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1 Manu Lamas (155) Resumo de CHG – Tecido Conjuntivo Manu Lamas (155) ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ TECIDO CONJUNTIVO: Formado na seguinte ordem: Estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Conjunto de moléculas (matriz extracelular) que conecta as células e os órgãos, dando suporte ao corpo. A matriz celular é o conjunto de combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO: 1. FIBROBLASTOS E FIBRÓCITOS Sintetizam colágeno e elastina, além dos glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas multiadesivas. Diferenças: Fibroblastos: elevada atividade metabólica, sintetizam componentes da matriz extracelular e fatores de crescimento. Núcleo ovoide e vesiculoso. CG e RER bem desenvolvidos. Mesoderma Mesênquima Tecido Conjuntivo 2 Manu Lamas (155) Fibrócitos: baixa atividade metabólica, quiescentes, núcleo pequeno e denso, poucos prolongamentos citoplasmáticos. 2. MIOFIBROBLASTOS Atuam na cicatrização e reparo (contração da ferida). Semelhantes a fibroblastos e células musculares livres. Ausência de lâminas basal; ricos em actina e miosina. 3. MACRÓFAGOS Quando corantes vitais como o azul tripan ou tinta nanquim são injetados em animais, os macrófagos fagocitam e acumulam o corante em grânulos ou vacúolos citoplasmáticos visíveis ao microscópio de luz. Superfície irregular com protrusões e reentrâncias que caracterizam sua grande atividade de pinocitose e fagocitose. CG, RER e lisossomos em grande quantidade. Sistema fagocitário mononuclear Monócitos (circulam o sangue) e macrófagos são a mesma célula em diferentes estados de maturação. O processo de transformação de monócito-macrófago resulta em aumento no tamanho da célula e em aumento na síntese de proteína. Quando estimulados (por substâncias estranhas, infecções), passam por modificações morfológicas e metabólicas, sendo chamados de macrófagos ativados. Adquirem novas características, ativando seu metabolismo e aumentando sua capacidade de fagocitar e digerir partículas estranhas por meio da ativação de suas enzimas lisossômicas. Processadores e apresentadores de antígenos. Secretam mediadores químicos: lisozima (bactericida), interferon (anti-vi- ral), colagenase e elastase (enzimas), citocinas e fatores de crescimento. Podem ser residentes ou transitórios. CURIOSIDADE: Cicatrização é a substituição do tecido lesado por conjuntivo vascularizado, sendo diferente do reparo clássico. 3 Manu Lamas (155) 4. MASTÓCITOS O mastócito maduro é uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos basófilos (mediadores químicos), que se coram intensamente. O núcleo é pequeno, esférico, central e de difícil observação por estar encoberto pelos grânulos citoplasmáticos. Divididos em: Mastócito de tecido conjuntivo: [pele, cavidade peritoneal]. Heparina (substância anticoagulante) nos grânulos. Mastócito de mucosa: [mucosa intestinal, pulmões]. Grânulos contém sulfato de condroitina. Estoca mediadores químicos de resposta imune nos grânulos. Grânulos ricos em heparina (anticoagulante) e histamina (antialérgica). Grânulos metacromáticos (mudam a cor de corantes básicos). 5. PLASMÓCITOS Grande e ovoide, citoplasma basófilo (rico em RER). Núcleo esférico. Originados do linfócito B e produzem anticorpos. Comuns em local de fácil entrada de bactérias e inflamações crônicas. 6. LEUCÓCITOS Glóbulos brancos. Diapedese: migração dos leucócitos através da parede de capilares e vênulas pós-capilares, do sangue para os tecidos conjuntivos. Aumenta durante invasões locais de microrganismos. Não retornam ao sangue depois de terem residido em tecido conjuntivo. 