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1 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATLAS 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato 
genital feminino 
Hilthon Alves 
João Victor Belo 
Nathália Martins 
 2 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
SUMÁRIO 
 
1. ANATOMIA DO ORGÃO GENITAL FEMININO 
1.1. Introdução 
1.2. Vagina 
1.3. Ovários 
1.4. Tubas Uterinas 
1.5. Útero 
2. HISTOLOGIA E CITOLOGIA DA MUCOSA VAGINAL 
2.1. Epitélio escamoso estratificado 
2.2. JEC ou Junção escamosa 
3. CITOLOGIA DA MUCOSA E ECTOCÉRVICE 
3.1. Células Basais 
3.2. Células Parabasais 
3.3. Células Intermediárias 
3.4. Células Superficiais 
4. HISTOLOGIA E CITOLOGIA DA MUCOSA ENDOCERVICAL 
4.1. Células Endocervicais 
4.2. Células de Reserva Endocervicais 
5. CÉLULAS METAPLÁSICAS 
6. CÉLULAS ENDOMETRIAIS 
7. CITOLOGIA INFLAMATÓRIA DO TRATO GENITAL FEMININO 
7.1. Alterações citológicas gerais 
7.1.1. Tipo e intensidade do exsudato 
7.1.2. Alteração do padrão celular 
7.1.3. Degeneração e necrose celular 
7.1.4. Alterações reativas 
7.2. Bacteriologia Vaginal 
7.2.1. Gardenerella vaginalis 
7.2.2. Cocos 
7.2.3. Actionomyces 
7.2.4. Leptothrix vaginalis 
7.3. Micologia Vaginal 
7.3.1. Trichomonas vaginalis 
7.3.2. Vírus Herpes simplex genitalis 
7.4. Cervicite Crônica Folicular 
 
 
 3 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
Figura 1: Genitália externa feminina 
 
 
 
 
1.1. Introdução 
O sistema reprodutor feminino tem como 
função a produção de gametas, fertilização e 
desenvolvimento embrionário e fetal até o 
nascimento. E ainda tem função de produzir 
homônimos que controlam o sistema reprodutor e 
outros órgãos. 
Formado por: ovários, tubas uterinas, 
útero, vagina, clitóris e bulbo do vestíbulo; além 
de glândulas anexas (vestibulares maiores e 
menores). 
 
 
1.2. Vagina 
É um canal de 8 a 10 cm, apresentando 
paredes elásticas, que liga o colo do útero aos 
genitais externos. A vagina é o local onde o pênis 
penetra na relação sexual e deposita os 
espermatozoides, possibilita a expulsão da 
menstruação e também, permite a saída do bebê 
no momento do parto. 
Ainda, na entrada da vagina, tem-se uma 
estrutura chamada hímen, que pode ser perfurado 
no centro e fecha parcialmente o canal vaginal. 
Esta estrutura é rompida nas primeiras relações 
sexuais da mulher. 
 
1.3. Ovários 
São dois órgãos pequenos, ovais, 
achatados, localizados um de cada lado do útero. 
Mede cerca de 4 a 5 cm de comprimento, 2 cm 
de largura e 1 cm de espessura e tem um peso de 
2 a 5g, cada. E é formado por uma parte central 
denominada medula e uma camada externa 
chamada de córtex. No córtex estão numerosos e 
minúsculos folículos, cada um contendo um 
oócito (célula germinativa feminina). Os oócitos 
são produzidos durante os primeiros cinco a seis 
meses de vida fetal. 
Os ovários têm funções de produzir, 
amadurecer e expulsar os óvulos e elaborar 
secreções internas ou hormônios. 
 
1.4. Tubas Uterinas 
As tubas uterinas (trompas de Falópio) 
conduzem o oócito, que é liberado mensalmente 
de um ovário durante a vida fértil, da cavidade 
peritoneal periovariana para a cavidade uterina. 
Também são o local habitual de fertilização. 
 
