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Semiologia Gastrointestinal

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A SEMIOLOGIA GASTROENTEROLÓGICA – REVISÃO
PRINCIPAIS SINTOMAS DO APARELHO DIGESTIVO
Didaticamente, dividimos as queixas grastroenterológicas em queixas digestivas altas e baixas.
QUEIXAS DIGESTIVAS ALTAS
Os sintomas digestivos altos também são denominados dispépticos; sintomas dispépticos são considerados o conjunto de sintomas induzidos pela ingestão de alimentos.
São dois tipos de sintomas dispépticos: dor e os pós-prandiais.
A dispepsia pode estar relacionada a causas orgânicas ou como quadro isolado sem uma causa determinante.
Os sintomas de dor são separados entre dor torácica e abdominal, e serão tratados no decorrer desse texto. Iniciarei com os sintomas referidos como dor torácica.
Doenças que afetam o esôfago são características de proporcionais uma dor torácica referida, podendo assumir forte intensidade, e ser dor em tipo de queimação ou constritiva.
a) PIROSE/AZIA
Definida como a sensação de queimação ou ardência;
Sensação de dor retroesternal que se propaga até a laringe.
Devemos considerar como PIROSE a sensação de queimação que tem localização no epigástrio; o termo AZIA é tido como um sinônimo clínico, embora alguns médicos definem como termos clínicos diferentes (azia para a queimação unicamente gástrica, e pirose a epigástrica até a laringe).
É o principal sintoma da DRGE;
A pirose localizada unicamente no ponto epigástrico sugere origem gástrica ou gastroduodenal.
b) ODINOFAGIA
Dor referida na região retroesternal durante a ingestão de alimentos; assim, relaciona-se ao fenômeno da deglutição.
c) DISFAGIA
Refere a dificuldade de deglutir alimentos sólidos e líquidos.
Sensação em que a descida do alimento é interrompida em algum ponto no trajeto até o estômago.
Em geral, o local de interrupção sugere alguma alteração patológica local.
São dois tipos de dispagia, de acordo com a região em que há o sintoma
- Disfagia alta ou orofaríngea: disfagia referida entre a boca e a faringe; associa-se frequentemente a esgasgos ;
- Disfagia baixa ou esofágica: costuma ser referida ao nível esternal; geralmente está relacionada a processos obstrutivos (estenoses) e distúrbios motores (megaesôfago chagásico; acalasia idiopática; afecções neuromusculares).
d) REGURGITAÇÃO
É o retorno do alimento à boca; é facilitado pelo decúbito dorsal.
Costuma ser percebido pelo retorno de um volume líquido ou sólido de sabor ácido e amargo.
Associado a pirose, é o maior indicativo de DRGE.
----- 
e) DOR ABDOMINAL
Queixa frequente e inespecífica, que pode levar o paciente ao gastroenterologista; para investigar essa dor, devemos analisar características precisas, para concluir alguma hipótese diagnóstica.
- LOCALIZAÇÃO:
Deve ser sempre mencionada de acordo com a topografia anatômica do abdome;
A dor visceral, tanto em afecções agudas como crônicas, tendem a se manifestar na linha mediana do abdome e seus arredores.
A dor no epigástrio: dores correspondentes a úlceras gástricas e duodenais, dispepsias funcionais, gastrites agudas, tumores gástricos, colecistites, pancreatites; obstruções no intestino delgado; hepatites; congestão aguda do fígado.
A dor no mesogástrio: dores produzidas por inflamações; infecções; obstrução; isquemia; distensões do intestino delgado; pancreatites; tumores.
A dor no hipogástrio: inflamações; obstruções; isquemia; diverticulite; tumores do intestino distal; apendicites; salpingites; gravidez ectópica; afecções do ovário e cistite.
Dores na região dorsal: podem ser decorrentes de ulceras pépticas que penetram na face posterior do duodeno ou estômago.
A dor bem localizada ou somática ocorrerá quando o peritônio parietal for atingido pelo processo inflamatório.
- CRONOLOGIA: 
A dor abdominal aguda e intensa acompanha manifestações locais de gerais; se iniciam em 1 a 72h; caracteriza o famoso Abdome agudo, e pode significar um quadro de emergência médica, ou pode ser um caso que se resolve em 24 horas, como gastroenterites agudas.
A dor aguda pode ser do tipo cólica, caracterizando afecção das vísceras ocas.
A dor da apendicite é intensa e contínua, assim como de diverticulites.
Afecções de artérias abdominais, cursando com isquemia e infarto de tecidos atingem limiares de dor altíssimos rapidamente
A dor abdominal crônicas são causadas por doenças crônicas ou funcionais; podem ser contínuas ou apresentar períodos de ausência que podem chegar de dias até anos.
A dor da úlcera péptica duodenal ou gástrica é caracterizada por períodos de acalmia, ou seja, períodos em que a dor está ausente; a dor pode durar um período variável, e, caso cesse rapidamente, sinaliza que a úlcera está aberta e ativa;
Quando a dor está ausente por um período de semanas a anos, é o período de acalmia, no qual a úlcera é considerada cicatrizada.
Se a dor se agravar e se tornar constante, considera-se a piora ou aprofundamento da lesão em úlcera.
