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Acessibilidade e inclusão digital

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Indaial – 2019
AcessibilidAde e
inclusão digitAl
Prof.a Franciéle Carneiro Garcês da Silva
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SI586a
 Silva, Franciéle Carneiro Garcês da
 Acessibilidade e inclusão digital. / Franciéle Carneiro Garcês da 
Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 196 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0395-9
 1. Acessibilidade. - Brasil. 2. Inclusão digital. – Brasil II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 020
III
ApresentAção
Prezado acadêmico, bem-vindo! Este livro didático foi criado 
visando capacitá-lo para as questões relativas à disciplina de Acessibilidade 
e Inclusão Digital. Tais questões fazem parte da sua formação acadêmica e, 
nesse sentido, encontra-se dividido em três unidades. 
Na Unidade 1, intitulada Tópicos Especiais em Acessibilidade e 
Inclusão Digital são apresentados os aspectos históricos e conceituais sobre 
a acessibilidade e inclusão digital, a importância dos conhecimentos sobre a 
acessibilidade para a Biblioteconomia, bem como apresenta a legislação, os 
direitos das pessoas com deficiência e as normas técnicas de acessibilidade em 
bibliotecas. Por fim, conceitua o que são tecnologias assistidas e sua contribuição 
para a promoção da qualidade de vida de pessoas com deficiência.
Na Unidade 2, intitulada Acessibilidade e Inclusão Digital: caminhos 
para uma prática inclusiva e acessível, você compreenderá os motivos que 
levam às pessoas com deficiência a estarem afastadas dos ambientes das 
bibliotecas e unidades de informação e qual o papel do bibliotecário para 
reverter essa situação; conhecerá a promoção da autonomia e da acessibilidade 
em bibliotecas estudando o papel do bibliotecário, as necessidades de 
informação e acesso à informação por pessoas com deficiência. Será possível 
também entender como planejar bibliotecas que busquem a inclusão e 
promovam a acessibilidade para as pessoas com deficiência; aprenderá a 
identificar como as tecnologias assistivas podem contribuir para a autonomia 
de pessoas com deficiência e seu pleno exercício da cidadania, bem como o 
acesso à informação e, por fim, conhecerá os softwares e instrumentos que 
permitem a acessibilidade às pessoas com deficiência em bibliotecas.
A Unidade 3, intitulada Educação Inclusiva e Bibliotecas Acessíveis 
apresenta a importância da educação inclusiva e da acessibilidade no 
ambiente escolar. Traz ainda a compreensão do papel e do conceito de 
biblioteca inclusiva e acessível e incita refletir sobre o Código de Ética 
bibliotecária, as funções do bibliotecário e a sua contribuição para tornar 
bibliotecas acessíveis e inclusivas. Por fim, traz o conceito de audiodescrição 
e sua função e fornece exemplos de bibliotecas com acessibilidade.
Nesse sentido, sugerimos a leitura de cada unidade deste livro didático 
na íntegra e de forma atenta. Incentivamos também que sejam respondidas as 
questões da Autoatividade, que contém exercícios elaborados para testar seus 
conhecimentos. Lembre-se de que esta disciplina é vital para seu aprendizado 
no que se refere às questões de acessibilidade e inclusão social e digital. Estes 
conteúdos serão úteis no seu dia a dia como profissional dentro de uma 
biblioteca ou unidade de informação e o concederão as habilidades necessárias 
para ser um profissional que atenda às demandas da sociedade do século XXI.
Ótimo estudo e boas reflexões!
Ma. Franciéle Carneiro Garcês da Silva
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL ...........1
TÓPICO 1 – HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE ................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 ACESSIBILIDADE E OS DIREITOS HUMANOS ..........................................................................4
3 PRINCIPAIS MARCOS DA ACESSIBILIDADE NO BRASIL ......................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 10
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 – ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS ..................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE ACESSIBILIDADE .................................................... 14
3 AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE ....................................................................................... 23
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 28
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 29
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE ................................................................ 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 ACESSIBILIDADE E A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988....................................... 32
3 LEGISLAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE EM INSTITUIÇÕES
 DE ENSINO E BIBLIOTECAS ........................................................................................................... 36
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42
TÓPICO 4 – INCLUSÃO DIGITAL E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ......................................... 45
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45
2 CONCEITUANDO A INCLUSÃO DIGITAL .................................................................................46
3 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL .................................................................................. 48
4 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A PROMOÇÃO DA LIBERDADE E
 AUTONOMIA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM SUA INTERAÇÃO NA 
 SOCIEDADE .......................................................................................................................................... 49
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 62
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 63
UNIDADE 2 – ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL: CAMINHOS PARA UMA
 PRÁTICA INCLUSIVA E ACESSÍVEL ..................................................................... 65
TÓPICO 1 – ACESSIBILIDADE E A PROMOÇÃO DA AUTONOMIA EM BIBLIOTECAS ........67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67
2 ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E A PROFISSÃO BIBLIOTECÁRIA ..................................... 68
3 ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO SOCIAL E O ACESSO ............................................................. 69
À INFORMAÇÃO .................................................................................................................................... 69
3.1 NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO E AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ....................... 71
sumário
VIII
3.2 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E O ACESSO ............................................................. 74
À INFORMAÇÃO .................................................................................................................................. 74
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 77
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 82
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 – PLANEJANDO BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS E INCLUSIVAS ............................. 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 PENSANDO AS BIBLIOTECAS PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS COM 
 NECESSIDADES ESPECIAIS ............................................................................................................ 88
3 PLANEJAMENTO DE BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS E INCLUSIVAS E AS SUAS ETAPAS ......89
4 PRÁTICAS COMUNICACIONAIS E RECURSOS PARA AMPLIAÇÃO DA 
 ACESSIBILIDADE DA COMUNICAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................... 91
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 94
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 95
TÓPICO 3 – ESTUDO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA E DE OUTRAS INOVAÇÕES 
 TECNOLÓGICAS QUE VISEM À INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM 
 DEFICIÊNCIA NAS BIBLIOTECAS ............................................................................. 99
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 99
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ACESSO EM BIBLIOTECAS E UNIDADES DE 
 INFORMAÇÃO ...................................................................................................................................100
2.1 SISTEMA BRAILLE .......................................................................................................................100
2.2 MOUSEKEY ....................................................................................................................................102
3 SOFTWARES DE ACESSIBILIDADE ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL ..........103
3.1 DOSVOX .........................................................................................................................................103
3.2 VIRTUAL VISION .........................................................................................................................106
3.3 PROGRAMA MOTRIX .................................................................................................................109
3.4 JAWS FOR WINDOWS .................................................................................................................110
3.5 NVDA ..............................................................................................................................................111
3.6 OPENBOOK ..................................................................................................................................112
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................114
UNIDAE 3 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA E BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS ..................................117
TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A BIBLIOTECA ESCOLAR ......................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA E A ACESSIBILIDADE ...........119
3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR......................121
4 BILIOTECAS ESCOLARES E ACESSIBILIDADE .......................................................................125
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................127
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................135
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
TÓPICO 2 – BIBLIOTECAS INCLUSIVAS E O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO ............141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO EM BIBLIOTECAS PÚBLICAS .........................................144
3 O AMBIENTE UNIVERSITÁRIO E A ACESSIBILIDADE ........................................................147
3.1 ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ....................................................152
3.1.1 PROESP/CAPES: Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central Cesar Lattes – 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) .........................................................154
IX
3.1.2 Laboratório de Acessibilidade (LA) da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte ...................................................................160
3.2 NÚCLEOS DE ACESSIBILIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ...............162
3.2.1 Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG) ..................................................................................................................................162
3.2.2 Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Goiás (UFG) ...........................165
3.2.3 Núcleo de Acessibilidade Educacional (NAE) da Universidade do Estado de Santa 
Catarina (UDESC) ..................................................................................................................1693.3 FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES DESTINADAS AO ATENDIMENTO DE PESSOAS
 COM DEFICIÊNCIA .....................................................................................................................170
3.3.1 Fundação Dorina Nowill para Cegos ................................................................................170
3.3.2 Associação Catarinense para Integração do Cego – ACIC .............................................173
3.3.3 Centro de Apoio ao Deficiente Visual – CADEVI ............................................................174
3.3.4 Associação de Pais Banespianos de Excepcionais – APABEX ........................................174
3.3.5 Associação Mineira de Reabilitação – AMR .....................................................................175
3.3.6 Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual .........................176
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................181
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183
X
1
UNIDADE 1
TÓPICOS ESPECIAIS EM 
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os aspectos históricos e conceituais sobre acessibilidade e 
inclusão digital;
• entender a importância dos conhecimentos sobre acessibilidade para a 
Biblioteconomia;
• conhecer os conceitos que envolvem a temática da acessibilidade;
• aprender, a partir da legislação, os direitos das pessoas com deficiência;
• conhecer as normas técnicas para acessibilidade em Bibliotecas e centros 
de informação;
• entender o que são tecnologias assistivas e como elas podem proporcionar 
qualidade de vida para pessoas com deficiência.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
TÓPICO 2 – ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
TÓPICO 4 – INCLUSÃO DIGITAL E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
1 INTRODUÇÃO
A equidade de direitos entre cidadãs e cidadãos está prevista em diversas 
localidades do mundo como política de inclusão social. Nesse sentido, conforme 
os instrumentos normativos que serão discutidos ao longo dessa unidade, toda 
pessoa com necessidades educacionais especiais deve ter seus direitos e qualidade 
de vida assistidos pelo Estado, como uma política pública. 
