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A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
1 
 
 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
3 
 
Para auxiliar a sua produção de texto, abaixo está 
uma lista com algumas palavras e significados: 
 
 Alarido – confusão , algazarra , farra. 
 Alcunha – apelido. 
 Âmago – parte muito interior , cerne. 
 Ardiloso – manhoso , esperto. 
 Arroubo – entusiasmo , fervor , encanto. 
 Balbúrdia – baderna , bagunça , confusão. 
 Belicoso – que incita à guerra. 
 Dilapidar – desperdiçar , estragar , destruir. 
 Dândi – que procura se vestir com elegância. 
 Fenecimento – fim , término. 
 Fugaz – passageiro , que passa rápido. 
 Fleumático – imperturbável 
 Ígneo – próprio do fogo. 
 Ignóbil – sem caráter , vergonhoso. 
 ImplÍcito – escondido , não expresso , omisso. 
 Insolente – desaforado , desagradável. 
 Incólume – intacto. 
 Inócuo – inofensivo. 
 Justapor – colocar perto. 
 Loquaz – falador. 
 Pedante – nojento , exibido , audacioso. 
 Perene – que dura muito , imortal. 
 Permuta – troca , câmbio. 
 Pernóstico – pretensioso , esnobe. 
 Pérfido – cruel , traidor , desgraçado. 
 Recôndito – escondido, encoberto, secreto, oculto 
 Sumidade – personalidade importante , sábio. 
 Suscitar – fazer surgir , encorajar , provocar. 
 Tergiversar – desculpar-se. 
 Taciturno – calado. 
 Tênue – fraco , frágil. 
 Veneta – ataque, acesso de loucura. 
 Imprescindível – indispensável 
 Imberbe – sem barba 
 Indubitavelmente – sem dúvida 
 Nefasta – pessoa que traz desgraça 
 Pueril – infantil 
 Misantropo – aquele que odeia as pessoas. 
 Intrépido – destemido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalhando a coesão textual 
 
 
 
MODELO DE INTRODUÇÃO PARA PROBLEMAS SOCIAIS 
 
Veja o modelo de introdução usado para temas relativos a 
problemas sociais: 
 
Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de 
solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é 
característica da “modernidade líquida” vivida no século 
XX.(TEMA/PROBLEMA), (AMOSTRA DE OPINIÃO) reflete 
essa realidade. 
Essa introdução usa uma ideia do Bauman, um famoso 
pensador da atualidade, e sua modernidade líquida, que 
pode ser usada para balizar qualquer problema social do 
mundo de hoje. Após essa mostra de conhecimento de 
outras áreas, há o espaço para a tese, que deve, é claro, 
ser adaptada de acordo com cada tema. 
 
MODELO DE CONCLUSÃO PARA PROBLEMAS SOCIAIS 
 
Retomando a ideia inicial sobre vida líquida e elaborando 
uma proposta de intervenção, eis o modelo de conclusão: 
 O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o 
avanço (PROBLEMA), deve tornar-se efetivo, uma vez que 
(RETOMADA DA TESE). Sendo assim, desde que haja 
parceria entre governo, comunidade e família, será 
possível amenizar (O PROBLEMA EM QUESTÃO), 
construindo uma sociedade mais fiel aos (IDEIAIS OU 
PRINCÍPIOS) da constituição. 
Perceba que nessa conclusão, apesar de ser um modelo, as 
partes que o redator deve completar são imprescindíveis 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
4 
 
para deixar o parágrafo de acordo com o critério de 
avaliação número 5. 
 
MODELO DE INTRODUÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE OU 
PROBLEMAS AMBIENTAIS 
 
Segundo Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e 
responsável; cabe a ele escolher seu modo de agir. Logo, 
com o avanço do sistema capitalista, recai sobre o homem 
o compromisso de tornar o mundo mais sustentável. No 
século XXI, a preocupação com (TEMA/PROBLEMA), 
(AMOSTRA DE OPINIÃO), reflete essa realidade. 
Exatamente a mesma estratégia usada anteriormente, 
agora usando Sartre e adaptando a parte contextual. A 
tese sempre presente, é claro. 
 
MODELO DE CONCLUSÃO PARA SUSTENTABILIDADE OU 
PROBLEMAS AMBIENTAIS 
 
É preciso que os indivíduos assumam, portanto, sua 
responsabilidade diante do (PROBLEMA), uma vez que 
(RETOMADA DA TESE). Sendo assim, desde que haja a 
parceria entre governo, comunidade e família, será 
possível amenizar os problemas ambientais, construindo 
um Brasil mais sustentável. 
 
MODELO DE INTRODUÇÃO PARA QUESTÕES POLÍTICAS E 
ECONÔMICAS 
 
Após a Guerra Fria, com o avanço do capitalismo, o 
processo de globalização intensificou-se, bem como seus 
efeitos. Diante disso, o contato entre diferentes povos 
ampliou o conceito de identidade 
nacional.(TEMA/PROBLEMA) reflete pontos (POSITIVOS E 
NEGATIVOS) dessa realidade. 
 
MODELO DE CONCLUSÃO PARA QUESTÕES POLÍTICAS E 
ECONÔMICAS 
 
Recai sobre o ser humano, portanto, o compromisso de 
administrar com mais consciência as mudanças 
proporcionadas pelo avanço do mundo globalizado, uma 
vez que (RETOMADA DA TESE). Sendo assim, desde que 
haja a parceria entre governo, comunidade e família, será 
possível amenizar (PROBLEMA), construindo o progresso 
sem desconsiderar a ordem. 
 
BÔNUS: INTRODUÇÃO PARA TEMAS FILOSÓFICOS 
 
Nós não chegamos a desenvolver a conclusão para este 
eixo, que é um tanto raro no ENEM, mas você pode usar 
essa introdução se o tema tiver relação com questões 
filosóficas: 
Platão, filósofo grego, afirmou, através do Mito da 
Caverna, que o conhecimento na Terra são sombras, 
defendendo a importância da investigação filosófica na 
apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas ainda 
reforçam essa ideia. A reflexão em torno do (TEMA), 
(AMOSTRA DE OPINIÃO), encaixa-se em tal cenário. 
Veja como a Fabi usou esse modelo para escrever uma 
redação sobre O Poder do Silêncio: 
Platão, filósofo grego, afirmou, através do Mito da 
Caverna, que o conhecimento na Terra são sombras, 
defendendo a importância da investigação filosófica na 
apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas ainda 
reforçam essa ideia. A reflexão em torno do poder do 
silêncio, cuja polêmica está em quando a ausência do 
discurso é a melhor opção, encaixa-se em tal cenár 
 
