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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Raciocínio Lógico, Crítico e Analítico Aula 6 Prof.ª Claudia Lorena Juliato Araújo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Nesta aula, serão estudadas noções do estudo das funções. A compreensão desse estudo é de suma importância para compreender como determinadas situações produzem em nossas vidas e como devemos tratá-las. Tudo que tem um comportamento padrão, em qualquer área, pode ser representado e estudado por uma função. Por esse motivo, faz-se importante compreendê-las. Contextualizando O uso das funções é de extrema importância para vários setores, como a indústria, as empresas, o mercado financeiro, a química, a física, os estudos científicos e os estudos estatísticos. Só por essa imensidade de ciências que dependem do estudo das funções para obterem resultados é que se faz importante seu estudo. Tema 1: Funções O conceito de função é de suma importância para o nosso cotidiano e nossas vidas. Quase tudo pode ser expresso no formato de função. Mas o que é uma função? Uma função é um tipo de relação. Ou seja, é a associação de valores de um determinado conjunto para com um segundo conjunto por meio de uma lei de formação. Um exemplo de função pode ser representado por: Figura 1.1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Para uma relação ser função, todos elementos do primeiro conjunto devem ter um e somente um correspondente no segundo conjunto. Além disso, não pode sobrar elementos no primeiro conjunto. Um exemplo de função seria: Figura 1.2 Observe que no primeiro exemplo existe um elemento que tem dois correspondentes no segundo conjunto. Isso não acontece com o segundo exemplo, pois cada elemento do primeiro conjunto só tem possui um único elemento no segundo conjunto. Os elementos do primeiro conjunto são chamados de domínio da função. Os do segundo são chamados de contradomínio da função. Os elementos que são correspondentes dos elementos do primeiro conjunto são chamados de imagem da função. A fórmula matemática que faz com que exista correspondência entre os elementos do primeiro conjunto e do segundo conjunto é chamada de lei de formação. Esta, por sua vez, faz com que um elemento do primeiro conjunto se transforme em um elemento do segundo conjunto. Quadro 1.1 DOMÍNIO Elementos do primeiro conjunto CONTRADOMÍNIO Elementos do segundo conjunto IMAGEM Elementos correspondentes no segundo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 conjunto Uma função é representada por um conjunto de pares ordenados que se formam ao se relacionar um elemento do primeiro conjunto com um elemento do segundo conjunto. Esses pares ordenados são representados no plano cartesiano e representam, respectivamente, o domínio e a imagem da função. Então, quando queremos ver o domínio em um gráfico, olhamos para o eixo x (eixo das abscissas); quando queremos verificar a imagem de uma função, olharemos para o eixo y (eixo das ordenadas). Gráfico 1.1 Veja no exemplo do gráfico 1.1. O domínio e a imagem são formados pelos elementos: Domínio : D = {-1, 0, 1, 2, 3}. Imagem: Im = {0, 1, 2, 3, 4}. Estudo do domínio de uma função O estudo do domínio é de suma importância, pois certas operações matemáticas não podem ser realizadas dentro do conjunto dos números Reais. Vejamos estes casos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Quadro 1.2 FUNÇÃO DOMÍNIO 𝐟(𝐱) = 𝐤 𝐱 x ≠ 0 𝐟(𝐱) = √𝐱 𝐩𝐚𝐫 x ≥ 0 𝐟(𝐱) = 𝐤 √𝐱 𝐩𝐚𝐫 x > 0 Assim, toda função: cuja variável encontra-se no denominador não pode ser igual a zero, pois não existe divisão por zero. que está dentro de uma raiz cujo índice é par não pode ser negativa, pois não há raiz quadrada de número negativo, todavia, pode ser zero. que está dentro de uma raiz de índice par e no denominador de uma fração não pode negativa nem igual a zero, pois não há raiz de índice par de número negativo, nem divisão por zero. Classificação de uma função