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Aula 13 - Interfaces do Conhecimento Senso Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência

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Interfaces do Conhecimento: Senso
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas 
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Um homem dirigia seu carro por uma estrada bem estreita de
montanha, daquelas que ficam à beira dos precipícios. Passando por uma
curva perigosa, defrontou-se com um outro carro na contramão. Fez
então um grande esforço para desviar, quase caindo no despenhadeiro. A
mulher que dirigia o carro na contramão pôs a cabeça fora e gritou:
“Porco!” O homem, sentindo-se ofendido e já furioso, pôs também a
cabeça fora e gritou: “Vaca!” Segundos depois, no final da curva, o
homem atropelou um porco que estava no meio da estrada.
Nossos sentimentos, preconceitos, esquemas mentais 
condicionam nossa forma de ver o mundo?
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Podemos confiar nos nossos sentidos?
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Eles são 
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Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Será que o que vemos é somente sombra, cópia, 
aparência das coisas verdadeiras, como sugerem Platão 
ou o filme “Matrix”?
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Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Pode a nossa 
consciência 
chegar ao 
conhecimento 
das coisas 
exteriores?
Imagem: Robert Fludd (1574-1637) / public domain.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
É possível ao ser humano 
chegar ao conhecimento das coisas? 
POSTURA CÉTICA
POSTURA DOGMÁTICA
POSTURA RELATIVISTA?
Se é possível, então de que de forma? 
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Senso comum
Mito
Religião
Filosofia
Ciência 
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Trata-se de uma “noção” ou de um saber 
adquirido pelas pessoas em “geral” de modo 
espontâneo, a partir das variadas experiências 
do cotidiano. Um saber geralmente obtido pelos 
sentidos, que não foi sistematizado ou 
submetido à verificação rigorosa, como se faz no 
âmbito científico, porém muito útil para guiar o 
ser humano no seu dia a dia.
O conhecimento a partir do senso comum
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Quando decidimos atravessar a rua e sabemos se 
podemos passar devagar ou apressar os passos.
Quando comemos mamão ou ameixa para ajudar o intestino a funcionar melhor.
Quando corremos para tirar as roupas
do varal ao perceber que está ventando
e que o céu está nublado.
O conhecimento a partir do senso comum
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Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Um saber que pode levar ao equívoco.
Marilena Chauí esclarece:
“O sol é menor do que a Terra. Quem duvidará disso
se, diariamente, vemos um pequeno círculo
avermelhado percorrer o céu indo de leste a oeste?
O sol se move em torno da Terra, que permanece
imóvel. Quem duvidará disso se diariamente vemos o
sol nascer, percorrer o céu e se por?
[...] A Astronomia demonstra que o sol é muitas vezes
maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra
que se move em torno do sol.”
O conhecimento a partir do senso comum
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...
Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...
Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah Eu!
Usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Ivan Lins e Vitor Martins
'A'_(PSF).png: Pearson Scott Foresman / public domain
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
O ser humano desde a antiguidade iniciou suas indagações sobre
o porquê das coisas. O Mito é uma das formas mais antigas de
fornecer respostas a tais indagações.
O Mito é um saber oral revelado e, por isso, inquestionável,
transmitido pelo poeta-profeta, que narra a origem de todas as
coisas.
Os principais mitos gregos que conhecemos são encontrados nas
obras de Homero, Ilíada e Odisseia, escritas por volta do século
VII a.C.
Zeus, considerado o deus dos deuses, Poseídon (dos oceanos e
dos mares), Hades (do mundo inferior), Apolo (do sol, das artes e
das profecias), Dionísio (do teatro, do vinho e das festas), Afrodite
(do amor e da beleza) são alguns dos deuses gregos mais
conhecidos.