FRASES PARA PENSAR E AGIR NA REDAÇÃO DO 
ENEM-2017 
 
 “Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo.” 
(Paul Pilzer) 
 “As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se 
pode ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o 
coração.” (Charles Chaplin) 
 “Nada substitui o conhecimento profundo.” (Edwards W. 
Deming) 
 “Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por 
uma soma de pequenas realizações.” (Van Gogh) 
 “Algumas pessoas amam o poder, outras, tem o poder de 
AMAR.” (Bob Marley) 
 “É a qualidade dos “sim” e dos “não” que você diz hoje 
que definirá como será a sua vida amanhã.” (Roberto 
Shinyashiki) 
 “A felicidade não entra em portas trancadas.” (Chico 
Xavier) 
 “Ser normal é a meta dos fracassados.” (Carl Jung) 
 “Um homem era tão pobre, mas tão pobre, que só tinha 
dinheiro.” (Chico Xavier) 
 Quando você julga os outros, não os define, define a si 
mesmo.” (Wayne W. Dyer) 
 
 
”O tempo é limitado, não o desperdice.” (Steve Jobs) 
 
 “Ninguém quer morrer. Nem mesmo as pessoas que 
querem ir para o Céu querem morrer para chegar lá.” 
(Steve Jobs) 
 “Seu tempo é limitado, então não gaste o vivendo a vida 
de outra pessoa.” (Steve Jobs) 
 “Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. 
Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo 
maravilhoso, isso importa para mim.” (Steve Jobs) 
 “Todas as coisas são difíceis antes de se tornarem 
fáceis.” (John Norley) 
 “Não existe amor minúsculo, principalmente quando se 
trata de amor-próprio.” (Mario Quintana) 
 “Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar 
resultados diferentes.” (Albert Einstein) 
 “Eles dizem que o sol brilha para todos, mas para 
algumas pessoas no mundo ele nunca brilha.” (Bob Marley) 
 “A mudança maissignificante na vida de uma pessoa é 
uma mudança de atitude. Atitudes corretas produzem 
ações corretas.” (William J. Johnson) 
 “Quem nunca errou é porque não está tentando fazer 
nada de diferente.” (Vicente Falconi) 
 “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim 
por aquelas que permitem a maldade.” (Albert Einstein) 
 “Costuma-se dizer, demos tempo ao tempo, mas aquilo 
que sempre nos esquecemos de perguntar é se haverá 
tempo para dar.” (Saramago) 
 “As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo 
que as coisas nunca mudem.” (Chico Buarque) 
 “O amor não morre de morte natural. Morre de sede, 
porque nos esquecemos da fonte.” (Paulo Coelho) 
http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/wp-content/uploads/2012/12/Ashampoo_Snap_2012.12.09_11h17m56s_004_.jpg
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
5 
 
 
 “Seu poder está naquilo que você faz, e naquilo que você 
se recusa a fazer.” (O Aleph) 
 “O vigor físico é bom, o vigor intelectual melhor ainda. 
Mas acima de todos está o vigor do caráter.” (Roosevelt) 
 “O preconceito é o analfabetismo da alma.” (Vinicius 
Kairalla) 
 “Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos 
olhos daqueles que não sabem voar.” (Friedrich Nietzsche) 
 “Algo só é impossível até que alguém duvide e prove o 
contrário.” (Albert Einstein) 
 “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.” 
(Albert Einsten) 
 “Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos 
problemas e obstáculos que tiveram de vencer.” 
(Spurgeon) 
 “Não tenho medo das palavras dos violentos, e sim do 
silêncio dos honestos.” (Martin Luther King) 
 “Do que adianta você ter essa alma colada aos ossos 
dessa carne errada? Sem o risco a vida não vale a pena.” 
(Goethe) 
 “Faça sendo, aprenda fazendo.” (Buda) 
 “Ao bem, o bem: ao mal, a justiça.” (Confúcio) 
 “A fortuna é como um vestuário que, muito folgado nos 
embaraça, e muito apertado nos oprime.” (Horácio) 
 “A forma de governo mais adequada ao artista é a 
ausência de governo. Autoridade sobre ele e a sua arte é 
algo de ridículo.” (Oscar Wilde) 
 “A existência precede a essência.” (Jean-Paul Sartre) 
 “A coragem é a primeira das virtudes do homem, porque 
é a virtude que garante as demais.” (Winston Churchill) 
 
FRASES PARA PENSAR E AGIR NA REDAÇÃO DO 
ENEM-2017– PARTE II 
 
 1. Educação: 
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, 
tampouco sem ela a sociedade muda.” (Paulo Freire – 
Educador, pedagogo e filósofo brasileiro) 
 
Paulo Freire 
 
 
“A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece 
sempre no presente.” 
(Rubem Alves) 
“Eu quero desaprender para aprender de novo. 
Raspar as tintas com que me pintaram. 
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.” (Rubem 
Alves) 
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo 
melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.” 
(Rubem Alves) 
 
2. Política: 
“A política é a arte do possível.” (Bismark – Chanceler 
Alemão) 
 
 
Otto von Bismarck 
 
3. Sociedade: 
“A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade 
deprava-o e torna-o miserável.” (Jean Jacques Rousseau – 
Filósofo Suíço) 
 
 
Jean Jacques Rousseau 
 
4. Globalização: 
“A globalização encurtou as distâncias métricas, 
aumentando muito mais as distâncias afetivas.” (Jaak 
Bosmans – Escritor e representante da FALASP – 
Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de 
São Paulo) 
 
5. Economia Global: 
“O Governo do Estado moderno é apenas um comitê para 
gerir os negócios comuns de toda a burguesia.” (Karl Marx 
– Filósofo alemão) 
 
6. Desigualdade Social: 
“O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma 
perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa 
classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.” 
(Darcy Ribeiro – Antropólogo, escritor e político brasileiro) 
 
 
Darcy Ribeiro 
 
http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/wp-content/uploads/2012/12/Ashampoo_Snap_2012.12.09_13h18m55s_010_.jpg
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
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7. Juventude: 
“O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o 
pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a 
justiça, a educação. São estas as virtudes que devem 
formar o seu caráter.” 
(Sócrates – Filósofo) 
 
 
Sócrates 
 
8. Meio ambiente: 
“Inteligência é a habilidade das espécies para viver em 
harmonia com o meio ambiente.” (Paul Watson – 
Cofundador e diretor da fundação Greenpeace.) 
 
