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Avaliação I – Direito Constitucional Professora Thayana Serra Acadêmica: Ávila Dália do Nascimento Pereira 1) João da Treta, deputado federal, participou de um programa televisivo e ali fez severas críticas contra determinada política de governo. Diante da situação narrada, responda: a) O deputado poderá ser responsabilizado civil ou criminalmente pelas palavras e opiniões proferidas no programa? Podemos dizer que na esfera cível e adequadamente cabível indenização por danos extrapatrimoniais dos parlamentares que abusarem da inviolabilidade outorgada pela carta constitucional, uma vez que a proteção à dignidade humana encontra amparo constitucional e um parlamentar não deve, em geral, valer-se de discursos que atacam os direitos da personalidade humana para exercer seu mandato agora, se as criticas de João não se enquadram nesses discursos de ódio, não tem uma justificativa para que o mesmo seja penalizado. Desse modo, justifico minha opinião que tem base conforme com o que a Corte Suprema entende, o mandato parlamentar não implica, por si só, a imunidade do parlamentar. Deve-se observar a existência de nexo entre o discurso e a representação do povo. Caso o discurso não esteja relacionado à representação do parlamentar para que com seu povo, a imunidade não deve encobrir tais discursos (BRASIL, Supremo Tribunal Federal, e BRASIL, Petição Agravo Regimental n° 5.714/DF, 2017). Já na esfera criminal a minha opinião se posiciona de forma a verificar a responsabilidade penal dos parlamentares no discurso de ódio. Baseado também no que a Corte Suprema entende, que havendo nexo de causalidade entre o mandato e as implicações dadas pelo parlamentar, está alcança os crimes contra a honra (BRASIL, Supremo Tribunal Federal, Agravo Regimental n° 5.714/DF, 2017). imunidade não é absoluta, mas protege em todo o âmbito nacional, desde que relacionado à atividade legislativa (CUNHA JÚNIOR, 2018, p. 969), mas, conforme exposto, dentro do recinto parlamentar existe uma presunção absoluta de relação ao exercício. 2) Gilberto é Presidente da República e Vera Vice‐Presidente da República. Gabriela é Presidente da Câmara dos Deputados, Úrsula é Presidente do Supremo Tribunal Federal, Soraya é Presidente do Senado Federal e Augusto é o Procurador Geral da República. Diante da situação narrada, responda: a) Em caso de impedimento de Gilberto e de Vera quais das pessoas acima deverão ser chamadas ao exercício da Presidência? Em que ordem? No caso, a Gabriela Presidente da Câmara dos Deputados. Se caso ela também for impedida, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência a Gabriela Presidente da Câmara dos Deputados, Soraya Presidente do Senado Federal e o Augusto Presidente do Supremo Tribunal Federal. Baseado no que diz no Art. 80 da CF/88. 3) Considere que Caio Bravo, presidente da República, na presença de policiais que o escoltavam, tenha cometido uma tentativa de homicídio contra Marcio, um antigo desafeto pessoal. Diante da situação narrada, responda: a) Uma vez que presenciaram o delito, os policiais poderão efetuar a prisão em flagrante do presidente da República? Por quê? Não podem efetuar a prisão em flagrante. Uma vez que fato se sustenta no Art. 86, §3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. Ademais, no artigo em questão §4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. b) Como será o trâmite do processo criminal contra o Presidente da República? (Ele responderá pelo crime? Qual órgão será responsável pelo julgamento? No caso de crimes comuns, de infrações menores ou até crimes contra a vida, o eventual processo precisa possuir autorização prévia pela Câmara dos Deputados. Para processar criminalmente o presidente da República por crime comum, a Procuradoria Geral da República, tem de apresentar uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal que é o órgão responsável por julgar o caso. De forma mais resumida, se faz necessário o total de 342 votos ou mais, para a autorização ser aprovada pela Câmara, e em seguida para análise do plenário do Supremo Tribunal Federal, onde os ministros se posicionam sobre abrir ou não o processo criminal contra o presidente da República. Paralelamente a isso, se processo for aberto, o presidente da República é afastado por 180 dias. Decorrido esse prazo, se o julgamento não estiver concluído, o presidente retorna ao cargo, sem prejuízo sequer, e da continuidade do processo no STF. Ademais, nas infrações comuns, enquanto não houver condenação o presidente da República não pode ser preso. Referências Bibliográficas CUNHA JUNIOR, DIRLEY. Curso de Direito Constitucional. Salvador, imprensa JusPODIVM, 2018. BRASIL, Petição n° Agravo Regimental n° 5.714/DF, 2017 BRASIL, Supremo Tribunal Federal, Habeas Corpus n° 115.397/ES, 2017 Reportagem - Carol Nogueira e Marcello Larcher Edição - Ralph Machado Fonte: Agência Câmara de Notícias https://www.camara.leg.br/noticias/517315-constituicao-preve-regras-em-caso-de-denuncia-contra-o-presidente-da-republica/
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