Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FELIPE SATELES 2 FISIOTERAPIA EM REUMATOLOGIA OSTEOARTRITE – OA Osteoartrite (OA) é uma doença articular crônica, degenerativa e progressiva que evidencia o desgaste da cartilagem articular, na qual, dentre as articulações de sustentação de peso são as mais frequentemente afetadas. · Afeta articulações sinoviais; · Ausência de acometimentos sistêmicos, sem mortalidade associada. Composição celular: condrócitos Zona 1: Superfície articular, reduz função. Zona 2: Transição, absorve choque. Zona 3: Cartilagem calcificada. OBS: Envelhecimento e fumo gera a perda da elasticidade. A OA clinicamente se caracteriza por: · Dor; · Rigidez matinal; · Crepitação óssea; · Atrofia muscular. OBS. Quando a articulação sinovial não tem menisco o nome que se dá a esse fator é inconstante. CONDIÇÕES CRÔNICAS · Sintomas flutuantes que é dividida em período de exacerbação (quando os sintomas aumentam) e assim ocorre a reagutização onde mesmo a doença sendo crônica apresenta sintomas eventuais agudos; e o período de remissão (quando os sintomas decaem); · Rigidez matinal; · Crepitação óssea; · Atrofia muscular – sarcopenia; · Deformidade articular. epidemiologia · 50% idosos acima de 65 anos; · 80% idosos acima de 75 anos; · ¼ dos indivíduos com idade acima de 55 anos apresenta dor no joelho; · Prevalência sobre sexo não é conclusiva. fATORES DE RISCO · Os fumantes são uma causa, por ser um vaso-oclusivo de um tecido pouco vascularizado que age de forma sistêmica; · Envelhecimento; · Obesidade; · Lesões e cirurgias prévias; · Esforço ocupacional; · Mau alinhamento articular – valgo e varo. · Fraqueza muscular – sarcopenia. ângulo q É o ângulo formado entre retas. A 1ª que passa pela pelo centro patelar e a tuberosidade tibial; E a 2ª que passa pelo centro patelar e a CISA. Ocorre em posição ortostática com descarga de peso para identificar o valgo ou o varo. classificação radiológica Classificação de Kellgreen e Lawrence: Grau 0 – normal. Grau 1 – estreitamento do espaço articular duvidoso e possíveis osteófitos na borda (bico de papagaio). Grau 2 – possível estreitamento do espaço e osteófitos definidos. Grau 3 – definido o estreitamento do espaço articular, múltiplos osteófitos, alguma esclerose subcondral e possível deformidade do conjunto ósseo. Grau 4 – Notável estreitamento do espaço articular, severa esclerose subcondral, definida deformidade do contorno ósseo e presença de grandes osteófitos. osteoporose É uma condição de degradação no tecido ósseo, acomete a 80% dos idosos em certas condições de saúde e pode ser subdivida em primária e secundária. Apresenta grande possibilidade de fraturas, dor e depressão ao paciente principalmente na osteoporose senil. SISTEMA ÓSSEO O sistema ósseo é um tipo especializado do tecido conjuntivo e possui 3 células típicas: Osteoblastos: sintetizam, depositores de alimentos para o reparo e a renovação óssea; Osteócitos: estão envolvidos pela matriz mineralizada, inicia o processo de densificação (ossificação); Osteoclastos: causam a degradação do tecido, retirada do tecido desvitalizado. A homeostase óssea é a deposição e retirada de forma equilibrada dos osteoblastos e osteoclastos e com isso mantém o osso com boa rigidez que dá sustentação do esqueleto. A célula óssea se renova e é capaz de se modificar (osteoblasto > osteócito). Matriz Óssea: o osso também tem componentes minerais, tais como o cálcio e fosforo (cristais de hidroxiapatita) que confere a rigidez do tecido, mas não é completamente rígido dependendo da idade do paciente. Fratura em Galho Verde – Crianças: Ocorre a deformação do tecido (arqueamento) antes de quebrar por causa do colágeno, o tecido está altamente hidratado, apresenta maior percentual de água e tecido fibrocartilaginoso. Fratura em Galho Seco – Idosos: O tecido está totalmente desidratado envelhecido, quebra antes de deformar pela baixa hidratação. OBS. Lembrando que nas extremidades temos o osso esponjoso; e na porção externa temos o osso compacto que possui uma densidade óssea maior. OSSIFICAÇÃO 1. Intramembranosa – membranas ósseas que crescem longitudinalmente e conhecidos como ossos longos (ossos do crânio, frontal, parietal, partes do temporal, occipital e maxilares); 2. Endocondral – ossos curtos e longos, todo osso longo tem um forame para a artéria nutrícia, as células vão se ossificando e tornando um canal medular (é um molde com cartilagem hialina em processo de formação). O pico de massa óssea é atingido ao final da adolescência e é mantido até a quinta década pela: · Ingestão alimentar de cálcio ou vitamina D; · Pela prática de exercícios físicos. osteoporose É uma doença osteometabólica (alteração do metabolismo ósseo) caracterizada por uma diminuição da massa óssea e a deteorização da arquitetura do tecido ósseo com