A discussão sobre a qualidade de vida das pessoas com deficiência pode 
ser considerada recente. As primeiras conferências que discutiram essa temática 
no mundo ocorreram na segunda metade do século XX, especialmente no contexto 
europeu. No Brasil, o debate se iniciou na elaboração da Constituição Federal 
de 1988, conhecida popularmente como “constituição cidadã”. Entretanto, as 
primeiras garantias de direitos da pessoa com deficiência só foram conquistadas 
no início do século XXI, no Brasil (MAZZOTTA; D’ANTINO, 2011).
Diversos foram os motivos que contribuíram para o atraso dessas pautas, 
elenca-se o principal destes o pré-conceito sobre a participação social das pessoas 
com deficiência nos estratos sociais: escolas, ambientes de cultura e lazer e também 
no mercado de trabalho. Acreditava-se que a pessoa com deficiência não poderia 
ser inserida nesses espaços e, no modelo econômico capitalista, eram consideradas 
economicamente e/ou intelectualmente improdutivas. A pessoa com deficiência 
era, por muitas vezes, enxergada com pré-conceito pelas pessoas sem deficiência.
Parte desses pré-conceitos mudaram a partir do aprofundamento de 
pesquisas científicas sobre as doenças, isso inclui pesquisas que buscassem a 
melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência, mudando, inclusive, 
a forma como as pessoas eram tratadas. Até o início dos anos 2000 era comum 
que se referissem às pessoas com deficiência como “dementes”, “débeis mentais”, 
“deficientes”, “incapaz intelectual”, “especiais”, entre outros adjetivos que 
contribuíram para a exclusão dessas pessoas. 
Pensando em uma forma de minimizar o pré-conceito e exclusão das 
pessoas com deficiência, Amiralian et al. (2000) discutem a necessidade de 
se analisar os termos médicos e os termos sociais sobre as doenças a fim de 
relacioná-los e utilizá-los como medida educativa. Os autores discutem que 
se utilizada apenas a terminologia médica, limita-se à compreensão social das 
doenças (haja vista a complexidade da linguagem entre profissionais da saúde). 
Em contrapartida, usar apenas a terminologia social pode aumentar preconceitos 
e dificultar a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. 
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
4
Nos próximos subtópicos serão discutidas a inclusão social das pessoas 
com deficiência e acessibilidade a partir da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, bem como os principais marcos da acessibilidade no Brasil. 
2 ACESSIBILIDADE E OS DIREITOS HUMANOS
Ao pensar em acessibilidade, imagina-se que o termo está relacionado 
majoritariamente a aspectos arquitetônicos, tais como pisos direcionais, rampas, 
barras de apoio etc. Entretanto, a acessibilidade vai além das condições físicas de 
estar em determinado espaço, compreende também o acesso a materiais, serviços 
e informações que permita a pessoa com deficiência uma vida mais digna. 
Ao relacionar a temática com a atividade bibliotecária, compreende-
se como fundamental a preocupação desses profissionais com o acesso às 
informações para todas as pessoas, respeitando as limitações (quando houver) e 
fazendo o possível para satisfazer a necessidade informacional do usuário. 
No que tange ao acesso às informações, faz-se necessária a compreensão da 
trajetória da acessibilidade para entender os contextos e limites que se encontram 
atualmente para a promoção da equidade de oportunidades para todas as pessoas. 
Compreende-se que o contexto pós-guerra mundial foi fundamental para pensar 
a acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiência física, pois nessa 
época, devido ao enfrentamento bélico, muitos militares e civis sofreram traumas 
físicos e psicológicos e, com isso, mobilidade reduzida (perda parcial ou total de 
membros, distúrbios motores, visuais e auditivos) (CARDOSO, 2011). 
Para minimizar a situação conflituosa do período, um grupo de países se 
reuniu para repensar a estrutura global sobre a paz e os direitos humanos. Assim, 
compreende-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) como 
o primeiro documento que promoveu não só a união das nações, mas também a 
equidade entre as pessoas. No preâmbulo desse documento consta que a DUDH 
tem “[...] como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, 
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em 
mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover 
o respeito a esses direitos e liberdades [...]” (ONU, 2009, s.p.). Nesse sentido, 
compreende-se que profissionais de Biblioteconomia, enquanto mediadores, têm 
papel fundamental na promoção e discussão desses valores na sociedade. 
Salienta-se que tal documento foi escrito com base no contexto de 
conflitos de guerra da época, por isso nota-se artigos específicos que tratam do 
direito a julgamento em um tribunal, a proibição da tortura, dos castigos cruéis 
e dos exílios arbitrários. Com relação ao tema desse tópico (acessibilidade), nota-
se que, mesmo não explicitados, os ideais para a equidade de direitos e para a 
humanização de todas as pessoas, independentemente da sua condição, estão 
presentes nos respectivosartigos: 
TÓPICO 1 | HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
5
QUADRO 1 – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
(ARTIGOS RELACIONADOS À ACESSIBILIDADE)
• Artigo 1 – “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos 
outros com espírito de fraternidade”. Nesse artigo destaca-se o nascer livre, 
em dignidade e direitos. Toda pessoa deve nascer com o mínimo de direito 
garantido, como por exemplo, o seu registro civil, acesso à saúde, alimentação 
e deve ser tratada com espírito de fraternidade pelas pessoas a sua volta.
• Artigo 2, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem capacidade para gozar os 
direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de 
qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política 
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição”. Ainda que não esteja explicitado, elenca-se a 
relação com a temática proposta nesta unidade a menção a “qualquer outra 
condição”. Nessa perspectiva, assume-se que essas condições podem referir-
se à condição da pessoa com deficiência.
• Artigo 3 – “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal”. É dever do Estado garantir condições para nascimento, 
desenvolvimento e segurança para todas as pessoas.
• Artigo 5 – “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo 
cruel, desumano ou degradante”. Considera-se o referido artigo importante 
para essa discussão, uma vez que o fato de não enxergar a pessoa com 
deficiência com humanidade tornou esses corpos vulneráveis. A partir 
desse artigo, observa-se um movimento global contra a desumanização e a 
crueldade de umas pessoas em relação às outras. 
• Artigo 6 – “Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecido como pessoa perante a lei”. Mais uma vez, destaca-se o 
reconhecimento de todos os indivíduos como pessoa, como indivíduo que 
merece equidade de tratamento em todos os espaços.
• Artigo 7 – “Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra 
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer 
incitamento a tal discriminação”. Nota-se que aqui foi utilizada pela primeira 
vez a palavra discriminação, ou seja, destaca ainda mais a necessidade de 
igual proteção e tratamento perante a lei. 
• Artigo 13, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção 
e residência dentro das fronteiras de cada Estado”. Aqui destaca-se a primeira 
preocupação com a locomoção de todas as pessoas. Pode-se associar esse artigo 
ao início da preocupação com a acessibilidade nos espaços públicos. 
• Artigo 19 – “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e 
expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e 
de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e 
independentemente de fronteiras”. Esse artigo relaciona-se às atividades de 
profissionais da informação, já que mediar as informações de acordo com as 
necessidades do usuário é uma das missões desses profissionais. Atenta-se 
para o fato de que é necessário compreender a condição do usuário para que 
este consiga acessar a informação desejada.
