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Aula 7 e 8 - Vygotsky

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As funções psicológicas superiores, para 
Vygotsky, é o que diferencia o ser humano 
de qualquer outra espécie animal. Existem 
algumas funções psicológicas comuns, que 
tanto ser humano como outros animais 
possuem, mas o que Vygotsky chama de 
funções psicológicas superiores, somente 
o ser humano possui, e diz que os 
mecanismos psicológicos mais sofisticados 
e mais complexos são típicos do ser 
humano, como por exemplo, uma ação 
consciente, controlada e voluntária. 
O que Vygotsky chama de microgênese 
é uma frente de aprendizagem, que diz 
que cada sujeito aprende de uma forma 
diferente, assim como relaciona as coisas 
do mundo de uma maneira diferente e 
tem um tempo de aprendizagem 
diferente, isso ocorre porque a 
aprendizagem do indivíduo está 
relacionada a algo específico do sujeito e 
de sua história, que é algo singular. 
Já a sociogênese diz respeito a história 
sociocultural de cada indivíduo, pois isso 
também influencia o modo de 
aprendizagem e desenvolvimento. Cada 
sociedade possui cultura, dinâmica e 
linguagem própria, e isso vai influenciar a 
aprendizagem. 
 Primeiro Pilar: “As funções psicológicas 
superiores têm um suporte biológico, 
pois são produtos da atividade cerebral”. 
No Primeiro Pilar, Vygotsky considera 
que o cérebro é a base biológica do 
funcionamento psicológico, o sistema 
nervoso é importante no processo de 
aprendizagem do indivíduo. 
Vygotsky vai dizer que as funções 
cerebrais não são fixas e não são 
imutáveis, elas mudam e se transformam, 
o cérebro, então, é um sistema aberto, 
cuja estrutura e modo de funcionamento 
se modificam ao longo da história da 
espécie e do desenvolvimento individual, a 
forma de pensar e de relacionar as coisas 
vai depender das experiências vividas por 
cada indivíduo. 
O cérebro tem essa proposta de 
mudança, de transformação, de adaptação 
de diversas coisas, sendo um componente 
importante, mas que sofre alterações de 
acordo com as experiências individuais do 
sujeito. 
 Segundo Pilar: “O funcionamento 
psicológico fundamenta-se nas relações 
sociais entre o indivíduo e o mundo 
exterior, as quais desenvolvem-se num 
processo histórico”. 
Neste pilar, Vygotsky vai dizer que o 
homem se transforma de biológico em 
sócio-histórico, afirmando que o ser 
humano não é biológico, ele é um ser 
sócio-histórico, ele se transforma em um 
processo em que a cultura é a parte 
essencial da constituição da natureza 
humana. 
Então, o que caracteriza muito mais o 
ser humano é essa construção sócio-
histórica. Relacionado a isso, Vygotsky 
também vai dizer que o funcionamento 
das funções psicológicas superiores estão 
fortemente baseadas nos modos 
culturalmente construídos; como esse 
funcionamento psicológico vai acontecer 
depende dos fatores culturais. 
O modo de pensar, o modo de falar, o 
modo de aprender, todos esses fatores 
vão ter uma grande influência dos fatores 
sociais, de uma determinada cultura. 
 Terceiro Pilar: “A relação 
homem/mundo é uma relação mediada” 
A mediação é um conceito central a 
teoria de Vygotsky, que se baseia num 
processo de intervenção de um elemento 
intermediário na relação. 
Ao longo do desenvolvimento do 
indivíduo, as relações mediadas passam a 
predominar sobre as relações diretas, a 
construção do ser humano vai se dar 
nessa medida em que, cada vez mais o ser 
humano deixa de estabelecer uma relação 
direta com o meio. 
 Instrumentos: 
De acordo com Vygotsky, o homem vai 
construir instrumentos para poder intervir 
na natureza, isto é, realizar um trabalho de 
produzir uma ação intencional e 
transformadora sobre o meio, que vai 
intermediar essa relação. 
O trabalho pela ação transformadora do 
homem sobre a natureza cria cultura e a 
história humana no trabalho, pois esses 
instrumentos se desenvolvem por meio de 
atividades coletivas, portanto, na 
concepção de Vygotsky, o ser humano 
passa a estabelecer uma reação social a 
partir da necessidade de agir sobre a 
natureza. Essa relação social tem uma 
finalidade específica, que é de realizar essa 
intervenção na natureza. 
