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Herpes Zoster

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HERPES-ZOSTER 
Laís Rios Saad – T9 
O VVZ determina uma infecção latente nas células dos 
gânglios sensoriais em todos os indivíduos que sofrem a 
infecção primária. A reativação subsequente do vírus 
latente causa o herpes-zóster, erupção vesicular que, 
em geral, tem distribuição por dermátomos. Ocorre em 
adultos e pacientes imunocomprometidos, como 
portadores de doenças crônicas, neoplasias, aids e 
outras. 
A varicela é uma infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto maculopapular, de distribuição centrípeta, que, 
após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente para pústulas e, posteriormente, formando crostas em 3 a 4 dias. Pode ocorrer 
febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas, que se apresentam nas diversas formas 
evolutivas, acompanhadas de prurido. Em crianças, geralmente, é doença benigna e autolimitada. 
A penetração do vírus provavelmente acontece pelas vias respiratórias superiores na infecção primária. Durante a parte inicial do período de 
incubação, de 14 a 20 dias, o vírus replica-se nas vias respiratórias provocando viremia subclínica breve demonstrada em 1 a 11 dias antes do rash, 
predominando em linfócitos nos pacientes imunocompetentes. As lesões cutaneomucosas aparecem em surtos na primeira semana da doença, 
correspondendo a episódios de viremia. Os leucócitos mononucleares do sangue periférico transportam os vírus infectantes, produzindo novos grupos 
de vesículas por 3 a 7 dias. Durante a fase aguda da varicela, o vírus é carreado por via hematogênica para outros órgãos, incluindo gânglios 
nervosos, invasão que se faz através das vias nervosas a partir das lesões vesiculares cutâneas. 
Em diversas situações em que ocorre um declínio da imunidade celular específica contra o VVZ, pode ocorrer reativação da replicação viral, fazendo 
com que VZV se espalhe dentro do gânglio e com possibilidade de manifestação clínica por meio do herpes-zoster. A partir daí, pode envolver vários 
neurônios sensoriais e, através destes, estabelecer infecção na pele com a erupção cutânea típica. O gânglio sensitivo exibe, então, uma intensa 
inflamação, acompanhada de necrose hemorrágica das células nervosas. Esse dano neuronal é a causada dor neuropática típica do herpes zoster. 
A resposta imune do hospedeiro limita a replicação viral e facilita a recuperação da infecção. Nos pacientes imunocomprometidos, a falha da resposta 
imune, especialmente da imunidade celular, permite a replicação viral continuada que resulta em lesões nos pulmões, fígado, cérebro e outros órgãos. 
A observação frequente de lesões viscerais em hospedeiros imunossuprimidos indica a ocorrência de viremia associada à progressão da varicela para 
doença mais grave. O herpes zoster em crianças menores de 10 anos tem incidência de 0,74/1000 pacientes, com taxa de recorrência de até 5%, por 
outro lado, em imunocomprometidos, a incidência é em torno de 70% dos casos, acompanhado de uma recorrência de 53%. 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
 
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato 
direto ou através de secreções respiratórias. Período de 
incubação é entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 
10 a 20 dias após o contato. Pode ser mais curto em 
pacientes imunodeprimidos e mais longo após 
imunização passiva. Já o período de transmissibilidade 
varia de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após o 
surgimento do primeiro grupo de vesículas. Enquanto 
houver vesículas, a infecção é possível. 
QUADRO CLÍNICO 
 
O quadro clínico do herpes zoster é, quase sempre, atípico. A maioria dos doentes refere, antecedendo às 
lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor e prurido locais, acompanhados de 
febre, cefaléia e mal-estar. A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa. A erupção é 
unilateral, raramente ultrapassando a linha mediana, seguindo o trajeto de um nervo. Surgem de modo 
gradual, levando de duas a 4 dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção secundária, as 
vesículas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em duas a 4 semanas. As regiões 
mais comprometidas são a torácica (53% dos casos), cervical (20%), trigêmeo (15%) e lombossacra (11%). 
As lesões na pele começam como pápulas eritematosas e, em seguida, algumas vesículas ou bolhas 
surgem e dentro de 3 a 4 dias, tornam-se com aspecto pustular. 
DIAGNÓSTICO 
 