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
6
• Artigo 23, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre 
escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção 
contra o desemprego”.
• Artigo 23, Parágrafo 2 – “Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem 
direito a igual remuneração por igual trabalho”. Nesse artigo, pode-se notar 
que todas as pessoas têm direito a um trabalho digno com remuneração justa 
e isso também se aplica às pessoas com deficiência. 
• Artigo 26, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem direito à instrução. A 
instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. 
A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será 
acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no mérito”. É 
dever do Estado proporcionar uma educação que inclua todas as pessoas no 
sistema de ensino público. 
• Artigo 27, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem o direito de participar 
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar 
do progresso científico e de seus benefícios”. Aqui discute-se o acesso e o 
usufruto de bens culturais públicos e do progresso científico para bem-estar 
de todas as pessoas.
FONTE: Adaptado de Organização das Nações Unidas – ONU (2009)
Apesar de essencial para o contexto político mundial da época, a DUDH, 
mesmo propondo o tratamento equânime para todas as pessoas no acesso à saúde, 
educação, mobilidade, julgamento justo e usufruto dos avanços científicos, não 
abordou especificamente as pautas que incluem as pessoas com deficiência.
Observa-se também que não foram estabelecidas normas para a 
acessibilidade. Tal discussão se iniciou em 1973, nos Estados Unidos da América 
(EUA), com a criação da Lei de Reabilitação, que impunha a criação de adaptações 
e ambientes menos restritivos no emprego e no ensino superior financiado pelo 
estado para que pessoas com deficiência pudessem estudar e trabalhar (U.S. 
DEPARTMENT OF JUSTICE, 2009).
Pouco tempo depois, em 1975, a Lei de reabilitação se estendeu às 
escolas para a integração das pessoas com deficiência com a Lei Education for 
All Handicapped Children Act - EAHCA (Educação para Todas as Crianças 
Deficientes). Essa lei garantia que todas as escolas que recebessem auxílio do 
governo, acolhessem crianças com necessidades educacionais especiais.
O marco civil na garantia dos direitos das pessoas com deficiência aconteceu 
em 1980 nos EUA com a Lei Americans with Disabilities – ADA (Americanos com 
Deficiência), proibindo a discriminação da pessoa com deficiência, promovendo 
a acessibilidade no mercado de trabalho e estabelecendo fundos públicos para 
a compra de recursos que necessitam (U.S. DEPARTMENT OF JUSTICE, 1990).
TÓPICO 1 | HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
7
Outro importante documento para a causa foi a Declaração Mundial sobre 
a Educação para Todos, publicado pela UNESCO no ano de 1990. Este também 
pode ser considerado um dos documentos norteadores a respeito da inclusão da 
diversidade nas instituições de ensino. Nele consta que “as necessidades básicas 
de aprendizagem das pessoas [...] [com] deficiência requerem atenção especial. 
É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos 
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do 
sistema educativo” (UNESCO, 1990, p. 4). 
Observa-se que na citação anterior consta o adjetivo “portadores de 
deficiência” ao referir-se à pessoa com deficiência. Recomenda-se que não seja 
utilizado, pois não há opção de a pessoa deixar de portar uma deficiência. Nesse 
sentido, recomenda-se que utilize pessoa com deficiência ou o adjetivo que 
determinados grupos prefiram, como é o caso dos cegos e surdos. 
Retomando a discussão, destaca-se que em 1995 a Organização das Nações 
Unidas (ONU) publica as Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas 
com Deficiência, estabelecendo diretrizes para a acessibilidade de todas as pessoas. 
Consta no documento que: 
[...] Os Estados devem reconhecer a importância global das condições 
de acessibilidade para o processo de igualdade de oportunidades em 
todas as esferas da vida social. No interesse de todas as pessoas com 
deficiência, os Estados devem: a) iniciar programas de ação que visem 
tornar acessível o meio físico; b) tomar medidas que assegurem o 
acesso à informação e à comunicação (ONU, 1995, s.p.).
Tal documento torna-se essencial para estudantes e profissionais de 
Biblioteconomia, pois versa sobre a acessibilidade aos espaços, incluindo a 
biblioteca e o acesso à informação e comunicação.
Outro documentoimportante acerca da acessibilidade é a Declaração de 
Salamanca (1995), também promovida pela ONU. Esse documento é resultado da 
“Conferência Mundial Sobre Necessidades Educacionais Especiais” e estabelece 
diretrizes para a educação especial no mundo incluindo crianças, jovens e adultos 
da educação básica ao ensino superior. Essa declaração dialoga com a DUDH, 
com a “Declaração Mundial de Educação para todos” e propõe orientações 
e sugestões para que as nações incorporem nas políticas escolares. São elas: 
política e organização, fatores relativos à escola, recrutamento e treinamento 
de educadores, serviços externos de apoio, áreas prioritárias, perspectivas 
comunitárias e requerimentos relativos à aquisição e distribuição de recursos. 
A declaração de Salamanca pauta-se no princípio de que a educação é um 
direito de todos, independentemente da sua condição humana, toda pessoa tem 
o direito de se educar. Outro aspecto discutido no documento é que toda criança 
que tem dificuldades no processo de ensino-aprendizagem pode ser considerada 
com necessidades educacionais especiais e, para atendê-la, a escola deve adaptar-
se aos estudantes cumprindo com seu compromisso de oferecer uma educação 
diversificada no espaço comum a todas as crianças. 
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
8
Nesse subtópico foram tratados alguns dos documentos que contribuíram 
para a consolidação da acessibilidade como um direito de todas as pessoas. 
Vimos que a discussão se iniciou no pós-guerra com a DUDH e ampliou nas leis 
americanas até aumentar o debate globalmente a partir da Declaração Mundial de 
Educação para Todos, da Declaração de Salamanca e das Normas sobre a Igualdade de 
Oportunidades para as Pessoas com Deficiência da ONU. A seguir serão abordados os 
principais marcos para a acessibilidade e inclusão social no Brasil. 
3 PRINCIPAIS MARCOS DA ACESSIBILIDADE NO BRASIL
A discussão sobre a acessibilidade no Brasil, assim como em outros países 
do mundo, também foi tardia. Costa, Maior e Lima (2005) dizem que essa temática 
começou a ser abordada no país a partir da Constituição Federal de 1988.
Apesar do tema acessibilidade ser recente, a preocupação com a 
qualidade de vida e educação da pessoa com deficiência pode ser identificada 
desde o período histórico conhecido como Brasil Império, quando o imperador 
Dom Pedro II criou em 1845 o Instituto Benjamin Constant (IBC), destinado à 
educação de crianças cegas. No ano de 1857, também foi fundado, com a outorga 
do imperador, o Instituto Imperial dos Surdos Mudos, conhecido atualmente 
como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), ambas as instituições na 
cidade do Rio de Janeiro.
Outras importantes instituições para cuidado, apoio e educação de pessoas 
com necessidades educacionais especiais são: a Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais – APAE – e a Associação de Apoio à Criança Deficiente – AACD. 
A primeira trata-se de uma organização social fundada em 1954 que tem como 
objetivo “promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e 
múltipla” (APAE, 2018, s.p.). Atualmente, a instituição atende a mais de 2 mil 
municípios brasileiros. A segunda, fundada em 1950, inspirada na inovação 
tecnológica dos EUA, é considerada uma instituição de excelência no tratamento 
de pessoas com deficiência. A instituição também oferece outras atividades, tais 
como a inserção no esporte paraolímpico e atividades para a integração social 
das pessoas com deficiência, especialmente para a superação do trauma e/ou 
condição (AACD, 2018). 
A história da acessibilidade, no Brasil, dialoga com as convenções citadas 
no subtópico anterior. Preocupado com a inclusão e atendimento da pessoa 
com deficiência, o Governo Federal brasileiro aderiu às sugestões e diretrizes 
propostas pela ONU e legitimadas pela Declaração de Salamanca. Salienta-se que 
apesar de ter aderido às propostas internacionais entre os anos 1990 e início dos 
anos 2000, ainda hoje o acolhimento da pessoa com deficiência e a acessibilidade 
dessas pessoas é um desafio, haja vista a dimensão do território brasileiro. 