7. PERICITOS Célula mesenquimal indiferenciada. Atua em reparo de tecido danificado Ligação do antígeno ao IgE preso ao mastócito 4 Manu Lamas (155) 8. CÉLULAS ADIPOSAS Especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicerídios. FIBRAS: Formadas por proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas. Em muitos casos, as características morfológicas e funcionais dos tecidos são dadas pelo tipo predominante de fibra neles presentes, o que confere as propriedades específicas ao tecido. Seus tipos são: 1. COLÁGENAS: Composta principalmente por colágeno. [Pele, osso, cartilagem, músculo liso, lâmina basal]. De acordo com sua estrutura e função, os colágenos são classificados nos seguintes grupos: Colágeno que formam longas fibrilas: colágenos dos tipos I [mais abundante], II, III, V ou XI se agregam para formar fibrilas longas de colágeno. Claramente visíveis no microscópio. Formam ossos, dentina, tendões, cápsulas de órgãos, derme. Tipo I e Tipo III as fibrilas se associam e formam fibras. Colágeno associados a fibrilas: colágenos do tipo IX, XII e XIV. Estruturas curtas que ligam as fibrilas de colágeno umas às outras e a outros componentes da matriz extracelular. 5 Manu Lamas (155) Colágeno que forma rede: tipo IV. Moléculas se associam para formar uma rede. Um dos principais componentes das lâminas basais (papel de aderência e filtração). Não forma nem fibras e nem fibrilas. Colágeno de ancoragem: tipo VII. Encontrado nas fibrilas que ancoram as fibras de colágeno do tipo I à lâmina basal. Síntese de colágeno: Eventos intracelulares: síntese de procolágeno (RER e CG). Ocorrem nas cisternas do RER: hidroxilação de prolina e lisina, glicolisação da hidroxilisina e união de cadeias a. Eventos extracelulares: Biossíntese do colágeno I: 6 Manu Lamas (155) Os outros colágenos fibrilares são formados no mesmo padrão, mas com pequenas variações. Colágeno III: impregnação pela prata; formam estroma de sustentação celular e redes. Colágenos III, IV e VIII: membrana basal. As principais etapas são: RER sintetiza cadeias polipeptídicas (preprocolágeno), que crescem para o interior das cisternas. Logo após a liberação da cadeia na cisterna do RE, o peptídeo sinal é quebrado, formando-se o procolágeno. À medida que cadeias alfa se formam, ocorre a hidroxilação de prolinas e de lisinas. Hidroxilisina e hidroxiprolina livres não são incorporadas às cadeias polipeptídicas. O processo se inicia quando a cadeia peptídica alcança determinado comprimento e, ainda ligada ao ribossomo, prossegue após a sua liberação na cisterna. Enzimas: a prolina hidroxilase e a lisina hidroxilase. Quando hidroxilisina se forma, começa sua glicosilação. Cada cadeia alfa é sintetizada com dois peptídeos de registro (alinhar cadeia peptídicas) em cada uma das extremidades. Eles garantem o arranjo correto de maneira apropriada para formar a tríplice hélice, formando o procolágeno. (molécula mais longa que o colágeno maduro, solúvel e que não se agrega, o que impede a formação de fibrilas de colágeno no interior da célula) O procolágeno é transportado em vesículas desde o Golgi até a membrana plasmática, de onde é exocitado. No meio extracelular, os peptídeos de registro são removidos por proteases e torna-se tropocolágeno. * Nos tipos I e III as fibrilas se agregam espontaneamente para formar fibras. A renovação do colágeno é em geral muito lenta (exceto ligamento periodontal). Corante ácido Sirius Red. 2. FIBRAS RETICULARES Visualizadas em cor preta por impregnação com sais de prata (argirófilas). Não visíveis em HE, mas PAS positivas devido ao alto conteúdo de cadeias de açúcar associados a essas fibras. 7 Manu Lamas (155) Principalmente compostas por Colágeno tipo III (elevado teor de glicoproteínase proteoglicanos). Formadas por finas fibrilas frouxamente arranjadas. Constituem uma delicada rede ao redor de células de órgãos parenquimatosos (predominam células), como glândulas endócrinas. O pequeno diâmetro e a disposição frouxa das fibras reticulares criam uma rede flexível em órgãos que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume [artérias, baço]. 