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1/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval 1. (Uece 2019) “Portanto, deve-se dizer que como a lei escrita não dá força ao direito natural, assim também não pode diminuir-lhe nem suprimir- lhe a força; pois, a vontade humana não pode mudar a natureza. Portanto, se a lei escrita contém algo contra o direito natural, é injusta e não tem força para obrigar. Pois, só há lugar para o direito positivo, quando, segundo o direito natural, é indiferente que se proceda de uma maneira ou de outra, como já foi explicado acima. Por isso, tais textos não hão de chamar leis, mas corrupções da lei, como já se disse. E portanto, não se deve julgar de acordo com elas.” Tomás de Aquino, Suma Teológica, II, Questão 60, Art. 5. Com base na passagem acima, é correto afirmar que a) a lei escrita só é legítima se for baseada no direito natural. b) o direito positivo não é a lei escrita, mas dos costumes. c) o direito natural só é legítimo se expresso na lei escrita. d) não há diferença entre direito natural e direito positivo. 2. (Uece 2019) Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a ti, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com retidão”. AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47. Com base nessa passagem acerca do livre- arbítrio da vontade, em Agostinho, é correto afirmar que a) o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de Deus. b) o poder de decisão arbítrio da vontade humana ‒ ‒ é o que permite a ação moralmente reta. c) é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado. d) a ação justa é aquela que foi praticada com o livre- arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio. 3. (Uece 2019) “O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Manes ou Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.” Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo. Contra o maniqueísmo, Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) afirmava que a) Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal absoluto.] b) as criaturas só são más numa consideração parcial, mas são boas em si mesmas c) toda a criação era boa e tornou-se má, pois foi dominada pelo pecado após a Queda. d) a totalidade da criação é boa em si mesma, mas singularmente há criaturas boas e más. 4. (Enem 2018) Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente. TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002. O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos. b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé. c) explicar as virtudes teologais pela demonstração. d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados. e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas. 5. (Enem 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?” Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 1 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 2/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) a) essência da ética cristã. b) natureza universal da tradição. c) certezas inabaláveis da experiência. d) abrangência da compreensão humana. e) interpretações da realidade circundante. 6. (Unesp 2016) Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em maior consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão material? (Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.) No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma a) desempenha um papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas. b) antecipa o empirismo moderno ao valorizar a experiência como origem das ideias. c) serviu como argumento antiteológico mobilizado contra o pensamento escolástico. d) é fundamentada no argumento metafísico da primazia da substância imaterial. e) é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da moralidade. 7. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de a) refrear os movimentos religiosos contestatórios. b) promover a atuação da sociedade civil na vida política. c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum. d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística. e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual. 8. (Enem PPL 2015) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderiater criado aquilo que é contrário à sua natureza. AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado). Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus. b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus. c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má. d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal. e) Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal. 9. (Enem PPL 2015) TEXTO I Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da ciência a não ser lendo, com um amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora me encontrará entregue ao seu estudo. BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 2 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 3/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval TEXTO II A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir tudo o que parece vir dos modernos. Por isso, quando descubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: – Foi fulano de tal que o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo: – O inventor foi fulano de tal, não sou eu. BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000. Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais ocorridas no século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o(a) a) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos de autoridade da Igreja. b) caráter dinâmico do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos. c) surgimento do pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã. d) desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e razão. e) construção de um saber teológico científico. 10. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe. A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino. a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais. d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 11. (Ueg 2012) Durante seu reinado, Carlos Magno buscou reverter o quadro de estagnação cultural gerado pelas invasões bárbaras, quando muito do conhecimento da Antiguidade clássica havia se perdido. Reuniu então, com o apoio da Igreja, grandes sábios que deveriam transmitir sua sabedoria nas escolas da época. Esses grandes mestres foram chamados scholasticos. As matérias ensinadas por eles nas escolas medievais eram chamadas de artes liberais e foram divididas em a) fé e razão. b) matemática e gramática. c) trívio e quadrívio. d) teologia e filosofia. 12. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274). Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não, ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação. Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p.339. É correto afirmar, segundo esse texto, que: a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus. b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta filosofia é incompatível com a doutrina cristã. c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não fossem compatíveis com a razão natural. d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as certezas da fé cristã. 13. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como também são chamadas, não existem Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 3 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 4/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval em um mundo à parte, independentes de Deus, mas residem na própria mente do Criador, [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas, antes de serem criadas [...]. Sobre o Gênese, V Considerando as informações acima, é correto afirmar que se pode perceber: a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele considerava a verdadeira. b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é contraditória com a fé cristã. c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é modificada a fim de concordar com a doutrina cristã. d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia em geral. 14. (Ueg 2011) “A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem, e outros, enfim, trabalham.” BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984. p. 45-46. A sociedade do período medievo possuía como uma de suas características a estrutura social extremamente rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma herança da filosofia a) patrística, de Santo Agostinho. b) escolástica, de Abelardo. c) racionalista, de Platão. d) dialética, de Hegel. 15. (Uff 2010) A importância do filósofo medieval Tomás de Aquino reside principalmente em seu esforço de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz: “As verdades que professamos acerca de Deus revestem uma dupla modalidade. Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos as provaram por meio de demonstração, guiados pela luz da razão natural”. A partir dessa citação, identifique a opção que melhor expressa esse pensamento de Tomás de Aquino. a) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. b) O ser humanosó alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. c) A fé é o único meio de o ser humano chegar à verdade. d) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar por seus meios naturais certas verdades. e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 16. (Ufu 2010) Para responder a questão, leia o seguinte texto. O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas (por exemplo, o conceito de ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os gêneros e as espécies têm existência separada dos objetos sensíveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou os gêneros (por exemplo, o animal) teriam existência real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas palavras? (ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª edição. São Paulo: Moderna, 2003, p. 126.) A resposta correta à pergunta formulada no texto acima, sobre os universais, é: a) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros universais são meras palavras que expressam um conteúdo mental, sem existência real. b) Segundo os nominalistas, os universais são conceitos, mas têm fundamento na realidade das coisas. c) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e espécies) são entidades realmente existentes no mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo meras cópias destas Ideias. d) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies universais existem realmente, mas apenas na mente de Deus. 17. (Pucpr 2010) No sistema ético do filósofo medieval Santo Tomás de Aquino, a Prudência aparece como uma das virtudes principais. Sobre ela, pode-se afirmar: I. A Prudência, para o autor, está ligada à capacidade de tomar a decisão certa no momento exato e não significa apenas cautela ou cuidado antes da ação, conforme se pensa em nossos dias. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 4 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 5/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval II. Nesse sentido, a Prudência está ligada a uma certa “sabedoria prática”, envolvendo uma análise correta da realidade através da razão. III. A Prudência está ligada à capacidade de bem deliberar, ou seja, seu objeto é atingir a verdade da vida prática (uma sabedoria prática), a fim de bem guiar as ações humanas. IV. A Prudência é a principal das três virtudes cardeais e deve regê-las. Está(ão) correta(s): a) Apenas as assertivas I, II e III. b) Apenas as assertivas I e II. c) Apenas as assertivas II e IV. d) Apenas a assertiva IV. e) Todas as assertivas. 