 
Paul Watson 
 
9. Preconceito: 
“Todo preconceito é fruto da burrice, da ignorância, e 
qualquer atividade cultural contra preconceitos é válida. ” 
(Paulo Autran – Ator) 
 
Paulo Autran 
 
10. Relações humanas: 
“De tudo que existe, nada é tão estranho como 
as relações humanas, com suas mudanças, sua 
extraordinária irracionalidade. ” (Virginia Woolf – 
Escritora) 
 
 
Virginia Woolf 
 
11. Tecnologia: 
“Tornou-se aterradoramente claro que a 
nossa tecnologia ultrapassou a nossa Humanidade” (Albert 
Einstein – Físico) 
 
 
Albert Einstein 
 
OS 20 FILÓSOFOS ESSENCIAIS PARA A REDAÇÃO DO 
ENEM 
 
1. Os filósofos pré-socráticos: os primeiros filósofos e 
cientistas (séc. VI a.C.). Preocupam-se mais com a 
questão da origem e da constituição da natureza (a 
questão da physis) do que com as questões éticas, 
políticas e epistemológicas. 
2. Os sofistas: os primeiros professores profissionais de 
argumentação e retórica. São os primeiros “humanistas”. 
Defendem que “o homem é a medida de todas as coisas” 
(Protágoras) e que a verdade é relativa à força dos 
argumentos (Górgias). 
3. Sócrates: o primeiro filósofo de fato. Faz oposição aos 
sofistas, por eles cobrarem pelos ensinamentos e não 
visarem à compreensão da verdade. Para Sócrates, o 
conhecimento mais importante é a consciência da própria 
ignorância. 
4. Platão: aluno de Sócrates. Desenvolve a Teoria das 
Ideias. É contrário à democracia, vista como um regime no 
qual os mais ignorantes governam. Defende o governo dos 
mais sábios. 
5. Aristóteles: aluno de Platão. Critica a Teoria das 
Ideias. Afirma ser necessário utilizar os sentidos para 
conhecer. Para ele, a virtude está na justa medida. A 
felicidade é o fim a que visam todas as ações humanas. 
6. Filosofia medieval: o processo de conciliação entre o 
pensamento filosófico grego e helênico e a religião cristã. 
Dois grandes períodos: a Patrística (do séc. IV ao VI; o 
principal representante é Agostinho) e a Escolástica (do 
séc. XI ao XV; o principal representante é Tomás de 
Aquino). 
7. Thomas More: também conhecido como Thomas 
Morus, escreve, no séc. XVI, Utopia, descrição literária e 
filosófica de uma sociedade ideal, sem dinheiro nem 
violência contra as pessoas. 
8. Maquiavel: escreve, também no séc. XVI, O Príncipe, 
no qual tenta apresentar as leis de funcionamento da 
política não a partir de uma idealização, mas a partir da 
história grega, romana e italiana. 
9. René Descartes: no séc. XVII, o racionalista Descartes 
procura fundamentar todo o conhecimento não pela 
tradição nem pela experiência sensorial, mas pela razão. 
10. Francis Bacon: propõe que a ciência funcionava por 
método indutivo: a repetição das observações e 
experimentos permitiria a inferência das leis de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Greenpeace
https://oficinadefilosofia.com/2014/11/05/os-20-filosofos-essenciais-do-enem/
https://oficinadefilosofia.com/2014/11/05/os-20-filosofos-essenciais-do-enem/
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
7 
 
funcionamento da natureza. O erro do conhecimento 
é atribuído a ídolos: os ídolos da tribo, da caverna, do 
fórum e do teatro. 
11. Thomas Hobbes: no séc. XVII, escreve Leviatã, onde 
defende que o Estado absolutista é necessário para evitar a 
guerra de todos contra todos. É um contratualista. É 
também empirista, afirmando que todo o conhecimento 
humano deriva das impressões sensoriais. 
12. John Locke: concorda com o empirismo de Hobbes, 
mas discorda da defesa do Estado absolutista. Locke é um 
contratualistae jusnaturalista (acredita que existam leis 
naturais) que defende que o Estado deve manter e 
proteger todos os direitos dos cidadãos (direito à vida, à 
liberdade e à propriedade privada), exceto o direito de 
fazer justiça pelas próprias mãos. 
13. Jean-Jacques Rousseau: no séc. XVIII, Rousseau 
afirma que o homem nasce bom, mas a sociedade o 
corrompe, especialmente por meio da propriedade privada. 
Essa é a base da tese do bom selvagem. Rousseau é um 
contratualista. 
14. David Hume: o empirista David Hume, no séc. XVIII, 
aponta o problema da indução. Afirma que todo o 
conhecimento indutivo, incluindo a ciência, é inseguro, pois 
é baseado no mero hábito, e não na estrutura da natureza. 
Não é possível obter um conhecimento geral a partir de um 
conjunto limitado de dados. 
15. Immanuel Kant: no século XVIII, defende que tanto o 
racionalismo quanto o empirismo têm razão parcialmente. 
Defende que é preciso conceber o conhecimento como uma 
síntese entre a coisa-em-si externa e uma estrutura prévia 
de conhecimento. A ideia de que o conhecimento revela 
mais sobre nós mesmos do que sobre a coisa conhecida é 
chamada por ele de revolução copernicana na filosofia. No 
campo da ética, criou o imperativo categórico, que diz que 
antes de agir o sujeito deve generalizar hipoteticamente 
sua ação para toda a humanidade – se o resultado de sua 
ação generalizada for benéfico para todos, ela deve ser 
praticada; se for maléfico, não deve. 
16. Hegel: transforma o conceito de “dialética”: para 
Hegel, a dialética não tem dois pólos, mas três – tese, 
antítese e síntese, que se constitui como nova tese. 
17. Bentham, Mill e o Utilitarismo: afirmam que devemos 
sempre agir sempre visando ao maior bem para a maior 
quantidade de pessoas. 
18. Karl Marx: no século XIX, cria o materialismo 
dialético. Para compreender a sociedade, é preciso 
compreender sua infra-estrutura (o processo de produção). 
A superestrutura (valores, ideias, religião, cultura, 
educação et cetera) é mera consequência necessária da 
infraestrutura. 
19. Jean-Paul Sartre: para Sartre (séc. XX), todo homem 
vive na liberdade absoluta. “O homem é condenado a ser 
livre”: não pode escapar do fato de que todas as suas 
ações são de sua inteira e exclusiva responsabilidade. O 
homem é livre mesmo que decida seguir ordens – pois o 
ato de seguir ordens não é necessário, e sim uma escolha 
livre de não ser livre, escolha que o homem pode mudar a 
qualquer momento. Sartre é um existencialista: para ele, a 
existência é anterior à essência, que é constituída 
livremente por cada homem. 
20. Michel Foucault: no pensamento de Foucault (séc. 
XX), o poder não existe como algo de que alguém possa 
ter a “posse”; o poder não é localizado espacialmente, mas 
está distribuído em todas as relações sociais. Poder não se 
detém: se exerce. A forma do exercício do poder pode ser 
violenta ou sutil. 
 