O conhecimento a partir do Mito
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Eis algumas características do Mito:
Das relações sexuais entre os deuses tudo tem origem:
outros deuses, os titãs (semidivinos), os heróis (filho de um
deus com um humano), os humanos, as coisas, as
qualidades (bom, mal, escuro, justo...);
As coisas surgem no mundo a partir das relações e da
rivalidade entre os deuses (genealogias);
Os deuses recompensam ou castigam os humanos e
tomam partido em relação a eles;
O tempo que está na narração é um passado longínquo,
fabuloso;
As contradições não configuram problemas para os ouvintes,
dada a autoridade do narrador.
O conhecimento a partir do Mito
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Prometeu, criador e protetor da humanidade,
entrou no Olimpo e roubou uma centelha de fogo
para os humanos. Zeus, por esse e outros fatos que
se seguiram, ficou furioso e castigou Prometeu
acorrentando-o a um monte, determinando que
uma ave de rapina lhe devoraria o fígado, que se
regeneraria durante a noite para que o castigo
fosse eterno. Além disso, mandou uma caixa de
presente ao casamento do irmão de Prometeu
com Pandora. Na caixa estavam contidas todas as
desgraças que recairiam sobre os humanos, uma
vez que a caixa fosse aberta. Curiosa e imprudente,
Pandora abriu a caixa.
Imagem: Jordiferrer 
/ Creative 
Commons Attributio
n-Share Alike 3.0 
Unported
Imagem: Sailko 
/ Creative 
Commons Attributio
n-Share Alike 3.0 
Unported
Imagem: Jules 
Joseph Lefebvre / 
Pandora, 1882 / 
Private Collection 
/ United States 
public domain
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
“...banqueteavam-se os deuses, e entre os demais se encontrava também o
filho de Prudência, Poros, o esperto. Enquanto se banqueteavam,
aproximou-se Penia, a Penúria, para mendigar as sobras da festa, e sentou-
se à porta. Embriagado pelo néctar, pois o vinho ainda não existia, Poros se
encaminhou para os jardins de Zeus e lá adormeceu, dominado pela
embriaguez. Foi então que Penia, em sua miséria, desejou ter um filho de
Poros. Deitou-se a seu lado e concebeu a Eros, o amor.
[...] E por ser filho de Poros e Penia, Eros tem o seguinte fado: é pobre, e muito longe está
de ser delicado e belo, como todos vulgarmente pensam. Eros, na realidade, é rude, é
sujo, anda descalço, não tem lar, dorme no chão duro, junto aos umbrais das portas, ou
nas ruas, sem leito nem conforto. Segue nisso a natureza da mãe que vive na miséria.
Por influência da natureza querecebeu do pai, Eros dirige a atenção para tudo que é belo
e gracioso: é bravo, audaz, constante e grande caçador: está sempre a deliberar e urdir
maquinações, a desejar e a adquirir conhecimentos, filosofa durante toda sua vida; é
grande feiticeiro, mago e sofista.
[...] Oscila, igualmente, entre a sabedoria e a tolice.”
Platão, 
Banquete, 
203b
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Trata-se de um tipo de conhecimento considerado infalível, indiscutível, exato, sagrado,
por ter sido revelado pelo sobrenatural. O conteúdo das revelações, em alguns casos,
está contido nos livros sagrados. Em geral apresenta de modo sistemático a origem, o
significado, a finalidade e o destino do ser humano, das coisas e do mundo, estabelecidos
pelo divino. Por isso mesmo é um saber que não pode ser verificado e que implica numa
atitude de fé para ser aceito.
O conhecimento religioso também nasceu da procura pela causa e pelo sentido do
mundo e das coisas. O ser humano, percebendo que há coisas da realidade em volta
dele que não dependem de sua ação, passou a considerar poderes superiores, forças
sobrenaturais, divindades. E buscou, através das várias religiões, meios para se
comunicar com eles.