Por fim, os instrumentos são um 
elemento interposto entre o trabalhador e 
o objeto de seu trabalho, ampliando as 
possibilidades de transformação na 
natureza; o instrumento carrega consigo a 
função pela qual ele foi criado, um objeto 
social mediador da relação entre o 
indivíduo e o mundo. 
 Signos: 
Os signos são instrumentos psicológicos, 
que podem ser definidos como elementos 
que representam ou expressam outros 
objetos, eventos ou situação. Eles vão 
mediar a nossa relação com o mundo, mas 
de uma maneira internalizada, dessa forma, 
a invenção e o uso de signos como meios 
auxiliares serve para poder solucionar um 
dado problema psicológico. 
A criação dos signos é análoga à 
invenção e o uso dos instrumentos, só 
que, nesse caso, é no campo psicológico 
do ser humano, onde os instrumentos no 
trabalho são ferramentas que auxiliam nas 
ações concretas e os signos atuam como 
instrumento da atividade psicológica. 
Sendo assim, criar signos, então, é um ato 
sociocultural. 
Para Vygotsky, ao longo do processo de 
desenvolvimento, o indivíduo deixa de 
necessitar de marcas externas e passa a 
utilizar signos internos, isto é, 
representações mentais que substituem 
os objetos do mundo real. Os signos 
internalizados são, como as marcas 
exteriores, elementos que representam 
objetos, eventos, situações, ideias, 
conceitos, imagens mentais, 
representações mentais. 
 Tudo isso são signos, e são essas as 
ferramentas mentais nos processos 
psicológicos, e as representações mentais 
na realidade exterior são os principais 
mediadores a serem considerados na 
relação entre o homem e o mundo. 
Já a origem das funções psicológicas 
superiores vai acontecer pela interação 
social, e é ela que torna possível a 
internalização de signos. É a cultura que vai 
fornecer para o sujeito a matéria-prima 
nesse desenvolvimento psicológico, então, 
desde o nascimento do bebê ele é inserido 
em uma cultura, onde existe linguagem e 
representações culturais. Dessa forma, é a 
própria cultura que vai oferecer os signos 
para o sujeito, onde os signos vão ser 
necessários para o desenvolvimento das 
funções psicológicas superiores. Aqui, 
Vygotsky aponta a importância das 
relações sociais. 
O processo pelo qual o indivíduo 
internaliza a matéria-prima fornecida pela 
cultura, segundo Vygotsky, não é apenas 
um produto no seu meio, que nasce e é 
modelado, ele não é um produto passivo, 
ele é agente da sua própria transformação, 
ele transforma aquilo que ele recebe, 
transforma o conhecimento, as 
informações que recebe do meio e os 
estímulos, através de um processo ativo, 
ou seja, é transformado em uma nova 
forma de pensar pela experiência e pela 
singularidade, a aprendizagem não é uma 
mera imitação da cultura, mas sim um 
processo de síntese, que faz emergir algo 
novo. 
Para o Vygotsky, uma questão 
importante que ele trata é na linguagem, 
que vai falar que a linguagem é um sistema 
simbólico de representação da realidade, e 
que é um sistema simbólico básico de 
todos os grupos humanos, ou seja, todos 
os grupos humanos têm algum sistema 
simbólico de representação em linguagem, 
pois ela se dá socialmente, ela é cultural. 
Então, a forma de pensar, de 
organizar o real, a forma que o ser 
humano tem de se organizar no mundo, é 
dada culturalmente, porque a linguagem é 
cultural, e os signos também são culturais. 
Esse sistema simbólico de signos é um 
código para se decifrar o mundo, e esse 
código vai ser diferente em cada cultura, 
para que o sujeito seja compreendido e 
compreenda o mundo em que vive, ele 
precisa se apropriar dos códigos dessa 
cultura. 
De acordo com Vygotsky, o 
pensamento e a linguagem tem origens 
diferentes e se desenvolvem em 
trajetórias diferentes e independentes, 
então, existe pensamento sem linguagem 
e linguagem sem pensamento,e, apenas 
no ser humano o pensamento e linguagem 
vão se interligar, vão se encontrar, e esse 
encontro do pensamento e da linguagem 
é o que possibilita o desenvolvimento dos 
processos psicológicos superiores. 
E, segundo Vygotsky, existem essas 
duas variantes: 
 Inteligência Prática (pensamento sem 
linguagem): 
Esse modo de inteligência prática não 
exerce o movimento da linguagem, e essa 
prática é uma capacidade de solucionar 
problemas, ou alterar o ambiente para 
obter determinados fins, mas de uma 
forma bem menos complexa, então, um 
modo de funcionamento intelectual que 
independe da linguagem. 