TÓPICO 1 | HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
9
As convenções descritas trouxeram como pautas importantes os 
princípios gerais de autonomia, independência das pessoas, exercício pleno à 
cidadania, não discriminação, prevenção e repressão de abusos e violência contra 
a pessoa com deficiência. Destaca-se, portanto, que a assistência social, saúde, 
educação e acolhimento da pessoa com deficiência é dever do Estado, e ainda 
que determinados municípios possuam autonomia federativa, devem incluir 
diretrizes determinadas pelo Governo Federal para atender a essa comunidade 
em suas pastas (BRASIL, 1988). 
Carletto e Cambiaghi, autoras do e-book Desenho universal: um conceito 
para todos (2008), também trazem uma contribuição importante para a história da 
acessibilidade no Brasil, que diz respeito à adoção dos desenhos universais para 
o acesso de pessoas com deficiências nos transportes públicos, ruas e construções. 
O desenho universal funciona como um instrumento para a concretização de 
políticas de acessibilidade determinadas pelo Estado, utiliza princípios e conceitos 
adotados mundialmente para todo e qualquer programa de acessibilidade plena 
para que ele seja igualitário, adaptável, óbvio (intuitivo), conhecido, seguro, sem 
esforço e abrangente.
Com base nesses conceitos descritos, cabe ao poder público promover as 
melhorias no espaço público e fiscalizar as instituições, sendo o órgão competente 
para essa fiscalização o Ministério Público, que deve cobrar o cumprimento 
das leis e normas instituídas para a sociedade civil e empresarial. No tocante 
às bibliotecas, elas também devem atender às normas de acessibilidade como a 
adoção do desenho universal para sinalização. O espaço deve incluir rampas, 
pisos direcionais e de alerta, banheiros adaptados e atendimento adequado por 
parte dos profissionais que nela trabalham. 
As adaptações nas construções civis para a promoção da acessibilidade 
ainda não têm a cobertura de todos os espaços públicos e/ou privados. Entretanto, 
destaca-se que a adoção de tais medidas é boa para todas as pessoas: para pessoas 
com deficiência por facilitar o acesso e a inclusão social e para as pessoas sem 
deficiência no desenvolvimento da empatia, que contribuirá para a formação de 
uma sociedade inclusiva e equânime. 
DICAS
No site da ONU Brasil você pode encontrar um amplo material bibliográfico e 
audiovisual sobre direitos humanos. Acesse https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/ e confira.
https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/
10
Neste tópico, você aprendeu que:
• A discussão sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência começou 
efetivamente no contexto pós-guerras mundiais. 
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi essencial para o reconhecimento 
dos direitos e acesso à informação, saúde e educação de todas as pessoas.
• Instituições como a ONU e UNESCO foram fundamentais para ampliar as 
discussões sobre acessibilidade e educação especial em diversas regiões do mundo. 
• A Declaração Mundial de Educação para Todos, a Declaração de Salamanca e as 
Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência, da 
ONU, são documentos essenciais para conhecimento das principais propostas 
para a acessibilidade. 
• No Brasil, apesar de adotar apenas no século XXI pautas efetivas para a 
prevenção, proteção das pessoas com deficiência e punição nos casos de abuso 
e violência, pode-se observar que a preocupação com a educação e tratamento 
dessas pessoas acontece desde o século XIX. 
• As principais instituições que acolheram, ao longo do tempo, essas pessoas 
foram o Instituto Benjamin Constant, o Instituto Nacional de Educação 
para Surdos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – e a 
Associação de Apoio à Criança Deficiente – AACD.
• A adoção do desenho universal amplia as formas de mobilidade e a acesso a 
benspúblicos e privados para as pessoas com deficiência.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1 O(s) documento(s) que impulsionaram a discussão sobre acessibilidade no 
mundo foram: 
I- Declaração Universal dos Direitos Humanos
II- Marco Civil da Internet
III- Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com 
Deficiência
IV- Declaração de Salamanca
V- Nenhuma das respostas anteriores
De acordo com os itens elencados, assinale a alternativa que corresponde aos 
documentos estudados nesse tópico: 
a) ( ) Apenas o item V está correto.
b) ( ) Os itens II e III estão corretos. 
c) ( ) Apenas o item I está correto. 
d) ( ) Os itens I, III e IV estão corretos.
2 Observe a seguinte tirinha:
A tirinha “Super Normais” foi criada para retratar a deficiência de maneira 
diferente. De acordo com os autores, o objetivo é desconstruir os pré-conceitos e 
discriminações que essas pessoas sofrem no dia a dia. No que tange à transformação 
da sociedade, a fim de que ela se torne mais inclusiva, assinale a alternativa que 
aponta a medida que permite a universalização dos espaços para a mobilidade e 
acesso de pessoas com deficiência em espaços públicos e privados: 
a) ( ) Escadas rolantes em shoppings, aeroportos etc. 
b) ( ) A adoção do desenho universal que permite à pessoa com deficiência o 
acesso por rampas, pisos direcionais, banheiros inclusivos, entre outros.
c) ( ) A presença de um acompanhante em todos os espaços públicos.
d) ( ) Todas as alternativas anteriores.
AUTOATIVIDADE
12
3 De acordo com os conteúdos estudados sobre as instituições de apoio à 
pessoa com deficiência, relacione as colunas:
(1) Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE
(2) Associação de Apoio à Criança Deficiente – AACD
(3) Instituto Benjamin Constant – IBC
(4) Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES 
a) ( ) Instituição criada durante o Brasil Império destinada à Educação de 
crianças cegas.
b) ( ) Tem por objetivo promover a atenção integral à pessoa com deficiência 
intelectual e múltipla.
c) ( ) Foi chamado, durante o Brasil Império, de Instituto Imperial dos Surdos 
Mudos.
d) ( ) A instituição promove a inserção da pessoa com deficiência no esporte 
paraolímpico
4 Leia a frase a seguir:
De acordo com a afirmação contida na frase, existe uma série de 
atividades que profissionais da informação podem realizar para a promoção da 
inclusão social. Sobre o atendimento às pessoas com necessidades educacionais 
especiais, cabe a este profissional:
a) ( ) Priorizar o atendimento de pessoas que não possuem deficiência para 
aumentar a produtividade. 
b) ( ) Não atender às pessoas com deficiência intelectual.
c) ( ) Atender somente pessoas com deficiência acompanhadas. 
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
A acessibilidade nas bibliotecas e unidades de informação vai além da 
construção de rampas e pisos táteis, envolve a participação de todos os 
profissionais da biblioteca e da sociedade civil.
13
TÓPICO 2
ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como estudado nas unidades anteriores, uma das principais áreas de 
estudo da Biblioteconomia é a organização do conhecimento para a recuperação 
da informação através dos sistemas de organização do conhecimento (SOC). 
Esses sistemas também são utilizados nas bibliotecas físicas para 
organizar a localização fixa dos livros e são denominados sistemas de classificação 
bibliográficas, tais como a Classificação Decimal de Dewey (CDD), a Classificação 
Decimal Universal (CDU), a Classificação de dois pontos ou classificação facetada 
(Colon classification), a Classificação da Biblioteca do Congresso (LCC – Library of 
Congress Classification), entre outros sistemas. 
Para a organização do conhecimento e tratamento das informações, 
o assunto das obras é o elemento essencial para o tratamento da informação. 
Sendo assim, a compreensão dos conceitos é essencial para a classificação dos 
assuntos (DAHLBERG, 1978). 
No que se refere à acessibilidade, tema central dessa unidade, enxerga-se 
a compreensão do assunto como fundamental para profissionais da informação 
por dois aspectos: o primeiro para tratamento da informação no processamento 
técnico e o segundo para que o atendimento no serviço de referência para que se 
atenda a toda diversidade de usuárias e usuários da mesma forma. 
Por diversidade, entende-se como as pessoas que não fizeram parte 
da hegemonia social e cultural (homens brancos heterossexuais e abastados 
financeiramente) (MORAES, 1997), que representaram por séculos o poder na política, 
na ambiência jurídica, nos cargos de liderança, trabalho e também no lar como chefes 
de família. Assim, os grupos sociais que englobam a diversidade correspondem 
a: diversidade de gênero (mulheres cisgêneros, mulheres transgêneros, homens 
transgêneros, pessoas de gênero fluído ou gênero não binário etc.), diversidade 
sexual (população LGBTI+), diversidade étnico-racial (negros, indígenas, ciganos, 
asiáticos etc.) e diversidade da condição humana (pessoas com deficiência).
