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Influência dos filósofos para a Administração

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Influência dos Filósofos para a Administração
A Administração recebeu enorme influência da Filosofia. Durante os séculos que vão da
Antiguidade até o início da Idade Moderna, e voltou-se para uma variedade de preocupações que
nada tinham a ver com problemas administrativos. Muitos princípios da Administração, como o da
divisão do trabalho, da ordem e do controle surgiram por meio dos pensamentos filosóficos da
época. O conhecimento filosófico se torna imprescindível para conhecermos as coisas que nos
rodeiam. Os executivos de uma empresa assumem posturas filosóficas, os religiosos, os políticos, os
rockeiros, os ecologistas, os sindicalistas e assim por diante, quer os próprios agentes tenham
consciência disso ou não. Em suma, a filosofia está presente na existência humana e sua utilização
permite ao ser humano pensar com clareza, refletir mais profundamente sobre suas ações.
Os filósofos buscam constantemente soluções para os problemas que o correm em seu
meio podendo ser externo ou até mesmo interno. Eles buscaram em sua época o que as organizações
buscam constantemente: planejamento, organização das tarefas, direção e controle, porém vemos
que em um período não tão globalizado, houve mais resultados positivos do que muitas empresas
que existem hoje em dia. 
Merece referências a influência dos filósofos gregos, como Platão (429 a.C. 347 a.C.)
discípulo de Sócrates, e Aristóteles (384 a.C. 322 a.C.), discípulo de Platão. Ambos deixaram
contribuições para o pensamento administrativo do Século XX. Platão preocupou-se com os
problemas de natureza política e social relacionados ao desenvolvimento do povo grego. Aristóteles
impulsionou o pensamento da Filosofia e no seu livro Política estudou a organização do Estado.
Platão (428 – 347 a.C), filósofo grego, nasceu em Atenas e se destacou entre os
pensadores mais influentes da civilização ocidental. Platão foi um brilhante escritor e filósofo. Seus
diálogos abordaram praticamente todos os tópicos que vieram a ser discutidos por filósofos que se
seguiram a ele. Suas obras fazem parte da mais reconhecida literatura mundial. Platão nasceu em
uma família aristocrata de Atenas. Desde jovem, Platão tinha ambições políticas, mas logo se
decepcionou com a liderança política de Atenas. Platão se tornou discípulo de Sócrates, seguindo
sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de perguntas,
respostas e mais perguntas. Seu professor, Sócrates, não escreveu seus ensinamentos. Platão, como
discípulo de Sócrates, escreveu muito dos ensinamentos que lemos dele. Porém, nos diálogos,
Platão faz do personagem Sócrates porta-voz de seus próprios pensamentos, de modo que é difícil
estabelecer quais são os ideais de Platão e quais são os de Sócrates. Os ensinamentos de Platão
foram escritos em forma de dialogo, de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. A parte
central da filosofia de Platão é a teoria das formas, ou o mundo das ideias. A República é a maior e
mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca na questão de justiça: Como é um Estado
justo? Quem é um individuo justo? Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por
mérito. Platão divide o estado ideal em três classes: a classe dos comerciantes, a classe dos militares
e a classe dos filósofos-reis. Os filósofos-reis são encarregados de governar o país. As classes não
são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela pessoa. Com maior nível
de educação a pessoa se pertence à classe dos filósofos-reis.
Filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os problemas políticos e sociais
decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra a República, expõe a
forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos. (CHIAVENATO, 2000).
Por ter estudado uma variada gama de assuntos, e também por ter sido um discípulo que em muito
sentidos ultrapassou seu mestre, Platão é conhecido também como o “filósofo”. Na filosofia
aristotélica a política é o desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade, compõem a unidade
do que Aristóteles chamava de filosofia prática. Se a ética está preocupada com a felicidade
individual do homem, a política se preocupa com a felicidade coletiva da pólis. 
A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo
utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas propostas
nunca foram adotas como uma forma de governo concreta. "… os males não cessarão para os
humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes
das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente" (Platão). Esta afirmação
de Platão deve ser compreendida baseado na teoria do conhecimento, e lembrando que o
conhecimento para Platão tem fins morais. Mas cumpre ressaltar outro aspecto: Platão acreditava
que existiam três espécies de virtudes baseadas na alma.
A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, a
governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a razão. A segunda espécie de virtude é a coragem,
deveria ser o peito do estado, isto é, os soldados, pois sua alma de prata é imbuída de vontade. E,
por fim, a virtude da temperança, que deveria ser o baixo-ventre do estado, ou os trabalhadores,
pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
Aristóteles(384–322 a.C.) foi um filósofo grego nascido em Estagira, um dos maiores
pensadores de todos os tempos e considerado o criador do pensamento lógico. Suas reflexões
filosóficas — por um lado originais e por outros reformuladores da tradição grega — acabaram por
configurar um modo de pensar que se estenderia por vários séculos. Prestou inigualáveis
contribuições para o pensamento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica,
psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural e outras áreas de conhecimento
humano. É considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental.
Outros filósofos deixaram importantes contribuições para a formação do pensamento
administrativo: Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) historiador e filósofo político italiano, seu livro
mais famoso, O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532) refere-se à forma de como um
governante deve se comportar. Segundo Maximiano (2000, p.146), Maquiavel pode ser entendido
“como um analista do poder e do comportamento dos dirigentes em organizações complexas”.