A LITERATURA NA REDAÇÃO DO ENEM 
 
1. “Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em 
pleno carnaval.” (Vinicius de Moraes) 
2. “A única pessoa livre é aquela que não tem medo do 
ridículo.” (Luis Fernando Veríssimo) 
3. “Acreditar em nossa própria mentira é o primeiro passo 
para o estabelecimento de uma nova verdade.” (Carlos 
Drummond de Andrade) 
4. “A primeira glória é a reparação do erro.” (Machado 
de Assis) 
5. “Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e 
bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.” 
(Denis Diderot) 
6. “Viver é negócio muito perigoso.” 
(João Guimarães Rosa) 
7. “A democracia é um erro estatístico, porque na 
democracia decide a maioria e a maioria é formada de 
imbecis.” 
(Jorge Luis Borges) 
8. “Todas as famílias felizes se parecem; cada família 
infeliz é infeliz à sua maneira.” 
(Liev Tolstói) 
9. “Nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo 
alheio.” 
(Umberto Eco) 
10. “A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto 
humano.” 
(Victor Hugo) 
11. “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas 
que pelas respostas.” 
(Voltaire) 
12. “A vida é uma história contada por um idiota, cheia de 
som e de fúria, sem sentido algum.” 
(William Shakespeare) 
13. “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma 
partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons 
sentimentos.” 
(Nelson Rodrigues) 
14. “Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.” 
(Drummond) 
15. “O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si 
mesmo.” (Clarice Lispector) 
16. “Perder tempo em aprender coisas que não 
interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.” 
(Drummond) 
17. “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a 
felicidade está numa caixa de bombons.” (Drummond) 
18. “A vida sem luta é um mar morto no centro do 
organismo universal.” (Machado de Assis) 
19. “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco 
importa; o essencial é que saiba amar.” (Machado de 
Assis) 
20. “A raiva e a intolerância são as inimigas gêmeas da 
compreensão correta.” (Gandhi) 
 
21. “Dizes contentar-te com pouco; é essa, na realidade, 
a suprema sabedoria mas eu fui sempre a grande 
revoltada e a grande ambiciosa que só quer a felicidade 
quando ela seja como um turbilhão que dê a vertigem e 
que deslumbre!” (Florbela Espanca) 
22. “A República não precisa de fazer-se terrível, mas 
de ser amável; não deve perseguir, mas conciliar; não 
carece de vingar-se, mas de esquecer; não tem que se 
coser na pele das antigas reações, mas que alargar e 
consolidar a liberdade.” (Rui Barbosa) 
23. “O amor verdadeiro tem destas coisas: não se explica, 
não se controla, não se racionaliza, simplesmente toma 
conta. É uma droga, um vício, uma viagem entre o céu e o 
inferno, ida e volta, sem parar.” (Martha Medeiros) 
24. “A raiva é um veneno que bebemos esperando 
que os outros morram.” (Shakespeare) 
25. “As palavras estão cheias de falsidade ou de arte; 
o olhar é a linguagem do coração.” (Shakespeare) 
 
A MPB NA REDAÇÃO DO ENEM 
 
1. Tocando em frente 
Renato Teixeira/Almir Sater 
“Cada um de nós compõe a sua própria história e cada ser 
em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz...” 
 
2. Se todos fossem iguais a você 
Tom Jobim/Vinícius de Moraes 
“Se todos fossem iguais a você que maravilha viver...” 
 
http://pensador.uol.com.br/autor/nelson_rodrigues/
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
8 
 
3. A flor e o espinho 
Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito/Alcides 
Caminha 
“Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a 
minha dor...” 
 
4. Canção da América 
Milton Nascimento/Fernando Brant 
“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do 
peito...” 
 
5. Samba da bênção 
Baden Powell/Vinicius de Moraes 
“É melhor ser alegre que ser triste alegria é a melhor coisa 
que existe...” 
 
6. Podres Poderes 
Caetano Veloso 
 
 
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes 
morrer e matar de fome, de raiva e de sede são tantas 
vezes gestos naturais...” 
 
7. A noite do meu bem 
Dolores Duran 
“Hoje eu quero o amor, o amor mais profundo eu quero 
toda a beleza do mundo para enfeitar a noite do meu 
bem...” 
 
8. Tocando em frente 
Renato Teixeira/Almir Sater 
“Ando devagar porque já tive pressa levo esse sorriso 
porque já chorei demais...” 
 
9. As rosas não falam 
Cartola 
“Queixo-me às rosas, mas que bobagem as rosas não 
falam simplesmente as rosas exalam o perfume que 
roubam de ti, ai...” 
 
10. O tempo não para 
Cazuza/Arnaldo Brandão 
 
 
“Eu vejo o futuro repetir o passado eu vejo um museu de 
grandes novidades o tempo não para...” 
 
11. Quando o amor acontece 
João Bosco/Abel Silva 
“O amor quando acontece a gente esquece logo que sofreu 
um dia...” 
 
12. Caçador de mim 
Luiz Carlos Sá/Sérgio Magrão 
“...longe se vai sonhando demais...” 
 
13. Jura Secreta 
Sueli Costa/Abel Silva 
“Só uma palavra me devora aquela que meu coração não 
diz só o que me cega, o que me faz infeliz é o brilho do 
olhar que não sofri...” 
 
14. Começaria tudo outra vez 
Gonzaguinha 
“Começaria tudo outra vez 
Se preciso fosse, meu amor...” 
 
15. Confesso 
Ana Carolina/Totonho Villeroy 
“...perdero vazio é empobrecer...” 
 
CHICO BUARQUE 
 
1. “A felicidade 
Morava tão vizinha 
Que, de tolo 
Até pensei que fosse minha.” 
 
2. “Que saudade é o pior tormento, é pior do que o 
esquecimento, é pior do que se entrevar...” 
 
3. “As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo 
que as coisas nunca mudem.” 
 
4. “Tem dias que a gente se sente 
Como quem partiu ou morreu 
A gente estancou de repente 
Ou foi o mundo então que cresceu...” 
 
5. “O que será ser só 
Quando outro dia amanhecer? 
Será recomeçar? 
Será ser livre sem querer?” 
 
6. “Quem me vê sempre parado, distante 
Garante que eu não sei sambar 
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar...” 
7. “Menino quando morre vira anjo; Mulher vira uma flor 
no céu; Malandro quando morre vira samba.” 
 
8. “Para sempre é sempre por um triz.” 
 
9. “Não se afobe, não 
Que nada é pra já 
O amor não tem pressa 
Ele pode esperar em silêncio 
Num fundo de armário 
Na posta-restante 
Milênios, milênios 
No ar” 
 
10. “E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz, você 
era a princesa que eu fiz coroar e era tão linda de se 
admirar...” 
 
11. “A dor da gente não sai no jornal.” 
 
12. “Mesmo com o todavia 
Com todo dia 
Com todo ia 
Todo não ia 
A gente vai levando” 
 
DEZ MÚSICAS DE PROTESTO 
 
O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil uma forte 
censura, praticada através dos Atos Institucionais (AI’s) 
criados para aumentar a repressão do Estado sobre a 
população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao 
governo imposto no país. Não demorou para a música – 
enquanto manifestação artístico-cultural de forte teor 
político – estar entre os principais alvos da censura. 
 
 
http://www.historiadigital.org/historia-do-brasil/brasil-republica/ditadura-militar/
http://www.historiadigital.org/historia-do-brasil/brasil-republica/ditadura-militar/6-atos-institucionais-do-regime-militar/
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
9 
 
1- Alegria, alegria 
A música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por 
Caetano Veloso. Valorizava a ironia, a rebeldia e o 
anarquismo a partir de fragmentos do dia-a-dia. Em cada 
verso, revelações da opressão ao cidadão em todas as 
esferas sociais. A letra critica o abuso do poder e da 
violência, as más condições do contexto educacional e 
cultural estabelecido pelos militares, aos quais interessava 
formar brasileiros alienados. 
Trecho: O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, 
guerrilhas/Em cardinales bonitas/Eu vou… 
 