As funções podem ser classificadas em injetora, bijetora e sobrejetora. Figura 1.3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Quadro 1.3 INJETORA Quando só existe relação de um elemento do primeiro conjunto com um elemento do segundo. A relação é um para um. SOBREJETORA Quando não sobram elementos no segundo conjunto, ou seja, quando o contradomínio é igual à imagem. BIJETORA Quando a função é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo, ou seja, os elementos só se relacionam de um para um e não sobram elementos no segundo conjunto. Isto é, contradomínio é igual à imagem. Tema 2: Função composta e função inversa Função composta É aquela que acrescenta outra lei de formação à já existente. Suponha que tenhamos uma função que expressa o dobro de certos valores, logo, ela pode ser representada por: Classificação das funções Injetora Bijetora Sobrejetora CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 f(x) = 2 ⋅ x Então, a esse valor acrescentemos o triplo, assim teremos: g(x) = 3 ⋅ f(x) g(x) = 3 ⋅ 2 ⋅ x g(x) = 6 ⋅ x Por isso, podemos definir a função composta como a função de outra função ou de outras funções. Representamos a função composta de g(x) em relação à função f(x) por: f(g(x)) ou f o g A importância da função composta é o fato de ela gerar uma nova por meio das já existentes. Figura 1.5 Função inversa A função inversa, também representada por 𝐟−𝟏(𝐱), é a função contrária à função f(x). Para que a função inversa exista, faz-se necessário que f(x) seja uma função bijetora, ou seja, injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Para que possamos encontrar a função inversa de uma função devemos: trocar o f(x) pela variável x e a variável x por f(x); isolar o novo f(x); CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 escrever o símbolo de representação da inversa. Funções que não tem inversa: 𝐟(𝐱) = 𝟏 𝐱 quando definida de R em R, não é uma função sobrejetora, pois o contradomínio não é igual à imagem. Logo, não tem inversa. 𝐟(𝐱) = 𝐱² + 𝟐, quando definida de R em R, não é uma função injetora, pois vários elementos do seu domínio têm a mesma imagem. Vejamos alguns exemplos de construção de função composta e de função inversa. Considere as funções: f(x) = 2x+3 e g(x) = x – 1, encontre: a inversa de f(x) a composta f(g(x)) Solução: a inversa de f(x): x = 2. f(x) + 3 → x − 3 = 2. f(x) → x − 3 2 = f(x) Logo: f −1(x) = x−3 2 é a inversa de f(x). a composta de f(x) com g(x): f(g(x)) = 2 . (x – 1) + 3 f(g(x)) = 2x – 2 + 3 f(g(x)) = 2x +1, que é a composta de f em relação a g CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Tema 3: Função Linear, afim, constante Função afim Uma função definida por f: R → R, chama-se afim quando existem duas constantes a, b tal que: f(x) = a ⋅ x + b Gráfico 3.1 a é o coeficiente angular da reta. b é o coeficiente linear da reta. É com o valor de a que sabemos se a reta será crescente ou decrescente. Se a é positivo, a reta é crescente. Se a é negativo, a reta será decrescente. É com o valor de b que sabemos em qual ponto do eixo y a reta passa. Para encontramos o zero ou a raiz da função, devemos fazer f(x) = 0. Funçãolinear Uma função definida por f: R → R, chama-se linear quando existe apenas uma constante a, tal que: f(x) = a ⋅ x Nesse caso, a reta passa pela origem do sistema cartesiano. Seu coeficiente angular é dado pelo valor de a e é ele quem define se a reta será CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 crescente ou decrescente. Em caso de a positivo, a reta será crescente. Em caso de a negativo, a reta será decrescente. Gráfico 3.2 Função constante Uma função definida por f: R → R, chama-se constante quando existe apenas a constante b, tal que: f(x) = b Essa função não tem variação, é sempre igual ao longo de seu domínio. A reta que representa a função é sempre paralela ao eixo x. Gráfico 3.3 Obtenção de uma função com base no gráfico Quando conhecemos apenas o gráfico de uma função, e não sua lei