 Linguagem pré-intelectual (linguagem 
sem pensamento): 
Esse tipo de linguagem não vai ter a 
função de signo, nela não haverá 
representação de alguma coisa, mas não 
deixa de ser uma linguagem. É uma 
linguagem que não passa pelo 
pensamento e pela inteligência, mas que 
não deixa de ser comunicação. 
 Intercâmbio Social: 
É a primeira função da linguagem, que, 
segundo Vygotsky, para se comunicar 
com seus semelhantes, o homem cria e 
utiliza os sistemas de linguagem, então, a 
linguagem é utilizada para que os homens 
se comunicam entre si, isso é, a 
necessidade de comunicação vai 
impulsionar inicialmente o desenvolvimento 
da linguagem. Esse contato com uma 
determinada cultura vai fazendo com que 
o sujeito se apropria de formas de 
comunicação que vai além da 
comunicação inicial. 
 Pensamento Generalizante: 
Além de se comunicar, a linguagem 
serve também para ordenar o mundo real, 
organizar a nossa realidade, para a gente 
ter uma forma de pensar sobre as coisas, 
então, a linguagem nos possibilita um 
pensamento ordenado das coisas. 
 
 
 
 Fala socializada: 
A fala socializada é quando a criança 
começa a adquirir a fala , e ela percebe 
que a fala é uma possibilidade de se 
comunicar com outro, a fala socializada vai 
ser sempre externa dirigida ao outro. 
 Fala Egocêntrica: 
Já na fala egocêntrica, a criança começa 
a perceber que a comunicação pode ser 
feita com ela mesma, voltada para seu 
próprio pensamento e sua própria 
organização. 
Esse seria um procedimento de 
transição para o discurso interior, já que 
aqui, a fala da criança, por mais que seja 
voltada para ela mesma, é vocalizada, ou 
seja, dita em voz alta. 
 Discurso Interior: 
Essa fala, agora, passa a ser internalizada, 
dirigida ao próprio sujeito, onde já não 
existe mais a necessidade de ser 
vocalizada, e não é mais necessário um 
interlocutor externo, se caracterizam 
como pensamentos e falas interiores. 
Segundo Vygotsky, parte do 
desenvolvimento é definido pelo processo 
de maturação do organismo, porém, é o 
aprendizado, ou seja, o processo de ensino 
e aprendizagem que vai possibilitar o 
despertar de processos internos de 
desenvolvimento, que, se não fosse o 
contato do indivíduo com certo ambiente 
cultural, não ocorreriam. 
Existe a questão biológica, da maturação 
biológica, do organismo, porém, segundo 
Vygotsky, se os fatores culturais ambientais 
não existirem, não vai haver 
desenvolvimento, então, é a interação 
com meio que vai possibilitar o 
desenvolvimento do aprendizado, é o 
processo pelo qual o indivíduo adquire 
informações, habilidades atitudes, valores, 
etc. a partir de seu contato com a 
realidade, o meio ambiente e as outras 
pessoas, é um processo fundamental para 
a construção do ser humano, então, 
sempre envolve a interferência direta ou 
indireta de outros indivíduos e a 
reconstrução pessoal da experiência de 
significados. 
Para poder entender a zona de 
desenvolvimento proximal (ZDP), é preciso 
explicar outros dois conceitos de Vygotsky: 
 Nível de Desenvolvimento Real: 
Esse é uma das pontas da linha do 
desenvolvimento, que é aquela capacidade 
que o sujeito já tem de fazer alguma coisa 
de forma independente. 
 Nível de Desenvolvimento Potencial: 
Aqui, é a outra ponta, enquanto no 
desenvolvimento real, o sujeito já sabe, e 
no nível de desenvolvimento potencial, ele 
pode chegar lá, com apoio, com 
intervenção, com alguma coisa atuando 
nessa distância entre o que o sujeito já 
sabe e aquilo que ele ainda não tem. 
Então, a zona de desenvolvimento 
proximal é o caminho entre essas duas 
pontas, ou seja, os níveis, que, o indivíduo 
vai percorrer para desenvolver funções 
que estão em processo de 
amadurecimento, e que se tornaram 
funções consolidadas estabelecidas no seu 
nível de desenvolvimento real, é o caminho 
que ele vai percorrer para que aquilo que 
ainda é potencial se torne real, se torne 
algo alcançado e aprendido. Aqui, 
o professor atua dando condições para o 
sujeito se apropriar desse conhecimento.

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