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Farmacologia Veterinária - Mecanismo Dose-Resposta

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Rebeca Woset 
MECANISMO DE AÇÃO E RELAÇÃO DOSE-
RESPOSTA 
Considerando o mecanismo de ação, os 
medicamentos podem ser divididos em dois 
grandes grupos distintos: os estruturalmente 
inespecíficos e os estruturalmente específicos. 
Os medicamentos estruturalmente inespecíficos 
são aqueles cujo efeito farmacológico não 
decorre diretamente da estrutura química da 
molécula agindo em um determinado receptor, 
mas sim provocando alterações nas propriedades 
físico-químicas (como grau de ionização, 
solubilidade, tensão superficial e atividade 
termodinâmica), acarretando mudanças em 
mecanismos importantes das funções celulares e 
levando à desorganização de uma série de 
processos metabólicos. Os anestésicos gerais 
inalatórios e os desinfetantes são exemplos 
característicos deste grupo de medicamentos. 
Os medicamentos estruturalmente específicos 
são aqueles cuja ação biológica decorre 
essencialmente de sua estrutura química. Eles se 
ligam a receptores, isto é, macromoléculas 
existentes no organismo, formando com eles um 
complexo, o que leva a uma determinada 
alteração na função celular. 
Outra característica relevante é que ação 
farmacológica destes agentes ocorre com 
concentrações menores do que as necessárias 
pelos estruturalmente inespecíficos. 
RECEPTORES 
Alta potência: algumas substâncias atuam, 
apresentando efeito farmacológico, em 
concentrações muito baixas, da ordem de 10–9 
até 10–11 M 
Especificidade química: isômeros ópticos 
apresentando diferentes ações farmacológicas 
Especificidade biológica: exemplificando, a 
epinefrina exerce um efeito acentuado sobre o 
músculo cardíaco, porém apresenta fraca ação 
sobre o músculo estriado. 
ALVO PARA A AÇÃO DOS MEDICAMENTOS 
A ligação dos medicamentos aos receptores 
envolve todos os tipos de interação química 
conhecidos: as iônicas polares (íon-dipolo ou 
dipolo-dipolo), as de ponte de hidrogênio, as 
hidrofóbicas, as de van der Waals e as covalentes. 
Dependendo do tipo de ligação entre o receptor 
e o medicamento, a duração do efeito poderá ser 
fugaz ou prolongada. As ligações do tipo 
covalente são muito difíceis de se desfazerem, 
portanto, uma vez estabelecida a ligação 
medicamento-receptor, esta será irreversível. 
Enzimas 
Vários medicamentos exercem seu efeito 
farmacológico por meio da interação com 
enzimas, atuando principalmente como 
inibidores destas. Um medicamento também 
pode sofrer alterações em sua estrutura química 
provocadas pela interação com determinadas 
enzimas, transformando-se em produto anormal, 
que acarreta a desorganização de determinada 
via metabólica. 
Moléculas transportadoras 
Alguns medicamentos exercem sua ação 
farmacológica interferindo com as proteínas 
transportadoras, responsáveis pelo carreamento 
de várias substâncias para o interior das células, 
como por exemplo, glicose, aminoácidos, íons e 
neurotransmissores. 
Estas proteínas transportadoras contêm locais de 
reconhecimento que as torna específicas para 
identificar e transportar moléculas para o interior 
do citoplasma celular. Esses locais de captação 
são alvo da ação de alguns medicamentos, cuja 
função é bloquear o sistema de transporte. 
Receptores celulares 
Dentre os receptores farmacológicos, há um 
grupo de proteínas celulares, cuja função no 
organismo é atuar como receptores de 
substâncias endógenas como os hormônios, 
neurotransmissores e autacoides. A função 
desses receptores fisiológicos está ligada à 
transmissão de uma mensagem, quer de forma 
direta (via canal iônico existente nas membranas 
plasmáticas), ou indireta (via um segundo 
mensageiro, que acarretará mudanças 
bioquímicas em células-alvo). Esses mecanismos 
de transmissão, muitas vezes complexos, 
 
 
 
