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Anna Beatriz Fonseca e Thaís Silva | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre INTRODUÇÃO Existe vários tipos de curativos, mas para cada paciente e sua lesão há um curativo ideal, e cabe ao médico entender o paciente como um todo e não apenas com a lesão em si. É preciso entender a fisiopatologia do trauma que fez desenvolver tal lesão, sendo aguda ou crônica, com o objetivo de obter resultados, traçar um diagnóstico e obter o melhor tratamento para seu paciente. É muito importante fazer um diagnóstico preciso e saber o que é indicado e o que não é de cada curativo para realizar a escolha. AVALIAÇÃO ANTES DO TRATAMENTO É preciso ser feito uma avaliação da ferida cirúrgica antes de começar o tratamento. Quando falamos em ferida (aguda ou crônica) é preciso entender como um processo contínuo, influenciado por fatores diversos. No momento em que a ferida é avaliada tem-se que estar consciente das mudanças que ocorrem no ambiente de cicatrização para uma correta postura diagnóstica. TIME “TIME” é uma alternativa de avaliar as feridas. T: Tecido inviável: o Analisar o tecido da ferida. I: Presença de inflamação ou infecção; M: Manutenção da hidratação/umidificação do tecido; E: Epitelização das bordas. TIPOS DE CURATIVOS Como escolher o curativo? Promover reparação mais rápida da ferida: Para diminuir infecção/colonização; Proteger contra sujeiras e bactérias: Afastamento do trabalho ou meio que o paciente se encontra; Necessidade de maior equipamento/equipe: Maior número de trocas, garantindo o conforto do paciente; Menos dor; Trocas mais ágeis; Aparência atrativa, sem odor: Menor custo. Tipos básicos de curativos: Passivo: São utilizados em curativos que não estão infectados; envolve materiais de curativo não-aderente, ex.: filme transparente, espuma polimérica, hidrocoloides e hidrogel; Com princípio ativo: utilizados em curativos infectados com grande quantidade de exsudato infeccioso ou inflamatório mais do que o normal e necessário para o processo de cicatrização, ex.: Carvão, prata, cálcio; Inteligente: Utilizados, de preferência, em um processo de cicatrização, ex.: Matriz de colágeno e matriz de celulose; Biológico: Utilizado quando se quer evitar cicatrização fibrótica para que o tecido final seja semelhante ao tecido adjacente à área cicatricial. Os curativos podem ser secos ou úmidos; podem ser simples, podem ser em forma de enxertos; em pressão negativa e podem ter ainda, curativos envolvendo a bioengenharia e biotecnologia. NÃO-ADERENTE Figura 1: Tipos de curativos não- aderentes: Tela de acetato de celulose e/ou tela de rayon com emulsão de petrolato. O objetivo principal é promover meio úmido que é importante para o processo de cicatrização; o O tecido de granulação é umidificado. Utilizado para não atrapalhar o processo de cicatrização, logo é um curativo protetivo; permite a respiração da ferida sem que haja uma interferência na hidratação e sem dor para o paciente na hora da sua retirada, além disso, ele retira o exsudado excedente de células, necrose, etc.; Utilizado em queimaduras parciais, áreas doadoras e receptoras de enxertos e lacerações: o Não deve ser usado na presença de infecção e exsudato; necessita de trocas frequentes (por ser pouco absortivos). Figura 2: Processo de funcionamento do curativo. FILME TRANSPARENTE Polímero de poliuretano, com uma das faces de adesivo de acrílico; Anna Beatriz Fonseca e Thaís Silva | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre Cobertura impermeável à água e micro-organismos que garante proteção do meio externo, manutenção do leito úmido, possibilita menor número de trocas de curativo; Utilizado em visibilização do leito, ex.: feridas superficiais sem exsudato, áreas doadoras de enxertos: o Utilizado nas punções (com jelco); o Não deve ser usado na presença de infecção e de grande quantidade de exsudato, nem em feridas expostas. Figura 3: Aplicaçã0 do filme transparente. ESPUMA POLIMÉRICA COM/SEM PRATA Figura 4: Tipo de curativo de espuma polimérica. Existem 3 tipos de agentes que ajudam na cicatrização da ferida: A prata (bacteriostático importante), o carvão (agente de absorção e desodorização da ferida) e o cálcio (o cálcio é utilizado como vasoconstrictor normal, muito útil na delimitação de áreas que estão pré- necróticas). Matriz de poliuretano e silicone com ou sem prata; Se molda à profundidade da