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May Freitas (Habilidades Gerais V) Bioestatística Definição A estatística é ciência que se dedica à coleta, análise e interpretação de dados A bioestatística trata da aplicação da estatística nas ciências biológicas e da saúde. Conceitos básicos Medicina baseada em evidências aplicação do método científico à prática médica. Deve levar em conta: Interferência estatística Processo pelo qual tiramos conclusões sobre uma população a partir de resultados observados em uma amostra aleatória. Expectativas do paciente Melhor evidência possível Expectativa do profissional Metodologia Bioestatísticas Vão definir a exatidão e precisão dos resultados Avaliamos a probabilidade dos resultados observados em uma amostra terem ocorrido por ACASO/VARIAÇÃO AMOSTRAL. May Freitas (Habilidades Gerais V) EM OUTRAS PALAVRAS Se estudarmos várias amostras de uma mesma população, vamos encontrar valores distintos por conta variação amostral. Por isso, é importante fazer a análise estatística para testar a probabilidade dos resultados encontrados terem ocorrido por acaso ou se realmente correspondem à realidade. Teste de hipótese Vai estabelecer a base para os testes de significância estatística Definição das hipóteses: Hipótese nula Premissa básica, ou seja, é impossível provar algo que não existe. Vamos considerar a hipótese nula quando não houver associação entre as variáveis. Por exemplo, quando não há diferença entre as terapêuticas, quando não traz benefícios. Hipótese Alternativa Quando se considera que existe diferença entre as terapêuticas. OBS: Hipótese estatística é diferente da hipótese científica (o que o autor espera). Na análise estatística, a nulidade é sempre o ponto de partida, independente do que o autor espera e independente do que já existe na literatura. H0 – hipótese nula HA – hipótese alternativa Como analisar Resultado do teste REALIDADE Rejeita H0 Aceita H0 H0 é verdadeira Erro tipo I Decisão correta H0 é Falsa Decisão correta Erro tipo II Erro do Tipo I ocorre quando a hipótese nula é rejeitada, apesar de ser verdadeira. Indica um resultado FALSO-POSITIVO, por isso é muito grave Admite-se uma probabilidade de 5% de cometer o erro do tipo I Erro do Tipo II ocorre quando a hipótese nula não é rejeitada, apesar de ser falsa. Ocorre muito quando a amostra é pequena. Admite-se uma probabilidade de 20% de cometer o erro do tipo II. Há 2 maneiras de se analisar a interferência estatística Teste de hipótese (Valor de p Intervalo de confiança Tamanho da amostra pequeno não traz nível de evidência que sustente uma hipótese!! May Freitas (Habilidades Gerais V) Aceita a H0 e rejeita a HA Estatisticamente insignificante Rejeita a H0 e aceita a HA Estatisticamente significante Valor-p É o nível de significância; A probabilidade aceitar ou refutar a hipótese nula É o limite que se adota como base para afirmar que uma diferença ocorreu ao acaso ou não. Valor arbitrário adotado = 0,05 OBS: apesar de ser um valor arbitrário, não se pode usar um valor-p maior que 0,05, menor é possível sim, caso o teste queira ser mais rigoroso. p> 0,05 é estatisticamente insignificante Aceita a H0 e rejeita HA – se encontrou diferença, foi ao acaso p<0,05 – é estatisticamente significante Rejeita a H0 e aceita HA – a diferença não foi pelo acaso OBS: Não é porque um estudo é estatisticamente significante que ele será clinicamente relevante. Clinicamente relevante corresponde à diferença entre 2 terapias que é suficientemente grande para justificar a mudança do tratamento padrão. FAZER ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS DO ARTIGO! Na tabela – cada característica tem um p, analisar a característica que tem relevância pro estudo. Intervalo de confiança Tem a mesma informação que a significância estatística Expressa a precisão estatística: quanto mais próximos os valores dentro do intervalo, mais confiável é o estudo. IC 95%: probabilidade de 95% que o intervalo inclui a verdadeira magnitude de efeito observada. o Em outras palavras: Se o trabalho for repetido 100x, em 95 encontraremos o resultado nesse mesmo intervalo de valores. o Quanto o intervalo, a precisão. (Quanto população, melhor para isso ocorrer). RISCO RELATIVO < 1 –Fator protetor = 1 – Não há relação (imprecisão estatística) > 1 – Fator de risco OBS: observar se o intervalo encontra-se tendendo ao fator protetor ou fator de risco. May Freitas (Habilidades Gerais V) Tipos de Variáveis Estatística descritiva É a parte da estatística que pretende descrever um certo grupo sem realizar interferências Detalhar as características dos dados coletados: (1) Determinar uma medida de tendência central (2) Determinar uma medida de dispersão (3) Escolher a melhor forma de representação gráfica Variáveis categóricas São expressas através de números absolutos e percentuais – (n%) Pode utilizar o IC de 95% para