A doença calculosa biliar também tem um quadro de dor variável: se os cálculos migram para o ducto cístico ou colédoco, passando o quadro agudo para períodos de quase ou total assintomáticos.
A pancreatite crônica calcificante também tem períodos variáveis de dor.
Obs.: sempre procurar relação com o fluxo menstrual; possível endometriose ou dor da ovulação.
- INTENSIDADE E TIPO
A intensidade pode ter aspectos pessoais envolvidos, nisso podemos procurar outros sinais que indicam uma real presença de dor intensa: sudorese, contração abdominal franca (abdome em tábua), bradicardia, palidez, etc.
O tipo da dor pode sugerir sua causa, por isso é extremamente importante defini-la.
Dor em queimação ou dor funda no epigástrio pode sugerir doença péptica.
A dor em peso: sugere distensão de viscera oca ou parenquimatosa.
A dor em cólica, ou seja, dor causada pela contração das vísceras pela musculatura lisa, com fortes intensidades e períodos de relaxamento -> sugere de processo obstrutivo em órgãos tubulares; ex.: litíase uretra; vias biliares; obstruções intestinais.
A dor contínua: observada em neoplasias.
A dor em facada ou pontada: represente principalmente processos infecciosos inflamatórios.
- RITMO OU HORÁRIO
A dor da úlcera duodenal: tende a ocorrer de 2-3 horas após a refeição; a alimentação tende a gerar o alívio da dor.
Em úlceras gástricas a dor costuma ocorrer logo após as refeições, pela distensão do órgão inflamado.
A angina mesentérica é causada de 15-30 minutos após as refeições; tem causa pela isquemia das alças do intestino delgado.
- FATORES DE AGRAVAM OU ALIVIAM
 Anti-inflamatórios em geral pioram as dores em casos de úlceras gástricas e duodenais
Posições que tendem a aliviar a dor remetem a inflamações peritoneais.
- DURAÇÃO
Como visto em relação as úlceras, é importante saber a duração que tem o sintoma;
Dores biliares geralmente duram minutos.
As dores pancreáticas tem horas de duração.
- IRRADIAÇÃO
Irradiações para o dorso é sinal de gravidade, indicando perfuração de úlcera.
Dor com irradiação em faixa é sugestiva de acometimento pancreático.
f) NÁUSEAS E VÔMITOS
A informação do material expelido é importante para o diagóstico
Presença de sangue (hematêmese): indica neoplasias, varizes esofágicas, úlceras
Presença de restos alimentares ingeridos: dificuldade de esvaziamento gástrico (piloro hipertrofiado)
Odor e aspecto fecaloide: obstruções em porções proximais do intestino delgado.
QUEIXAS DIGESTIVAS BAIXAS
a) DIARREIA
Definida como o aumento do teor hídrico das fezes, que as tornam amolecidas. Geralmente também acompanha aumento do número de evacuações diárias.
Diarreias agudas tem até 4 semanas 
b) ESTEATORREIA
Aumento do teor de gordura das fezes; caracteriza-se por fezes volumosas e brilhantes, e deixam gotas oleosas na superfície da água.
c) TENESMO 
Desagradável e violenta expulsão do conteúdo fecal, e geralmente com sangue, muco ou pus.
d) CONSTIPAÇÃO, OBSTIPAÇÃO INTESTINAL OU PRISÃO DE VENTRE.
Quadro caracterizado por evacuações dificultosas – menos de 3x por semana.
Geralmente acompanha distensão ou desconforto abdominal.
Constipação secundária: determinada por causas orgânicas.Constipação funcional: se associa a anormalidades de trânsito pelos cólons, hiposensibilidade retal, perda de reflexos da evacuação etc.
e) ICTERÍCIA
Coloração amarelo-alaranjada que a pele a as mucosas adquirem, quando impregnadas pela bilirrubina, em consequência do acúmulo desse pigmento no sangue.
Esse acúmulo é resultado de alterações no metabolismo da bilirrubina e pode ser ocasionada por várias patologias.
A bilirrubina pode ser classificada em direta e indireta.
Diante de um quadro de icterícia, é necessário investigar outros fatores que são essenciais para elucidar o quadro.
Idade: algumas doenças que causam icterícia se restringem ao período neonatal; outras são mais comuns na adolescência ou meia-idade (litíase biliar)
Alteração da urina: colúria indica presença de bilirrubina conjugada em excesso.
f) SANGRAMENTO DIGESTIVO
A expressão clinica do sangramento digestivo depende do volume de sangue excretado, do local em que houve o sangramento, do tempo que o sangue passou no intestino.
- Hematêmese: vômitos sanguinolentos; a própria hematêmese indica que o sangramento é acima do ângulo de Treitz (junção duodeno-jejunal)
- Melena: sangramento digestivo baixo; evacuação com fezes enegrecidas, em aspecto de borra de café; ocorre pela ação do acido clorídrico no sangue; indica hemorragias na parte alta do intestino, ou seja, acima do ângulo de Treitz
- Hematoquezia: sangramento em sangue vermelho vivo, indicando que o sangue não sofreu ação prolongada do ácido clorídrico, ou seja, uma hemorragia digestiva abaixo do ângulo de Treitz.

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