1.5. Útero 
Com cerca de 7, 5 cm de comprimento, 5 
cm de largura e 2 cm de espessura e pesando 
cerca de 90 g, é um órgão muscular oco, 
piriforme, com paredes espessas. O embrião e o 
feto se desenvolvem no útero. As paredes 
musculares adaptam-se ao crescimento do feto e 
garantem a força para sua expulsão durante o 
parto. É uma estrutura, onde, o tamanho se 
modifica ao longo das fases da vida. 
1. ANATOMIA DO ORGÃO GENITAL FEMININO 
 4 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
Figura 3: Imagem real do colo do útero, por 
colposcopia 
Figura 2: Imagem real do colo do útero, por 
colposcopia 
 
O útero pode ser dividido em: 
 
Corpo do útero: Parte de maior volume, 
formado por 3 camadas: perimétrio, miométrio e 
endométrio. 
 
Fundo do útero: Parte arredondada situada 
superiormente aos óstios uterinos. 
 
Istmo do útero: É um segmento estreitado que 
separa o corpo do útero do colo. 
 
Colo do útero: Canal cervical, possui uma parte 
intravaginal visível ao exame citológico 
(ectocérvice ou exocérvice) e outra supravaginal. 
 
 
 5 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
Figura 4: Tipos celulares do colo uterino 
 
 
O colo uterino é representado pela 
ectocérvice e a endocérvice, que são revestidas 
por epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado e por epitélio colunar simples, 
respectivamente. O ponto de união entre esses 
dois epitélios é chamado junção escamocolunar 
(JEC). 
 
 
 
2.1 Epitélio escamoso estratificado 
No epitélio escamoso estratificado as 
células apresentam citoplasma mais abundante à 
medida que amadurecem. A maturação celular é 
resultante da atividade estrogênica. 
A superfície da endocérvice é revestida 
por epitélio colunar simples. Essas células são 
secretoras, sendo menos comum o tipo ciliado. 
 
2.2 JEC ou junção escamosa 
A endocérvice inicia-se no orifício 
anatômico interno. O epitélio colunar 
endocervical termina no nível do orifício externo. 
O ectocérvice é revestido por epitélio escamoso 
estratificado não-queratinizado, que reveste o 
colo pelo lado de fora. Esta união de epitélio 
diferentes é chamada de Junção Escamo-Colunar 
(JEC).
 
 
 
 
 
 
 
 
2. HISTOLOGIA E CITOLOGIA DA MUCOSA VAGINAL 
Figura 5: Histologia HE, 400x. Epitélio 
escamoso estratificado não queratinizado. 
Observar as camadas basal, parabasal, 
intermediária e superficial. (ECTOCÉRVICE) 
Figura 6: Histologia, HE 100x. Epitélio colunar 
simples, mucossecretor endocervical. 
 6 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
Figura 7: Histologia da Junção Escamo-Colunar 
(JEC). A região da divisão entre endocérvice e 
ectocérvice. 
 7 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
O epitélio escamoso que reveste a vagina e a ectocérvice tem número variado de camadas, quando 
na fase reprodutiva da mulher, são quatro: basal (células cubóides pequenas), parabasal (arredondadas 
basofílicas maiores), intermediária (células bem maiores com núcleos redondos) e superficial (células 
aplanadas, citoplasma abundante e núcleos picnóticos). 
 
3.1. Células Basais 
 Este tipo celular é redondo ou oval, com 
citoplasma escasso corando intensamente em 
verde ou azul. Seus núcleos são redondos, de 
localização central, com cromatina 
uniformemente distribuída, às vezes com um 
pequeno nucléolo. Essas células descamam 
isoladamente ou representando agrupamentos. 
 
3.2. Células Parabasais 
Predominam em condições fisiológicas 
associadas à deficiência estrogênica, como na 
infância, lactação e menopausa. Elas apresentam 
tamanho variado e são arredondadas. O 
citoplasma é geralmente basofílico (cianofílico), 
tonalidade menos intensa que nas células basais. 
O núcleo é redondo ou oval, um pouco menor em 
relação ao das células basais e com grânulos de 
cromatina. 
 
