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DIREITO DAS ÁGUAS - QUESTÕES PRINCIPAIS E AGENTES RESPONSÁVEIS

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DIREITO DAS ÁGUAS
· CONCEITO 
O direito de águas seria o conjunto de princípios e normas acerca do domínio, seu uso, aproveitamento, conservação e preservação das águas, assim como sobre a responsabilidade no que atine aos danos causados.
· TITULARIDADE 
As águas são bens públicos de uso comum, logo, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, não são suscetíveis de apropriação por particulares, cabendo aos mesmos somente sua exploração desde que devidamente autorizados. 
· COMPETÊNCIA 
Para legislar sobre o meio ambiente, a competência é concorrente, ou seja, caberá a todas as pessoas políticas, inclusive os Municípios. Porém, em se tratando de águas (assim como energias, jazidas, minas e outros recursos minerais, bem como atividades nucleares de qualquer natureza), a competência passa a ser privativa da União (artigo 22 da Constituição Federal). 
ESTADOS E DISTRITO FEDERAL 
Como tais entes podem ser titulares de águas (artigo 26 da Constituição Federal), a competência privativa da União não afasta dos mesmos a competência para disporem acerca da regulação do uso de tais águas (artigo 23, VI e XI, da Constituição Federal). 
MUNICÍPIOS 
Ante a ausência de previsão constitucional, os Municípios também não possuem domínio sobre as águas, cabendo o mesmo (domínio) apenas à União, Estados e Distrito Federal. 
· CÓDIGO FLORESTAL 
Para o desenvolvimento sustentável, um dos princípios previstos no artigo 1º-A, parágrafo único, I, da Lei 12.651/2012 é o da “afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras”. 
Segundo esta mesma lei, em seu artigo 41, I, d, o Poder Executivo Federal é autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critériosde progressividade, abrangendo as categorias e linhas de ação previstas em lei. Dentre essas linhas de ação, encontramos a do pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, a conservação das águas e dos serviços hídricos. 
· ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPS) 
Conforme o artigo 3º, II, do Código Florestal, entende-se por Área de Preservação Permanente “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. Com base nisso, dentre outras elencadas pela Lei 12.651/2012, algumas APPs são relacionadas às águas. Conforme o artigo 4º desta norma, consideram-se Áreas de Preservação Permanente: 
✓As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em larguras mínimas definidas em lei (que conforme as alíneas do inciso I vão desde 30 metros – para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura – até 500 metros – para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros); 
✓As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima definida em lei (que conforme as alíneas do inciso II vai desde 30 metros – se situadas em zonas urbanas – até 100 metros – se situadas em zonas rurais); 
✓As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento (conforme o § 1º do mesmo artigo não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais); 
✓As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros. 
· UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
As águas foram contempladas na Lei 9.985/2000, que regula o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Segundo a mesma lei, em seu artigo 2º, I, entende-se por “unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”Além disso, segundo a mesma lei e mesmo artigo, em seu inciso IV, entende-se por recurso ambiental “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”. 
Dentre os objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) está o de contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais (artigo 4º, I). Dentre suas diretrizes, está a de assegurar que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente. Outra diretriz é a de que se assegure que o processo de criação e a gestão das unidades de conservação sejam feitos de forma integrada com as políticas de administração das terras e águas circundantes, considerando as condições e necessidades sociais e econômicas locais (artigo 5º, I e VIII). 
· SANEAMENTO BÁSICO 
Conforme a Lei 11.445/2007, em seu artigo 4º, os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico. 
· QUALIDADE DA ÁGUA 
A referida classificação é de competência do Conama (por meio de resoluções), sendo que as águas são classificadas em doces, salobras e salinas. 
· POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 
Foi elaborada por intermédio da Lei 12.334/2010. 
· POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – LEI 9.433/1997 
A referida lei, além de regular o regime jurídico das águas, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. A Política Nacional de Recursos Hídricos, introduzida, portanto, pela Lei 9.433/1997, possui, como fundamentos, a de que a água é um bem de domínio público assim como um recurso natural limitado e dotado de valor econômico. Ademais, entende a Política que, em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais, sendo que a gestão destes recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Por fim, como último fundamento, o artigo 1º da referida lei diz que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional e para a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
- Natureza Pública: Diante da sua natureza pública, a água não é alienável, logo, não sendo passível de ser considerada como mercadoria. Assim sendo, não é passível de cobrança de ICMS quando do seu fornecimento à população. 
-Uso Múltiplo e Prioridades : Embora a água deva ser usada em diversas frentes, isto é, para fins múltiplos (ex. consumo humano e recreação), por ser tida como um bem limitado, há uma ordem prioritária para o seu uso, ou seja, o consumo humano e a dessedentação dos animais. 
-Objetivos: A Política Nacional de Recursos Hídricos tem como objetivos assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados,assim como a utilização racional, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável. Ainda traz como objetivo a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos (artigo 2º) 
-Preocupação Intergeracional: Destaca-se, neste artigo 2º, a notória preocupação da lei com as futuras gerações, prevendo o uso da água de forma sustentável. 
-Diretrizes de Ação: Já são consideradas como diretrizes de ação para a implementação da Política, dentre outros, a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; a articulação com os planejamentos regional, estadual e nacional; e a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo. 
-Instrumentos: O artigo 5º, por sua vez, traz os instrumentos da referida Política, isto é, os Planos de Recursos Hídricos, o enquadramento dos corpos de água em classes, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, a cobrança pelo uso de recursos e, por fim, o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. 