2- Caminhando 
Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é 
uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré 
foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado 
pelo governo militar. A música foi a sensação do Festival 
de Música Brasileira da TV Record, se transformando em 
um hino para os cidadãos que lutavam pela abertura 
política. Através dela, Vandré chamava o público à revolta 
contra o regime ditatorial e ainda fazia fortes provocações 
ao exército. 
Trecho: Há soldados armados / Amados ou não / Quase 
todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes 
ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver 
sem razão 
 
3- Cálice 
A música Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz 
alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim 
do Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”. Para quem 
lutava pela democracia, o silêncio também era uma forma 
de morte. Para os ditadores, a morte era uma forma de 
silêncio. Daí nasceu a ideia de Chico Buarque: explorar a 
sonoridade e o duplo sentido das palavras “cálice” e “cale-
se” para criticar o regime instaurado. 
Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De 
muito usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir 
a porta (Cálice!) / Essa palavra presa na garganta 
 
4- O bêbado e o equilibrista 
O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e 
João Bosco e gravado por Elis Regina, em 
1979. Representava o pedido da população pela anistia 
ampla, geral e irrestrita, um movimento consolidado no 
final da década de 70. A letra fala sobre o choro de Marias 
e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel 
Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob 
tortura pelo exército. 
Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / 
Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / 
Chora! A nossa Pátria Mãe gentil / Choram Marias e 
Clarisses / No solo do Brasil… 
 
5- Mosca na sopa 
Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 
1973. Apesar das controvérsias acerca do sentido da 
música, a letra faz uma referência clara à ditadura militar. 
Através de uma metáfora, o povo é a “mosca” e, a 
ditadura militar, “a sopa”. Desta forma, o povo é 
apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser 
eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se 
levantam contra regimes opressores. 
Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT 
/ Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E 
vem outra em meu lugar… 
 
6-É proibido proibir 
É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, 
lançada em 1968. Esta canção era uma manifestação das 
grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no 
mundo na década de 1960. Na apresentação realizada no 
Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de 
Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que 
lotava o auditório. Indignado, Caetano fez um longo e 
inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho 
era o barulho dentro do teatro. 
Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos 
esperando / Os automóveis ardem em chamas / Derrubar 
as prateleiras / As estantes, as estátuas / As vidraças, 
louças / Livros, sim… 
 
7-Apesar de você 
Depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o 
artista mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de 
músicas censuradas. Apesar de você foi lançada em 
1970, durante o governo do general Médici. A letra faz 
uma clara referência a este ditador. Para driblar a censura, 
ele afirmou que a música contava a história de uma briga 
de casal, cuja esposa era muito autoritária. A desculpa 
funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército 
logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de 
tocar nas rádios. 
Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento 
/ Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / 
Esse grito contido / Esse samba no escuro 
 
8- Acender as velas 
A música Acender as velas, lançada em 1965, é 
considerada uma das maiores composições do sambista Zé 
Keti. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da 
fase posterior a 1964. A letra deste samba possui um 
impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da 
favela. Faz uma crítica social as péssimas condições de 
vida nos morros do Rio de Janeiro, na década de 1960. 
Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não 
tem samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que 
deixa de bater / Um anjo vai pro céu 
 
9- Que as crianças cantem livres 
Que as crianças cantem livres é uma composição de 
Taiguara, lançada em 1973. No mesmo ano, o cantor se 
exilou em Londres, tendo sido um dos artistas mais 
perseguidos durante a ditadura militar. Taiguara teve 68 
canções censuradas, durante o período de maior 
endurecimento do regime, no fim da década de 1960 até 
meados da década de 1970. 
Trecho: E que as crianças cantem livres sobre os muros / 
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor / E que o 
passado abra os presentes pro futuro / Que não dormiu e 
preparou o amanhecer… 
 
10- Jorge Maravilha 
Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música 
de Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de 
Adelaide, criado para driblar a censura. Os versos “você 
não gosta de mim, mas sua filha gosta” parecia uma 
relação conflituosa entre sogro, genro e filha. Mas, na 
verdade, fazia alusão à família do general Geisel. Geisel 
odiava Chico Buarque. No entanto, a filha do militar 
manifestava interesse pelo trabalho do compositor. 
Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhede razão 
/ Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / 
Você não gosta de mim, mas sua filha gosta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
10 
 
OBRAS LITERÁRIAS NA REDAÇÃO DO ENEM 
 
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), 
Machado de Assis 
 
Uma desconstrução do Brasil, por meio da ironia, que 
escancara a hipocrisia da nossa elite dirigente no século 
19. Machado de Assis dá voz a um narrador defunto que, 
longe da vida social, pode zombar do caráter das pessoas 
com quem conviveu. O romance também é importante por 
se valer de novas técnicas narrativas, fazendo-se a obra 
mais inovadora daquele século. 
 
 
O Ateneu (1888), Raul Pompeia 
 
É o precursor da autoficção, um romance carregadamente 
autobiográfico, centrado nas desilusões do menino Sérgio 
em um colégio que era tido como o melhor o país. Ele 
descobre a falsidade e os comportamentos sórdidos de um 
mundo onde não há lugar para o amor e a amizade. Escrito 
com um cuidado de poeta parnasiano, este é o romance 
brasileiro em que a linguagem literária chegou ao seu 
ápice. 
 
 
Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), Lima 
Barreto 
 
É a obra que faz a passagem da língua mais formal, de 
matriz lusitana, para a linguagem quente das ruas, que 
representa os seres marginais em um Rio de Janeiro que 
sonha com a modernidade. Aqui, Lima Barreto acompanha 
o drama de um mulato inteligente, que é violentamente 
discriminado por sua cor, o que o autor promove é uma 
naturalização da linguagem para dar espessura humana a 
atores sociais que nunca haviam sido protagonistas na 
literatura brasileira. 
 
 
Macunaíma (1928), Mário de Andrade 
 
O mais divertido retrato do Brasil como um país que vive 
contemporaneamente em todas as idades do continente, 
no período pré-cabralino, no Brasil dos viajantes 
estrangeiros, na Colônia, no Império e na modernidade. O 
grande feito do livro é transformar as características do 
homem nacional tidas como defeitos em elementos 
positivos de nossa identidade malandra, ao mesmo tempo 
em que elege a pilhagem nos documentos como uma 
forma de invenção selvagem. 
 
 
Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos 
 
Um romance montado com cenas avulsas, a partir de 
quadros, em que Graciliano Ramos acompanha a rotina 
desesperadora de nordestinos que vivem de fazenda em 
fazenda, isolados do mundo. Fabiano e Sinhá Vitória têm 
que tomar uma decisão crucial, eternizar este ciclo de 
exploração ou tentar dar aos filhos o estudo que eles 
nunca tiveram. Mais do que um romance sobre a seca e o 
nordeste, é uma narrativa sobre o poder da linguagem. 
 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
11 
 
 
Fogo Morto (1943), José Lins do Rego 
 
É a obra máxima do Ciclo da Cana de Açúcar, construída 
com recursos narrativos modernos, longe da 
memorialística de outros livros do autor. Em “Fogo Morto” 
ele transforma em mito e em fantasmagoria o fim de um 
período colonial da história do Brasil, mostrando a falência 
do modelo social dos engenhos, do qual ele se sente órfão. 
Aqui, a matéria nordestina ganha uma estrutura narrativa 
de planos que se sobrepõem, condensando todo um 
tempo. 
 