3. CITOLOGIA DA MUCOSA E ECTOCÉRVICE 
Figura 9: Esquema representando as diferentes 
camadas do epitélio escamoso da ectocérvice e 
da vagina. 
Figura 8: Papanicolaou 40x – Células basais 
parabasais. 
Figura 10: Amostra cervical, citologia de meio 
líquido, 400x. Células escamosas parabasais, ao 
lado de células intermediárias (poligonais). 
 8 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
3.3. Células Intermediárias 
Geralmente pregueadas e em grupos,encontradas principalmente na segunda fase do 
ciclo menstrual normal, pela ação progestogênica. 
o citoplasma é abundante, transparente, poligonal 
e cianofílico, coloração menos intensa do que nas 
células parabasais. Ver-se cromatina distribuída 
em grânulos finos e regulares. 
3.4. Células Superficiais 
São poligonais, o citoplasma é 
transparente, eosinofílico, e apresentam núcleo 
picnótico. O núcleo picnótico é caracterizado 
pela condensação da cromatina, que se torna 
escura. Desde que a completa maturação do 
epitélio ocorre como resultado da atuação dos 
estrógenos, o predomínio de células escamosas 
maduras com núcleo picnótico representa uma 
evidência morfológica da atividade estrogênica. 
A diferenciação entre uma célula superficial e 
uma intermediária se é na análise da estrutura 
nuclear. Então, sendo o núcleo da célula 
superficial picnótico, enquanto que o da célula 
intermediária é vesicular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Amostra cervical, citologia de meio 
líquido 400x. Células intermediárias ao lado de 
uma célula superficial. O citoplasma se cora em 
azul ou verde (cianofílico), enquanto que as 
células superficiais geralmente coram em rosa 
(eusinofílicas). 
Figura 12: Amostra cervicovaginal, citologia 
de meio líquido, Papanicolaou, 100x. Células 
superficiais e intermediárias. 
Figura 13: Figura 14 - Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, Papanicolaou, 400x. 
Células superficiais. Elas são poligonais, com 
citoplasma amplo, eosinofílico, e os núcleos 
picnóticos. Em uma das células, há grânulos de 
querato-hialina intracitoplasmático 
 9 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
 
4.1. Células Endocervicais 
Elemento característico dos esfregaços 
cervico-vaginais, as células endocervicais são 
usadas como marcadores de que a coleta foi bem 
realizada, tendo sido representada a área crítica 
da Junção Escamo-Colunar ou JEC, além da 
própria representação celular da mucosa 
glandular, sede de origem, ainda que com 
pequena porcentagem do total, de neoplasias 
malignas no colo uterino. São vistas em geral em 
belos arranjos, classicamente definido em 
“colmeia” ou “favo-de-mel” quando vistos de 
cima e em “paliçada” ou “cercas” quando 
visualizadas de lado. 
 
4.2. Células de Reserva 
Endocervicais 
São de pequeno tamanho (menores que as 
células parabasais), com citoplasma escasso, 
cianofílico e finamente vacuolizado. O núcleo é 
redondo ou oval, centralmente localizado, com 
elevada relação nucleocitoplasmática, e a 
cromatina é fina uniformemente distribuída. As 
células de reserva são raramente vistas em 
esfregaços e quando isoladas são indistinguíveis 
de histiócitos e células do estroma endometrial 
superficial. Essas células são percussoras da 
metaplásia escamosa. 
 
 
 