 
Rebeca Woset 
MECANISMO DE AÇÃO E RELAÇÃO DOSE-
RESPOSTA 
funcionam como integradores de informações 
extracelulares. 
Receptores ligados à proteína G 
A família dos receptores acoplados à proteína G 
representa a maioria dos receptores conhecidos 
na atualidade. As proteínas G são os mensageiros 
entre os receptores e as enzimas responsáveis 
pelas mudanças no interior das células. 
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA 
O termo agonista, em Farmacologia, indica que 
uma determinada substância, ao ligar-se ao 
receptor, ativa-o, acarretando efeito 
farmacológico; em oposição, o 
termo antagonismo refere-se a uma substância 
que, ao combinar-se com o receptor, não o ativa. 
POTÊNCIA 
Quanto menor a concentração ou dose do 
medicamento necessária para desencadear 
determinado efeito (seja este mensurado in vivo 
ou in vitro), mais potente é este medicamento. 
A potência não está necessariamente relacionada 
com nenhuma outra característica do 
medicamento, portanto, é falsa a afirmação de 
que um medicamento mais potente é 
clinicamente superior quando comparado a outro 
menos potente. 
EFICIÊNCIA MÁXIMA 
Determinados por propriedades inerentes à 
ligação medicamento-receptor e ilustrados como 
um platô na curva dose-resposta 
Não existe, na grande maioria das vezes, 
correlação entre eficácia e potência, sendo 
parâmetros independentes um do outro. 
INCLINAÇÃO 
A inclinação da curva dose/efeito reflete o 
mecanismo de ação de um agente terapêutico, 
bem como sua ligação com o receptor. Pode-se, 
portanto, afirmar que medicamentos com mesmo 
mecanismo de ação não apresentam entre si 
diferenças significativas na inclinação de suas 
respectivas curvas e que a existência de 
diferenças entre a inclinação das curvas de dois 
ou mais medicamentos indica que eles têm 
mecanismos de ação diversos. 
Grande inclinação da curva dose/resposta indica 
também que pequenas variações na dose levam a 
grandes variações na intensidade do efeito. 
VARIAÇÃO BIOLÓGICA 
Variabilidade na intensidade da resposta a 
determinado medicamento que varia entre seres 
vivos. 
EFEITOS ANORMAIS AOS MEDICAMENTOS 
Hiper-reativo: indivíduos que apresentam 
respostas a doses baixas de determinado 
medicamento que não causam efeitos na grande 
maioria da população 
Hiporreativo: em oposição ao hiper-reativo, este 
termo identifica os indivíduos que necessitam de 
doses maiores do que as normalmente utilizadas 
pela população para desencadear determinado 
efeito farmacológico 
Tolerância: a hiporreatividade pode ser 
denominada também de tolerância, indicando 
que a baixa sensibilidade em questão resulta de 
uma exposição prévia ao medicamento, o qual 
causa alterações farmacocinéticas e/ou 
farmacodinâmicas, promovendo, com o decorrer 
do tempo, uma resposta farmacológica menor. 
Taquifilaxia ou dessensibilização: são expressões 
sinônimas utilizadas para descrever a 
hiporreatividade que se desenvolve em alguns 
minutos e não em vários dias ou semanas, como 
necessário para a ocorrência da tolerância. Este 
fenômeno envolve diferentes mecanismos, como 
alteração de receptores acoplados diretamente 
aos canais tônicos 
Idiossincrasias ou efeito incomum: representam 
o aparecimento de um efeito não esperado após 
uso de um medicamento e que ocorre em 
pequena porcentagem dos indivíduos 
Supersensibilidade: termo utilizado para referir-
se a aumento do efeito de um medicamento, 
sendo este causado pela elevação da 
 
 
 