ferida, permite a respiração, faz aspiração do excesso de exsudado, faz absorção com isolamento térmico e possibilita trocas menos frequentes; Utilizada em feridas exsudativas, profundas, úlceras residuais com colonização bacteriana crônica pós-enxertia de pele: o Não deve ser usada em feridas simples e secas. Figura 5: Aplicação da espuma polimérica. Figura 6: Úlcera venosa, aplicada a espuma polimérica, com resultado de boa absorção. (A região preta ao redor é resultado da prata). HIDROCOLOIDE Polímero de poliuretano semipermeável (face externa) e carboximeticulose, gelatina e pectina (face interna): o A face interna molda, protege e absorve e leva o volume de exsudato para a face externa. Mantém o meio úmido; Proteção de proeminência óssea e feridas com lesão parcial de pele: o Não deve ser usada na presença de infecção e de grande quantidade de exsudato; necessita de trocas frequentes. Figura 7: Hidrocoloide (possui duas faces). Figura 8: Aplicação em ferida no calcanhar. Pode-se perceber que ao redor da ferida (de cor rosa) já existe um processo de granulação, e áreas (de cor preta) que sugere necrose. AGINATO DE CÁLCIO Fibras de algas marinhas impregnadas com cálcio: o O cálcio induz hemostasia a partir da vasoconstricção, possui capacidade de absorver exsudatos e promove um desbridamento autolítico; Utilizado em feridas infectadas abertas exsudativas, cavitarias e sangrantes; o Não deve ser usado em feridas simples e secas. O sinal de absorção é quando elas viram um “gel” quando fica úmida. Figura 9: Curativo aginato de cálcio. CARVÃO ATIVADO COM PRATA Fibras de carvão ativado impregnado com prata 0,15%: o O carvão ativado adsorve o exsudato e diminui o odor; a prata exerce função bacteriostática; Utilizado em feridas fétidas, exsudativas e infectadas: o Não deve ser usado em feridas simples e secas. Figura 10: Curativo de carvão ativado e sua aplicação. Anna Beatriz Fonseca e Thaís Silva | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre MALHA COM PRATA Malha com sais de prata: o Prata iônica causa precipitação de proteínas, agindo na membrana citoplasmática da bactéria (bacteriostática) quebrando o meio interno da bactéria e acabando com a sua reprodução. Utilizadas em feridas com infecção; queimaduras profundas e extensas: o Não deve ser usada em pacientes com hipersensibilidade à prata. Figura 11: Curativo de malha de prata. HIDROGEL Polímero de álcool de polivinil, poliacrilamidas e polivinil; Mantém ambiente úmido, possibilitando, liquefação de materiais necróticos (desbridamento autolítico) e acelerando o processo de cicatrização; Utilizados em queimaduras e feridas com tecidos desvitalizados: o Não deve ser usado na presença de infecção e de exsudato. Figura 12: Hidrogel. COLAGENASE Pode ser com ou sem cloranfenicol; Também faz o desbridamento enzimático; Utilizada em pós-operatórios para melhorar a cicatrização. Figura 13: Colagenase. SULFADIAZINA DE PRATA Utilizados em pacientes queimados; Há alguns centros e hospitais que optaram por não mais utilizar, pois a prata e a sufadiazina promovem um processo de cicatrização com pouca vascularização, isso resultava em fibroses cicatriciais de superfície nos queimados. Figura 14: Aplicação de sulfadiazina de prata em paciente queimado. AGE – ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS Utilizados em ulceras venosas, feridas que já estão com superfície de granulação e é preciso alimentar essa ferida para que os substratos de ácido graxo ajudem no processo de cicatrização. Figura 15: É utilizado em feridas de pressão. Encontrada em forma de óleo (nome comercial conhecido: Dersani). PRESSÃO NEGATIVA E ESPONJOSOS Possui uma redução de edema importante que é causado pelo excesso de exsudado e remove também o material infeccioso: o Sugam de forma suave, contínua e até mesmo intermitente os vasos das bordas da ferida, caracterizando curativos de boa perfusão. Tem a característica de aproximar as bordas (devido a pressão negativa). Utilizados para feridas extensas e profundas como, eviscerações, eventações abdominais, necrose de parede abdominal. Figura 16: Curativos de pressão negativas e esponjosas. SUBSTITUTOS CUTÂNEOS Curativos que tem o objetivo que a cicatrização da área termite com um tecido semelhante ao tecido adjacente: o Com matrizes celulares ou pele de tilápia: (Figura 17.) Utilizados em queimaduras, por exemplo.
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