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Períodos de Descanso do Trabalho

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PERÍODOS DE DESCANSO DO TRABALHO:
O descanso do trabalho tem o seu apoio no art. 24 da DUDH que afirma: “Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas”. É uma proteção que visa a saúde laboral e a integridade física do trabalhador.
O ordenamento jurídico oferece ao empregado 5 tipos de intervalos para descanso: os intrajornadas, interjornadas, intersemanais, episódicos e anuais. 
Intervalos intrajornadas: 
São os intervalos concedidos dentro de cada jornada laboral, para repouso e/ou alimentação ou por contas de exigências impostas pelas normas de segurança e de medicina do trabalho.
Em relação aos intervalos para repouso e/ou alimentação, estes são outorgados de acordo com o número de horas de cada jornada. O direito trabalhista impõe uma divisão de parâmetros para os intervalos urbanos e rurais:
A sistemática urbana adota o disposto no art. 71 da CLT: 
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. 
Existe uma previsão contida no §3º do art. 71 que permite a redução desse limite mínimo de 1 hora por ato do Ministro do Trabalho e do Emprego, desde que observem as exigências do órgão incumbido da Segurança e Saúde do Trabalho. O art. 611-A, III da CLT impõe um limite nessa redução:
Art. 611-A.  A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas
O limite máximo de 2 horas de descanso também pode ser extrapolado. A interpretação da parte final do art. 71 nos informa que o acordo escrito ou a convenção coletiva permitem essa extensão, que em regra, é proibida. O legislador, ao utilizar a expressão “acordo escrito” e não “acordo coletivo”, abre espaço para que o mero acordo escrito entre empregado e empregador permita tal extensão. A Súmula 118 do TST corrobora com esse entendimento: 
Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada 
Para a sistemática dos trabalhadores rurais, em qualquer trabalho contínuo de duração superior a 6 horas será obrigatória a concessão de um intervalo mínimo de 1 hora para repouso e/ou alimentação, observados os usos e costumes da região. Não existe previsão de concessão de intervalos para jornadas inferiores a 6 horas. 
Outro detalhe importante de destaque para os trabalhadores urbanos (celetistas), é o seu horário noturno reduzido, e por conta do sistema de proteção ao trabalhador, isso não acarreta na redução proporcional do seu intervalo visto que, uma vantagem não irá neutralizar a outra. Os trabalhadores urbanos, apesar de beneficiados com uma carga horaria de trabalho noturno diminuído, ainda aproveitam os intervalos intrajornadas de forma integral. 
Os intervalos intrajornadas não são computados na duração de trabalho. No caso dos bancários existe até mesmo uma Orientação Jurisprudencial do TST nº 178 (SDI-1) que diz não ser computável o intervalo de 15 minutos do bancário sujeito a 6 horas de trabalho diárias. 
A supressão do intervalo intrajornada, a partir da vigência da Lei n. 13.467/2017 (da Reforma Trabalhista), passou a implicar apenas no pagamento do período suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, §4º). Antes da alteração deste dispositivo, e de acordo com o entendimento da Súmula 437, I do TST, essa não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo implicava no pagamento total (integral) do período correspondente, ainda que o empregado usufruísse de algum tempo de intervalo. Outra mudança de entendimento está na natureza do pagamento, que antes era remuneratória (entendimento do TST) e agora passou a ser indenizatória. 
No caso em que o intervalo intrajornada seja interrompido pelo empregador para atender às necessidades do serviço, há o entendimento de que o intervalo é inexistente. É o exemplo dos porteiros, recepcionistas e vigilantes que não podem sair de seus postos, e durante os seus pseudointervalos, não usufruem plenamente do repouso e da alimentação.
Os intervalos outorgados para proteção contra doenças ocupacionais são legalmente impostos para fins de preservação da saúde ocupacional do trabalhador (não sendo deduzidos da jornada). Exemplo do art. 72 da CLT: 
Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de noventa minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de dez minutos não deduzidos da duração normal do trabalho 
Por analogia, o TST, na sua Súmula 346, equipara os digitadores aos trabalhadores nos serviços de mecanografia, conferindo a aqueles o direito a intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalhos consecutivos. A CLT também indica outros intervalos legalmente impostos com a finalidade de preservar a saúde ocupacional do trabalhador no art. 253 (para empregados em serviços frigoríficos) e no art. 298 (para empregadores em minas do subsolo). Os intervalos nesses exemplos serão computados na duração de trabalho efetivo. 
A supressão desses intervalos outorgados justifica a aplicação analógica do que está disposto no art. 71, §4º da CLT e estabelecera uma presunção de culpabilidade contra o empregador no caso em que o empregado tenha efetivamente contraído alguma moléstia ocupacional, portanto, a não concessão ou concessão parcial do intervalo poderá embasar uma pretensão de pagamento indenizatório por danos materiais e/ou morais sobre a égide do art. 7º , XXVIII da CF: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Intervalos interjornadas (ou entre turnos):
São os intervalos concedidos entre uma e outra jornada laboral de forma a reestabelecer o estado físico e mental do empregado. Conforme ao que dispõe o art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. Se um empregado conclui as suas atividades às 22 horas de um dia, ele só poderá retornar as suas atividades às 9 horas do dia seguinte. No caso de o empregador exigir o retorno do empregado ao serviço antes do término desse intervalo, ele assume o ônus de remunerar a perda do tempo destinado ao descanso, mediante aplicação análoga do §4º do art. 71 da CLT. Assim dispõe a OJ 355 da SDI-1 do TST:
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. 
A supressão ou fracionamento do intervalo interjornadas pode acarretar, além dos efeitos econômicos, a responsabilização do empregador por eventuais danos causados à saúde do empregado. 
Intervalos intersemanais (ou hebdomadários):
São os períodos de descanso outorgados entre uma semana e outra de trabalho. Também conhecidos como repousos semanais remunerados (RSR) ou descansos semanais remunerados (DSR). 
Os descansos semanais remunerados estão previstos na Constituição como direito social universal que abrangem servidores públicos (art. 39, §3º) e trabalhadores urbanos, rurais e domésticos (art. 7º, XV e § único). Esse repouso semanal recai preferencialmente (não necessariamente) nos domingos. O art. 6º da Lei n. 10.101/2001 dispõe:
Art. 6º Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislaçãomunicipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva. 
OBS¹.: O art. 30, I discorre sobre a competência do Município de legislar sobre assuntos de interesse local. 
OBS².: O motivo de os legisladores se referirem tanto ao domingo como dia preferencial ao descanso se dá por conta da tradição católica do povo brasileiro. 
Existe uma certa confusão acerca da exigibilidade de prestação de trabalho aos domingos com a possibilidade de abertura do comércio nestes dias. Enquanto a primeira situação é permitida para o empregador por intermediação sindical com o empregado, a segunda situação é de competência municipal em conformidade com as normas que disciplinam as posturas locais, vide art. 30, I da CF e as Súmulas Vinculantes 419¹ e 645² do STF:
1. Os Municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
2. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
O entendimento é que, já que os Municípios tem a competência legislativa para fixar o horário de funcionamento do comércio, por interpretação lógica, eles têm competência para não fixar qualquer funcionamento em dia específico de semana (notadamente domingos e feriados). No entanto, o empregador está autorizado a receber a prestação de serviço de seus funcionários internamente, em qualquer dia de semana, mesmo naqueles proibidos por lei municipal, desde que não abra as portas ao público externo.
Em relação a periodicidade e a regularidade dos intervalos semanais, estes serão concedidos a cada 6 dias de trabalho, na base de 14 horas consecutivas e respeitando os intervalos interjornadas: 
Assim, se um empregado encerra suas atividades às 21h do sábado, somente lhe será exigível novo serviço a partir das 8h de segunda feira. Perceba-se que haverá aí um necessário interstício de trinta e cinco horas. 35 horas = 11 horas do interjornadas + 24 horas do intersemanais (MARTINEZ, CURSO DE DIREITO DO TRABALHO, 2020, p. 807).
O TST editou uma OJ para deixar claro as consequências de conceder os repousos semanais fora do tempo adequado:
Orientação Jurisprudencial 410 da SDI-1 do TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.
O trabalhador tem o direito de receber em dobro o seu RSR intempestivo no devido tempo.
Os empregados que trabalham em regimes de 12 horas de trabalho por 36 horas de folga (Regime 12x36) tem garantido o direito ao repouso semanal remunerado: 
O primeiro quadro representa o sistema de compensação de horários no regime 12x36. 
O segundo quadro mostra que, ao deslocar as 4 horas excedentes de cada dia, haverá um dia inteiramente livre de trabalho, destinado integralmente ao descanso. 
 