 
Grande Sertão: Veredas (1956), Guimarães Rosa 
 
Verdadeira enciclopédia do Sertão, este romance avança 
barrocamente para todos os lados, mostrando um narrador 
sertanejo que usa filosoficamente a linguagem, 
modificando-a para tentar dar vazão aos seus 
questionamentos interiores. Riobaldo narra para nos e para 
se convencer de sua inocência em relação a três episódios 
centrais: o pacto que ele teria feito com o diabo, o fato de 
amar em Diadorim (a guerreira travestida de jagunço) a 
mulher e não o homem e as mortes que ele comete na 
jagunçagem. 
 
 
A Paixão Segundo GH (1964), Clarice Lispector 
 
É o livro mais importante de Clarice Lispector, marcado por 
uma estrutura solta, que não tem começo nem fim — inicia 
e termina com reticências. O que o leitor acompanha é 
parte dos intermináveis questionamentos de uma 
narradora atormentada pela necessidade de se conhecer, 
ampliando metaforicamente o eu e o agora até os 
primórdios da vida no planeta. 
 
 
O Coronel e o Lobisomem (1964), José Cândido de 
Carvalho 
 
Ambientado no litoral carioca, este romance coloca em 
cena um narrador mentiroso, que gosta de contar 
vantagem, mas que revela, em cada episódio, a sua 
ingenuidade de roceiro. O coronel que acreditava em 
lobisomem é completamente enganado por figuras 
urbanas, cifrando o fim deste mundo mítico, que não tem 
mais continuidade no presente. Aqui, a linguagem 
sertaneja ganha um colorido deslumbrante para cifrar o 
descompasso deste mundo. 
 
 
 
A Pedra do Reino (1971), Ariano Suassuna 
 
Obra monumental, de incorporação da cultura popular, que 
se apresenta programaticamente inconclusa, na qual o 
narrador, preso por seu envolvimento com um episódio 
trágico do sertão (a degola de animais e pessoas para 
instaurar o Império da Pedra do Reino) constrói o romance 
como uma peça de defesa, tentando nos convencer de sua 
inocência. Farsa e fanatismo dão a tônica ao romance. 
 
POEMAS E POESIA NO ENEM 
 
1 — A Terra Desolada 
(T. S. Eliot) 
Abril é o mais cruel dos meses, germina 
Lilases da terra morta, mistura 
Memória e desejo, aviva 
Agônicas raízes com a chuva da primavera. 
O inverno nos agasalhava, envolvendo 
A terra em neve deslembrada, nutrindo 
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida. 
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee 
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos 
E ao sol caminhamos pelas aleias de Hofgarten, 
Tomamos café, e por uma hora conversamos. 
Big gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch. 
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque, 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
12 
 
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó. 
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria, 
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos. 
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes. 
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno. 
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se 
esgalham 
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem, 
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas 
conheces 
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol, 
E as árvores mortas já não mais te abrigam, 
nem te consola o canto dos grilos, 
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas 
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate. 
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate), 
E vou mostrar-te algo distinto 
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece 
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando; 
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó. 
(Trecho de Terra Desolada, de T. S. Eliot. Tradução de Ivan 
Junqueira) 
 
2 — Tabacaria 
(Fernando Pessoa) 
Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 
Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo. 
que ninguém sabe quem é 
( E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente 
por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente 
certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos 
seres, 
Com a morte a por umidade nas paredes 
e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada 
de nada. 
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas 
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado 
da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida 
apitada 
De dentro da minha cabeça, 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos 
na ida. 
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e 
esqueceu. 
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo 
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
E à sensação de que tudo é sonho,como coisa real por 
dentro. 
Falhei em tudo. 
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
A aprendizagem que me deram, 
Desci dela pela janela das traseiras da casa. 
(Trecho de Tabacaria, de Fernando Pessoa) 
 
3 — A Máquina do Mundo 
(Carlos Drummond de Andrade) 
E como eu palmilhasse vagamente 
uma estrada de Minas, pedregosa, 
e no fecho da tarde um sino rouco 
se misturasse ao som de meus sapatos 
que era pausado e seco; e aves pairassem 
no céu de chumbo, e suas formas pretas 
lentamente se fossem diluindo 
na escuridão maior, vinda dos montes 
e de meu próprio ser desenganado, 
a máquina do mundo se entreabriu 
para quem de a romper já se esquivava 
e só de o ter pensado se carpia. 
Abriu-se majestosa e circunspecta, 
sem emitir um som que fosse impuro 
nem um clarão maior que o tolerável 
pelas pupilas gastas na inspeção 
contínua e dolorosa do deserto, 
e pela mente exausta de mentar 
toda uma realidade que transcende 
a própria imagem sua debuxada 
no rosto do mistério, nos abismos. 
Abriu-se em calma pura, e convidando 
quantos sentidos e intuições restavam 
a quem de os ter usado os já perdera 
e nem desejaria recobrá-los, 
se em vão e para sempre repetimos 
os mesmos sem roteiro tristes périplos, 
convidando-os a todos, em coorte, 
a se aplicarem sobre o pasto inédito 
da natureza mítica das coisas. 
(Trecho de A Máquina do Mundo, de Carlos Drummond de 
Andrade) 
 
4 — Os Homens Ocos 
(T. S. Eliot) 
Nós somos os homens ocos 
Os homens empalhados 
Uns nos outros amparados 
O elmo cheio de nada. Ai de nós! 
Nossas vozes dessecadas, 
Quando juntos sussurramos, 
São quietas e inexpressas 
Como o vento na relva seca 
Ou pés de ratos sobre cacos 
Em nossa adega evaporada 
Fôrma sem forma, sombra sem cor 
Força paralisada, gesto sem vigor; 
Aqueles que atravessaram 
De olhos retos, para o outro reino da morte 
Nos recordam — se o fazem — não como violentas 
Almas danadas, mas apenas 
Como os homens ocos 
Os homens empalhados. 
II 
Os olhos que temo encontrar em sonhos 
No reino de sonho da morte 
Estes não aparecem: 
Lá, os olhos são como a lâmina 
Do sol nos ossos de uma coluna 
Lá, uma árvore brande os ramos 
E as vozes estão no frêmito 
Do vento que está cantando 
Mais distantes e solenes 
Que uma estrela agonizante. 
Que eu demais não me aproxime 
Do reino de sonho da morte 
Que eu possa trajar ainda 
Esses tácitos disfarces 
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas 
E comportar-me num campo 
Como o vento se comporta 
Nem mais um passo 
— Não este encontro derradeiro 
No reino crepuscular 
(Trecho de Os Homens Ocos, de T.S. Eliot. Tradução de Ivan 
Junqueira) 
 