4. HISTOLOGIA E CITOLOGIA DA MUCOSA ENDOCERVICAL 
Figura 14: Células endocervicais. Estas células 
são vistas de frente representando conjunto em 
“favo de mel”. O citoplasma é claro e há 
manutenção da polaridade nuclear. 
Figura 15: Conjunto de células de reserva. 
Apresentam citoplasma escasso, delicado, 
núcleos redondos, com bordas regulares e 
cromatina finamente granular. Há também 
células escamosas superficiais. 
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Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
Sob a influência dos estrógenos, a cérvix torna-se evertida para expor o epitélio colunar do canal 
cervical. O pH ácido da vagina estimula a substituição do epitélio colunar com epitélio escamoso por um 
processo de metaplasia escamosa. 
Nos estágios iniciais da metaplasia escamosa, células indiferenciadas multiplicam-se entre células 
colunares e a membrana basal. Mais tardio, as células se estratificam e o epitélio é reconhecidamente 
escamoso, eventualmente a maturação é indistinguível do epitélio escamoso original. Porém, o epitélio 
pode ser reconhecido como metaplásico por causa das criptas endocervicais serem vistas no estroma 
subjacente. 
Quando estimuladas pelo pH vaginal ácido, as células de reserva proliferam em múltiplas camadas 
(hiperplasia das células de reserva), representando a primeira etapa do processo de metaplasia escamosa. 
As células de reserva adquirem características escamosas, constituindo a chamada metaplasia imatura. 
Nesse ponto as células metaplásicas começam a se estratificar e a desenvolver uma camada basal bem 
definida, representando a última etapa do processo, a metaplasia madura. Com a evolução do processo, as 
células metaplásicas se tornam mais diferenciadas e finalmente se mostram idênticas às células escamosas 
originais. 
 
5. CÉLULAS METAPLÁSICAS 
Figura 16: Ilustração Esquemática Representando as diferentes etapas da Metaplasia Escamosa 
Ocorrendo na Área de Ectopia (Eversão do Epitélio Endocervical) 
a. Única camada de células de reserva recoberta por células colunares endocervicais. 
b. Proliferação de células de reserva (hiperplasia), ainda recobertas por células colunares endocervicais. 
c. Metaplasia escamosa imatura. As células ganham mais citoplasma, começando a diferenciação 
escamosa. Observar a persistência da camada de células colunares endocervicais. 
d. Metaplasia escamosa em maturação. As células atingem um nível mais avançado de maturação, com 
citoplasma mais abundante adquirindo mais frequentemente a forma poligonal. Não mais se encontram 
células colunares na superfície. 
e. Metaplasia escamosa madura. O epitélio é idêntico ao epitélio escamoso original. 
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Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
Na metaplasia escamosa imatura as células ganham mais citoplasma, começando a diferenciação 
escamosa e há uma persistência da camada de células colunares endocervicais. Na metaplasia escamosa 
em maturação as células apresentam citoplasma mais abundante adquirindo a forma poligonal, sem células 
colunares na superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Outra Representação Esquemática do Processo de Metaplasia Escamosa do Epitélio 
Endocervical 
a - Células colunares endocervicais. 
b - Hiperplasia de células de reserva. 
c - Metaplasia escamosa imatura. 
Figura 18: Esfregaço cervico vaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas escamosas imaturas com 
prolongamentos citoplasmáticos, núcleos 
arredondados bordas regulares, cromatina finamente 
granular e alguns nucléolos ou cromo-centros 
 
Figura 18: Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas escamosas em fase final 
de maturação exibindo coloração citoplasmática 
bifásica, com o ectoplasma corado em azul e o 
endoplasma em rosa (mostra microvacuolização 
refletindo alterações degenerativas). 
 12 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19: Células metaplásicas escamosas maduras. 
Figura 20: Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células metaplásicas 
escamosas maduras. Apresentam tamanho 
aproximado àquele das células intermediárias, 
mas o citoplasma das células metaplásicas, como 
observado nesta figura, é mais denso e polimorfo. 
Agrupamento das metaplásicas tipo mosaico. 
 13 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
Podem ser encontrados nos esfregaços cervico-
vaginal células de origem endometrial tanto 
epitelial como do estroma, quer em colheitas 
feitas em colo ou vagina quer nas efetuadas com 
escovas. Habitualmente se considera sua 
presença normal durante o período de fluxo 
menstrual e em menor número também sem 
anormalidade até o 10º - 12º dias. Nos materiais 
obtidos com escovados endocervicais, pode-se 
perfeitamenteter células endometriais 
representadas, em geral da região de transição ou 
ístmica, sem se constituir em algo anômalo, 
principalmente se forem vistas de permeio às 
endocervicais, indicando efeito mecânico de 
colheita.
 
