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Metabolismo de proteínas Desnutrição carencial infantil Políticas públicas contra fome Proteínas são fundamentais para o funcionamento do corpo (corpos cetônicos, enzimas, funções estruturais, RNA/DNA, enzimas…) Formado por aminoácidos (grupo amina+carboxila), quando há ligação de mais de 50 aa Aminoácidos excedentes não são armazenados como aa ou proteína, e sim como glicose ou gordura no fígado (necessário na gliconeogênese) Existem alguns essenciais (alimentação) e não essenciais 10-15% do gasto energético vem da proteína 70g/dia de proteína proveniente da alimentação Envolvimento de diversos hormônios que podem aumentar ou diminuir a síntese de proteínas: tiroxina, insulina, hormônio de crescimento, estrogênio, testosterona… Digestão . Estômago - pepsina e HCl (estimulado por gastrina) 10-20% da digestão Desnaturação - quebra de pontes de hidrogênio . Duodeno - suco pancreático e suco entérico . Intestino - Absorção pelos enterócitos a quantidade absorvida vai depender do local, pH… Necessita de carreadores para o transporte (gasta ATP) As proteínas são quebradas até o menor tamanho para a entrada na célula Proteínas importantes do plasma: albumina, globulina, fibrinogênio OBS: não é toda proteína que é digerida e/ou absorvida Metabolização . Processos - transaminação (I), desaminação (II), ciclo da ureia (III) Transporte de amônia é feita por alanina e glutamina (músculo -> fígado) Amônia é tóxica Excreção de cerca de 30g de ureia por dia na urina Doenças hepáticas - acúmulo de amônia - encefalopatia hepática e outras consequências Sobrecarga de proteína - sobrecarga dos rins Aminoácidos podem ser glicogênico ou cetogênicos Digestão e metabolização das proteínas EPIDEMIOLOGIA DESNUTRIÇÃO Mais comum em crianças até 5 anos em países em desenvolvimento Uma das principais causas de morte Maior risco nos 1000 primeiros dias de vida (a partir da gestação) 95% da população desnutrida está nos países subdesenvolvidos Relacionado com: baixo peso ao nascer, infecções recorrentes ao longo da vida, evasão escolar, baixa estatura e intelecto Fatores de risco: alimentação com baixo teor calórico, pobreza, infecções, desestruturação familiar, estado nutricional materna, prematuridade, restrição do crescimento fetal, desmame precoce Nordeste tem maior índice de desnutrição 15-60% dos pacientes internados em terapia intensiva; 15% já entra no hospital com desnutrição No mundo: índices caíram de 40% para 26% (África continua alto 36%) 33% hipovitaminose Consequências: debilidade física, baixo intelecto, emagrecimento,alterações orgânicas OBS: cuidado com obesidade Primeira resposta à baixa ingestão - diminuição do metabolismo para menor gasto calórico - redução de todos os processos que necessitem de energia - hipotireoidismo Frágil equilíbrio homeostático no desnutrido Ciclo: diminuição da motilidade do TGI e de enzimas que reduz digestão e absorção de nutrientes Redução do funcionamento das bombas de sódio/potássio - comprometimento de todos os órgãos (+coração) Distúrbio hidroeletrolítico Hormônios envolvidos: +cortisol, catecolaminas, hormônio de crescimento Baixa ingesta de proteínas -> baixa da imunidade -> infecção -> citocinas (catabolismo e anorexia) Comprometimento renal - insuficiência ^renina e aldosterona (retenção de sódio) Comprometimento das funções sexuais Resistência insulínica CAUSA . Primária - relacionado à insegurança alimentação . Secundária - doença de base prejudicando a digestão e/ou absorção dos nutrientes . Terciária - iatrogênica, em âmbito hospitalar TEMPO . Aguda . Crônica GRAVIDADE . Leve, moderada e grave APRESENTAÇÃO CLÍNICA . Marasmo . Kwashiorkor . Kwashiorkor-marasmático Condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um mais nutrientes essenciais (macro e micro), como proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídios, sais minerais. ≠caquexia≠sarcopenia≠fragilidade CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA Anamnese . Antecedentes neonatais, nutricionais, aspectos psicossociais, condições de saneamento, presença de doenças associadas . Infecções de repetição - imunidade . Aleitamento materno!! Qual a dieta da criança? Recordatório de 24h . Perda de peso . Histórico de diarreia Exame físico . IMC, medidas antropométricas (circunferência braquial, peso, estatura) . parâmetros importantes: pesoXestatura (score z), pesoXidade . Sinais vitais! Laboratório . Hemograma, eletrólitos, albumina, transferrina, micronutrientes, glicemia… . Pesquisa