consequente aumento da fragilidade óssea e da susceptibilidade à fratura. OBS. Um osso normal possui mais densidade em suas lacunas; um osso com osteoporose há espaços vazios que vão aumentando perdendo sua densidade. Metabolismo Ósseo: · Há aumento de absorção de cálcio pelo intestino; · A vitamina D ajuda a fixar o cálcio no osso; · O magnésio estimula a calcitonina a ter uma maior atividade e uma maior deposição de cálcio. Alterações Posturais: · É importante para o paciente manter níveis de atividades físicas; · Pessoas acamadas tendem a ter osteoporose; · Pode atingir 20% na altura do indivíduo; · Resultado da força em queda tende a ir anteriormente. Complicações: As complicações clínicas da osteoporose incluem não só fraturas, mas também: · Dor crônica; · Depressão; · Deformidade, perda da independência e aumento da mortalidade. Fraturas osteoporóticas: · 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos. Mortalidade: · 5% (fratura do quadril) morrem durante a internação hospital; · 12% morrem nos 3 meses subsequentes; · 20% morrem no ano seguinte ao da fratura. Fatores de risco: Fatores de risco para desenvolvimento da osteoporose: · Idade, sexo, índice de massa corporal, estilo de vida e história familiar. A doença pode ser classificada, com base em sua etiologia, em primária e secundária. · Primária – mais comum, é diagnosticada na ausência de doenças ou está relacionada a outras condições que levem à deformidade óssea; Ex: Paciente acamado por mais de 4 semanas, a homeostase é quebrada e há mais atividade de osteoclastos; imobilizações locais como o uso de gesso. · Secundária – é diagnosticada quando a diminuição da massa óssea é atribuída a outra doença ou está relacionada ao uso de medicamentos. Ex: Doenças endócrinas, doenças gastrointestinais, doenças crônicas, desordens nutricionais A osteoporose secundária, associada a medicamentos, se subdividem em: · Com risco bem definido – glicocorticoides, reposições hormonais que induzem a fragilidade óssea; · Com risco possível – inibidores da bomba de prótons (omeprazol) em uso excessivo pode gerar um risco possível. espondilite anquilomatosa É também uma condição inflamatória que está associada a coluna vertebral embora possa atingir outras estruturas, causa uma rigidez, perda de movimento articular devido a proliferação de tecido em que vai gerar o aspecto de “coluna em bambu”. A EA é uma doença sistêmica, crônica, progressiva com surtos inflamatórios e causam a destruição e fusão das articulações vertebrais e sacrilíacas da coluna vertebral. As enteses (locais onde os tendões, ligamentos, capsulas se inserem no tecido ósseo) são o alvo das principais alterações inflamatórias, traumáticas e degenerativas na EA. A pelve se encontrará reta e rígida e as vertebras lombares retificadas, os ligamentos sofrem calcificação. epidemiologia · 0,5 a 1% da população mundial entre 30 e 35 anos; · Predomínio na população branca; · Incidência de 3:1 para os homens. MANIFESTAÇÕES ESQUELÉTICAS · Acomete 100% a articulação sacrilíaca; · Acomete 20% da cervical; · Acomete 30% em ombro; · Acomete 30 em quadril; · Acomete 20% em joelho; · Acomete 30% nos pés. MANIFESTAÇÕES NÃO-ESQUELÉTICAS · Inflamação ocular que causa a uveíte, acontecepelo menos 1x em pacientes com EA; é a inflamação da camada média do olho, apresenta dor, vermelhidão, sensível a luz e apresenta uma visão turvada. Acomete 40%; · Insuficiência da aorta por conta da inflamação; acomete 2%; · Fibrose pulmonar que gera diminuição da capacidade pulmonar, aspecto restritivo e diminuição da complacência do pulmão. Acomete 15%; · Ulcerações em regiões do cólon, acomete apenas 5%. doença idiopática Fator Hereditário: · 2% dos indivíduos com HLA-B27 positivo (marcador genético para EA); · 15 a 20% dos indivíduos com HBL-B27 positivo e parentes com espondilite desenvolvem esta doença. Fator Infeccioso: · Exposição a microrganismo como: Klebsiella, Shigella e Salmonella. FISIOPATOLOGIA Ocorrem 2 duas lesões básicas: · Sinovite das articulações – aumenta o volume e edema articular; · Inflamação nas junções e tendões. As lesões articulares ocorrem em 3 estágios: 1. Reação inflamatória – infiltração de linfócitos; formação de tecido de granulação. 2. Formação de tecido fibrótico – erosão do osso subjacente; começa o processo de rigidez. 3. Calcificação do tecido fibroso – começa a ficar calcificado (ligamentos, cápsulas) gerando a anquilose articular. PROGNÓSTICO · Primeiro sintoma geralmente é lombossacrolgia; · Raras remissões progressivas; · A evolução rápida é comum em sujeitos que iniciam com lesão coxofemoral; · Funcionalidade pode ser parcialmente preservada; · Estratégias de adaptação funcional serão necessárias; · Comprometimento do funcionamento significativo nos estágios avançados; · Abordagem biopsicossocial deste indivíduo. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS · Dor surda – início insidioso em lombar baixa e realiza lombossacrolgia (dor nos quadris); · Retificação da lordose lombar nas fases avançadas; · Limitação da expansão torácica; · Marcha alterada (padrão cifótico, coluna em bambu); · Perda das dissociações; · Perda dos movimentos cervicais; · Articulações periféricas não acometidas em 20% dos casos. ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS · Quadradura dos corpos vertebrais; · Sindesmofitos vertebrais; · Osteítes; · Coluna em bambu; · Sacroileítes. GOTA ÚRICA A gota é o desarranjo no metabolismo das purinas adenina (A) e guanina (G) que são bases nitrogenadas constituídas por carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio que possuem relação com certos tipos de alimentos. Algumas dietas irão influenciar a gota úrica, o quadro apresenta lesões articulares como erosões (afeta a cartilagem) que se apresenta rapidamente, deposições de cristais de urato (aumento de volume) e sinovite. Presente em alimentos como – carne vermelha, frutos do mar, peixes, ervilha, lentilha, feijão, em bebidas alcoólicas principalmente cerveja e em nosso organismo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A hiperuricemia é o nível elevado de ácido úrico sérico composto criado pelo fígado a partir do metabolismo das purinas. Ataques recorrentes de sinovites agudas causam a deposição de cristais de urato: · Na articulação (membrana sinovial e cartilagem articular); · Em tecidos moles periarticulares (bainhas/tendões e ligamentos) e tecidos extra-articulares (urinário). Tofos são os volumes naquela região e se apresenta como uma sinovite, é a inflamação. Geralmente acomete as regiões metacarpianas e causa um aumento da temperatura, edema, vermelhidão e quadros agudizados. Inicialmente ocorre uma monoartrite dolorosa e autolimitada; depois repetidas crises agudas com intervalos longos, evoluindo para poliartropatia inflamatória com depósito e acúmulo dos cristais em articulações e em outros tecidos. ePIDEMIOLOGIA · Mais comum em gênero masculino (20:1) com a faixa etária de 30 a 60 anos; · Em mulheres é provável o aumento pós menopausa. ETIOLOGIA · Primária/Idiopática: sem causa específica, alguns indivíduos desenvolvem outros não, mesmo apresentando taxa elevada de ácido úrico, ou seja, um motivo desconhecido. · 95% dos casos associados a causas hereditárias; · Secundária/Adquirida. fisiopatologia Nos rins a substância eliminada normalmente é 600 a 700 mg/dia. O normal é 1/3 degradado e excretado pelo intestino e 2/3 degradado e excretado pelos rins. O anormal é quando as taxas são aumentadas por anos, causando cálculos renais antes do quadro de artrite de gota aguda. O que causa sais de urato são: · Redução de pH; · Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas; · Traumas; · Infecções; · Obesidade; · Estresse. A deposição causa: · Intensa reação inflamatória; · Dor – água gelada gotejando na articulação; · Osteoartrite; · Alteração cutânea – descamação. OBS. O tempo de inflamação pode durar de 7 a 10 dias e pode causar um deposito de cristais no líquido sinovial gerando as proteases que são enzimas de degeneração mais acentuada da articulação. DIAGNÓSTICO O diagnóstico mais comum é homem de meia idade; obeso com maus hábitos alimentares; história familiar de gota; dor articular de início noturno e súbito em 1 articulação. A gota no idoso, é caracterizada por um início insidioso de uma forma poliarticular com sintomas inflamatórios menores, frequentemente, com envolvimento de pequenas articulações da mão. TRATAMENTO fisioterapêutico Fase Aguda: · Repouso e talas de posicionamento; · Redução da dor; · Controle da inflamação. Raramente procuram a fisioterapia, mas as consequências são negativas da doença: alteração postura-propriocepção (marcha). Crioterapia superficiais – promove a diminuição da dor e a inflamação da fase aguda. Iontoforese – corrente galvânica direta, contínua de baixa voltagem. TENS – potente analgésico, nos períodos agudizados utiliza-se com mais frequência com 80/100 Hz, na fase crônica utiliza-se de 4/10 Hz. Ultrassom – é útil para a facilitação da introdução de medicamentos inflamatórios, já nas fases intersticiais tem o objetivo de facilitar a redução da rigidez articular e a reparação dos tecidos agredidos. OBS. Utilização de medicamentos por galvânica (iontoforese), ultrassom (fotoforese). Mobilizações passivas – após crises sucessivas as articulações tendem a apresentar alterações de amplitude de movimento articular e de propriocepção, os exercícios passivos servem de auxilio para superar as fases imediatas pós crise e permitir regressão da dor e da rigidez articular. Trações manuais – o objetivo é aumentar o espaço intra-articular e mobilização do líquido articular.
Compartilhar