Nessa perspectiva, entende-se que diversidade e acessibilidade são temas 
que estão relacionados, uma vez que, ao longo do tempo, alguns grupos não 
puderam exercer a cidadania, participar da vida política e ocupar o mercado 
de trabalho, enquanto outros viviam à margem da sociedade. Com base nisso, 
o presente tópico se dedicará a operacionalizar os conceitos de diversidade, 
especificamente à diversidade da condição humana e acessibilidade para que 
estudantes de Biblioteconomia compreendam esse universo a fim de proporcionar 
um atendimento mais equânime às pessoas com deficiência. 
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
14
2 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE ACESSIBILIDADE
O conceito, na Biblioteconomia, é majoritariamente estudado na 
Organização do Conhecimento e teve como principal teórica a cientista da 
informação e pesquisadora alemã Ingetraut Dahlberg (1978). A autora diz que a 
atividade de definir as coisas é natural aos seres humanos, ou seja, desde que a 
pessoa humana foi capaz de pensar e falar, criou um conjunto de símbolos para 
definir as coisas, representando-as através de imagens e/ou palavras escritas ou 
expressas através da fala ou dos sinais. 
Os conceitos podem ser representados por uma ou mais palavras e 
representam objetos, instituições, espaços geográficos e ideias. Francelim e 
Kobashi (2011) explicam que os conceitos podem ser entendidos também 
como unidades de conhecimento. Os autores consideram que ao estruturar a 
operacionalização dos conceitos deve-se pensar numa estrutura hierárquica para 
facilitar a organização e compreensão do que será conceituado. 
Diante disso, para compreender ainda mais o universo da acessibilidade, 
observe o esquema e a operacionalização dos conceitos envolvidos na temática 
dessa unidade:
QUADRO 2 – MAPA CONCEITUAL DA ACESSIBILIDADE
FONTE: A autora
Acessibilidade
Étnica
Gênero
Sexualidade
Diversidade Educação inclusiva
Educação para a diversidade
Necessidades Educacionais
Condição Humana
Pessoa sem deficiência
Pessoa com deficiência
Especiais
Equidade de direitos e oportunidades Inclusão Social
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
15
• Acessibilidade
A acessibilidade vai além do planejamento do espaço físico para incluir as 
pessoas com deficiência, ele também é aplicado a outros ambientes, por exemplo, 
o ambiente digital, pois trata-se de: 
[...] um conceito que envolve tanto aspectos do espaço físico, o espaço 
em que vivemos, como do espaço digital. A legislação brasileira 
conceitua acessibilidade como sendo a possibilidade e condição de 
alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, 
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes 
e dos sistemas e meios de comunicação por pessoas com deficiência 
(TORRES; MAZZONI; ALVES, 2002, p. 83).
Sendo assim, a acessibilidade é um direito para que todas as pessoas, 
independentemente da sua condição, possamfrequentar todos os espaços e 
acessar diversos conteúdos informacionais. Tornar um espaço inclusivo é uma 
boa prática para formar uma sociedade mais equânime, haja vista que a alteração 
desses espaços em nada afeta o dia a dia das pessoas sem deficiência, mas inclui, 
ou seja, amplia o acesso para todas as pessoas. 
FIGURA 1 – SÍMBOLOS REFERENTES À ACESSIBILIDADE
FONTE: <https://www.franciscoegito.com.br/noticia/noticias/o-que-e-acessibilidade-e-quais-as-
normas-na-seara-condominial>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Equidade de direitos e oportunidades 
A Equidade é um conceito que por diversas vezes foi utilizado como 
sinônimo de igualdade. Entende-se que tais conceitos são distintos, pois a 
igualdade representa uma forma de tratamento e atendimento igual para as 
pessoas, sem a compreensão da diversidade. Nesse sentido, a equidade representa 
uma forma mais justa de compreender e atender às necessidades de diferentes 
grupos, uma vez que as necessidades de informação, comunicação, mobilidade, 
são diferentes entre as pessoas com deficiência e as pessoas sem deficiência. 
 Hossne (2009, p. 212) salienta que “a equidade busca o que é justo, o que, 
em última análise, está intrinsecamente vinculado à ética, enquanto adequada 
opção de valores”. Tornar uma sociedade mais equânime significa compreender 
e agir em todos os espaços, reconhecendo as limitações e necessidades de cada 
pessoa, combatendo a exclusão e contribuindo para a inclusão social. 
AUDITIVO FÍSICAOU MOTORA
INTELECTUAL
OU MENTAL
MOBILIDADE
REDUZIDA OBESIDADE
PESSOA COM
60 ANOS OU MAIS VISUAL
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
16
FIGURA 2 – DIFERENÇAS ENTRE IGUALDADE E EQUIDADE
FONTE: <https://programaelas.com.br/diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Inclusão Social 
A inclusão social é a ideia que visa a participação de todas as pessoas nos 
ambientes escolares, de trabalho, de esportes e lazer para o exercício da cidadania. 
Nessa perspectiva, Garrafa (2005) destaca que a inclusão social considera o 
empoderamento, a emancipação e libertação das pessoas para viverem de forma 
mais autônoma, cumprindo com seus deveres e usufruindo dos seus direitos como 
cidadãs e cidadãos. Reconhece-se que todas as pessoas têm direito à saúde, educação, 
assistência social e jurídica e a participar da economia de seus Estados-nações. 
FIGURA 3 – INCLUSÃO SOCIAL 
FONTE: <http://guiadocente.com.br/inclusao-escolar-experiencias-nova-lei/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
17
• Diversidade 
A diversidade contempla o que é diferente do hegemônico, do padrão 
socialmente instituído como imagem ou conduta correta. Para Abramowicz 
(2006, p. 12), “diversidade pode significar variedade, diferença e multiplicidade. 
A diferença é qualidade do que é diferente; o que distingue uma coisa de outra, 
a falta de igualdade ou de semelhança”. Nessa perspectiva, o reconhecimento 
de que há diversidade entre as pessoas é fundamental para a formação de uma 
sociedade mais inclusiva. 
FIGURA 4 – ÁRVORE DA DIVERSIDADE
FONTE: <https://leveconsciencia.files.wordpress.com/2017/11/arvore-da-diversidade.jpg>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade étnica 
Trata-se do reconhecimento das muitas populações existentes. Reconhecer 
e respeitar a diversidade étnica contribui para o combate ao preconceito contra 
populações não brancas, respeitando as especificidades culturais de cada grupo 
e dando voz a todas as pessoas na ciência, na representação política, nos espaços 
de lazer e no mercado de trabalho. A diversidade étnica também contempla as 
características étnico-raciais que vão além da cultura e visam ao combate ao racismo 
que trata do preconceito ligado muitas vezes a características físicas e cor da pele. 
Ao longo do tempo, pessoas negras, indígenas, orientais, entre outros 
grupos foram marginalizados ou categorizados socialmente de forma pejorativa. 
Foi através de lutas, como a do Movimento Negro, que as populações conquistaram 
os direitos civis e buscam, ainda hoje, o combate ao racismo e ao preconceito nos 
mais diversos estratos sociais (GOMES, 2011). 
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
18
FIGURA 5 – DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL
FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/8921/por-um-ensino-de-varias-cores>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade de Gênero 
É a compreensão de que existem pessoas de diversos gêneros, não apenas 
o masculino e feminino. O gênero representa a identidade político-social que a 
pessoa escolhe ou que é escolhida por ela. Quando se refere ao fato de o gênero 
ser escolhido por pais e/ou mães em relação aos seus fi lhos e fi lhas, fala-se sobre 
os papéis e comportamentos normativos que a pessoa deve “cumprir” ao longo 
da vida. Por exemplo, quais atividades devem ser realizadas por homens e quais 
devem ser realizadas por mulheres. 
Ao discutir sobre a diversidade de gênero, faz-se necessária a compreensão 
de que existem mais gêneros que os binários (homem e mulher). Nesse sentido, 
reconhece-se a escolha política-identitária para que cada pessoa possa decidir 
a qual gênero se enquadra, tais como: homem cisgênero, homem transgênero, 
mulher cisgênero, mulher transgênero, pessoas de gênero fl uído e pessoas de 
gênero não binário, entre outros. Destaca-se que diversidade de gênero não têm o 
mesmo signifi cado de diversidade de sexualidade (JESUS, 2012). Esta última será 
abordada no próximo conceito.