estimar a precisão dos resultados. o O IC tá relacionado a um termo central (1) Medidas de tendência central É um único valor que tenta descrever as características de um conjunto de dados, identificando uma posição central deste conjunto. Definição Vantagens Desvantagens Tipo de variável aplicável Média Média aritmética de um conjunto de dados Reflete todos os valores É influenciada pelos valores extremos Contínua discreta Mediana É o valor que ocupa a posição central do conjunto (valores em ordem crescente) Menos sensível a valores extremos Difícil de ser determinada Não engloba todos os valores da amostra Contínua discreta Moda É o valor que aparece com maior frequência em uma distribuição Representa um valor mais frequente Não possui representatividade Não é utilizada na Bioestatística Contínua discreta Categórica ordinal Tipos de variáveis Quantitativa ou numérica Discreta (valores inteiros) Idade, peso, altura, colesterol Contínua Nº de filhos Qualitativa ou categórica Nominal Grupo Sanguíneo Ordinal Leve/Moderado/ Severo Dicotômica Homem/Mulher Drogra/Placebo Morreu/Sobreviveu May Freitas (Habilidades Gerais V) (2) Medidas de dispersão É a medida que determina a variabilidade do conjunto. As principais são: amplitude, intervalo interquartil e desvio padrão. Amplitude É a diferença entre o valor mínimo (menor valor) e o valor máximo (maior valor) Não mede bem a variabilidade pois só utiliza os dois valores extremos. Intervalor interquartil Quartil – porção que divide um conjunto em 4 partes iguais. Entre essas quatro partes vamos ter 3 sessões, que vamos chamar de 1º, 2º e 3º quartil. EXEMPLIFICANDO: Conjunto P =1,2,3,4,5,6,7,9,10 1 2 3 4 6 7 9 10 1º Q 2º Q 3º Q 1º Q = 2+3/2 = 2,5 (delimita 25% da amostra) MEDIANA É O SEGUNDO QUARTIL = 5 (delimita 50% da amostra) 3º Q = 7+9/2 = 8 (delimita 75% da amostra) Intervalo IQ = Q3-Q1 = 5,25 Desvio Padrão É uma medida de variabilidade Para calcular o DV, primeiro calcula a variância O DV é raiz quadrada da variância Repare que no cálculo da variância temos a média, e o que isso quer dizer?? QUE O DESVIO PADRÃO ESTÁ INTIMAMENTE ASSOCIADO A MÉDIA 5 MEDIANA Formas de apresentação May Freitas (Habilidades Gerais V) AVALIAÇÃO DA NORMALIDADE – Variáveis numéricas Avaliação da distribuição dos eventos, vamos classificar em distribuição normal e não normal. Como avaliar normalidade: Observar histograma Observar o tamanho do Desvio Padrão Observar diferença entre média e mediana Skewness o Simetria do gráfico Kurtosis o Achatamento do gráfico Testes estatísticos Estatística descritiva Distribuição normal ou paramétrica Distribuição não normal ou não paramétrica– influenciada por valores extremos Distribuição não normal ou não paramétrica – influenciada por valores extremos Seria uma distribuição perfeita, o que na análise estatística real, geralmente não acontece. Kolmogorov-smirnov – adequada para amostras grandes (> 50 pessoas) Shapiro-wilk - – adequada para amostras pequenas (< 50 pessoas) May Freitas (Habilidades Gerais V) (1) Curva normal Média, mediana e moda coincidem e a curva é semelhante a curva Gaussiana. Características da distribuição Normal: Concentração de valores em torno de um valor central Simetria em torno do valor central Frequência pequena de valores muito extremos (2) Curva não normal Tamanho do desvio padrão Desvio padrão pequeno em relação a média; Não existe regra para avaliar o DP, mas usa-se o seguinte: você vai lá na tabela e encontra o valor da média, se: DP for < que 50% do valor da média essa distribuição é normal DP for > que 50% do valor da média essa distribuição é não normal Outra análise: Média próxima da mediana (Use seu bom senso para analisar) Valores próximos: distribuição normal Valor-p 5% dos casos fogem da ideia de normalidade May Freitas (Habilidades Gerais V) Simetria Skewness avalia a simetria do gráfico (apiculamento) Na Distribuição normal Valor zero = simetria absoluta (na realidade não existe) Na distribuição normal Valor positivo = cauda do gráfico vai estar para direita: mediana < média Valor negativo = cauda do gráfico vai estar para esquerda: mediana > média Quanto maior ou menor esse valor, maior vai ser a assimetria do gráfico Kurtosis avalia o achatamento do gráfico Valor <1 Apiculamento Valor = 1 altura perfeita Valor >1 Achatamento Interpretação de Skewness e Kurtosis Valor de Skewness e Kutosis entre 5 e -5 = normalidade Testes de normalidade Kolmogorov-smirnov adequada para amostras grandes (> 50 pessoas) Shapiro-wilk adequada para amostras pequenas (< 50 pessoas) Você usa o valor-p para analisar Nula: não há variabilidade Amostra normal (>0.05) Alternativa: há variabilidade Amostra não normal (<0.05) n = 186 May Freitas (Habilidades Gerais V) Normal Não normal Paramétrica Não-paramétrica Média Mediana Desvio Padrão Intervalo inter-quartil
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