3. SISTEMA ELÁSTICO Composto por três tipos de fibras: oxitalânica (não elásticas e resistentes à tração), elaunínica e elástica (não resistem à tração). Proelastina é precursora da elastina; polimeriza-se no meio extracelular. A estrutura do sistema elástico se desenvolve nos seguintes estágios: Consistem em feixes de microfibrilas de diversas glicoproteínas, entre as quais fibrilina, que formam o arcabouço necessário para a deposição da elastina. Fibrilinas defeituosas resultam na formação de fibras elásticas fragmentadas. As fibras oxitalânicas podem ser encontradas em determinados locais da derme, onde conectam o sistema elástico com a lâmina basal. Deposição irregular de proteína elastina entre as microfibrilas oxitalânicas, formando as fibras elaunínicas. Estas estruturas são encontradas ao redor das glândulas sudoríparas e na derme. Elastina continua a acumular-se até ocupar todo o centro do feixe de microfibrilas, que permanecem livres apenas na região periférica. Estas são as fibras elásticas, as mais numerosas do sistema elástico. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA: Mistura complexa altamente hidratada de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanos [polímeros lineares e unidades dissacarídeas repetitivas] e proteoglicanos [eixo proteico aos quais se ligam açúcares]) e glicoproteínas multiadesivas. Altamente hidrofílicas e viscosas na forma hidratada. Proteoglicanos ligam-se a fatores de crescimento. Incolor e transparente. Preenche o espaço entre células e tecido conjuntivo. Lubrificante e barreira contra penetração de microrganismos. Precipitada em eletromicrografias. 1. GLICOPROTEÍNAS MULTIADESIVAS Compostos proteicos ligados a cadeias lipídicas. Normalmente muito ramificado. Auxiliam na adesão das células ao seu substrato. 8 Manu Lamas (155) Fibroconectina e laminina [Lâmina basal]. Fluido tissular: contém algumas proteínas plasmáticas que conseguem atravessar para os capilares. Edema: acúmulo de fluído/plasma nos compartimentos extracelulares. TIPOS DE TECIDOS CONJUNTIVOS: Os nomes refletem principal componente ou organização estrutural. 1. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD) Dividido em: Tecido conjuntivo frouxo: delicado, flexível, vascularizado, pouco resistente à tração [espaço entre músculos, circula vasos sanguíneos]. Contém todos os elementos típicos do TCPD, mas sem predominância. Muita SFA. Fibroblastos, macrófagos e fibras colágenas finas. Cria lâmina própria (que com epitélio forma uma camada mucosa). Tecido conjuntivo denso: adaptado para fornecer resistência e proteção aos tecidos. Formado pelos mesmos componentes do frouxo, porém há clara predominância de fibras colágenas (I) [muitos fibrócitos e fibroblastos]. Há escassez de SFA, Dividido em: Denso não modelado: fibras colágenas em feixes sem orientação definida. Resistência a trações de qualquer direção. Denso modelado: [tendões] feixes das fibras colágenas organizados paralelamente e alinhado com os fibroblastos CURIOSIDADE: As cél. dos tendões são classificadas como fibrócitos, devido ao núcleo alongado e pouco citoplasma 9 Manu Lamas (155) (orientam as fibras que produzem para responder à tração o mais adequadamente). 2. TECIDO ELÁSTICO (PROPIEDADES ESPECIAIS) Composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas (elastina e fibrilina). Entre elas, há fibras delgadas de colágeno e fibrócitos. Cor amarelada típica e grande elasticidade. [lig. suspensor do pênis, lig. amarelos da coluna vertebral]. 3. TECIDO RETICULAR (PROP. ESP.) Muito delicado e forma rede 3D que suporta células de alguns órgãos. Constituído de fibras reticulares (colágeno III) associadas a fibroblastos especializados (células reticulares) e macrófagos. Próximo há cél. do sis. fagocitário mononuclear. Elas monitoram o fluxo de materiais, removendo org. invasores. Observada por impregnação pela prata. 4. TECIDO MUCOSO (PROP. ESP.) Consistência gelatinosa devido à forte presença de ác. hialurônico (glicosoaminoglicano da matriz fundamental) com pouquíssimas fibras finas (col. I e III) e predominância de SFA. As principais células são os fibroblastos. [cordão umbilical]. 5. TECIDO ADIPOSO (PROP. ESP.) Presença de adipócitos, podendo estar isoladas ou em grupos associados ao tec. conj. frouxo. Muito vascularizado. Maior depósito de energia corporal, sob a forma de triglicerídeos (Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídios dos quilomícrons, produzidos no próprio adipócito ou oriundos do fígado). CURIOSIDADE: Celulites são o rompimento das fibras colágenas e elásticas da derme formando cicatriz conjuntiva. 