-Planos de Recursos Hídricos: Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional. Tais planos são de longo prazo e deverão possuir um conteúdo mínimo previsto em lei, onde se destaca a necessidade de um diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos, a análise de alternativas, um balanço entre disponibilidades e demandas futuras, metas de racionalização de uso, prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos, diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso de tais recursos e propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso. Tais planos, vale mencionar, serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País. 
-Enquadramento dos Corpos de Água em Classes: Este enquadramento visa à qualidade das águas, assim como diminuir os custos de combate à poluição das mesmas, mediante ações preventivas permanentes.
-Outorga dos Direitos de Uso de Recursos Hídricos: O regime de outorga, segundo o artigo 11, tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. Estão sujeitos a outorga (pelo Poder Público) os seguintes usos, dentre outros, derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final; lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não e o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado. Além disso, o Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União. Ela se dá por prazo não superior a 35 anos, prazo este renovável. Ademais, a outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso. 
* Sem Outorga: Independem de outorga algumas situações específicas como a do uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural e acerca das derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes. 
-Suspensão da Outorga: Conforme o artigo 15, a outorga poderá ser suspensa em determinadas circunstâncias, como no caso do não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga, a ausência de uso por três anos consecutivos, a necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, a necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental ou, ainda, em caso de necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas.
-Cobrança pelo Uso de Recursos: Esta cobrança busca reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor, assim como incentivar a racionalização do uso da água e, ainda, obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos (artigo 19). Os usos sujeitos a outorga serão cobrados, sendo que os valores arrecadados com tal cobrança serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos e no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Entende-se que a cobrança pelo uso da água de forma progressiva, conforme a categoria do usuário e o montante consumido, é legal, já que busca o uso racional da água, bem este limitado.
-Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos : Conforme o artigo 26, são princípios básicos para o funcionamento deste Sistema a descentralização da obtenção e produção de dados e informações; a coordenação unificada do sistema; e o acesso aos dados e informações garantido a toda a sociedade. Por sua vez, o artigo 27 traz os objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, dentre os quais destacamos o de reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil. 
- Ação do Poder Público: Compete ao Poder Executivo Federal, Estadual e do Distrito Federal a promoção da integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental. Atinente aos Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios, cabe a estes promover a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estadual de recursos hídricos. 
-Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: Tal sistema tem como objetivos coordenar a gestão integrada das águas; arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos; implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos e, por fim, o de promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos (artigo 32). 
*Integrantes: Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal, os Comitês de Bacia Hidrográfica, os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos e as demais Agências de Água. 
-Conselho Nacional de Recursos Hídricos: Na sua composição, destaca-se a presença de representantes dos Ministérios, representantes dos usuários dos recursos hídricos e representantes das organizações civis de recursos hídricos, sendo que o número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do total dos membros (artigo 34). 
-Competência: Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dentre outras atribuições, promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários; arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; a arte de deliberar sobre a matéria e de estabelecer diretrizes; acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso; zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB); estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB); e apreciar o Relatório de Segurança de Barragens 
-Gerência: O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por um Presidente,que será o Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional (art. 36, I, da Lei 9.433/1997, com redação determinada pela Lei 13.844/2019); e por um Secretário- -Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional responsável pela gestão dos recursos hídricos (art. 36, II, da Lei 9.433/1997, com redação determinada pela Lei 13.844/2019). 
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO – ANA 
Trata-se de uma autarquia especial que fora criada pela Lei 9.984/2000, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cujo propósito é implementar, no âmbito de suas competências, a Política Nacional de Recursos Hídricos e instituir normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico (art. 3º, caput, da Lei 9.984/2000, com redação dada pela Lei 14.026/2020). Referida autarquia, conforme a mesma lei, possui uma Diretoria Colegiada, composta por 5 membros, todos nomeados pelo Presidente da República, com mandatos não coincidentes de 5 anos, vedada a recondução. É o que estabelece o art. 9º, caput, da Lei 9.984/2000, com redação determinada pela Lei 13.848/2019. 
-Comitês de Bacia Hidrográfica: Dentre outras funções, compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação: promover o debate das questões relacionadas; arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; aprovar e acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia; e estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos. 
-Recursos Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica: caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos. 
-Integrantes : Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes da União, dos Estados, dos Municípios, dos usuários e das entidades civis, sendo que a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios é limitada à metade do total de membros. 
-Índios: Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes da Funai e das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia. 
-Agências de Água: As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica (artigo 41 da Lei 9.433/1997). Sua criação é condicionada ao atendimento de alguns requisitos legais, dentre eles, o da prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica (isso porque as Agências de Água são os órgãos executores destes Comitês). 
-Competência : Dentre outras funções, compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação, efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos, assim como analisar e emitir pareceres e, ainda, gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação. 
-Infrações: Dentre outras, constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos o ato de derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso, assim como o de perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá- -los sem a devida autorização (artigo 49 da Lei 9.433 de 1997). 
-Penalidades : São previstas as penalidades de advertência, multa e embargo provisório ou definitivo, sendo que, em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro. 
POLUIÇÃO POR LANÇAMENTO DE ÓLEO E OUTRAS SUBSTÂNCIAS NOCIVAS OU PERIGOSAS EM ÁGUAS BRASILEIRAS 
Matéria específica e que, assim, fora regulada pela Lei 9.966/2000 e pela Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios. 
INFORMATIVO 525 DO STJ 
Entende que é possível, através de decreto e portaria estaduais, a disposição acerca da obrigatoriedade de conexão do usuário à rede pública de água, bem como sobre a vedação ao abastecimento por poço artesiano, ressalvada a hipótese de inexistência de rede pública de saneamento básico.
Fonte: Concursos Jurídicos. GARCIA, Wander. 7ª Edição. Indaiatuba, São Paulo. Editora Foco, 2021.

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