FIGURA 6 – DIVERSIDADE DE GÊNERO
FONTE: <https://aminoapps.com/c/seven-oclock-soc-br/page/blog/diversidade-de-genero>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
19
• Diversidade de sexualidade ou diversidade sexual 
Corresponde ao reconhecimento de diversas formas afetivas e sexuais de 
relacionamento entre pessoas. Esses relacionamentos podem ser heterossexuais (entre 
pessoas de gêneros diferentes), homossexuais (entre pessoas do mesmo gênero), 
bissexuais (quando a pessoa se relaciona com o homens e mulheres) e pansexuais 
(quando a pessoa sente atração por todos os gêneros, binários e não binários).
A identidade sexual ou identidade de sexualidade foi reprimida e 
oprimida durante a história da humanidade. Foi através dos movimentos sociais 
que as populações LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, 
Intersexuais, entre outros) buscaram e buscam, dia após dia, o respeito a sua 
identidade, segurança, igualdade de direitos civis como casamento e previdência 
social. A liberdade de gênero e sexualidade é um direito de todas as pessoas e 
deve ser respeitado sem distinções de tratamento (JESUS, 2012).
FIGURA 7 – SÍMBOLO DE LUTA DA POPULAÇÃO NEGRA LGBTQI+
FONTE: <https://ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/6646/filmes-lgbt-com-protagonistas-
negros>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade da Condição Humana 
A diversidade de características físicas, culturais, étnicas, de gênero, 
sexualidade e da condição humana devem compor o mundo social. Entende-se 
por diversidade da condição humana a humanização das pessoas com deficiência, 
reconhecendo que são pessoas que compõem a sociedade e merecem ser respeitadas 
não havendo diferenciação no tratamento em relação a pessoas sem deficiência. 
Destaca-se que diversidade e diferenciação são conceitos opostos. A 
diversidade diz sobre o reconhecimento de que as pessoas não são iguais e 
devem gozar de direitos equiparados no exercício da cidadania. A diferenciação 
tem caráter discriminatório, uma vez que implica na concepção de que pessoas 
de condição humana diferentes merecem tratamentos diferentes. “A sociedade 
cria e reproduz a ‘diferenciação social’ sem absorver o conjunto das diferenças 
singulares como parte de seu movimento” (FERNANDES, 2002, p. 55).
https://ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/6646/filmes-lgbt-com-protagonistas-negros
https://ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/6646/filmes-lgbt-com-protagonistas-negros
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAISEM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
20
FIGURA 8 – DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA
FONTE: <http://revistadmais.com.br/sp-reune-gestores-municipais-para-formular-sugestoes-de-
politicas-publicas-para-pessoas-com-defi ciencia/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Pessoa sem defi ciência 
Caracteriza as pessoas que não têm defi ciência ou necessidades 
educacionais especiais. Salienta-se que de forma alguma deve-se caracterizar 
essas pessoas como normais, pois essa diferenciação trataria as pessoas com 
defi ciência como anormais. 
FIGURA 9 – PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA
FONTE: <https://sociologiacienciaevida.com.br/masculinidade-hegemonica-e-
representatividade/diversidade-pessoas/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Pessoa com defi ciência 
Caracteriza-se pessoa com defi ciência aquela que possui necessidades 
educacionais e de mobilidade especiais. Sassaki (2003) explica que esse é o termo 
para tratamento escolhido pelas pessoas com defi ciência, o autor conta que foi 
decidido em assembleia durante um encontro realizado em Recife no qual as 
pessoas optaram por desconsiderar o termo “portadores de defi ciência”, passando 
a denominar-se “pessoa com defi ciência”. 
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
21
Atenta-se também que não é correto caracterizar as pessoas com deficiência 
como deficiente físico ou deficiente intelectual. Deve-se utilizar apenas pessoa 
com deficiência, sem especificar a condição. 
FIGURA 10 – PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FONTE: <https://diariodainclusaosocial.com/2016/09/08/quem-sao-as-pessoas-consideradas-
pessoas-com-deficiencia/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Educação inclusiva
A educação inclusiva é aquela que visa incluir as pessoas com deficiência 
no sistema de ensino público e privado do país. Acredita-se que ela é “promotora 
do sucesso de todos e de cada um, assente em princípios de direito e não de 
caridade, igualdade de oportunidades e não de discriminação” (SANCHES, 2005, 
p. 131). Nessa perspectiva, a educação inclusiva contribui para a socialização da 
pessoa com deficiência e que, dessa maneira, possa desenvolver empatia nas 
pessoas sem deficiência. 
FIGURA 11 – EDUCAÇÃO ESCOLAR INCLUSIVA
FONTE: <http://www.ung.br/noticias/univeritas-itaqua-recebe-i-jornada-pedagogica-de-
educacao-inclusiva>. Acesso em: 6 jun. 2019.
https://diariodainclusaosocial.com/2016/09/08/quem-sao-as-pessoas-consideradas-pessoas-com-deficiencia/
https://diariodainclusaosocial.com/2016/09/08/quem-sao-as-pessoas-consideradas-pessoas-com-deficiencia/
http://www.ung.br/noticias/univeritas-itaqua-recebe-i-jornada-pedagogica-de-educacao-inclusiva
http://www.ung.br/noticias/univeritas-itaqua-recebe-i-jornada-pedagogica-de-educacao-inclusiva
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
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• Educação para a diversidade
 
É a concepção de que a educação deve atender a todas as pessoas para que 
se sintam parte do sistema de ensino e da comunidade escolar. De acordo com o 
Ministério da Educação e Cultura brasileiro, a diversidade deve estar contemplada 
nos currículos como previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) (BRASIL, 1996).
FIGURA 12 – EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
FONTE: <https://desabafosocial.com.br/blog/2016/05/06/luto-educacao-bahia/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Necessidades educacionais especiais
Tratam-se dos recursos humanos, materiais e tecnológicos utilizados para 
que pessoas com deficiência tenham condições para frequentar as instituições de 
ensino (BEYER, 2013).
FIGURA 13 – NECESSIDADES EDUCACIONAIS E PARA LOCOMOÇÃO ESPECIAIS
FONTE: <http://estudantesdepedagogia10.blogspot.com/2017/03/necessidades-educacionais-
especiais.html>. Acesso em: 6 jun. 2019.
https://desabafosocial.com.br/blog/2016/05/06/luto-educacao-bahia/
http://estudantesdepedagogia10.blogspot.com/2017/03/necessidades-educacionais-especiais.html
http://estudantesdepedagogia10.blogspot.com/2017/03/necessidades-educacionais-especiais.html
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
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Até aqui foram discutidos os conceitos que envolvem a temática da 
acessibilidade, da diversidade e do universo educacional que acolhe a temática. 
No próximo subtópico serão discutidas as dimensões da acessibilidade. 
3 AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE
A acessibilidade para pessoas com deficiência dialoga com a inclusão 
dessas pessoas, permitindo que tenham acesso a bens e serviços como as pessoas 
sem deficiência. Para minimizar as barreiras no acesso à saúde, mobilidade, 
educação, trabalho e lazer foram estabelecidas seis dimensões que auxiliam 
na qualidade de vida das pessoas com deficiência (SASSAKI, 2009; FÁVERO; 
COSTA, 2014, VASCONCELOS; SONZA, 2017). São elas: 
• Acessibilidade Arquitetônica – visa a eliminação das barreiras físicas nos 
ambientes internos e externos para que as pessoas com deficiência possam 
frequentar todos os espaços. Alguns exemplos de barreiras arquitetônicas são: 
degraus, buracos, desníveis no chão, pisos escorregadios e não direcionais, 
sanitários pequenos e sem barras de apoio, má iluminação, móveis e 
equipamentos mal localizados, corredores estreitos. Estima-se que os espaços 
sejam adaptados inserindo rampas; mantendo o chão nivelado; incluindo pisos 
antiderrapantes e direcionais; construindo corredores largos; repensando 
o posicionamento dos móveis e equipamentos para que as pessoas com 
deficiência possam circular no espaço; construindo banheiros adaptados. 
