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Dalila Fassarella Corrêa Programa Saúde da Família • Rompe com modelo de educação e atenção médica • Estavam focados na doença, na descoberta do “culpado” da doença – modelo biotecnologista Por exemplo, se descobre que a doença é causada por um animal, encontra-se a forma de matar o animal e não se preocupa com os outros fatores que levam a doença, como poluição que pode levar a proliferação do animal. Atenção Básica • Conjunto de ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnósticos, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde, desenvolvida no individual e nos coletivos, por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas (“cópia” do artigo 196 da constituição: Saúde é um direito de todos e dever do Estado). • No SUS, constitui-se como um nível hierárquico (atenção primária, secundária, terciária e quaternária, cada uma com seus focos de atenção), que deve estar organizado em todos os municípios do país – APS (atenção primária em saúde) = Atenção Básica. • Modelo Flexneriano: ✓ Atenção à doença ✓ Fragmentação da clínica, do conhecimento, das ações de saúde ✓ Descontinuidade da atenção ✓ Valoriza a superespecialização (menos noção de como fazer o cuidado geral) ✓ Modelo que vivenciamos ainda hoje • Estratégia de Saúde da Família surge em 1994, mas o PSF é institucionalizado no Brasil em 1996 (norma operacional do governo) → Possibilita que todos os municípios organizem o sistema de saúde a partir do modelo da atenção básica Princípios da Estratégia da Família Fortalecimento da atenção por meio de: ✓ Ampliação do acesso ✓ Qualificação e reorientação das práticas de saúde no modelo de promoção à saúde: 1. Fortalecer a Saúde da família; 2. Evitar o processo de adoecimento – não somente curar as pessoas, evitar que as pessoas adoeçam; 3. Humanização, acolhimento, vínculo entre profissionais e famílias assistidas – tomar as decisões juntamente com as famílias; 4. Integralidade; Do acesso: resolver todos os problemas no SUS de maneira efetiva Do cuidado: depende do profissional, cuidado com o paciente Da resolubilidade e intersetorialidade das ações – efetividade 5. Prevenção, promoção, tratamento, recuperação e manutenção da saúde; 6. Foco na família; 7. Cuidado ao longo do tempo – coordenação do cuidado (procurar saber do paciente mesmo após encaminhamento, procurar saber se já foi atendido); 8. Territorialização: é da ESF, da atenção primária, o nome do princípio do SUS é regionalização (dividir área em regiões de saúde – é mais em um nível administrativo); 9. Adstrição da comunidade: inclusão das pessoas que são de responsabilidades de determinada UBS; 10. Trabalho em equipe interdisciplinar 11. Estímulo à participação social; ABS organizada pela ESF • Possibilita a organização do sistema municipal de saúde para contemplar os pontos essenciais de qualidade na Atenção Básica, mantendo o foco da atenção nas famílias da comunidade. • A saúde da família constitui uma estratégia para organização e fortalecimento da Atenção Básica no Brasil, objetivando: ✓ A reorganização do modelo de atenção à saúde (sair do modelo flexneriano); Dalila Fassarella Corrêa ✓ A reorientação das práticas profissionais (os profissionais que permitem que o programa de saúde aconteça ou não de acordo com suas condutas); • Unidades de Saúde da família devem ser: ✓ A “porta de entrada” para um sistema hierarquizado (sistema dividido em atenção primária, secundária, terciária e quaternária e cada um tem suas responsabilidades) e regionalizado; ✓ Responsáveis (atender e resolver 80% a 85% das demandas de saúde da população) Bases Normativas ✓ Ter vínculo próximo com as famílias dos bairros em que atua ✓ Ter preocupação de ouvir as pessoas, de acompanhamento da pessoa ao longo do tempo, saber da família do paciente • A equipe de saúde da família é responsável pela saúde da população adstrita à sua unidade de saúde, de forma permanente, resolutiva e humana; • Os profissionais de saúde devem estabelecer vínculos de confiança e responsabilidade com os indivíduos, famílias e comunidades por eles acompanhadas; • As ações de saúde devem ser orientadas para o cuidado integral dos indivíduos inseridos em suas respectivas famílias e comunidades; • O estímulo à participação da população é considerado de grande importância na discussão dos problemas de saúde da comunidade e na vigilância da qualidade dos serviços de saúde; • A intersetorialidade é a condição essencial à promoção da saúde e