Ocorre principalmente através do quadro clínico-epidemiológico. O vírus pode ser isolado das lesões vesiculares durante os primeiros 3 a 4 dias de 
erupção ou identificado através de células gigantes multinucleadas em lâminas preparadas a partir de material raspado da lesão, pela inoculação do 
líquido vesicular em culturas de tecido. Aumento em quatro vezes da titulação de anticorpos por diversos métodos (imunofluorescência, fixação do 
complemento, Elisa), que também são de auxílio no diagnóstico. O PCR tem sido empregado. 
 TRATAMENTO 
O tratamento do herpes zoster inclui a terapia antiviral, para acelerar a cicatrização das lesões, diminuir a duração e a gravidade da neurite aguda, e 
analgesia para os pacientes com neurite aguda moderada a grave. Não está claro na literatura se a terapia antiviral impede a ocorrência da neuralgia 
pós-herpética. 
A terapia deve ser iniciada até 72 horas do início dos sintomas para que os efeitos benéficos sejam alcançados. Após esse período a terapia antiviral 
só é iniciada se aparecerem novas lesões no momento da apresentação, indicando a replicação viral, porém mesmo assim a utilidade clínica é 
questionável em pacientes imunocompetentes. As doses utilizadas para tratar o herpes zoster são: 
• Aciclovir → 800mg, 5x ao dia, por 7 dias (é ativo contra o vírus herpes simplex tipo 1 e tipo 2 e contra o vírus varicela-zoster. Esta atividade 
requer a conversão intracelular de aciclovir pela timidina quinase viral no monofosfato, com subsequente conversão por enzimas celulares 
para o difosfato e o trifosfato ativo. Esta forma ativa inibe a síntese e a replicação do DNA viral pela inibição da enzima DNA polimerase do 
herpes vírus, além de ser incorporada ao DNA viral. Este processo é altamente seletivo para células infectadas.) 
• Valaciclovir → 1g, 3x ao dia, por 7 dias. 
• Fanciclovir → 500mg, 3x ao dia, por 7 dias. 
 
COMPLICAÇÕES 
 
A complicação mais comum do herpes zoster é a neuralgia pós-herpética (NPH), definida como dor significativa que persiste por 90 dias após o início 
da erupção cutânea, podendo estar associada a prurido e dormência local. Cerca de 10 a 15% dos pacientes desenvolvem essa complicação, sendo os 
indivíduos mais velhos (>60 anos) e imunossuprimidos os mais afetados. 
 MEDIDAS PREVENTIVAS 
 
Deve ser feita preferencialmente pré-exposição, por vacina. Também pode ser utilizada pós-
exposição para indivíduos imunocompetentes suscetíveis. Para imunodeprimidos é indicado 
profilaxia pós-exposição (uso de imunoglobulina humana específica). 
Produzidas com vírus vivo atenuado. No Brasil, a apresentação monovalente ou combinada com 
a vacina tríplice sarampo, caxumba e rubéola (tetraviral). 
Contraindicações 
a. Durante o período de 3 meses após a terapia imunossupressora ou 1 mês, em corticoterapia. 
b. Gestação (mulheres em idade fértil vacinadas devem evitar gestação durante 1 mês após 
vacinação). 
c. Reação anafilática à dose anterior da vacina ou a algum de seus componentes. 
d. Administração recente de sangue, plasma ou imunoglobulina (recomenda-se intervalo de 3 
meses entre a administração desses e a vacina). 
Obs: Não é contraindicada para pessoas que convivem com imunodeprimidos e mulheres 
grávidas. 
Recomendada a partir dos 12 meses de idade. 
1ª dose aos 12 meses de idade e 2ª entre 15 – 24 
meses. 
Na pós-exposição = a partir de 9 meses de idade. 
Dose = 0,5 mL SC. 
Conservada entre + 2ºC e + 8ºC. 
Recomendada para TODAS as pessoas > 60anos 
em DOSE ÚNICA, mesmo aquelas que já 
apresentaram quadro de herpes-zoster. 
 
Imunoglobulina Humana Específica (IGHAVZ) 
Profilaxia pós-exposição em imunodeprimidos. É obtida de plasma humano contendo IgG contra 
o vírus da varicela. 
Indicações 
1. Suscetibilidade: 
a) Pessoas imunocompetentes/deprimida sem história bem definida da doença e/ou vacinação 
anterior. 
b) Pessoas com imunodepressão grave, independentemente de história de vacinação anterior. 
2. Contato significativo com o VVZ: 
a) Contato domiciliar contínuo – permanência pelo menos 1h em ambiente fechado. 
b) Contato hospitalar – internadas no mesmo quarto do doente ou contato direto prolongado 
por pelo menos 1h. 
3. Risco especial de varicela grave: 
a) Crianças ou adultos imunodeprimidos. 
b) < 1 ano em contato hospitalar com VVZ. 
c) Gestantes. 
Contraindicações 
Anafilaxia à dose anterior. 
125 unidades por frasco, volume varia de 1,25 
mL a 2,5 mL. via IM. 
Dose = 125 UI para cada 10 kg. 
Dose mínima = 125 UI 
Dose máxima = 625 UI. 
Administrada nas primeiras 96h após contato.

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