 
Rebeca Woset 
MECANISMO DE AÇÃO E RELAÇÃO DOSE-
RESPOSTA 
sensibilidade de receptores sinápticos e que 
normalmente ocorre após bloqueio prolongado 
de receptores sinápticos ou ainda por denervação 
Hipersensibilidade: este termo deve restringir-se 
somente aos fenômenos causados pelas alergias. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
SINERGISMO 
Denomina-se sinergismo o efeito de dois 
medicamentos ocorrendo na mesma direção. 
Este pode ser: 
 Sinergismo por adição ou apenas adição: 
o efeito combinado de dois ou mais 
medicamentos é igual à soma dos efeitos 
isolados de cada um deles. Este tipo de 
sinergismo é utilizado com fins 
terapêuticos. 
 Sinergismo por potenciação ou apenas 
potenciação: o efeito combinado de dois 
ou mais medicamentos é maior do que a 
soma dos efeitos isolados. Neste tipo de 
sinergismo é comum queas duas 
substâncias não atuem pelo mesmo 
mecanismo de ação. Neste caso, uma das 
substâncias potencializa a outra por 
interferir na sua biotransformação, 
distribuição ou excreção. 
ANTAGONISMO 
A interação de dois medicamentos pode levar 
também a diminuição ou anulação completa dos 
efeitos de um deles. 
Antagonismo farmacológico não competitivo 
O antagonismo farmacológico não competitivo 
ocorre quando há ligação com sítio alostérico 
presente no receptor ou bloqueio em algum 
ponto da cadeia de eventos desencadeada pela 
ligação do agonista ao receptor. 
No antagonismo farmacológico não competitivo, 
o antagonista bloqueia algum ponto importante 
da cadeia de eventos que levaria à resposta 
desencadeada pelo agonista. Esta alteração 
ocorre por influência da atuação do antagonista 
não competitivo em um local alostérico diferente 
do local de ligação do agonista; portanto, não é 
possível desfazer o bloqueio quando se aumenta 
a concentração do agonista. 
Antagonismo farmacológico competitivo 
 Pleno reversível: Neste tipo, o 
antagonista compete com o agonista 
pelos mesmos locais receptores, 
formando com o mesmo um complexo 
inativo. Desta forma, é respeitada a lei da 
ação das massas, isto é, aumentando-se a 
quantidade do agonista, na presença de 
um antagonista, o primeiro desloca o 
segundo do receptor. 
 Parcial reversível: Este tipo de 
antagonismo representa uma situação 
particular de antagonismo farmacológico 
competitivo, com a diferença que os dois 
medicamentos utilizados são agonistas, 
porém com diferentes capacidades de 
desencadear efeitos farmacológicos, isto 
é, com diferentes atividades intrínsecas. 
Portanto, o agonista menos eficaz nesta 
situação experimental atua como 
antagonista parcial do agonista principal. 
 Irreversível: Este antagonismo ocorre 
quando o antagonista se dissocia muito 
lentamente ou não se dissocia, dos 
receptores. Portanto, mesmo 
aumentando a concentração do agonista 
na presença do antagonista, não é 
possível alcançar o efeito máximo. 
Antagonismo não farmacológico 
No antagonismo não farmacológico não há o 
envolvimento direto do antagonista com um 
receptor. 
 Antagonismo farmacocinético ou 
disposicional : Neste tipo de antagonismo, 
uma substância química (medicamento) 
reduz efetivamente a concentração 
plasmática de outra administrada a um 
animal. Esta redução pode ocorrer por 
vários motivos: 
 A velocidade de biotransformação 
do medicamento pode estar 
aumentada. 
 
 
 
 
Rebeca Woset 
MECANISMO DE AÇÃO E RELAÇÃO DOSE-
RESPOSTA 
 Velocidade de absorção ou a 
quantidade do medicamento ativo 
no trato gastrintestinal pode estar 
reduzida. 
 A velocidade de excreção renal 
pode estar aumentada. 
 Antagonismo fisiológico ou funcional: Este 
tipo de antagonismo ocorre quando os 
dois agonistas interagem em sistemas de 
receptores independentes, porém 
produzindo efeitos opostos que se 
anulam. 
 Antagonismo químico ou antidotismo: 
Neste tipo de antagonismo, as duas 
substâncias não reagem com os 
receptores do organismo, mas sim reagem 
quimicamente, em solução, entre si se 
anulando.

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