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Infecção do trato urinário em pediatria

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Joëlle Moreira - Turma 05
Pediatria
Infecção do trato urinário
INTRODUÇÃO:
>> O rim em formação é muito propenso a perder algumas partes depois de casos repetir os de infecções urinárias. Até 50% de qualquer infecção do trato urinário pode acarretar em cicatrizes, que significam partes não funcionantes nos rins (para o resto da vida).
Historicamente, as ITU de repetição na primeira infância são as principais causas de insuficiência renal crônica e HAS na fase adulta. Assim, saber diagnosticar ITU de repetição na infância é de extrema importância para evitar esse prognóstico.
EPIDEMIOLOGIA:
· Picos de incidência:
· 1° ano de vida: meninos > meninas (5:1) ⤍ malformações grosseiras do aparelho excretor 
> 1 ano: meninas > meninos (10:1)
· 5 anos ⤍ treinamento do toalete: autonomia para o uso do banheiro (as meninas tendem a prender a urina e ainda não saberem como fazer a higiene adequada)
· Início da atividade sexual
· Recorrência: 
· 70% em meninas 
· 25-30% em meninos
DEFINIÇÕES:
Infecções altas: Pielonefrite ⤍ Febre! 
Infecções baixas: Cistite (bexiga)
ETIOPATOGENIA: 
Normalmente as bactérias que infectam o trato urinário são aquelas que advêm do material fecal (saem do intestino e colonizam o períneo). 
Mecanismos:
· Hematogênico: Sepse neonatal advinda da via transplacentária. 
· Via ascendente: períneo ⤍ uretra (uretrite) ⤍ bexiga (cistite)⤍ uréter (ureterite) ⤍ hilo renal (pielite) ⤍ rim (Pielonefrite)
· Essa ascensão para dentro dos rins se dá por um processo chamado de refluxo intra parenquimatoso. 
 
PROTEÇÃO X RISCO:
Fatores de proteção:
· Micção em jato: mecanicamente, esse processo tende a eliminar qualquer bactéria que tenha chegado no trato urinário. Além disso, o pH da urina também não é propício para a colonização bacteriana, o que contribuiu para que não haja a proliferação bacteriana. Os fagocitos, também presentes na urina, são fatores que contribuem para a proteção. Assim: HIDRATAR o paciente ⤍ ⇡ Micção. 
Fatores de risco:
· Sexo feminino ⤍ uretra mais curta e anteriorizada + proximidade com o ânus 
· Obstrução anatômica ou funcional ⤍ retenção de urina ⤍ torna-se um meio de cultura 
· Treinamento de toalete ⤍ resíduo miccional
· Constipação intestinal ⤍ uma grande massa fecal pode obstruir os ureteres 
· Refluxo vesicoureteral primário (40%) ⤍ ocorre nos primeiros 5 anos de vida, tendo resolução espontânea após esse período (quando ela deixa de ser um órgão pélvica e se torna um órgão abdominal). Ele ocorre em decorrência de uma condição que tem uma alteração na angulação da entrada do ureter na bexiga [oblíquo (normal) ⤍ 90°]. Isso tem como consequência o fato de que o fluxo da urina não é mais unidirecional e acaba ascendendo. 
ETIOLOGIA:
· Escherichia coli (70%) ⤍ Fatores de risco:
· Fímbrias e pilis ⤍ aderência maior a mucosa do parede excretor, o que impede a ação de defesa do ato miccional 
· Proteus ⤍ Fatores de risco 
· Meninos não circuncidados
· Germe produtor de urease ⤍ urina mais alcalina ⤍ produção de cristais de fosfato triplo 
· Outros gram-negativos: Klebsiella e Pseudomonas ⤍ principalmente por infecções nosocomiais 
· Gram-positivos: Enterococo (pensar em casos de infecção muito grave) e Staphylococcus saprophyticus 
· Vírus: Adenovírus (sorotipos 11 e 21) ⤍ hematúria macroscópica indolor (cistite hemorrágica aguda) sem outro sinal de gravidade 
· Fungos: Candida ⤍ nosocomial ou comunitária
TRATAMENTO:
· Cistite: TTO ambulatorial (3-5 dias) ⤍ E. coli ⤍ sulfametoxazol-trimetoprim; nitrofurantoína; cefalexina; amoxicilina-clavulanato; ácido nalidíxico.
· Pielonefrite: 
TTO hospitalar para: 
· Paciente < 1 mês ⤍ sepse
· Pielonefrite grave ⤍ paciente toxemiado, desidratado, sinais de comprometimento do estado geral 
· Falha terapêutica ⤍ sem regressão após 48-72h ou piora 
Ampicilina + aminoglicosídeo (neonatos) OU ceftriaxona (> 28 dias)
TTO ambulatorial: (14 dias)
· Ceftriaxona (IM)
· Cefixima
· Ciprofloxacina (> 17 anos)
· AAP: Cefalexina (lactente), cefuroxima, amoxicilina-clavulanato (pré-escolar e escolar) e sulfametoxazol-trimetoprim.

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