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Alterações Biopsicossociais da SII

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Larissa Gomes de Oliveira. 
1 
INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES CORRELACIONADOS COM O CASO E 
ABORDAR SOBRE O PLANO TERAPÊUTICO INTEGRAL CORRELACIONANDO 
COM O CASO. 
Nesse objetivo, além da interpretação dos exames correlacionados com o caso, abordaremos 
também plano terapêutico, bem como a importância da equipe multidisciplinar e os fatores 
biopsicossociais relacionados a SII. 
IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDICIPLINAR 
É importante ressaltar que pela possibilidade de diferentes apresentações da SII cada paciente 
deve ser abordado de forma individualizada. Além disso, é de fundamental importância a 
relação médico-paciente, que tem como objetivo criar um vínculo positivo com o paciente, que 
servirá como base sólida na abordagem terapêutica. O médico deve se preocupar em escutar o 
paciente e fazer o diagnóstico via sinais, sintomas, exames físicos e laboratoriais. 
A investigação da SII pode causar frustração e desconfiança no paciente, pois resultados 
negativos em uma pesquisa laboratorial podem sugerir a alguns pacientes que uma doença 
potencialmente séria deixou de ser descoberta. Isso porque, apesar dos sintomas, não existem 
evidências orgânicas de relevância, nem laboratoriais. 
Um dos primeiros passos é afastar o fantasma do câncer, que frequentemente apavora os 
doentes. Outro passo importante é explicar o conceito de patologia funcional, pois a sociedade 
busca por respostas nos resultados de laboratório, o que não acontece com esta síndrome. 
Um estudo avaliou a percepção dos pacientes sobre a SII, entre outros fatores, revelou que as 
dúvidas mais comuns referidas pelos pacientes foram a falta de conhecimento sobre as 
modificações dietéticas, as estratégias de tratamento e a causa da doença. 
Os autores verificaram que a educação e o conhecimento sobre a doença auxiliaram na melhora 
da qualidade de vida, pois quando os pacientes estavam cientes da sua condição, apresentavam 
maior adesão ao tratamento. Podemos concluir, portanto, que o paciente precisa ser 
preferencialmente acompanhado por equipe multiprofissional especializada que forneça o 
conhecimento e a ciência necessários para o êxito do tratamento. Desta forma, a intervenção 
dietética torna-se uma importante aliada na melhora da qualidade de vida do paciente e, 
quando realizada adequadamente, mantém o paciente nutricionalmente saudável, produtivo e 
disposto para realizar suas atividades, além de reduzir os sintomas intestinais, o que permite o 
resgate da vida social. 
Larissa Gomes de Oliveira. 
2 
ALTERAÇÕES BIOPSICOSSOCIAIS 
Em pacientes com SII, frequentemente são percebidas comorbidades intestinais e 
extraintestinais (palpitações cardíacas, distúrbios do sono e fadiga crônica) como somatização 
altamente correlacionada a fatores psicossociais como neuroticismo, ansiedade, depressão e 
mau enfrentamento da vida. 
No Brasil, 64% dos pacientes com doenças gastrointestinais (doença de Crohn, retocolite 
ulcerativa, SII e outras), atendidos no Hospital São Paulo - Universidade Federal de São Paulo, 
apresentavam sintomas depressivos; 86%, sintomas ansiosos; e 89%, sintomas clínicos de 
estresse e piora significativa na avaliação da qualidade de vida. 
Estudiosos confirmaram essa correlação entre a incidência de comorbidades somáticas e altos 
níveis de transtornos do humor, ansiedade, eventos adversos da vida, redução da qualidade de 
vida e maior procura por cuidados de saúde, mostrando a estrutura multifatorial no 
desenvolvimento da doença. 
O estresse é um importante fator relacionado ao aparecimento e à exacerbação das crises da 
SII, variando de 51% a 86,7% nos estudos que utilizaram instrumentos padronizados para 
avaliação da presença e da intensidade do estresse. Por isso, em 2008, um grupo internacional 
de especialistas reconheceu a influência do estresse na SII, comprovada em diversos estudos, e 
indicou a psicoterapia como intervenção para o controle do estresse em casos individuais 
As alterações gastrointestinais da SII também interferem na qualidade de vida desses indivíduos. 
Autores realizaram um estudo com 877 pacientes utilizando o questionário de qualidade de 
vida Medical Outcomes Survey, encontrando escores com significância estatística quanto ao 
impacto da SII na qualidade de vida dos portadores, ao comparar com uma amostra da 
população geral. 
De maneira geral, os escores médios dos pacientes no questionário quanto a capacidade 
funcional, aspectos emocionais e saúde mental, aspectos sociais, estado geral de saúde, dor, 
aspectos físicos e vitalidade indicaram um prejuízo na percepção de qualidade de vida dos 
portadores de SII. 
Quando os escores de pacientes com SII foram comparados com os de pacientes portadores de 
outras enteropatias (por exemplo: doença de Crohn e colite ulcerativa), foram observados 
índices piores de qualidade de vida referentes a aspectos físicos, dor, vitalidade, aspectos 
sociais, aspectos emocionais e saúde mental, para os portadores de SII, reforçando a associação 
da reação psicofisiológica com as doenças funcionais gastrintestinais. 
CASO CLÍNICO X ACHADOS DA SII 
Primeiramente é importante entender que Victória atende aos critérios de Roma IV, sem sinais 
de alarme, logo o médico deve fazer um diagnóstico positivo de SII sem recorrer a uma bateria 
de exames. O rendimento das investigações realizadas para descartar a doença orgânica em 
pacientes com sintomas sugestivos de SII é baixa. Houve exames desnecessários para paciente 
que podem ter ocasionado mais estresse na paciente. 
Larissa Gomes de Oliveira. 
3 
OBS: Os critérios de Roma IV definem a Síndrome do Intestino Irritável (SII) como dor abdominal 
durante mais de um dia por semana nos últimos três meses, relacionada com a defecação e 
associada a alteração na frequência e/ou forma das defecações, com início dos sintomas pelo 
menos nos seis meses anteriores. 
Dentre os exames realizados: 
→ Hemograma completo e uma medição da proteína C reativa: provavelmente foram 
feitos para ajudar a excluir a doença inflamatória intestinal. 
→ Protoparasitológicos, coprocultura, pesquisa de leucócitos, pesquisa de sangue 
oculto: exlcluem diarreia crônica inflamatória e infecciosa. 
 
→ Pesquisa de gordura fecal: exclui diarreia esteatorreica. 
 
→ T4 livre e TSH: excluem diarreias secretórias causadas por hormônios. 
 
→ Albumina: exclui diarreia crônica associada à má absorção que pode provocar a queda 
dos níveis séricos dessa proteína. 
 
→ Anti-HIV: exclui diarreia causada por HIV 
 
→ RX abdome, USG abdome total, EDA, Colonoscopia: excluem doenças inflamatórias, 
neoplasias. 
 
→ VHS e PCR: exluem doença inflamatória. 
 
→ Teste de tolerancia a lactose e investigação para doença celíca: excluem doenças de 
má absorção.

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