As explicações da realidade provenientes da religião foram duramente criticadas no
âmbito filosófico sobretudo a partir da modernidade. Tais críticas, no entanto,
terminaram por ser, no sentido prático utilitarista, um certo reconhecimento da
importância da religião. Por exemplo, como forma de acalmar os medos, de contentar o
humano diante de sua impotência, de estabelecer regras e fixar valores. Um elemento
muito interessante da religião é o fato de ela, em alguns casos, render-se ao mistério.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Eis alguns dos livros considerados sagrados ou de grande importância doutrinal:
E algumas figuras que lembram as religiões mais antigas com tradição oral:
Imagens da esquerda para a direita: (a) O Livro dos Espíritos, 1864 / public domain, (b) A Bíblia de Gutenberg - Primeira Edição impressa da Bíblia, 1455 / United States Public Domain, (c) Alcorão, 
por Roel Wiinants / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic, (d) A Torá / public domain in the United States. (e) O Livro de Mórmon, Edição Soft Cover / public domain in the United 
States.
Imagens da esquerda para a direita: (a) Jorge Andrade / Creative Commons Attribution 2.0 Generic, (b) Mysticvoodoo Created by artist 
Denise Alvarado / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported, (c) Autor Desconhecido / Disponibilizado por Rsabbatini / 
GNU Free Documentation License, (d) Rowanwindwhistler / GNU Free Documentation License.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
A preocupação filosófica com o conhecimento
A possibilidade de conhecer não foi a indagação dos primeiros filósofos, os chamados
pré-socráticos. Sua preocupação era cosmológica (sobre a origem e a ordem do
mundo) e ontológica (sobre a essência das coisas).
Sócrates e os sofistas foram os pioneiros em se ater à questão do conhecimento. Para
os sofistas, a essência das coisas não pode ser conhecida, restando somente a opção
das opiniões subjetivas, às quais mais se imporão tanto maior for seu nível de
persuasão (uma questão de linguagem). Para Sócrates, contrariamente, é possível
conhecer, a partir do momento em que se afastam as ilusões dos sentidos e a
multiplicidade das opiniões. Em outras palavras, ao passar da aparência à essência.
Platão e Aristóteles, explorando o debate sobre as opiniões, progrediram na discussão.
Na opinião do primeiro, existe o conhecimento sensível (crença e opinião, que nos dão
a aparência), a ser abandonado, e o conhecimento inteligível (raciocínio e intuição
intelectual, que nos levam à essência). Aristóteles, diferentemente, afirma a
continuidade entre os conhecimentos sensível e intelectual, um acúmulo de
informações obtidas de várias formas ou em vários graus: sensação, percepção,
imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição (essa última enquanto
conhecimento puro, na medida em que não é proveniente de nada que se ofereça a
nós nos seis primeiros graus).
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Princípios gerais do conhecimento verdadeiro:
A determinação e as fontes do conhecimento: sensação, percepção, imaginação,
memória, linguagem, raciocínio e intuição intelectual;
A distinção entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual;
O papel da linguagem;
A diferenciação entre opinião e saber verdadeiro;
A diferença entre aparência e essência;
Definição dos princípios: identidade, não-contradição, terceiro excluído;
da forma: ideias, conceitos, juízos;
dos procedimentos: indução, dedução, intuição;
O estabelecimento de procedimentos corretos: dialético (em Platão);
Distinção dos campos do conhecimento: teorético (das coisas que apenas se contempla);
Prático (das ações humanas);
Técnico (das coisas relacionadas ao trabalho).
A preocupação filosófica com o conhecimento
lógico (em Aristóteles);
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
A concepção cristã introduziu novos problemas: Podemos conhecer a verdade,
sendo nós seres decaídos e pervertidos? O humano, finito, pode conhecer a
verdade, infinita ou divina?
Para os pensadores medievais cristãos, a fé ilumina o intelecto e as verdades
de fé têm a primazia sobre as da razão. A liberdade humana, com a vontade
pervertida, sujeita a razão ao erro e ao falso. Conhecer passa ser uma questão
de consciência. É possível conhecer a verdade desde que a razão não
contradiga a fé.
Muitos filósofos modernos, para romper com tal concepção tiveram que
recusar a autoridade eclesiástica sobre as verdades da razão: fé e razão são
voltados para conhecimentos diferentes (sem subordinação).