FIGURA 14 – RAMPA DE ACESSO PARA CADEIRANTES
FONTE: <https://arqdicasblog.wordpress.com/2016/06/17/nbr-9050-calculo-de-rampas/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade comunicacional – visa extinguir barreiras na comunicação 
interpessoal, no acesso à informação escrita e virtual. Esse tipo de acessibilidade 
ocorre na comunicação face a face, na impressão de materiais bibliográficos e 
placas em braile, o uso de computadores adaptados para pessoas com baixa 
visão, na inclusão de intérpretes de libras nos programas de televisão, o uso 
de áudio livros, recursos auditivos nos caixas eletrônicos e uso de softwares 
especiais para navegação na internet, entre outros recursos. 
https://arqdicasblog.wordpress.com/2016/06/17/nbr-9050-calculo-de-rampas/
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
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FIGURA 15 – COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
FONTE: <http://www.acessibilidade.ufc.br/acessibilidade-comunicacional-voce-ja-ouviu-falar/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade atitudinal – busca eliminar barreiras para a convivência, como 
a promoção de eventos, exposições, palestras e encontros que integrem todas as 
pessoas para que desenvolvam empatia, acolhimento, conscientização, a fi m de 
eliminar preconceitos e estereótipos e ensinando através da educação que todas 
as pessoas devem ser respeitadas. Recomenda-se a realização de uma recepção 
acolhedora de estudantes e profi ssionais com defi ciência e o relacionamento 
integrado junto à família (especialmente no caso de estudantes).
FIGURA 16 – ACESSIBILIDADE ATITUDINAL
FONTE: <http://apaeconselheirolafaiete.blogspot.com/2011/04/acessibilidade-atitudinal-
quando-somos.html>. Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
25
• Acessibilidade programática – deve-se eliminar barreiras nos documentos 
institucionais, tais como legislação, editais de concursos, regulamentos, 
portarias, projeto político-pedagógico etc. Essa dimensão contempla a liberdade 
no acesso a bens e serviços para que a pessoa com deficiência tenha uma vivência 
plena nos espaços escolares, culturais, de lazer e trabalho. Recomenda-se a 
capacitação de profissionais da educação e da saúde e formação continuada 
para que estes profissionais atendam à pessoa com deficiência de maneira 
apropriada. Também recomenda-se a adequação dos projetos políticos-
pedagógicos e a proposição e implementação de leis voltadas às necessidades 
das pessoas com deficiência.
FIGURA 17 – ACESSIBILIDADE NAS ELEIÇÕES
FONTE: <http://www.tre-mt.jus.br/imprensa/noticias-tre-mt/2012/Outubro/direito-ao-voto-tre-garante-acessibilidade-de-portadores-de-necessidades-especiais>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade metodológica – busca promover uma educação sem barreiras 
de técnicas, métodos e teorias. Consiste na inclusão de materiais didáticos 
adequados para atender às necessidades educacionais especiais, deseja-se que 
educadoras e educadores tenham o conhecimento das teorias da inteligência 
múltipla, compreendendo diversos estilos para ensinar e aprender. Recomenda-
se a adequação dos métodos de ensino, atendimento especializado, bidocência, 
a presença de estagiárias e estagiários para auxiliar e educar de forma 
participativa, uso de laboratórios especializados no espaço escolar, diversidade 
de materiais na biblioteca e/ou brinquedoteca para pessoas com deficiência e 
a criação de projetos acessíveis, como projetos de competência em informação 
realizados por profissionais de Biblioteconomia.
http://www.tre-mt.jus.br/imprensa/noticias-tre-mt/2012/Outubro/direito-ao-voto-tre-garante-acessibilidade-de-portadores-de-necessidades-especiais
http://www.tre-mt.jus.br/imprensa/noticias-tre-mt/2012/Outubro/direito-ao-voto-tre-garante-acessibilidade-de-portadores-de-necessidades-especiais
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
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FIGURA 18 – ACESSIBILIDADE METODOLÓGICA (LIBRAS)
FONTE: <https://www.justica.gov.br/seus-direitos/classificacao/classificacaolinguasinais.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade instrumental – elimina barreiras nos instrumentos e 
ferramentas de estudo. Tais barreiras dizem respeito aos obstáculos que 
limitam o acesso da pessoa com deficiência à informação, liberdade de 
movimento e circulação com segurança nos espaços internos e nas ruas. Essas 
barreiras são minimizadas com a utilização de equipamentos, aparelhos 
e utensílios adaptados e com o recurso das tecnologias assistivas (ver 
Tópico 4). Recomenda-se a adequação do mobiliário, a aquisição de jogos e 
computadores inclusivos.
FIGURA 19 – TECLADO ADAPTADO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FONTE: <http://site.uniaraxa.edu.br/instituicao/inclusao-e-acessibilidade-no-uniaraxa/
acessibilidade-instrumental-e-tecnologica/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
As dimensões descritas nesse tópico tratam-se de recomendações, ou seja, 
não são garantias de que aconteçam nas instituições de ensino, cultura, informação, 
trabalho, saúde e lazer. Sabe-se que apesar de haver estudos desenvolvidos para 
a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência, por vezes existem 
limitações orçamentárias para que a inclusão seja feita com excelência.
https://www.justica.gov.br/seus-direitos/classificacao/classificacaolinguasinais.pdf
http://site.uniaraxa.edu.br/instituicao/inclusao-e-acessibilidade-no-uniaraxa/acessibilidade-instrumental-e-tecnologica/
http://site.uniaraxa.edu.br/instituicao/inclusao-e-acessibilidade-no-uniaraxa/acessibilidade-instrumental-e-tecnologica/
TÓPICO 2 | ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
27
IMPORTANT
E
A Teoria do Conceito é de grande importância para o processamento técnico de 
materiais da Biblioteca durante a atividade de classificação e indexação.
DICAS
Ficou curioso sobre a Teoria do Conceito? Sugerimos a leitura do seguinte artigo: 
DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do conceito. Ciência da informação, v. 7, n. 2, 1978. Disponível 
em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/115. Acesso em: 4 jun. 2019.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/115
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Conhecer os conceitos que envolvem a acessibilidade é importante para 
profissionais de Biblioteconomia, tanto para atividades de processamento 
técnico quanto para atendimento de usuárias e usuários das bibliotecas e 
centros de informação.
• Entender os conceitos e termos adequados auxilia no combate ao preconceito e 
estereótipos enfrentados pelas pessoas com deficiência. 
• A acessibilidade diz respeito não só ao espaço físico, mas também ao acesso à 
informação, à comunicação, ao aprendizado e aos documentos normativos das 
instituições e empresas.
• Existem seis dimensões (arquitetônica, comunicacional, metodológica, 
programática, instrumental e atitudinal) que visam eliminar obstáculos para 
que pessoas com deficiência tenham condições melhores de ensino, trabalho, 
mobilidade e lazer. 
• Ainda que existam estudos e ações que visem a melhoria da qualidade de vida 
da pessoa com deficiência há impedimentos que podem restringir o acesso, 
como preconceitos e corte orçamentário para adquirir recursos humanos, 
materiais e tecnológicos que assistam esse público.
29
1 Pode-se observar que as pessoas com deficiência têm uma série de direitos 
educacionais especiais que permitem o acesso à educação e exercício 
da cidadania. Com base nesse contexto, marque (V) para as sentenças 
verdadeiras e (F) para as falsas: 
a) ( ) A denominação correta de pessoas com necessidades educacionais 
especiais é pessoa portadora de deficiência ou deficiente.
b) ( ) As dimensões para acessibilidade são diretrizes e sugestões, não 
garantias de que os espaços serão inclusivos. 
c) ( ) Pessoas sem deficiência não podem ocupar o mesmo espaço que pessoas 
com deficiência, pois terão seus direitos prejudicados.
d) ( ) O espaço da Biblioteca também deve adotar as dimensões de 
acessibilidade para que se torne um espaço inclusivo.
e) ( ) A diversidade da condição humana é o conceito que visa à humanização 
da pessoa com deficiência para que sejam incluídas socialmente e 
tenham equidade de direitos e oportunidades.
f) ( ) As escolas devem adaptar-se às condições dos estudantes com 
necessidades educacionais especiais. 
2 Observe o cordel apresentado na figura:
FONTE: <http://cuiadepoeta.blogspot.com/2011/04/paixao-pela-acessibilidade.html>. 
Acesso em: 7 jun. 2019.
AUTOATIVIDADE
30
A proposta de teatro inclusivo do governo de Pernambuco se relaciona 
especificamente com qual dimensão da acessibilidade?
a) ( ) Dimensão comunicacional.
b) ( ) Dimensão arquitetônica.
c) ( ) Dimensão instrumental.
d) ( ) Todas as alternativas.