18. (Ueg 2010) A Idade Média teve como característica principal o teocentrismo. Neste período, a Igreja Romana dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava cruzadas à terra santa e criava, em torno das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. A filosofia desse período passa a ser chamada de: a) filosofia iluminista b) filosofia patrística c) filosofia escolástica d) filosofia renascentista 19. (Pucpr 2009) Em relação ao sentido que São Tomás de Aquino aplica à virtude da Prudência, considere as seguintes afirmações: I. A grande contribuição desse texto de São Tomás é apresentar a ideia de Prudência como aquela que passou a ser entendida desde então como cautela, que tem como base o sentimento de cada indivíduo. II. Para esse pensador medieval, a prudência é a reta razão aplicada ao agir, ou seja, uma virtude que possibilita ao ser humano encontrar, em cada decisão a ser tomada, aquela que indica o “caminho certo”. III. Prudência, para São Tomás, é uma virtude especial que nem todos os homens possuem, pois depende de uma capacidade intuitiva. Assinale a alternativa verdadeira: a) Apenas afirmação II está correta. b) As afirmações I e II estão corretas. c) As afirmações I e III estão corretas. d) Nenhuma afirmação está correta. e) Apenas a afirmação III está correta. 20. (Ufu 2009) Leia o texto a seguir sobre o problema dos universais. “Ockham adota o nominalismo, posição inaugurada em uma versão mais radical por Roscelino (séc. XII), [que] afirma serem os universais apenas palavras, flatus vocis, sons emitidos, não havendo nenhuma entidade real correspondentes a eles.” MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2005. p. 132. Marque a alternativa correta. a) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicável a uma multiplicidade de indivíduos, indica um modo de ser das realidades extramentais. b) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicável a uma multiplicidade de indivíduos, é apenas um conceito pelo qual nos referimos a esse conjunto. c) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicável a uma multiplicidade de indivíduos, determina entidades metafísicas subsistentes. d) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicável a uma multiplicidade de indivíduos, determina formas de substância individual existentes. 21. (Ufu 2009) Leia o texto a seguir. “No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa de fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pela palavra a consultá-la.” De Magistro, Cap. XI, 38, In Os Pensadores, SANTO AGOSTINHO. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 319. Marque a afirmativa incorreta. a) Segundo Agostinho, a verdade não se descobre pela consulta das palavras que vêm de fora. O processo da descoberta da verdade dá-se através da interioridade. b) Segundo Agostinho, a linguagem humana não tem um poder causal, mas apenas uma função instrumental de utilidade. c) Segundo Agostinho, a linguagem humana é a condição para conhecer a verdade que dentro de nós preside à própria mente. d) Segundo Agostinho, a verdade que dentro de nós preside à própria mente pressupõe a iluminação divina e não o recurso à memória. 22. (Ufu) O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus. As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 5 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 6/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67. A partir do texto, marque a alternativa correta. a) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus. b) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos. c) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural. d) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego. 23. (Ufu) Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta. a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternasem Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável. b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo. d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. 24. (Ufu) Sobre a questão dos universais na Idade Média, considere o texto a seguir e marque a alternativa correta. “Resume-se, frequentemente, a contribuição histórica de Guilherme de Ockham ao ‘nominalismo’. Sem ser falsa, esta visão é insuficiente. É incontestável que, para Guilherme de Ockham, existem apenas seres singulares e substâncias individuais ou qualidades particulares. Mas seu impacto repousa mais fundamentalmente num tipo de análise da linguagem da qual ele é ao mesmo tempo o teórico e um de seus praticantes mais finos.” BIARD, Jöel. “Guilherme de Ockham”.In: LABRUNE, Monique & JAFFRO, Laurent (coord.). A construção da filosofia ocidental (Gradus Philosophicus). São Paulo: Mandarim, 1996, p. 166. a) Entre os filósofos da Idade Média, são considerados nominalistas, além de Guilherme de Ockham, Tomás de Aquino e Duns Scot. b) Segundo o texto citado, é falso classificar Guilherme de Ockham entre os adeptos do nominalismo. c) No âmbito da chamada “questão dos universais”, a posição oposta à de Guilherme de Ockham é conhecida como “conceptualismo”. d) O nominalismo de que fala o texto é a tese segundo a qual os conceitos universais não têm existência fora da mente. 25. (Ufu) Considere as seguintes afirmativas a respeito da questão dos universais na Idade Média. I. A questão dos universais é a maneira como os pensadores medievais, especialmente durante o período da Escolástica, trataram relação entre as palavras e as coisas. II. Os filósofos realistas eram aqueles pensadores que consideravam os universais como entidades realmente existentes, separadas das coisas que eles designavam. III. O realismo é uma posição filosófica que, de certo modo, deriva da filosofia de Platão. Assinale a alternativa correta. a) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. c) Somente as alternativas I e III são verdadeiras. d) Somente a alternativa I é verdadeira. 