A preocupação filosófica com o conhecimento
Francis Bacon e Descartes examinaram exaustivamente as causas e as formas
do erro como pressupostos para tentar compreender e explicar a
correspondência entre nossas ideias e a realidade verdadeira.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Ídolos da caverna:
Ídolos do fórum:
A Crítica dos ídolos de Francis Bacon.
A preocupação filosófica com o conhecimento
são os erros provenientes dos sentidos (mais fáceis de corrigir).
são as opiniões formadas em nós a partir linguagem e das relações
com os outros (difíceis de corrigir).
Ídolos do teatro: são as opiniões formadas em nós a partir do poder das autoridades
(corrigidas somente com mudanças sociais e políticas).
Ídolos da tribo: são as opiniões próprias da natureza humana (a ser trabalhada).
É preciso organizar e controlar as informações provenientes da experiência sensível,
fazer o mesmo com os resultados obtidos, para se chegar a teorias verdadeiras, e
desenvolver procedimentos para a aplicação prática dos resultados teóricos.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Regra da evidência:
Regra da divisão:
Regra da ordem:
Regra da enumeração:
O método cartesiano
certas fáceis amplas
que deem segurança que descompliquem que tenham amplo alcance
aceitação somente de conhecimentos que não comportem dúvidas.
realidade complexa dividida em partes simples nas quais se aplica a
regra da evidência.
conhecimentos ordenados do simples ao complexo de modo a passar do
conhecido ao desconhecido.
revisão dos passos dados para cada novo conhecimento,
verificando o encadeamento.
Para Descartes, a origem do erro, que atrapalha o intelecto, está no que ele chama de
atitudes ou preconceitos da infância.
A preocupação filosófica com o conhecimento
Os erros são provenientes do conhecimento sensível. Para corrigi-los é preciso adotar
regras para orientar a direção do intelecto:
Prevenção: erro de levar-se por ideias ou opiniões alheias sem verificá-las.
Precipitação: erro cometido pela emissão de juízos sobre as coisas antes de verificação
(vontade mais forte queo intelecto).
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
John Locke, no seu Ensaio sobre o entendimento humano, afirma que o conhecimento é como o
olho humano, que não consegue ver a si próprio. É preciso esforço e trabalho para conseguir
analisar a si mesmo.
A consideração da consciência torna possível a propriamente dita Teoria do conhecimento,
enquanto ciência cujo objeto de estudo é o próprio conhecimento que busca conhecer a si mesmo
tomando distância para ser analisado nas suas formas, origem e finalidade, mas sempre
considerando a capacidade do sujeito cognoscente.
Para o filósofo o processo de conhecimento se dá na medida em que a sensação capta os dados da
realidade (de onde se extraem impressões, ideias simples) e a percepção faz a associação por
semelhanças e diferenças, formando ideias compostas. Num processo de generalização, se eliminam
as diferenças até se chegar a uma ideia universal (convenções, nomes, porque só captamos pelos
sentidos coisas singulares). Eis a base da ciência experimental.
A preocupação filosófica com o conhecimento
Com Bacon e Descartes chegamos à clara distinção entre racionalismo (para conhecer basta a razão)
e empirismo (a base de todo conhecimento é a sensação). A coincidência é que, para ambos, a
questão do sujeito do conhecimento e da consciência é relevante.
Sem entrar nas dimensões psicológica, ética e politica que o termo comporta, a consciência é a
atividade sensível e intelectual capaz de análise e síntese, representação por meio de ideias e
avaliação, compreensão e interpretação por meio de juízos.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
O conhecimento científico e seus procedimentos
A ciência formulará suas afirmações a partir da:
Indução Toma-se um número satisfatório de casos particulares, nas
mesmas condições, e o submete à verificação. Se os
resultados se repetirem, será formulada uma afirmação
universal.
Dedução Toma-se uma afirmação geral já conhecida e submente a ela
um caso particular.