5 — Velejando para Bizâncio 
(William Buttler Yeats) 
Aquela não é terra para velhos. Gente 
jovem, de braços dados, pássaros nas ramas 
— gerações de mortais — cantando alegremente, 
salmão no salto, atum no mar, brilho de escamas, 
peixe, ave ou carne glorificam ao sol quente 
tudo o que nasce e morre, sêmen ou semente. 
Ao som da música sensual, o mundo esquece 
as obras do intelecto que nunca envelhece. 
A Redação no Enem: Estrutura e Repertório sociocultural 
13 
 
Um homem velho é apenas uma ninharia, 
trapos numa bengala à espera do final, 
a menos que a alma aplauda, cante e ainda ria 
sobre os farrapos do seu hábito mortal; 
nem há escola de canto, ali, que não estude 
monumentos de sua própria magnitude. 
Por isso eu vim, vencendo as ondas e a distância, 
em busca da cidade santa de Bizâncio. 
Ó sábios, junto a Deus, sob o fogo sagrado, 
como se num mosaico de ouro a resplender, 
vinde do fogo santo, em giro espiralado, 
e vos tornai mestres-cantores do meu ser . 
Rompei meu coração, que a febre faz doente 
e, acorrentado a um mísero animal morrente, 
já não sabe o que é; arrancai-me da idade 
para o lavor sem fim da longa eternidade. 
Livre da natureza não hei de assumir 
conformação de coisa alguma natural, 
mas a que o ourives grego soube urdir 
de ouro forjado e esmalte de ouro em tramas, 
para acordar do ócio o sono imperial; 
ou cantarei aos nobres de Bizâncio e às damas, 
pousado em ramo de ouro, como um pássaro, 
o que passou e passará e sempre passa. 
(Trecho de Velejando para Bizâncio, de William Buttler Yeats. 
Tradução de Augusto de Campos) 
6 — À Espera dos Bárbaros 
(Konstantinos Kaváfis) 
O que esperamos na ágora reunidos? 
É que os bárbaros chegam hoje. 
Por que tanta apatia no senado? 
Os senadores não legislam mais? 
É que os bárbaros chegam hoje. 
Que leis hão de fazer os senadores? 
Os bárbaros que chegam as farão. 
Por que o imperador se ergueu tão cedo 
e de coroa solene se assentou 
em seu trono, à porta magna da cidade? 
É que os bárbaros chegam hoje. 
O nosso imperador conta saudar 
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe 
um pergaminho no qual estão escritos 
muitos nomes e títulos. 
Por que hoje os dois cônsules e os pretores 
usam togas de púrpura, bordadas, 
e pulseiras com grandes ametistas 
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas? 
Por que hoje empunham bastões tão preciosos 
de ouro e prata finamente cravejados? 
É que os bárbaros chegam hoje, 
tais coisas os deslumbram. 
Por que não vêm os dignos oradores 
derramar o seu verbo como sempre? 
(Trecho de À Espera dos Bárbaros, de Konstantinos Kaváfis. 
Tradução de José Paulo Paes) 
 
7 — O Cemitério Marinho 
(Paul Valéry) 
Esse teto tranquilo, onde andam pombas, 
Palpita entre pinheiros, entre túmulos. 
O meio-dia justo nele incende 
O mar, o mar recomeçando sempre. 
Oh, recompensa, após um pensamento, 
Um longo olhar sobre a calma dos deuses! 
Que lavor puro de brilhos consome 
Tanto diamante de indistinta espuma 
E quanta paz parece conceber-se! 
Quando repousa sobre o abismo um sol, 
Límpidas obras de uma eterna causa 
Fulge o Tempo e o Sonho é sabedoria. 
Tesouro estável, templo de Minerva, 
Massa de calma e nítida reserva, 
Água franzida, olho que em ti escondes 
Tanto de sono sob um véu de chama, 
— Ó meu silêncio!… Um edifício na alma, 
Cume dourado de mil, telhas, teto! 
Templo do Templo, que um suspiro exprime, 
Subo a este ponto puro e me acostumo, 
Todo envolto por meu olhar marinho. 
E como aos deuses dádiva suprema, 
O resplendor solar sereno esparze 
Na altitude um desprezo soberano. 
Como em prazer o fruto se desfaz, 
Como em delícia muda sua ausência 
Na boca onde perece sua forma, 
Aqui aspiro meu futuro fumo, 
Quando o céu canta à alma consumida 
A mudança das margens em rumor. 
(Trecho de O Cemitério Marinho, de Paul Valéry. Tradução 
de Darcy Damasceno) 
 
8 — Hugh Selwyn Mauberly 
(Ezra Pound) 
Vai, livro natimudo, 
E diz a ela 
Que um dia me cantou essa canção de Lawes: 
Houvesse em nós 
Mais canção, menos temas, 
Então se acabariam minhas penas, 
Meus defeitos sanados em poemas 
Para fazê-la eterna em minha voz 
Diz a ela que espalha 
Tais tesouros no ar, 
Sem querer nada mais além de dar 
Vida ao momento, 
Que eu lhes ordenaria: vivam, 
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor, 
Rubribordadas de ouro, só 
Uma substância e cor 
Desafiando o tempo. 
Diz a ela que vai 
Com a canção nos lábios 
Mas não canta a canção e ignora 
Quem a fez, que talvez uma outra boca 
Tão bela quanto a dela 
Em novas eras há de ter aos pés 
Os que a adoram agora, 
Quando os nossos dois pós 
Com o de Waller se deponham, mudos, 
No olvido que refina a todos nós, 
Até que a mutação apague tudo 
Salvo a Beleza, a sós. 
(Trecho de Hugh Selwyn Mauberly, de Ezra Pound. Tradução 
de A. de Campos) 
 
9 — Poema em Linha Reta 
(Fernando Pessoa) 
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. 
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes 
vil, 
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, 
Indesculpavelmente sujo, 
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar 
banho, 
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, 
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das 
etiquetas, 
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e 
arrogante, 
Que tenho sofrido enxovalhos e calado, 
Que quando não tenho calado, tenho sido maisridículo 
ainda; 
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, 
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de 
fretes, 
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido 
emprestado sem pagar, 
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho 
agachado 
Para fora da possibilidade do soco; 
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas 
ridículas, 
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. 
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo 
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, 
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na 
vida… 
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Quem me dera ouvir de alguém a voz humana 
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; 
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! 
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. 
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez 
foi vil? 
Ó príncipes, meus irmãos, 
Arre, estou farto de semideuses! 
Onde é que há gente no mundo? 
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? 
Poderão as mulheres não os terem amado, 
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca! 
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, 
Como posso eu falar com os meus superiores sem 
titubear? 
Eu, que venho sido vil, literalmente vil, 
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza. 
(Trecho de Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa) 
 