10 Manu Lamas (155) CURIOSIDADE: as fibrilas têm índice de refração próximo ao das macromoléculas que as envolvem, dificultando sua visualização. Modela superfície corporal, absorve choques, atividade secretora e isolamento térmico. Dividido em: Tecido adiposo unilocular (amarelo ou comum): a coloração deve-se ao acúmulo de carotenos nas gotículas de gordura. É o mais comum do seu tipo no adulto, formando o panículo adiposo. Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal e possuem fibras reticulares próximas. Após gasto energético, perde suas gotículas, assumindo formato fusiforme. Outra função é a síntese de leptina (diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia). Características: oval (isolada) ou poliédrica (em grupos), pouco citoplasma e núcleo não central. Tecido adiposo multilocular (marrom): distribuição limitada. Formam massas compactas em associação com capilares sang. Ele é especializado na produção de calor em recém-nascidos (termogenina). Características: muitas mitocôndrias, núcleo redondo e várias gotículas. Tecido adiposo bege (intermediário): induzido por estímulos extremos e gera redução de peso. 6. TECIDO CARTILAGINOSO (CONJ. DE SUPORTE) Atua no suporte de tecidos moles, revestimento de superfícies e articulações, além da formação e crescimento dos ossos longos durante o período embrionário. Células: condroblastos (produzem matriz e fibras colágenas). Após formação da cartilagem, se retraem e diminuem atividade, sendo nomeados condrócitos. As lacunas de sua observação no ME são artefatos de técnica. Fibras elásticas e colágenas variam de quant. conforme a cartilagem. O tecido possui o pericôndrio (bainha conjuntiva de fibra col. I), que realiza a nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos por difusão, pois o tec. cart. não possui vasos sang, nervos ou linfonodos. Nesse tecido, podem ocorrer dois tipos de crescimento: CURIOSIDADE: Celulites são alterações microvasculares da pele, que o tecido adiposo empurra os vasos 11 Manu Lamas (155) CURIOSIDADE: a cartilagem hialina é frequentemente sujeita a processos degenerativos. CURIOSIDADE: Cartilagem regenera-se com dificuldade e de modo incompleto, salvo em crianças novas. A regeneração: células derivadas do pericôndrio invadem a área destruída e dão origem a tecido cartilaginoso. Pode ser formada uma cicatriz de tecido conjuntivo denso ao invés de reparar o cartilaginoso Intertiscial: divisão mitótica dos condrócitos preexistentes. Praticamente só ocorre em cartilagens novas. Aposicional: a partir de células do pericôndrio. As cartilagens são divididas em: Cartilagem Hialina: a mais comum no corpo. Constítuida de col. II (fibrilas), ác. hialurônico, proteoglicanos e glicoproteínas (condronectina). Encontrada no disco epifisiário dos ossos (entre epífise e diáfise). Envolvida por pericôndrio, que também fornece novos condrócitos. Na periferia da cartilagem, os condrócitos tem forma alongada, com o eixo maior paralelo à superfície. Profundamente, são arredondados e aparecem em grupos de até oito células, chamados grupos isógenos, porque suas células são originadas de um único condroblasto. Os condrócitos são células secretoras de colágeno, principalmente do tipo lI, proteoglicanos e glicoproteínas, como a condronectina. Histogênese: arredondamento das células mesenquimatosas, que retraem seus prolongamentos e formam aglomerados. Formam os condroblastos, de citoplasma muito basófilo. Em seguida, há síntese da matriz, o que afasta os condroblastos uns dos outros. A diferenciação das cartilagens ocorre do centro para a periferia (células mais centrais já apresentam as características de condrócitos [núcleo grande. RER, pouco citoplasma, arredondada], enquanto as mais periféricas ainda são condroblastos típicos). O mesênquima superficial forma o pericôndrio. Cartilagem elástica: abundante rede elástica envolvida por pericôndrio (também