de formação, devemos obter pelo menos dois pontos desse gráfico e substituir os respectivos valores de x (abscissa) e y (ordenada) na lei de formação geral da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 função afim f(x) = a ⋅ x + b. Com isso, obteremos um sistema de equação com incógnitas a e b. Considere o gráfico da figura e determine a função que o representa. Gráfico 3.4 Com os pontos A (0,5) e B (4,7), podemos montar um sistema substituindo os valores de 0 e 4 no lugar do x e de 5 e 7 no lugar de f(x), obtendo duas equações, assim: f(x) = a ⋅ x + b 5 = a ⋅ 0 + b 7 = a ⋅ 4 + b Na primeira equação, o resultado sai com b = 5. Substituindo o valor de na segunda equação, teremos o valor de a = 0,5. Logo, a função ficará desta forma: f(x) = 0,5 ⋅ x + 5 Tema 4: Função quadrática Função quadrática é uma função polinomial de 2º grau do tipo: y = ax² + bx + c Seu gráfico é uma parábola. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Concavidade da parábola O valor de a da função fornece a concavidade da função. Quando o valor de a for positivo, a concavidade estará voltada para cima. Quando o valor de a for negativo, a concavidade estará voltada para baixo. Gráfico 4.1 Parábola toca o eixo x Uma parábola toca o eixo x em suas raízes ou zeros da função. As raízes de uma equação de 2º grau são calculadas pela fórmula: 𝐱 = −𝐛 ± √𝚫 𝟐 ⋅ 𝐚 onde 𝚫 = 𝐛² − 𝟒 ⋅ 𝐚 ⋅ 𝐜 Quando 𝚫 > 0, a equação tem duas raízes reais e diferentes, logo, a parábola interceptará o eixo x em dois pontos diferentes. Quando 𝚫 < 0, a equação não tem raízes reais, logo, a parábola não interceptará o eixo x. Quando 𝚫 = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais, logo, a parábola interceptará o eixo x em apenas um ponto. Quadro 4.1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 𝚫 > 0 𝚫 < 0 𝚫 = 0 Vértice da parábola O vértice de uma parábola é o ponto em que ela troca a trajetória do gráfico. É o valor máximo ou o valor mínimo, dependendo da concavidade da parábola. O cálculo se dá por: 𝐕 = ( −𝐛 𝟐 ⋅ 𝐚 , −𝚫 𝟒 ⋅ 𝐚 ) Se a parábola estiver com a concavidade voltada para cima, terá um ponto mínimo. Se a parábola estiver com a concavidade voltada para baixo, terá um ponto máximo. Gráfico 4.2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Tema 5: Função exponencial e função logarítmica Função exponencial É uma função com base constante e expoente variável. Isto é, a variável x encontra-se no expoente, desde que a base seja diferente de 1. 𝐟(𝐱) = 𝐚𝐱 Gráfico da função O gráfico da função exponencial pode ser: Crescente se a base for maior que 1. Decrescente se a base for menor que 1. Quando a base é igual a 1, a função não é exponencial. Gráfico 5.1 Raízes ou zeros da função As raízes ou zeros de uma função exponencial não existem, pois, de acordo com o explícito no gráfico de uma função exponencial, ele não toca o eixo x. Função logarítmica Uma função logarítmica é uma função com base constante e logaritmando variável. A condição de existência de uma função logarítmica é de que a base do logaritmo seja um número positivo e diferente de 1. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 𝐟(𝐱) = 𝐥𝐨𝐠𝒂 𝒙 Gráfico da função Assim como na função exponencial, a função logarítmica será crescente se a base do logaritmo for maior que 1. O gráfico será decrescente se a base for um numero entre 0 e 1. Gráfico 5.2 Gráfico 5.3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Raízes ou zeros da função Ao contrário da função exponencial, a função logarítmica tem um único ponto onde ela toca o eixo x, que é no ponto x = 1 para qual função logarítmica. Gráfico 5.4 Síntese Nesta aula, você estudou a noção de algumas funções. As funções de 1º grau, de 2º grau e função exponencial são as mais utilizadas e de maior importância no estudo matemático. A compreensão do comportamento da ocorrência de várias situações em nossas vidas depende da compreensão e do estudo das funções.
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