Abdução Trata-se da interpretação racional (não demonstrativa) de
sinais ou indícios, uma espécie de intuição que se dá passo a
passo até se chegar a uma conclusão.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Exemplo de indução:
Se repetirmos experiência de colocar
uma quantidade de água para ser
aquecida no fogo, verificaremos que
ela sempre atingirá o ponto de
ebulição em 100o C.
E se colocarmos várias vezes uma
quantidade de água no congelador
poderemos verificar que ela se tornará
gelo quando atingir 0o C.
Poderemos então afirmar que a água evapora ao alcançar 100o C e congela ao atingir 0o C. 
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Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
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B C A
B
C
45º
45º
a
Exemplo de dedução:
Se tomarmos a afirmação universal de que a soma dos ângulos internos de um
triângulo é sempre 180o e formos verificar num triângulo equilátero, isósceles,
retângulo ou qualquer outro, obteremos esse mesmo resultado. Submetemos uma
regra geral a casos particulares e a regra funcionou.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Estudando pegadas, ossos pequenos e grandes e o ambiente onde foram encontrados, o
arqueólogo torna-se capaz de construir a imagem e a caracterização completa de um
determinado dinossauro.
Exemplo de abdução:
Imagens da esquerda para a direita: (a) Fbat / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 
Unported, (b) Mario Valencia / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
A ciência, como já pudemos notar, não se contenta com explicações que não sejam
provadas concretamente. Para tal, se apoia num método todo próprio de construção e
síntese, no qual encontramos.
Objetividade:
Factualidade:
Contingência:
Comunicação:
Verificação:
Análise:
Explicação:
Abertura:
considera somente ocorrências, formas de existência que se manifestam
de algum modo.
confirma somente hipóteses comprováveis.
as proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida
através da experimentação e não pela razão.
trata-se de uma investigação metódica que segue regras disciplinadoras
e ordenação lógica, evitando a dispersão e garantindo o
concatenamento dos conhecimentos.
exatidão, clareza, correspondência factual e aplicabilidade.
o conhecimento produzido não é definitivo ou absoluto, isto é,
pode ser reformulado.
leva à compreensão de algum fato, o que garante sua utilidade.
o conhecimento proposto é comunicável e tem caráter universal.
O conhecimento científico e seus procedimentos
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Voltando brevemente à preocupação filosófica sobre a origem do conhecimento,
apontamos mais um problema antigo e ainda longe de respostas satisfatórias:
A preocupação filosófica com o conhecimento
O conhecimento é inato ou adquirido?
O inatismo platônico:
Platão propõe, na República, a chamada teoria da reminiscência, segundo a qual já
nascemos com a razão e as ideias verdadeiras. Uma vez que a alma pertence
originalmente ao mundo das coisas inteligíveis (decaída no mundo das coisas
sensíveis), onde já contemplou toda verdade, durante a vida, apenas relembramos do
que já estava em nós. Conhecer é recordar.
O inatismo cartesiano.
Ideias inatas:
Ideias adventícias:
Ideias fictícias:
vindas de fora, das sensações, percepções, lembranças, ou
derivantes delas. São qualidades sensoriais: odor, sabor, textura etc.;
criadas pela nossa fantasia ou imaginação, com uma base nas
ideias adventícias: cavalos alados, fadas, sereias etc. Estão nas
fábulas, mitos, superstições e nunca são verdadeiras;
Inteiramente racionais, pois não têm nenhuma correspondência
sensorial (ideia de infinito, sentimentos etc.), dom de Deus.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência
Exemplificando a compreensão do inatismo cartesiano:
A preocupação filosófica com o conhecimento
Corajoso;
Justo;
Solidário;
Livre;
Imortal.
Imagens da esquerda para a direita: (a) Mikael Häggström / public domain, (b) 
Mark and Allegra / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic.
Filosofia – Ensino Médio
Comum, Mito, Religião, Filosofia e Ciência

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