possui fibras colágenas). Encontrada no pavilhão e tuba auditiva. Cresce principalmente por aposição e é menos sujeita a processos degenerativos. Fibrocartilagem: características intermediárias entre conjuntivo denso (sempre está 12 Manu Lamas (155) CURIOSIDADE: artrose é o desgaste de cartilagem articular (osteócitos calcificam em torno das articulações, gerando dores, inchaços e limitação dos mov.). É diferente da artrite , que é autoimune. CURIOSIDADE: É devido à plasticidade que existem os aparelhos ortodônticos e ortopédicos. associada a ele) e hialina. Encontrada em discos intervertebrais [núcleo pulposo é substituído pelo anel fibroso, rico em fibrocartilagem, com a idade] e na sínfese púbica. Matriz acidófila (grande quant. fibras colágenas). Não possui pericôndrio. Condrócitos formam fileiras alongadas, a SFA é escassa e é corado por Tricomêro de Gomori. 7. TECIDO ÓSSEO (CONJ. DE SUPORTE) Funções mecânicas: formação do esqueleto e proteção [SNC]. Funções metabólicas: armazenamento de cálcio e manutenção da calcemia no sangue. Características gerais: dureza e rigidez (matriz calcificada [rica em col.]), constante renovação (remodelação óssea), plasticidade (remodelação estrutural) e presença de bainhas de conjuntivo (periósteo [conj. denso modelado] e endósteo [conj. frouxo] responsáveis pela nutrição, fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e recuperação do osso). A matriz óssea é acidófila e pode ser: Orgânica: osteóide (matriz recente não calcificada). Fibras colágenas espessas (compõe mais de 90% da matriz), SFA e água de solvatação. Inorgânica: cristais de hidroxipatita (fosfato de cálcio). Não existe difusão de substâncias através de matriz calcificada, logo a nutrição de osteócitos depende de canalículos existentes na matriz. Uso de técnicas especializadas para preparação de lâminas devido à rigidez da matriz mineralizada. Se divididos quanto a suas variedades anatômicas: Osso esponjoso: trabéculas ósseas (espículas). [epífises de ossos longos e o canal medular (parte interna da diáfise)] Osso compacto: sem cavidades visíveis. [diáfise] 13 Manu Lamas (155) OBSERVAÇÃO: Osteoporose: defeito nas funções dos osteoclastos (superprodução de tecido ósseo muito compactado) OBSERVAÇÃO: as lacunas do tec. cart. são artrfatos de técnica, enquanto as do ósseo são realmente do tecido. Se divididos quanto a suas variedades histológicas: Osso primário (imaturo): muitas células, imaturo (trabecular), pouco mineralizado (baixa R), fibras colágenas desordenadas. Temporário e alta presença de osteócitos. Osso secundário: maduro (lamelar), fibras colágenas paralelas (feixes) ou concêntricas, menor número de osteócitos, osteoblastos e osteoclastos, alta R (sais minerais e matriz celular). Possuem os sistemas de Havers (contém vasos e nervos), circundados por lamelas, e se comunicam entre si pelos canais de Volkmann. Proveniente dos restos dos sistemas de Havers, destruídos por crescimento ósseo, há os sistemas intermediários. Já os sistemas cirfunferenciais internos e externos são duas lamelas ósseas paralelas (uma no interior e outra exterior). Suas células são: 1. OSTEÓCITOS Ocupam cada um uma lacuna (não são artefatos de técnica!). Cél. achatadas, com pouco RER e CG e cromatina condensada. Quando morrem, são reabsorvidos pela matriz. (P/ prática: ver lacuna e célula corada em roxo [acidófila]). Atua na manutenção da matriz mineralizada e no metabolismo de cálcio. Sua nutrição é feita pelos canalículos (não há difusão em matriz mineralizada) 2. OSTEOBLASTOS Sintetizam a parte orgânica da matriz (osteoide), além de osteonectica (facilita deposição de cálcio) e osteocalcina (estimula atividade dos osteoblastos). Formação óssea. Dispõe-se lado a lado (lembra epitélio simples). Quando em intensa atividade: cuboides, citoplasma muito basófilo. Pouca atividade: achatados e basofilia diminui. (P/ prática: bolinha corada. Ativo é grande e inativo, achatado). Se aprisionado pela matriz recém sintetizada, passa a ser chamado de osteócito. Osteoide: matriz recém sintetizada e ainda não calcificada, próxima a osteoblastos. 