6. CÉLULAS ENDOMETRIAIS 
Figura 21: Células endometriais em fase 
proliferativa. Observe as células mais externas, 
arredondadas, do epitélio e outras fusiformes do 
estroma nesta fase. 
 14 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
 
 
7.1. Alterações citológicas gerais 
A citologia contribui para o 
reconhecimento e a avaliação da intensidade dos 
processos inflamatórios do trato genital, em 
certos casos estabelecendo a natureza do agente 
causal. As causas dos processos inflamatórios 
compreendem trauma, substâncias tóxicas, 
diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo, 
agentes físicos como o calor e irradiação, além 
de micro-organismos patógenos 
 
7.1.1. Tipo e intensidade do 
exsudato 
Pode ser representado pelo predomínio de 
leucócitos polimorfonucleares neutrófilos e 
piócitos nos processos inflamatórios agudos. Nos 
processos inflamatórios crônicos são frequentes 
os linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Quando 
os neutrófilos e piócitos recobrem áreas extensas 
da amostra se sobrepondo às células epiteliais, 
pode impossibilitar o estudo oncológico (amostra 
insatisfatória para a avaliação). É importante 
observar que nem sempre os processos 
inflamatórios se acompanham de leucócitos no 
esfregaço citológico. Por outro lado, na segunda 
fase do ciclo menstrual (ação da progesterona) os 
neutrófilos podem ser numerosos mesmo sem 
inflamação. A presença de hemácias bem e mal 
conservadas pode se associar a processos 
inflamatórios severos e é mais comum em 
mulheres pós-menopausadas devido à atrofia do 
epitélio. 
 
7.1.2. Alteração do padrão celular 
Consiste na mudança do tipo celular 
predominante no esfregaço, esperado para a 
idade da paciente. Mulheres na fase reprodutiva, 
quando portadoras de inflamação genital severa, 
podem mostrar um predomínio anormal de 
células escamosas parabasais, devido à erosão do 
epitélio (destruição das camadas superficiais). 
7. CITOLOGIA INFLAMATÓRIA DO TRATO GENITAL FEMININO 
Figura 22: Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Exsudato purulento 
(numerosos neutrófilos e piócitos) recobrindo as 
células escamosas. 
Figura 23: Célula escamosa parabasal exibindo 
múltiplos vacúolos citoplasmáticos de natureza 
degenerativa. Este tipo de alteração é comum 
nos processos inflamatórios e se deve a 
distúrbios na troca de água entre os meios intra 
e extracelular. 
 15 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
7.1.3. Degeneração e necrose 
celular 
Alterações celulares (citoplasmáticas e 
nucleares) são comuns nos processos 
inflamatórios. No citoplasma incluem 
vacuolização, halos perinucleares, anfofilia, 
pseudoeosinofilia, limites citoplasmáticos mal 
definidos, entre outros. Com relação ao núcleo 
pode ocorrer tumefação ou retração, perda da 
demarcação bem definida das suas bordas, perda 
dos detalhes de cromatina conferindo uma 
aparência homogênea ao núcleo, hipo ou 
hipercromasia. Como sinais de necrose podem 
ser vistos picnose (cromatina condensada), 
cariorrexe (fragmentação do núcleo) e cariólise 
(dissolução nuclear). 
 
7.1.4. Alterações reativas 
Incluem hipercromasia, espessamento 
uniforme da borda nuclear, cromatina com 
granulação mais grossa, nucléolo às vezes 
proeminente, especialmente nas células 
endocervicais, e bi ou multinucleação também 
mais comum nas células endocervicais. 
 