O terceiro quadro mostra que na semana seguinte haverá uma carga menor de trabalho que, em tese, compensaria a existência de eventual feriado. 
Apesar disso, a Elevada Corte trabalhista posicionou-se no sentido de que os feriados trabalhados no regime 12x36 deverão ser remunerados em dobro, conforme expressaram na sua Súmula 444. Seguindo o entendimento do art. 59-A, §2º da CLT, os intervalos para repouso e alimentação poderão ser observados ou indenizados, ou seja, elas podem ser efetivamente “seguidas” ou caberá ao empregador o pagamento da hora não usufruída de repouso e alimentação. Adendo que, desde o advento da reforma trabalhista de 2017, a Súmula 444 perdeu a sua eficácia e o §2º do art. 59-A da CLT foi revogado.
Feriados:
Os feriados são entendidos como intervalos periódicos. Eles acontecem sem periodicidade definida. Durante o seu transcurso, não se impõe realização de trabalho. A outorga desses intervalos se baseia em motivos civis e religiosos e podem ser observados no art. 70 da CLT (grifo nosso): 
Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos termos da legislação própria 
E na parte final do art. 1º da Lei n. 605/49 (grifo nosso):
Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local
A Lei n. 9.093/1995 define como feriados civis e religiosos:
Art. 1º São feriados civis:
I - os declarados em lei federal;
II - a data magna do Estado fixada em lei estadual.
III - os dias do início e do término do ano do centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal.
Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão.
Por força da Lei n. 11.324/2006, o direito de folgas em feriados civis e religiosos se estendem para os trabalhadores domésticos. Acerca do art. 6º-A da Lei n. 10.101/2000, entendemos que:
É importante observar que essa norma somente tem atuação no campo das atividades do comércio em geral e, ainda assim, desde que autorizado este trabalho por negociação coletiva, limitada em qualquer caso pela legislação municipal que disciplina os lugares onde o comércio pode funcionar em dias feriados (MARTINEZ, CURSO DE DIREITO DO TRABALHO, 2020, p. 818).
Caso haja supressão de folga em feriado, o empregador deverá remunerar em dobro nos termos do art. 9º da Lei n. 605/49. Apesar de o mencionado dispositivo tratar apenas de feriados, esse tratamento foi estendido pela jurisprudência para todos os dias destinados ao descanso, por meio da Súmula 146 do TST: 
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
Intervalos anuais:
Os intervalos anuais são as chamadas férias. Estes podem se dividir em férias individuais e férias coletivas.

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