3. OSTEOCLASTOS Reabsorção óssea: osteoclastos criam um microambiente ácido, onde liberam enzimas lisossômicas 14 Manu Lamas (155) OBSERVAÇÃO: osso = acidófilo cartilagem = basófila OBSERVAÇÃO: Cartilagem não vira tecido ósseo! FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DO OSSO PLANO hidrolases ácidas, gerando degradação da matriz e reabsorção. Células móveis, gigantes, multinucleadas, extensamente ramificadas, de forma e espessura variáveis. (P/ prática: é possível ver isso e são locais muito roxos [acidófilas, alta atividade metabólica e núcleos grandes]). Degradam matriz. Lacunas do Howship: depressões de matriz escavadas por osteoclastos. 4. OSTEOGÊNICAS Originam osteoblastos. Osteogênese: Ossificação intramembranosa ou membranosa (direta): ocorre diretamente no mesênquima ou no periósteo. A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo. [crânio]. Ossificação endocondral (indireta): ocorre sobre uma peça de cartilagem hialina. Dividida em primeira etapa (tecido mesenquimal forma cartilagem hialina) e segunda etapa (destruição da cartilagem e substituição por tecido ósseo). Nesse tipo, há o centro primário, que é o centro de ossificação (osteoblastos). Junto, ocorre a formação do canal medular (osteoclastos [absorção óssea]). Mais tarde, formam-se os centros secundários de calcificação nas epífises. O disco epifisário (cartilagem de conjugação) é um disco de cartilagem que não foi penetrado pelo osso em expansão. As zonas existentes são: Osteogênicas Osteoblastos Osteócitos 15 Manu Lamas (155) Zona de repouso: cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica; Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: condrócitos dividem- se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do osso; Zona de cartilagem hipertrófica: existem condrócitos muito volumosos, com depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios. A matriz fica reduzida a tabiques delgados, entre as células hipertróficas. Os condrócitos entram em apoptose; Zona de cartilagem calcificada: ocorrea mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos; Zona de ossificação: aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada sobre esses restos de matriz cartilaginosa, os osteoblasto depositam a matriz óssea; Formação das espículas: através da calcificação da matriz óssea e aprisionamento de osteoblastos (se transformam em osteócitos). Possuem uma parte central de cartilagem calcificada e uma parte superficial de tecido ósseo primário. Delimitam cavidades alongadas. Influências do metabolismo no tecido ósseo: Paratormônio: gera aumento do número de osteoclastos e reabsorção óssea, estimula osteócitos (reabsorção de Ca2+, mobilizando cálcio para o sangue). Quando em excesso em mulheres em menopausa, pode levar à osteoporose. Calcitocina: inibe reabsorção óssea, mobilização do Ca2+. Tireoide: a deficiência causa cretinismo (retardo e nanismo). Hormônio de crescimento: estimula crescimento ósseo. Hormônios sexuais: levam ao desaparecimento do disco epifisário. Fatores nutricionais: deficiência de cálcio (raquitismo [crianças], osteomalacia [adulto]), vitamina C (escorbuto), vitamina D (deficiência de absorção de Ca2+), vit A (acelera ossificação do disco epifisário). Tumores: condromas (benigno) e condrossarcomas (maligno). Articulações: 16 Manu Lamas (155) DOENÇAS E DEFEITOS DO COLÁGENO: Escorbuto: reduz hidroxilação da lisina e da prolina (vit. C é cofator). O pró- -colágeno fica instável e é degradado. Síndrome de Ehlers-Danlos: articulações hipermóveis. Deficiência na lisina e hidroxilação. Queloide: fibrose na pele (acúmulo excessivo de colágeno). Osteogênese imperfeita: pode ser congênita ou tardia. Causada por defeito nas cadeias a do Colágeno I. Gera problemas ósseos e fraturas. Síndrome de Marfan: Defeito nas cadeias a2. Gera crescimento excessivo dos ossos e alterações cardiovasculares. Latirismo: ingestão de ervilha de cheiro. Mais comum em Índia e China. Ela possui toxina que inibe a lisil-oxidase.
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