3 Qual das recomendações a seguir dizem respeito à dimensão arquitetônica? 
a) ( ) Adequação dos documentos normativos, editais e projetos políticos-
pedagógicos.
b) ( ) Adequação do espaço físico com a inclusão de rampas, pisos direcionais 
e antiderrapantes, barras de apoio, e banheiro inclusivo.
c) ( ) Compra de computadores adequados para pessoas com baixa visão. 
d) ( ) Promoção de eventos como palestras, encontros, seminários e fóruns 
que discutam a temática da acessibilidade.
4 Leia a tirinha a seguir:
Com base na tirinha e nos conteúdos estudados, aponte atitudes que podem 
ser feitas para que as pessoas com deficiência sejam incluídas socialmente.
FONTE: <https://ponte.org/armandinho-por-alexandre-beck/>. Acesso em: 7 jun. 2019.
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TÓPICO 3
LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A organização social, seja qual for o regime político-econômico adotado 
pelo Estado-nação é regida por leis, ou seja, obedece à constituição. No Brasil, 
o instrumento normativo conhecido como a carta magna da população é a 
Constituição da República Federativa do Brasil, conhecida também como 
constituição cidadã, pois foi nela que os direitos das mulheres, crianças, idosos, 
populações tradicionais brasileiras (indígenas e quilombolas) e das pessoas com 
deficiência foram contemplados pela primeira vez na história (BRASIL, 1988). 
No que tange à acessibilidade, as primeiras leis foram sancionadas no 
Brasil a partir da constituição de 1988, impulsionadas pelos movimentos sociais, 
pelas conferências mundiais citadas no Tópico 1 e outros eventos sobre a temática. 
A partir desses eventos, outras leis e decretos foram sancionados, destaca-se um 
aumento considerável depois dos anos 2000, especialmente com a popularização 
da internet, facilitando, assim, o acesso à informação. 
Salienta-se que o acesso à informação é um direito de todas as pessoas e 
é dever do Estado promover a acessibilidadeno que tange à busca, acesso e uso 
das pessoas com necessidades educacionais especiais, como previsto no Artigo 
8°, parágrafo 3°, inciso oitavo da Lei de Acesso à Informação, que os órgãos e 
as entidades públicas devem “adotar as medidas necessárias para garantir a 
acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência” (BRASIL, 2011, s.p.).
Ter uma documentação que contemple as pessoas com deficiência é de 
grande importância para toda a sociedade, uma vez que as leis são propostas por 
representantes políticos escolhidos democraticamente. Nesse sentido, à medida 
que a população e representantes políticos foram discutindo a temática, foram 
ampliadas as leis que discutem o tratamento da pessoa com deficiência na saúde 
e educação pública (BRASIL 1996), a acessibilidade nos espaços públicos (ABNT, 
2015) e também os dispositivos que agravam a penalização de crimes cometidos 
contra a pessoa com deficiência no Código Penal brasileiro (BRASIL, 1940). 
Diante disso, esse tópico destina-se a apresentar a temática da acessibilidade 
a partir da constituição de 1988, abordando as principais leis, decretos e acordos 
para a promoção da acessibilidade para todas as cidadãs e cidadãos e também em 
universidades e bibliotecas. 
32
UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
2 ACESSIBILIDADE E A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
DE 1988
A Constituição de 1988 pode ser compreendida como um marco civil 
revolucionário na história do Brasil. Tal documento representa não só a retomada 
do Estado democrático após pouco mais de duas décadas de Golpe Militar e 
Ditadura brasileira, mas também a representatividade das mulheres na discussão 
de políticas públicas que ampliaria os direitos de toda a população. Essa 
representatividade das mulheres na política brasileira emergiu com o movimento 
Mulheres do Brasil (CARNEIRO, 2003).
Foi a partir desse documento que de fato se regulamentou o dever do Estado 
de cuidar de todas as pessoas, aparecendo, pela primeira vez na história, a atenção 
às crianças e idosos. Também foi nela que surgiram as primeiras leis que tratassem 
dos direitos das pessoas com deficiência, iniciando no Brasil as discussões sobre 
acessibilidade e inclusão social, como consta no preâmbulo da constituição:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado 
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, 
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias [...] 
(BRASIL, 1988, s.p.).
A partir dessa citação, pode-se notar valores já destacados nessa unidade, 
como autonomia no exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, o bem-
estar, a igualdade escrita no documento (mas que entende-se como os princípios 
para a equidade), o desenvolvimento de uma sociedade sem preconceitos, pautada 
na harmonia e solução pacífica de problemas. Todos esses valores são fundamentais 
para o acolhimento de todas as pessoas, especialmente às pessoas com deficiência. 
Aproximando-se do tema desse tópico, consta na Constituição do 
Brasil os artigos que tratam dos direitos de todas as pessoas, incluindo as 
pessoas com deficiência, são: 
LEGENDA
Artigo – cada temática especificamente discutida na legislação.
§ -- Parágrafo
Numerais romanos I, II, III... – Incisos
ATENCAO
TÓPICO 3 | LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
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QUADRO 3 – ARTIGOS QUE TRATAM DOS DIREITOS DE TODAS AS PESSOAS,
INCLUINDO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
• Artigo 2°, IV – É objetivo fundamental da república “promover o bem de todos, sem preconceitos 
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Nesse artigo 
nota-se os princípios para o respeito à diversidade, sem discriminações, prevalecendo os 
direitos humanos que prezam pela igualdade de direitos.
• Artigo 5° – Todas as pessoas são “iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Aqui nota-se o direito de todas 
as pessoas de viver dignamente, sem distinção devido a sua condição física.
• Artigo 5°, XIV – É direito de todas as pessoas “o acesso à informação e resguardado o sigilo 
da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. Aqui pode-se fazer uma aproximação 
ao exercício de profissionais da informação, haja vista que, assim como consta na constituição, 
todas as pessoas têm o direito de acessar as informações que desejarem e é dever, desses 
profissionais, atender a todas e todos com a devida atenção. 
• Artigo 5°, XV – Toda cidadã e cidadão brasileiro tem direito à “livre a locomoção no território 
nacional em tempo de paz”. Todas as pessoas têm o direito de ir e vir, de circular pelas ruas, 
as quais devem ser acessíveis para pessoas com deficiência.
• Artigo 6° – Todas as pessoas têm direito “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, 
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Aqui nota-se que todas as pessoas 
têm o direito de viver dignamente, destaca-se aqui que o adjetivo “desamparados” é usado para 
referir-se às pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo as pessoas com deficiência.
• Artigo 6°, XXXI – No que se refere aos direitos de trabalhadoras e trabalhadores, a constituição 
proíbe “qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador 
portador de deficiência”. Destaca-se que apesar de tratar do direito ao trabalho digno sem 
distinção salarial para pessoas com deficiência, a lei ainda não adotou a terminologia correta e 
ainda trata as pessoas como “portadoras de deficiência”. Tal terminologia é inadequada, uma 
vez que a pessoa com deficiência não pode deixar de portar a sua condição.
• Artigo 23°, II – A constituição determina que é “competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública [...] proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência”. O Estado deve assegurar o cuidado dessas pessoas.
• Artigo 24°, XIV – É competência do Estado legislar sobre “proteção e integração social das 
pessoas portadoras de deficiência”. Aqui nota-se a valorização e integração da pessoa com 
deficiência para que não fiquem em situação de isolamento.
• Artigo 37°, VIII – Sobre a administração pública, a respeito dos cargos e concursos, “a lei 
reservará percentual [...] para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua 
admissão”. Cabe ao Estado incluir as pessoas com deficiência no serviço público, reservando 
as vagas e garantindo o direito de trabalhadoras e trabalhadores com deficiência servir a 
sociedade no seu respectivo cargo.
• Artigo 40°, § 4°, I – Sobre trabalhadoras e trabalhadores do serviço público é vedada a adoção 
de tratamento e critérios diferenciados na aposentadoria para “portadores de deficiência”. A 
pessoa com deficiência tem o direito de gozar de uma longa carreira no serviço público.
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UNIDADE 1 | TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
• Artigo 100° § 2º – No que tange ao pagamento de dívida pelas fazendas públicas, os “débitos 
de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, 
assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos”.
FONTE: Adaptado de Brasil (1988, s.p.)
Caso o Estado entre em crise em relação à Fazenda (verba) pública, as 
pessoas com deficiência e pessoas com doença grave têm prioridade para

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