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Animais peçonhentos Escorpionismo Acidente muito comum, principalmente com crianças. A maioria tem hábitos noturnos, são carnívoros. A espécie Tityus serrulatus reproduz-se por partenogênese, sendo todos do gênero feminino. Conhecido como escorpião amarelo. Tityus bahiensis é conhecido como escorpião marrom ou preto. Média anual de 8000 acidentes por ano, mas em 2006 houve 36000. A inoculação do veneno ocasiona dor local e efeitos nos canais de sódio (despolarizações com liberação de aminas locais). Interferir com analgesia (anestésico local). Efeitos sistêmicos relacionados com o SNA simpático e parassimpático, que acometem idosos, hipertensos (gera crise hipertensiva). Quadro clínico local: dor intensa local, tratar com analgesia com anestésico local. Náusea e vômito é sinal de alerta para casos mais graves. Classificação: - Leve: dor local, parestesias - Moderados: pacientes com sintomas sistêmicos (náuseas, vômitos, taquicardia, taquipneia, hipertensão leve) - Graves: todos sintomas anteriores, além de sudorese profusa, vômitos incoercíveis (vômito continua após medicação), insuficiência cardíaca, choque. Ou seja, mau estado geral. O soro é heterólogo (produzido através da injeção de um antígeno específico na corrente sanguínea de animais, geralmente cavalos), e isso pode levar à anafilaxia. Por isso, o soro só deve ser usado em casos em que há riscos de morte. Exames complementares: - Eletrocardiograma (taquicardia ou bradicardia sinusal) - Exames de imagem: realizados em pacientes mais graves (edema pulmonar) - Exames laboratoriais: pouco utilizados (glicemia) Tratamento: Alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% (20mg/ml) sem vasoconstritor (1 a 2ml para crianças e 3 a 4ml para adultos). Ou pode-se usar dipirona na dose de 10mg/kg a cada seis horas. Dose tóxica lidocaína: 5mg/kg Obs: em extremidades nunca usar fármacos com vasoconstritor (isquemia). Em casos mais graves administrar o soro antiescorpiônico. Himenópteros Família Apidae (abelhas). Contêm enzimas degradativas que causam dor. Podem causar lise de eritrócitos (hemólise), anemia, aumento da LDH, insuficiência renal aguda. Casos mais graves: choque anafilático (causa hipotensão), edema de glote/laringe. As manifestações clínicas podem ser alérgicas (mesmo com só 1 picada) e tóxicas (múltiplas picadas). Paciente mais mais de 100 picadas: síndrome do envenenamento (hemólise intravascular e rabdomiólise (destruição das fibras musculares) que leva à insuficiência renal aguda). Tratamento: - Remoção dos ferrões (raspagem com lâmina) - Reações anafiláticas: epinefrina (adrenalina) intramuscular no músculo vasto lateral (agulha preta ou verde). Dose de 0,3 a 0,5mg e pode ser repetida em intervalos de 5 a 15 min. - Analgesia com dipirona Alguns pacientes são refratários à adrenalina, então pode-se usar glucagon para reverter o efeito do betabloqueador e poder usar a adrenalina. Prometazina = Fenergan Loratadina (antiestamínico) e Prednisona (corticoide): casos menos graves Peixes marinhos ou fluviais (ictismo) Acidentes acantotóxicos (arraias): ficam escondidas sob a areia. O veneno é termolábil (não é resistente à temperatura). O ferimento pode ser puntiforme ou lacerante. A cicatrização demora, por conta das substâncias do veneno. São de caráter necrosante e a dor é o sintoma predominante. Tratamento: - lavar a lesão com soro fisiológico aquecido - usar lidocaína sem vasoconstritor - deixar dreno para não formar abscesso - prevenção de infecção secundária Acidentes com cobras Cobras peçonhentas: fosseta loreal presente (exceto na coral). Lachesis (surucucu): não tem na nossa região, apenas na Amazônia. Os acidentes são considerados moderados e graves. Sintomas: síndrome vagal (hipotensão, bradicardia, diarreia), tontura, escurecimento da visão. As cobras peçonhentas possuem fosseta loreal, olho em fenda, presa inoculadora na frente. Decorar tabela de classificação para a prova (se peçonhentas ou não e a espécie, partindo da fosseta loreal). Acidente botrópico (jararaca): é o mais comum (90.5% dos acidentes). Ações do veneno: proteolítica, coagulante e hemorrágica. As manifestações locais são as mais importantes (edema, equimose, bolhas e necrose). Alterações sistêmicas são consideradas graves (insuficiência renal e alteração da coagulação). Marca das presas + Dor + edema + equimose Exames Complementares - Coagulação: Tempo de Coagulação aumentado TP/TTPA alargados Acidente crotálico (cascavel): ações do veneno: neurotóxica, miotóxica, coagulante. As manifestações sistêmicas são mais importantes (face miastênica, mialgia, insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda, mioglobinúria, aumento do tempo de coagulação). Acidente elapídico (coral verdadeira/micrurus): possui toxinas pré e pós-sinápticas, possuindo ação semelhante aos bloqueadores neuromusculares. Tratamento com neostigmina (degrada a acetilcolinesterase). Para evitar a bradicardia que a neostigmina pode causar, usa-se uma droga muscarínica chamada atropina em conjunto. Fraqueza muscular, ptose palpebral, paralisia da musculatura respiratória (diafragma), insuficiência respiratória aguda. Acidentes com aranhas (araneísmo) A notificação é compulsória. O soro é genérico, o mesmo que é usado para escorpiões. Phoneutria (armadeira): hábito noturno, ficam escondidas durante o dia. É uma aranha que ataca, podendo saltar até 40cm. Morde normalmente mãos e pés (extremidades), deixando marca. O veneno é neurotóxico. Dor imediata e intensa, priapismo (ereção), choque, edema pulmonar. Loxosceles (aranha-marrom): não é agressiva. Forma mais grave de araneísmo no Brasil. Normalmente a picada é no corpo, pois não ataca. A picada não é perceptível na hora, mas depois surge edema, que piora e forma bolhas, podendo evoluir para necrose. A manifestação sistêmica é a hemólise intravascular. Evolução insidiosa (24 a 72h). Principal causa de óbito é insuficiência renal aguda. Pouco dolorosa, com lesão endurecida e escura. Veneno com ação proteolítica. O que fazer: - Lavar o local da picada - Usar compressas mornas (frias para Loxosceles) - Elevar o local da mordida - Alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% (20mg/ml) sem vasoconstritor Prova: - Comparação entre as duas aranhas - 3 serpentes principais (jararaca, coral verdadeira e cascavel) - não precisa decorar dose de soro - manifestações locais e sistêmicas de cada tipo - exames que deve pedir
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