de desequilíbrio ácido-básico . Parasitológico de fezes . Descartar comorbidades, principalmente infecções -> facilidade de sepse . Checar desidratação Critério de gravidade OMS (aguda grave): . CB<11,5cm, score z <-3dp, edema em pés DIAGNÓSTICO - o tratamento de desnutrição leve e moderada pode ser feito ambulatorialmente - Feito em 10 passos no hospital I ESTABILIZAÇÃO . Maior índice de morte . Tratar distúrbios metabólicos (hipoglicemia!), infecções, doenças associadas, estabilizar hemodinamicamente . Controle de líquidos, osmolaridade, sódio e lactose . introdução alimentar lenta e gradual (pouca quantidade muitas vezes ao dia) . Teste de alimentação - define se o tratamento pode ser oral . 75kcal/100ml e 0,9kg/100ml de proteína . Considerar sonda p/ alimentação e fórmulas especiais II REABILITAÇÃO . Recuperação de peso, monitoração do paciente . aumento da oferta alimentar e suplementação de micronutrientes (ferro, zinco, ácido fólico, cobre, vitaminas) III ACOMPANHAMENTO . Orientação familiar, monitorização do desenvolvimento do paciente OBS: Síndrome de realimentação sobrecarga de líquidos + déficit electrolítico + hiperglicemia + arritmia + diarreia Morbi/mortalidade vai depender da gravidade do caso Mortalidade de ≈20% (se grave), maior nos primeiros dias de tratamento Causas principais: sepse, broncopneumonia, gastroenterite Mau prog: consciência prejudicada, icterícia, petéquias, hiponatremia, diarreia persistente Bom prog: resolução de apatia, edema e anorexia Lembrar das consequências a longo prazo: menor desenvolvimento intelectual e estrutural PROGNÓSTICOTRATAMENTO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Infecções Sepse Neoplasia Alergia e intolerância alimentar Desidratação Doenças gastrointestinais Existem várias tabelas e scores Objetivo maior: diagnosticar mais precocemente Critério de Gomez - pesoXidade, percentil 50 Waterlow - pesoXestatura e estaturaXidade KWASHIORKOR MARASMO Falta de fontes de energia Pode ser causada por baixa ingesta ou aumento do metabolismo Acomete mais crianças <12 Meses Tipo mais comum (+nordeste) Tem um curso mais insidioso Apresentação clínica . Emagrecimento visíveis - perda de tecido subcutâneo . Pele fina . Apetite preservado - sinais de fome . irritabilidade . Abdômen distendido - enfraquecimento da musculatura e gases . Face emagrecida (bolsas de Bichat) . Alteração no crescimento - facilmente identificar - circunferência braquial no exame físico . Hipoalbuminemia Deficiência dietética de proteína e micronutrientes (vitaminas, ferro,zinco, magnésio) Acomete mais crianças de 2 anos (”1º filho") Mais comum no região Norte do Brasil De forma aguda, há um maior comprometimento de órgãos Apresentação clínica .Edema - hipoalbuminemia e extravasamento de líquido (fragilidade celular); manifestação clínica mais comum; mais em MMII e depois “sobe” para mãos, face ->anasarca . Alteração de pele (dermatose), alt no cabelo (alopecia, sinal da bandeira, mudança na cor, quebradiço) . Abdômen distendido - Hepatomegalia (esteatose) e ascite . Face de lua . Alterações comportamentais - apatia, desinteresse . Anemia - ferro, ácido fólico, má formação de hemácias . Alteração neurológica - sinapses reduzidas . Hipoalbuminemia mais severa <2,8 A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria dascondições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. É importante garantir a melhoria socioeconômica da população Estímulo ao aleitamento materno (orientação, questões trabalhistas) Acompanhamento nutricional de crianças pelo Bolsa Família Vigilância alimentar Suplementação de micronutriente (ferro,vitamina A, ácido fólico) Política da merenda escolar Associação com instituições como ONGs, Pastoral da Criança Orientação nutricional para as famílias, desde o acompanhamento gestacional Bancos de leite Rede cegonha - acompanhamento pós parto Programa Fome Zero Mais comum em países desenvolvidos, principalmente em idosos institucionalizados Causas: pobreza, abuso de drogas e bebida alcoólica, doenças neurológicas, infecciosas, oncológicas, depressão, transtornos alimentares, alimentação desbalanceada, comorbidade com obesidade, alguns medicamentos que reduzem a fome e absorção de nutrientes, doenças orgânicas (cardíacas, pulmonares), pós-bariátricos sem suplementação, traumas, grandes queimaduras, longas internações hospitalares, dietas restritivas Aumenta morbi/mortalidade (+idosos) POLÍTICAS DE COMBATE À FOME DESNUTRIÇÃO NO ADULTO
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