 
Figura 24: Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolau, 400x. Em alguns processos 
inflamatórios intensos pode-se evidenciar 
necrose celular, nesta figura representada por 
cariorrexe (fragmentação dos núcleos em 
múltiplos pedaços). 
Figura 25: “Bala de canhão”. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Acúmulo 
de neutrófilos e piócitos sobre uma célula 
escamosa degenerada (“bala de canhão”) 
(seta). Acima, uma célula escamosa 
intermediária com anfofilia, coloração 
heterogênea do citoplasma e binucleação (seta 
dupla). A cromatina é finamente granular com 
cromocentros (massas esféricas de cromatina). 
À esquerda, célula escamosa com halo 
perinuclear. 
 16 
 
 
Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
7.2. Bacteriologia Vaginal 
Lactobacillus vaginalis (bacilos de 
Doderlein) - É um bacilo que representa a flora 
bacteriana padrão, fisiológica. As enzimas do 
micro-organismo induzem à destruição 
proteolítica (citólise) das células epiteliais 
escamosas intermediárias ricas em glicogênio. 
Este é metabolizado com a produção de ácido 
lático, responsável pelo pH ácido da vagina. O 
padrão citológico característico da citólise é o 
aparecimento de fragmentos citoplasmáticos e 
núcleos desnudos. Ocorre predomínio de 
lactobacilos na fase luteínica do ciclo menstrual, 
na gravidez e no início da menopausa. 
 
7.2.1. Gardnerella vaginalis 
Representa um cocobacilo que tem a 
propriedade de aderir ao citoplasma das células 
superficiais e intermediárias (células-guia). Os 
micro-organismos são mais facilmente 
identificados nas bordas citoplasmáticas. A 
Gardnerella é frequentemente associada a outras 
bactérias, constituindo o quadro conhecido como 
vaginose bacteriana. O esfregaço não contém 
bacilos de Döderlein e há escassez de neutrófilos. 
7.2.2. Cocos 
Em 30% dos casos correspondem a 
estreptococos. Essas bactérias se desenvolvem 
em pH alcalino. 
 
7.2.3. Actinomyces 
Esta bactéria é geralmente associada ao 
uso de DIU, numa frequência aproximada de 
10%. No esfregaço, esses microrganismos se 
apresentam como estruturas filamentosas, 
ramificadas em ângulo agudo, basofílicas. Os 
filamentos se irradiam a partir de um centro 
denso e escuro. 
 
7.2.4. Leptothrix vaginalis 
São bactérias filamentosas encurvadas em 
forma de S, U ou se apresentam enoveladas. 
Associam-se a Trichomonas em 75% a 80% dos 
casos. 
 
 
 
 
Figura 26: Alterações reativas em células 
endocervicais. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células endocervicais 
multinucleadas podem se associar à inflamação. 
Figura 27: Citólise e lactobacilos. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. A citólise é 
demonstrada por restos citoplasmáticos e 
núcleos desnudos de células epiteliais escamosas 
do tipo intermediário. 
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Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
 
 
 
Figura 28: Gardnerella vaginalis. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 100x. Células 
escamosas superficiais e intermediárias com 
alterações infl amatórias discretas. 
Figura 29: Gardnerella vaginalis. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. O “fundo” é 
rico em cocobacilos que se concentram em 
algumas áreas, conferindo um aspecto granular. 
Figura 30: Actinomyces sp. Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, Papanicolaou, 400x. 
Bactérias de aspecto filamentoso, irradiadas a 
partir de um centro escuro, basofílico. 
Figura 31: Leptothrix vaginalis. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Bactérias 
cocoides e Leptothrix vaginalis, além de células 
escamosas. 
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Citologia fisiológica e inflamatória do trato genital feminino 
Citologia 
Clínica 
7.3. Micologia Vaginal 
O fungo mais comum nas infecções do 
trato genital inferior é a Candida sp. Este micro-
organismo pode se associar ou não a sintomas 
como prurido e corrimento vaginal 
esbranquiçado, espesso. A Candida aparece nos 
esfregaços sob a forma de pseudo-hifas (septadas, 
às vezes com ramificação aguda) e esporos 
redondos ou ovais. As pseudo-hifas muitas vezes 
se dispõem abaixo de conjuntos de células 
epiteliais e são mais facilmente visualizadas 
quandose altera o foco do microscópio, 
exteriorizando-se na extremidade mais frouxa 
dos agrupamentos celulares. É conveniente 
também examinar as margens do esfregaço, já 
que podem exibir um certo grau de dessecação e 
consequentemente resultar no aumento artefatual 
especialmente dos esporos, facilitando a sua 
identificação. A infecção por Candida sp. é 
associada geralmente a concentrações de 
neutrófilos e piócitos. Habitualmente há 
alterações celulares degenerativas 
(pseudoeosinofilia, halos perinucleares e retração 
da borda nuclear) e reativas (tumefação nuclear). 
 