Certos princípios simplificados que sofreram popularização estão associados a Maquiavel (observa-
se o adjetivo maquiavélico): “Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O
bem deve fazê-lo aos poucos”; “O príncipe terá uma só palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre
que for necessário”; “O príncipe deve preferir ser temido do que amado”.
Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo e estadista inglês, considerado um dos pioneiros
do pensamento científico moderno, fundador da Lógica Moderna baseada no método experimental e
indutivo (do específico para o geral). Segundo Chiavenato (1983, p.22) com Bacon é que encontra-
se a preocupação com a separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental.
Antecipou-se ao princípio da Administração “prevalência do principal sobre o acessório”. 
René Descartes (1596 – 1650) filósofo, matemático e físico francês, considerado
fundador da Filosofia Moderna, celebrizado pela sua obra “O Discurso do Método”, em que
descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje denominado “método cartesiano”
cujos princípios são: 
• Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro até que se
saiba com evidência, ou seja,como realmente verdadeiro. 
• Princípio da Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada parte de
um problema para analisar as suas partes separadamente. 
• Princípio da Síntese ou da Composição – processo racional que consiste no
ordenamento dos pensamentos, dos mais fáceis e simples para os mais difíceis e complexos. 
• Princípio da Enumeração ou da Verificação – em tudo fazer recontagens,
verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de não ter havido qualquer omissão durante o
processo de raciocínio (checklist). 
Thomas Hobes (1588 – 1679) filósofo e teórico político inglês, segundo o qual o
homem primitivo era um ser anti-social por definição, atirando-se uns contra os outros pelo desejo
de poder, riquezas e propriedades – “o homem é o lobo do próprio homem”. O Estado surge como a
resultante da questão, que, de forma absoluta, impõe a ordem e organiza a vida social.
Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) propuseram uma teoria da
origem econômica do Estado. Chiavenato (1983, p.23) escreve que, de acordo com Marx e Engels a
dominação econômica do homem pelo homem é a geradora do poder político do Estado, que vem a
ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista, ainda
segundo Chiavenato, Marx e Engels afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da
luta de classes, resumidamente, entre exploradores e explorados. 
Adam Smith (1723 – 1790) filósofo e economista escocês, considerado como criador da
Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma investigação sobre a natureza e as
causas da riqueza das nações”, mais conhecido como A Riqueza das Nações, já abordava o princípio
da especialização dos operários e o princípio da divisão do trabalho em uma manufatura de agulhas
para destacar a necessidade da racionalização da produção. Conforme Chiavenato (1983, p.30), para
Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das
tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick
Winslow Taylor e o casal Frank e Lilian Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a
Administração Científica. 
Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento
anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover
o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade
doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade
de maneira que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio
lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim
que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre
é o pior para a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, freqüentemente ele promove o da
sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.
(“Adam Smith, A Riqueza das Nações, Livro IV, capítulo 2”). 
David Ricardo (1772 – 1823) economista britânico, em sua obra “Princípios de
Economia Política e Tributação”, publicada em 1817, tratava de teorias cujas bases residiam nos
seus estudos sobre a distribuição da riqueza a longo prazo. Segundo David Ricardo o crescimento
da população tenderia a provocar a escassez de terras produtivas. Tal Como Adam Smith, Ricardo
admitia que a qualidade do trabalho contribuía para o valor de um bem. O trabalho era visto como
uma mercadoria. Uma importante contribuição sua foi o princípio dos rendimentos decrescentes,
devido à renda das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.
Ricardo tornou-se o clássico por excelência da Economia, apesar de se inspirar em grande parte da
sua análise na obra de Adam Smith acabou por criticá-lo. Alterou o conceito de valor de uso de
Adam Smith definindo-o como a Utilidade, ou seja, a capacidade do produto satisfazer as nossas
necessidades. Como contribuições para a formação do pensamento administrativo, resumidamente,
é possível destacar: suas posições a respeito do custo do trabalho e sobre os preços e mercados. 
John Stuart Mill (1806 – 1873) filósofo e economista britânico publicou “Princípios de
Economia Política” onde, segundo Chiavenato (1983, p.31) apresenta um conceito de controle
objetivando evitar furtos nas empresas. Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e o
zelo.
A partir do Séc. XX poderemos verificar no pensamento de Peter Drucker a crescente
preocupação com as novas formas de atuação do administrador enquanto individuo e da
administração enquanto prática para que tal indivíduo alcance e desenvolva a felicidade, zelo,
controle do trabalho, utilidade do valor, a ordem, a organização, e outros aspectos já evidenciados
pelos filósofos clássicos diante de um mundo tão complexo como o que vivenciamos hoje, chamado
de mundo globalizado.
Percebe-se que a Administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da
Antiguidade. O filósofo grego Sócrates, em sua discussão com Nicomaquides, expõe o seu ponto de
vista sobre a administração: “Sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se
souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um
coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os
bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres…”. Para
Sócrates a Administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da
experiência.
Durante os séculos que vão da Antiguidade ao início da Idade Moderna, a filosofia
voltou-se para uma variedade de preocupações distanciadas dos problemas administrativos.
(CHIAVENATO, 2000)

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