da qualidade de vida da população; Portaria 648/2008 É condição essencial que todos os profissionais das equipes trabalhem 8 horas por dia/40 horas semanais. Áreas estratégicas: • Controle da tuberculose, • Controle da hanseníase, • Controle da hipertensão arterial, • Controle da diabetes mellitus, • Saúde da criança, • Saúde da mulher, • Saúde bucal (a partir de 2011 foi acrescentado o cuidado de saúde bucal). → Ao longo do tempo muitas leis moldaram o SUS, em 2006 o pacto pela saúde deu surgimento até a saúde da mulher. Base da atuação das equipes de Saúde da Família: I. Planejamento das ações: “...desenvolver habilidades de conhecer o território estando atento também para descobrir os aspectos positivos e o potencial da comunidade para resolver os problemas de saúde.” → Conhecer os fatores determinantes do processo saúde-doença – como uma doença acontece, saber onde tem que agir para que as pessoas não adoeçam; → Estabelecer prioridades e traçar estratégias de enfrentamento para os problemas detectados; → Conhecer o perfil epidemiológico da população – por exemplo, se uma unidade de saúde tem presença de muitos idosos, prestar serviços voltados a população, vacinação para gripes, palestra para “evitar quedas”; → Garantir estoque de insumos necessários para o funcionamento do trabalho. II. Saúde, Promoção e Vigilância à Saúde: “...é fundamental entender a saúde como produção social... e como um processo de responsabilidade compartilhada das ações” → Conhecer os fatores que determinam a qualidade de vida da comunidade de seu território – prestar atenção se o território é favorável para determinantes de qualidade de vida; → Articular-se com outros setores e instituições locais e movimentos sociais organizados, buscando integrar ações que contribuam para melhorar a qualidade de vida da comunidade – coordenação do cuidado; → Estimular a participação da comunidade no planejamento, execução e avaliação das ações de saúde – conselhos e conferencias de saúde. III. Trabalho interdisciplinar em equipe: saber qual a sua responsabilidade e as responsabilidades dos demais profissionais da equipe. Dalila Fassarella Corrêa → Conhecer e analisar o trabalho de toda a equipe, verificando as atribuições de toda equipe, verificando as atribuições especificas de cada profissional e identificando as ações comuns a todos os componentes da equipe; → Participar da formação e do treinamento do pessoal auxiliar, voluntários e estagiários de cursos ou de outros serviços preparando-os para identificar a atuar nos principais problemas de saúde da população – é importante o médico auxiliar a todos que atuam na UBS pois o médico não tem acesso a todos os pacientes, é importante que todos saibam o básico do que fazer. IV. Abordagem Integral da família: “...ver as pessoas em seus contextos socioeconômicos e culturais, com ética, compromisso, respeito. Conceber o ser humano como sujeito social capaz de traçar seus próprios projetos...” → Compreender a família de forma integral e sistêmica, como espaço de desenvolvimento individual e de grupo, dinâmico e passível de crises; → Identificar a relação da família com a comunidade – Ecomapa; → Identificar os processos de violência familiar, se houver, e aborda-los de forma integral, organizada, com participação de diferentes disciplinas e setores e, de acordo com os preceitos legaise éticos existentes. Foco na Família → Fornece base para conhecer os usuários dentro de seu ambiente e dos problemas de saúde dos demais membros da família, podendo esclarecer os mecanismos de etiologia e potencializar as respostas terapêuticas aos problemas de saúde; → Possibilita a ampliação dos diagnósticos de saúde na comunidade e qualifica o planejamento local, que buscará fornecer mecanismos para o estabelecimento do equilíbrio da saúde dos indivíduos, famílias e comunidade. Os profissionais de Saúde da Família → São especialistas nos problemas mais comuns e frequentes na comunidade – sempre tentar resolver os problemas sistêmicos da comunidade – doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes; → Praticam a saúde baseada em evidências, utilizando-se dos conhecimentos mais atualizados das ciências; → Suas ações são geralmente de baixa densidade tecnológica (não há presença de raio-X e demais tecnologias, que são próprias da atenção secundária e terciária), porém são de alta complexidade da prática em saúde, pois para além da assistência, buscam atuar sobre os determinantes das doenças através das ações de prevenção e