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FACULDADE DE DIREITO - UVA Aluno: João Pedro Dalleprane Correia Data: 10 de dezembro de 2020 Disciplina: Lei Penal e Crime Professor(a): Marcelo Pereira Marques Trabalho: Fichamento Textual do artigo “Legítima Defesa Funcional. LEGÍTIMA DEFESA FUNCIONAL. ANDREUCCI, Ricardo Antonio. LEGÍTIMA DEFESA FUNCIONAL. Disponível em: Texto enviado pelo professor. O trabalho do autor baseia-se em análise da legislação, principalmente da recente Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, como forma de conceituar a legítima defesa funcional, tendo em vista que este instituto decorre do parágrafo único do art.25 da referida lei. O autor afirma que a tipicidade penal, estudada na teoria do crime, consiste em um conjunto legal das ações que transgridam os bens jurídicos tutelados pela sociedade. Por sua vez, o tipo é um preceito da esfera penal em que estabelece um princípio de não violação do bem jurídico. Desta forma, conforme o autor, o tipo, por natureza, traz em si uma antijuricidade, posto que sua forma de padronizar condutas que não devem ser praticadas faz com que a ilicitude da ação seja excluída, em alguns casos, pela atipicidade do fato. Partindo desta premissa, o autor conclui que a aparente antijuridicidade do fato típico somente será constatada quando houver a análise das causas de exclusão da antijuridicidade e se essas efetivamente ocorreram. O autor salienta que as causas que excluem a antijuricidade são motivos que legitimam a realização do fato típico e que o tornam jurídico. O ato jurídico, por sua vez, seria aquele que o ordenamento jurídico não veda, tampouco proíbe. Posto isso, o CP e o CPM preveem, em seus arts. 23, II, e 42, respectivamente, as causas de excludentes de antijuricidade. Um exemplo disso, é a legítima defesa. O autor aduz que há diversas espécies de legítima defesa e que o art.25 do CP, em seu parágrafo único, consolidou uma nova norma de legítima defesa, a legítima defesa funcional. Contudo, o autor acredita que essa nova variante poderia ter sido inserida na legítima defesa de terceiro, não necessitando de uma nova. Conforme previsão legal, a legítima defesa funcional ocorre na hipótese de um agente de segurança pública que repele uma agressão ou risco de agressão a uma vítima mantida cativa durante a ocorrência de delitos. O autor salienta que, a Lei 13.964/19, ao legislar sobre a legítima defesa funcional, determinou a presença de cinco requisitos legais: a agressão deve ser injusta, ou seja, violar a lei, atual ou iminente; o agente de segurança pode repelir injusta agressão de direito próprio ou de terceiros; o agente deve utilizar apenas os meios que se encontram à sua disposição, dando preferência para o menos lesivo; da mesma forma, os meios devem ser utilizados de forma moderada, evitando excesso; e, por último, o agente deve conhecer a situação de agressão injusta e a necessidade de ação. Em relação a quem seria os agentes de segurança pública, o autor aduz que são aqueles compreendidos nas determinações do art. 144 da CF e que estejam atuando no exercício de suas funções ou em decorrência dela. São eles: policiais federais, policiais civis, policiais ferroviários federais, policiais militares, policiais penais federais, estaduais e distritais, e guardas municipais, bem como os que integram a Força Nacional de Segurança Pública. O autor afirma que a nova nomenclatura de legítima defesa, a legítima defesa funcional, é desnecessária, porquanto o agente de segurança pública, ao repelir agressão ou risco de agressão cometida em desfavor de vítima cativa durante a ocorrência de delitos, já se encontrava salvaguardado pela legítima defesa de terceiros. Contudo, a intenção da Lei anticrime foi apenas aclarar a possibilidade de ocorrência de exclusão de ilicitude, nos casos vistos acima, jogando por terra as posições que defendiam que era impossível o uso de força letal pelos agentes de segurança pública, nas hipóteses que incluíam crimes com reféns. A meu ver, na Lei anticrime, agiu acertadamente o legislador ao incluir o parágrafo único do art. 25 do CP, dando mais autoridade aos agentes de segurança quando atuarem em situações que envolvam vítimas reféns. 2
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