GÓIS, E.G.O., 2010) Essascaracterísticas descritas propiciam uma respiração bucal pelo paciente. Dessa forma, há a tendência que os dentes anteriores fiquem vestibularizados, a mandíbula atresie e o palato se torne ogival, caracterizando um clássico caso de mordida aberta anterior (GÓIS, E.G.O., 2010). 7.7 BRUXISMO É uma desordem do sistema mastigatório que se caracteriza pelo ranger ou apertamento dos dentes, de forma automática e inconsciente, durante o dia ou à noite. Algumas das consequências são desgaste dentário, alteração da mordida, hipertrofia dos músculos da mastigação, fratura de restaurações e disfunções temporomandibulares. Todas essas consequências podem ser relacionadas à propensão ao desenvolvimento de maloclusões. REFERÊNCIAS Introdução ALMEIDA, R. R. et al. Etiologia das Más Oclusões: Causas Hereditárias e Congênitas, Adquiridas Gerais, Locais e Proximais (Hábitos Bucais). 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