10 — Poema Sujo 
(Ferreira Gullar) 
turvo turvo 
a turva 
mão do sopro 
contra o muro 
escuro 
menos menos 
menos que escuro 
menos que mole e duro 
menos que fosso e muro: menos que furo 
escuro 
mais que escuro: 
claro 
como água? como pluma? 
claro mais que claro claro: coisa alguma 
e tudo 
(ou quase) 
um bicho que o universo fabrica 
e vem sonhando desde as entranhas 
azul 
era o gato 
azul 
era o galo 
azul 
o cavalo 
azul 
(...) 
(não como a tua boca de palavras) como uma 
entrada para 
eu não sabia tu 
não sabias 
fazer girar a vida 
com seu montão de estrelas e oceano 
entrando-nos em ti 
bela bela 
mais que bela 
mas como era o nome dela? 
Não era Helena nem Vera 
nem Nara nem Gabriela 
nem Tereza nem Maria 
Seu nome seu nome era… 
Perdeu-se na carne fria 
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia 
(Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ENEM EM FILMES 
 
1 — O Segredo dos Seus Olhos 
(Juan José Campanella, 2010) 
 
 
“Benjamin Esposito (Ricardo Darín) se aposentou 
recentemente do cargo de oficial de justiça de um tribunal 
penal. Com bastante tempo livre, ele agora se dedica a 
escrever um livro. Benjamin usa sua experiência para 
contar uma história trágica, a qual foi testemunha em 
1974. Na época o Departamento de Justiça onde 
trabalhava foi designado para investigar o estupro e 
consequente assassinato de uma bela jovem. É desta 
forma que Benjamin conhece Ricardo Morales (Pablo 
Rago), marido da falecida, a quem promete ajudar a 
encontrar o culpado. Para tanto ele conta com a ajuda de 
Pablo Sandoval (Guillermo Francella), seu grande amigo, e 
com Irene Menéndez Hastings (Soledad Villamil), sua chefe 
imediata, por quem nutre uma paixão secreta.” 
2 — Bastardos Inglórios 
(Quentin Tarantino, 2010) 
 
 
“Segunda Guerra Mundial. A França está ocupada pelos 
nazistas. O tenente Aldo Raine (Brad Pitt) é o encarregado 
de reunir um pelotão de soldados de origem judaica, com o 
objetivo de realizar uma missão suicida contra os alemães. 
O objetivo é matar o maior número possível de nazistas, 
da forma mais cruel possível. Paralelamente Shosanna 
Dreyfuss (Mélanie Laurent) assiste a execução de sua 
família pelas mãos do coronel Hans Landa (Christoph 
Waltz), o que faz com que fuja para Paris. Lá ela se 
disfarça como operadora e dona de um cinema local, 
enquanto planeja um meio de se vingar.” 
 
 
 
 
 
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3 — Intocáveis 
(Eric Toledano e Olivier Nakache (2012) 
 
 
“Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após 
sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de 
um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um 
jovem problemático que não tem a menor experiência em 
cuidar de pessoas. Aos poucos ele aprende a função, 
apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua 
vez, se afeiçoa cada vez mais a Driss por ele não tratá-lo 
como um pobre coitado. Aos poucos a amizade entre eles 
se estabelece, com cada um conhecendo melhor o mundo 
do outro.” 
 
4 — Meia Noite em Paris 
(Woody Allen, 2011) 
 
 
“Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores 
americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a 
trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que 
fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu 
uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a 
Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos 
pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John 
irá à cidade para fechar um grande negócio e não se 
preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação 
pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a 
se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando 
o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 — O Curioso Caso de Benjamin Button 
(David Fincher, 2009) 
 
 
“Nova Orleans, 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu 
de forma incomum, com a aparência e doenças de uma 
pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. 
Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button 
rejuvenesce. Quando ainda criança ele conhece Daisy 
(Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se 
apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se 
uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, 
quando tiverem idades parecidas, possam enfim se 
envolver.” 
 
6 — Perfume — A História de um Assassino 
(Tom Tykwer, 2007) 
 
 
“Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) 
nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit 
Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha 
abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que 
seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz 
com que sua mãe seja presa e condenada à morte. 
Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), 
que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo 
descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de 
diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, 
Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos 
os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo 
que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele 
torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini 
(Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca 
clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando 
novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste 
cada vez mais se interessa em manter o odor de forma 
permanente, o que faz com que busque meios que 
possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em 
suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos 
próprios seres humanos.” 
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7 — Relatos Selvagens 
(Damián Szifron, 2014) 
 
 
“Diante de uma realidade crua e imprevisível, os 
personagens deste filme caminham sobre a linha tênue 
que separa a civilização da barbárie. Uma traição amorosa, 
o retorno do passado, uma tragédia ou mesmo a violência 
de um pequeno detalhe cotidiano são capazes de empurrar 
estes personagens para um lugar fora de controle.” 
 
8 — O Grande Hotel Budapeste 
(Wes Anderson, 2015) 
 
 
“No período entre as duas guerras mundiais, o famoso 
gerente de um hotel europeu conhece um jovem 
empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as 
aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um 
famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande 
fortuna de uma família e as transformações históricas 
durante a primeira metade do século 20.” 
9 — Onde os Fracos Não Têm Vez 
(Joel Coen e Ethan Coen, 2008) 
 
 
“Texas, década de 80. Um traficantede drogas é 
encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, 
Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de 
dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá 
procurá-lo devido a isso. Logo Anton Chigurh (Javier 
Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e 
piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar 
Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell 
(Tommy Lee Jones).” 
 
10 — Quem Quer Ser um Milionário? 
(Danny Boyle, 2009) 
 
 
“Jamal K. Malik (Dev Patel) é um jovem que trabalha 
servindo chá em uma empresa de telemarketing. Sua 
infância foi difícil, tendo que fugir da miséria e violência 
para conseguir chegar ao emprego atual. Um dia ele se 
inscreve no popular programa de TV “Quem Quer Ser um 
Milionário?”. Inicialmente desacreditado, ele encontra em 
fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas.” 
 
 
Fonte de pesquisa: 
 
http://www.revistabula.com/4546-os-10-melhores-filmes-
dos-ultimos-10-anos/ 
 
http://www.revistabula.com/254-os-10-maiores-poemas-
dos-ultimos-200-anos/ 
 
http://www.revistabula.com/3944-os-10-romances-mais-
importantes-da-literatura-brasileira/ 
 
https://cursandomedicina.wordpress.com/tag/exemplos-
de-redacao-nota-1000/ 
 
http://www.mensagenscomamor.com/frases-da-mpb 
 
http://www.historiadigital.org/musicas/10-musicas-de-
protesto-a-ditadura-militar/ 
 
https://oficinadefilosofia.com/2014/11/05/os-20-filosofos-
essenciais-do-enem/ 
http://www.historiadigital.org/musicas/10-musicas-de-protesto-a-ditadura-militar/
http://www.historiadigital.org/musicas/10-musicas-de-protesto-a-ditadura-militar/
https://oficinadefilosofia.com/2014/11/05/os-20-filosofos-essenciais-do-enem/
https://oficinadefilosofia.com/2014/11/05/os-20-filosofos-essenciais-do-enem/

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