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Recurso Ordinário em Reclamação Trabalhista

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MODELO DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
ENUNCIADO 
Carlos Bala, operador de bomba de gasolina do Posto Corinthians Ltda., descobriu, depois 
de frequentar algumas aulas no Espaço Jurídico, que teria direito ao adicional de 
periculosidade. Propôs reclamação trabalhista, pleiteando adicional de periculosidade de 
30% sobre o salário contratual e diferença do adicional noturno, indicando que cumpria 
jornada das 22h às 8h, de segunda a sábado, com uma hora de intervalo intrajornada, 
recebendo apenas o adicional noturno restrito à jornada das 22h às 5h. Atribuiu à causa o 
valor de R$ 20.000,00. À audiência compareceram as partes, acompanhadas de seus 
respectivos advogados, quando, na oportunidade, o reclamado, depois de rejeitada a 
proposta de conciliação, apresentou contestação, carta de preposição e procuração. O 
magistrado, diante da ausência de prova documental, dispensou os depoimentos pessoais 
e a oitiva da única testemunha ofertada (Mano Menezes, colega de Carlos Bala no Posto 
reclamado). Na sentença, o juiz considerou infundada a pretensão autoral, 
julgando improcedentes os pedidos, assim fundamentando: a) “Improcedente o pedido de 
adicional de periculosidade, pois o trabalho de bombeiro de posto de gasolina é 
intermitente, ou seja, o empregado não trabalha em contato permanente com inflamáveis 
e explosivos, sendo notório o fato de que vários minutos se passam entre um e outro 
abastecimento”; b) “Improcedente o pedido de diferença do adicional noturno, por 
ausência de previsão legal ou consuetudinária, considerando que o artigo 73 da CLT 
define como horário noturno aquele compreendido entre 22h de um dia e 5h do dia 
seguinte, cujo lapso já vem sendo corretamente remunerado pelo empregador, como bem 
especifica a própria petição inicial”. Na condição de advogado de Carlos Bala, elabore a 
peça processual cabível, defendendo os interesses de seu cliente e refutando os 
argumentos contidos na sentença. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
 
EXMO. SR. JUIZ DO TRABALHO DA... VARA DO TRABALHO DE... 
 
 
Processo nº... 
 
 
CARLOS BALA, já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, na 
reclamação trabalhista relativa ao processo em epígrafe, proposta contra POSTO 
CORINTHIANS LTDA., também nos autos qualificado, vem mui respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência interpor o cabível RECURSO ORDINÁRIO, com 
fundamento no art. 895, I, da CLT, diante da decisão proferida na mencionada 
reclamatória, o que faz pelos motivos expostos no anexo memorial, demonstrando, desde 
logo, o atendimento aos necessários pressupostos de admissibilidade. 
 
Dos pressupostos de admissibilidade 
1. O recorrente é parte legítima para interpor o presente recurso, tendo capacidade e 
interesse recursal. 
2. O recorrente está representado pelo advogado signatário, conforme procuração anexa. 
3. Custas processuais, no valor de R$ 400,00, devidamente recolhidas – guia anexa. 
4. Mostra-se tempestivo o recurso, interposto no octídio legal. 
Satisfeitos os devidos pressupostos processuais de admissibilidade recursal. 
Requer o conhecimento do presente recurso e a intimação do recorrido para apresentar 
contrarrazões, nos termos do art. 900 da CLT. 
Requer, por fim, a remessa dos autos ao TRT. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Município..., data... 
Advogado..., OAB... 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA... REGIÃO 
RAZÕES DO RECURSO 
 
 
A pretensão envolvendo o adicional de periculosidade não poderia ser analisada sem a 
realização da perícia técnica, na forma do artigo 195, § 2º, da CLT. Com as devidas 
vênias, errou o juiz ao deixar de determinar a produção de prova pericial. 
Ademais, a nulidade também paira sobre o decisum em razão da dispensa da única 
testemunha ofertada, que poderia demonstrar que o recorrente laborava em contato 
permanente com inflamáveis e explosivos. 
Temerária a atitude do juízo a quo, violando os princípios da ampla defesa e do devido 
processo legal, mediante clara afronta ao inciso LV do art. 5º da CF, maculando o ato de 
total nulidade. 
Requer a decretação da nulidade da sentença. 
Caso não seja decretada a nulidade da sentença, o que não acredita, vem o recorrente, por 
cautela, requerer a reforma do julgado, para que os pedidos alcancem procedência. 
Frágil se mostra o argumento do juízo a quo, ao rejeitar o pedido de adicional de 
periculosidade, já que o recorrente sempre laborou em contato com inflamáveis e 
explosivos, fazendo jus ao respectivo adicional, nos termos do art. 193 da CLT. 
Ora, a jurisprudência consagra o direito ao adicional de periculosidade a operadores de 
bomba de gasolina, atividade executada pelo recorrente – inteligência das Súmulas 39 do 
TST e 212 do STF. 
Irrelevante, data maxima venia, o argumento lançado pelo juízo a quo de “contato 
intermitente”, base do sorumbático julgado, pois, à luz do item I da Súmula 364 do TST, 
faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de 
forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. 
O equívoco é latente, indicando que o juízo a quo, data venia, confundiu intermitência 
com eventualidade. 
Mesmo com o espaço descrito na guerreada sentença, entre um e outro abastecimento, 
vê-se que o contato está longe de se caracterizar como eventual ou fortuito, sendo 
insofismavelmente habitual e permanente. Eis mais um ponto a fragilizar o julgado, à luz 
do já citado item I da Súmula 364 do TST. 
Quanto à diferença do adicional noturno, nada mais absurdo do que alicerçar o 
indeferimento do pedido no inócuo argumento de “ausência de previsão legal ou 
consuetudinária”. 
Ora, o C. TST, interpretando o art. 73, § 5º, da CLT, consagrou a “teoria da irradiação do 
horário noturno sobre o diurno”, buscando compensar situação ainda mais desgastante, 
qual seja, a continuidade de jornada integral noturna sobre diurna. 
O entendimento jurisprudencial se encontra consubstanciado no item II da Súmula 60 do 
TST, indicando que, uma vez cumprida integralmente a jornada no período noturno e 
ocorrendo a sua prorrogação, também é devido o adicional noturno sobre as horas 
prorrogadas. Pensar o contrário significa conduzir a interpretação em direção ao abismo 
do absurdo! A Súmula 60 do TST, portanto, no seu item I, respalda o direito do recorrente, 
que labora das 22h às 8h, percebendo adicional noturno tão somente sobre a jornada 
noturna (22h às 5h). 
Requer a reforma do julgado, para que o reclamado, ora recorrido, seja condenado nos 
títulos insculpidos na atrial. 
 
Do pedido recursal 
Isto posto, o recorrente roga, de logo, a esta Egrégia Corte, que conheça do presente 
recurso, dando-lhe provimento e anulando a sentença. 
Caso não seja esse o entendimento, requer, por cautela, superada a nulidade do decisum, 
a reforma da decisão recorrida, para a condenação do recorrido no pagamento de adicional 
de periculosidade de 30% sobre o salário contratual e diferença do adicional noturno, na 
forma dos pedidos elencados na petição inicial. 
Postula, por fim, o recorrente, a inversão do ônus da sucumbência, para que seja 
ressarcido das custas processuais. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Município..., data... 
 
 
Advogado..., OAB...

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