promoção da saúde. !!!!!!!! Perspectivas de Impacto Sócio-Político → Resolver 85% dos problemas de saúde da comunidade – tratar problemas como hipertensão na unidade de saúde sem necessidades de encaminhamento, pois é um problema comum à comunidade – profissionais de UBS criaram estereótipo de última opção, de não querer estar ali – hoje os pacientes espelham isso ao chegarem já buscando exames e encaminhamentos; → Realizar vigilância à saúde; → Racionalizar acesso aos serviços de média e alta complexidade/continuidade da assistência; → Ampliar as ações de promoção à saúde, incluindo ações intersetoriais; → Identificar e fortalecer redes de proteção social, governamentais e/ou não. A transformação do modelo De → Para Atenção centrada na doença Atenção centrada na saúde Atua sobre a demanda espontânea Responde à demanda de forma continuada e racional Ênfase na medicina curativa Ênfase na integralidade da assistência Trata o indivíduo como objeto da ação O indivíduo é sujeito, integrado a família, ao domicilio, à comunidade. Baixa capacidade de resolução de problemas Otimização na resolução de problemas Poder centrado no médico Poder centrado na equipe e na comunidade como um todo Desvinculado a comunidade Vinculado a comunidade Relação custo/benefício desvantajosa Relação custo/benefício vantajosa Dalila Fassarella Corrêa Esclarecendo Confusões Comuns a SF: → Não realiza consultas médicas domiciliares indiscriminadas; → Não é a solução para todos os problemas de saúde da comunidade. Sempre haverá pacientes com necessidades de atenção em diferentes níveis de complexidade do sistema; → Não realiza todas as atividades a nível domiciliar, há processos e procedimentos que exigem o equipamento de saúde; → Não é um sistema de resgate domiciliar para situações de urgência e emergência; → Não impõe tratamento para a negação de atendimento por parte de alguns indivíduos. Busca alternativas para superação do problema entre todos os recursos da comunidade. Saúde da Família: Limites e Possibilidades Desafios do SUS: → Falta de priorização no financiamento para ABS; → Distorção do conceito de integralidade – aplicado à formulação de políticas de “ação programática” e “campanhistas”. → Pouco compromisso dos serviços/gestores com a resolubilidade – priorização das ações curativas/ emergenciais. → Fragmentação da Atenção à Saúde onde persiste o equívoco de que “ABS faz apenas promoção e prevenção”. → Rede constituída que necessita de adequações estruturais. → Instrumentos gerenciais de avaliação e monitoramento inadequados a nova prática (ultimas mudanças realizadas no ano de 2001); Secretaria Municipal de Saúde – Competência: → Fornecer os insumos necessários as equipes do PSF; → Disponibilizar estrutura física e equipamentos adequados; → Implementar os programas de educação continuada, treinamento em serviço, supervisão e assessoramento; → Compilar os dados de produção para o Ministério da Saúde e informar as equipes as análises realizadas; → Garantir o cumprimento do horário de trabalho. Secretaria Estadual de Saúde – Competência: → Avaliar mensalmente os dados informados; → Acompanhamento das metas pactuadas; → Avaliar a qualidade da assistência prestada, através dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde; → Realizar discussão com as equipes municipais sobre as metas/dados apresentados e analisados; → Informar aos órgãos de fiscalização/controle dos resultados obtidos; Questões Informadas ao Ministério Público → Exagero de pedido de exames complementares; → Médico triado – Médico “AO...AO” (encaminhavam ao cardiologista, ao dermatologista, ao ortopedista); → Encaminhamentos sem justificativa médica e história clínica; → Enfermeiros só fazem relatórios, sem tempo para atendimento e acompanhamento de acamados, não realiza discussão de casos com a equipe; → Enfermeiros não priorizam os encaminhamentos; → Médicos ausentes; → Médicos fazem apenas consultas; → Médicos não participam da reunião com a equipe; → Médicos não fazem acompanhamento dos acamados; → Médicos se sujeitam a trocar receitas, sem acompanhar o paciente; → Médicos solicitam exames e consultas especializadas por solicitação do usuário. Eixos para uma atenção mais resolutiva Coordenação do cuidado, regulação do acesso e integração na RAS (rede de atenção à saúde) → recursos tecnológicos “duros” (equipamentos diagnósticos e terapêuticos, insumos e informatização) → capacidade clínica e de cuidado das equipes.
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