7.3.1. Trichomonas vaginalis 
Trata-se de um protozoário que aparece 
nos esfregaços como estruturas redondas ou 
ovais. O citoplasma geralmente cora cinza-
azulado e pode conter grânulos vermelho-
amarronzados. O núcleo é excêntrico, 
semitransparente, levemente basofílico, mal 
definido. É importante visualizar o núcleo do 
parasita para diferenciá-lo principalmente de 
restos de citoplasma, muco e neutrófilos 
degenerados. Há alterações significativas nos 
esfregaços em associação com a infecção por 
Trichomonas vaginalis. Além do exsudato 
purulento difuso, é comum o encontro de 
acúmulos de neutrófilos se sobrepondo às células 
epiteliais degeneradas conhecidos como “balas 
de canhão”. As alterações celulares degenerativas 
consistem em pseudoeosinofilia, halos 
perinucleares e tumefação nuclear. Pode ocorrer 
necrose celular representada por cariorrexe e 
cariólise. 
 
 
 
Figura 32: Candida sp. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Pseudohifas 
septadas e esporos representando Candida sp. ao 
lado de células escamosas maduras. 
Figura 33: Trichomonas vaginalis. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Há vários 
Trichomonas vaginalis com núcleos elípticos 
corados fracamente pela hematoxilina. 
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Citologia 
Clínica 
7.3.2. Vírus Herpes simplex 
genitalis 
É um vírus que determina lesões cutâneas 
e mucosas sob a forma de pápulas ou vesículas 
que se rompem na sua evolução, com 
consequente desenvolvimento de erosões. Nos 
esfregaços há características celulares distintas. 
As alterações ocorrem nas células escamosas 
parabasais, metaplásicas imaturas e 
endocervicais. Provocam inicialmente 
citomegalia (aumento da célula como um todo) e 
cariomegalia (aumento nuclear). Depois o núcleo 
adquire um aspecto fosco, devido a alterações da 
estrutura cromatínica. A cromatina restante se 
amolda contra o folheto interno da membrana 
nuclear, determinando o espessamento da borda 
nuclear. Encontramos também multinucleação 
com amoldamento nuclear e às vezes inclusões 
intranucleares. O citoplasma das células 
acometidas é denso, opaco, devido a alterações 
do citoesqueleto e à necrose por coagulação. 
 
7.4. Cervicite Crônica Folicular 
Representa uma condição inflamatória 
caracterizada pela proliferação de folículos 
linfoides com centros germinativos no estroma 
do colo uterino. Pode ocorrer em qualquer idade, 
porém é mais comum em mulheres pós-
menopausadas. Aproximadamente metade dos 
casos é associada com infecção por Chlamydia 
trachomatis. A cervicite folicular é diagnosticada 
em cerca de 0,5% dos esfregaços cervicais. 
Nas amostras citológicas há linfócitos em 
diferentes estágios de maturação 
predominantemente inativados. Esses linfócitos 
podem apresentar ocasionais mitoses. 
Identificam-se ainda macrófagos de corpos 
tingíveis (contendo linfócitos degenerados 
intracitoplasmáticos) e às vezes capilares. 
Figura 34: Alterações citopáticas pelo herpes-
vírus. Citologia cérvico vaginal, Papanicolaou, 
400x. Células multinucleadas revelando 
amoldamento nuclear, rarefação da cromatina e 
inclusões intranucleares. 
Figura 35: Cervicite crônica folicular. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 100x. Esfregaço 
hemorrágico com numerosos linfócitos. Presença 
de células escamosas.

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