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Criação Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. BOVINOCULTURA DE CORTE – FASES DE PRODUÇÃO As fases da produção de bovinos de corte consistem em: Cria, Recria e Engorda. Diferente da produção de leite, a produção de carne é realizada em ciclos parciais, ou seja, nem sempre a mesma propriedade é responsável por todas as fases de criação. Alguns produtores trabalham só com cria, outros com cria e recria e assim sucessivamente, dependendo do poder aquisitivo ou de quantidade de terras possuída pelo produtor. Isso ocorre na maior parte da produção de bovinos de corte realizada no Brasil. Cria Nesta fase encontram-se todos os animais de reprodução (matrizes, machos reprodutores, gestantes) fêmeas paridas com cria ao pé e crias até o desmame. O que determina o desmame na fase de Cria está diretamente relacionado com a idade dos animais que, no Brasil, ocorre de 6 a 8 meses. Entretanto, como o desmame tem relação com a idade, podemos imaginar que numa mesma propriedade haverá animais com pesos muito heterogêneos, mesmo tendo a mesma idade. Isso pode ser influenciado por manejo alimentar que é feito pelas mães, logo a quantidade de leite produzida por ela é essencial na nutrição de sua cria. Além disso, a suplementação das crias com alimento concentrado também pode influenciar no ganho de peso dos animais. A genética está intimamente ligada ao ganho de peso dos animais assim como o sexo já que os machos ganham mais peso e desmamam mais pesados do que as fêmeas. Recria A Recria é a fase que recebe os bezerros desmamados, com pesos variados, mesmo tendo, em média 7 meses de idade e Criação Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. mantém esses animais até que eles atinjam um peso vivo fixo (PVF) entre 350 a 400kg que corresponde ao peso de maturidade sexual das fêmeas que, ao atingirem esse peso, voltam ao setor de cria para serem matrizes, atuando como fêmeas de reposição. Para os machos o peso de 350 a 400kg corresponde ao peso de “boi magro” que corresponde ao peso em que os animais vão para o setor de engorda. O tempo em que os animais irão permanecer no setor de Recria depende inteiramente do manejo alimentar oferecido a eles, impactando no ganho mais rápido de peso e, consequentemente, na saída de forma mais precoce. O objetivo da Recria é que tenha o menor período possível para que os machos sejam destinados a Engorda com menos idade e as fêmeas sejam matrizes o quanto antes para que tenha uma maior vida reprodutiva. Engorda Engorda é a fase que recebe os machos com peso de “boi magro” e mantém esses animais até que eles atinjam o peso comercial de “boi gordo” que é de 450 a 520kg de peso vivo. O que determina o peso de ida ao abate é o mercado frigorífico. O tempo para atingir esse peso depende do manejo alimentar oferecido aos animais. Concluímos então que a produção de carne no Brasil se dá com animais com peso padronizado, porém com idades diferentes. Isso acaba influenciando no padrão de carne produzida, por isso os valores de carne são tão variados. Esse é um grande desafio no nosso país já que buscamos um padrão tanto para peso quanto para idade. Recapitulando... A fase de Cria envolve todo o manejo de reprodução, gestação das fêmeas que irão parir, aleitar suas crias ao pé, de maneira natural e esse animal nascido irá se manter com suas mães até a desmama, que, no Brasil se faz com base na idade. Na Recria, os animais chegam com média de 7 meses, com pesos variados. Se mantém até os 350 a 400kg que corresponde a maturidade sexual de fêmeas que serão destinadas a reposição das matrizes no setor de Cria e, para os machos, esse peso corresponde ao peso de “boi magro” fazendo com que sejam destinados ao setor de Engorda. Na Engorda chegarão os machos que irão ganhar peso até atingirem o Criação Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. peso de “boi gordo” determinado pelo frigorífico, sendo o peso ideal para abate. Sistemas de Produção de Bovinos de Corte Na fase de Cria, o sistema de produção é a pasto, de preferência intensivo. Assim como na Recria. Já no setor de Engorda há a possibilidade de pasto, confinamento e semiconfinamento, mas é majoritariamente a pasto. Não podemos esquecer que no Brasil há duas fases muito distintas no nosso clima. São elas: Fase das águas: corresponde a primavera e verão e é a fase em que há maior incidência luminosa e de chuva fazendo com que as forrageiras cresçam mais e tenham melhor qualidade. Fase de seca: corresponde ao outono e inverno e é a fase de menor incidência luminosa, com menos chuva fazendo com que as forrageiras cresçam menos e tenham menor qualidade. Embora haja duas fases, a necessidade dos animais são as mesmas, logo deve haver um ajuste de manejo em condição às mudanças climáticas. Na imagem acima vemos animais criados a pasto recebendo suplementação de concentrado em razão da baixa qualidade de forrageira. O Brasil sempre foi visto como um país PRODUTOR DE BOI em que há baixa exigência na aplicação de tecnologias. Atualmente, vivemos em um paradigma já que há o requerimento de melhora no perfil desses produtores, fazendo com que sejam PRODUTORES DE CARNE em que há uma alta exigência do mercado em relação à padrão e qualidade como vemos na Argentina e Austrália. Nesses países há um perfil genético de excelência e há sistemas em que o abate dos animais é feito com eles ainda jovens e padronizados. Consequentemente, a carne será de maior qualidade. No Brasil, embora haja um peso comum para abate, não há um perfil genético definido em função da variedade de Criação Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. cruzamentos além de haver muitos animais e suas idades serem muito variadas. A tendência e realidade atual é a busca de projetos integrados visando a possibilidade de produção de carne com marca, com trabalhos em ciclos completos (Cria, Recria e Engorda) para que haja maior controle do padrão e constância. Para os produtores que conseguem abater seus animais mais jovens e padronizados há um pagamento diferenciado, por isso, o que estamos almejando é que sejamos produtores de carne e não somente de bois. Quanto tempo a vaca dá leite? As vacas leiteiras têm uma persistência de lactação média de 305 dias, além disso, produzem também mais leite. Já as vacas de corte têm persistência de lactação de até 240 dias e em menor quantidade já que produzem leite apenas para suas crias.
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