26. (Ufu) Leia o trecho abaixo. “Respondo dizendo que a existência de Deus pode ser demonstrada por cinco vias.” TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Col. Os Pensadores. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 6 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 7/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval Assinale a afirmativa correta. a) Todas as cinco vias seguem argumentos baseados em elementos anímicos, como em Santo Agostinho. b) Todas as cinco vias fundamentam-se nos dados revelados da Sagrada Escritura. c) Todas as cinco vias empregam argumentos baseados na tradição patrística. d) Todas as cinco vias partem de uma realidade sensível, como elemento empírico, e do princípio de causalidade, como elemento racional. 27. (Ufu) Leia o texto abaixo. “Dos gêneros e das espécies não direi aqui se eles existem ou são postos somente no intelecto, nem, no caso que existam, se são corpóreos, se separados das coisas sensíveis ou situados nas próprias coisas e exprimindo os seus caracteres comuns.” PORFÍRIO, Isagoge, 1. No texto acima, que deu origem à disputa sobre os universais no período da Escolástica, Porfírio faz referência a) à teoria das Ideias de Platão que, por meio de Sócrates, afirmava que nada se podia saber. b) à teoria da iluminação de Santo Agostinho, porque Agostinho foi o primeiro a criticar o recurso à Lógica para se investigarem as verdades eternas. c) às Categorias de Aristóteles, em que se encontra enunciada a lista das dez maneiras pelas quais um atributo pode ser predicado de um sujeito. d) à prova da existência de Deus, apresentada por Santo Tomás de Aquino através das cinco vias da Suma Teológica. 28. (Ufu) Em O ente e a essência, Tomás de Aquino argumenta sobre a existência de Deus, refutando teses de outras doutrinas da filosofia escolástica. Com este propósito ele escreveu: “Tampouco é inevitável que, se afirmarmos que Deus é exclusivamente ser ou existência, caiamos no erro daqueles que disseram que Deus é aquele ser universal, em virtude do qual todas as coisas existem formalmente. Com efeito, este ser que é Deus é de tal condição, que nada se lhe pode adicionar. (...) Por este motivo afirma-se no comentário à nona proposição do livro Sobre as Causas, que a individuação da causa primeira, a qual é puro ser, ocorre por causa da sua bondade. Assim como o ser comum em seu intelecto não inclui nenhuma adição, da mesma forma não inclui no seu intelecto qualquer precisão de adição, pois, se isto acontecesse, nada poderia ser compreendido como ser, se nele algo pudesse ser acrescentado.” AQUINO, Tomás. O ente e a essência. Trad. de Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 15. Coleção “Os Pensadores”. Tomás de Aquino está seguro de que nada se pode acrescentar a Deus, porque a) sua essência composta de essência e existência é autossuficiente para gerar indefinidamente matéria e forma, criando todas as coisas. b) sua essência simples é gerada incessantemente, embora não seja composta de matéria e forma, multiplica-se em si mesmo na pluralidade dos seres. c) é essência divina, absolutamente simples e idêntica a si mesma, constituindo-se, necessariamente, uma essência única. d) é ser contingente, no qual essência e existência não dependem do tempo, por isso, gera a si mesmo eternamente, dando existência às criaturas. 29. (Ufu) Agostinho escreveu a história de sua vida aos 43 anos de idade. Nas Confissões, mais do que o relato da conversão ao cristianismo, Agostinho apresenta também as teses centrais da sua filosofia. Tanto é assim que, ao narrar os primeiros anos de vida e a aquisição da linguagem, o autor já fazia menção à teoria da iluminação divina. Vejamos: “Não eram pessoas mais velhas que me ensinavam as palavras, com métodos, como pouco depois o fizeram para as letras. Graças à inteligência que Vós, Senhor, me destes, eu mesmo aprendi, quando procurava exprimir os sentimentos do meu coração por gemidos, gritos e movimentos diversos dos membros, para que obedecessem à minha vontade.” AGOSTINHO. Confissões. Trad. de J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 15. Analise as assertivas abaixo. I. A condição humana é mutável e perecível, por isso, não pode ser a mestra da verdade que o homem busca conhecer, ou seja, conhecimento da verdade não pode ser ensinado pelo homem, somente a Luz imutável de Deus pode conduzir à verdade. II. A inteligência, dada por Deus, é idêntica à Luz imutável, que conduz ao conhecimento da verdade, ambas proporcionam a certeza de que o entendimento humano é divino e dotado da mesma força do Verbo de Deus, que a tudo criou. III. A razão humana é iluminada pela luz interior da verdade. Assim, Agostinho formulou, pela primeira vez, na história da filosofia, a teoria das ideias inatas, cuja existência e certeza são Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 7 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 8/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval independentes e autônomas em relação ao intelecto divino. IV. O conhecimento daquilo que se dá exclusivamente à inteligência não é alcançado com as palavras de outros homens, porque elas soamde fora da mente de quem precisa aprender. Portanto, esta verdade só é ensinada pelo mestre interior. Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras. a) I e III b) I e IV c) II e III d) II e IV 30. (Ufu) Considere o trecho abaixo. “Quando, pois, se trata das coisas que percebemos pela mente (...). estamos falando ainda em coisas que vemos como presentes naquela luz interior da verdade, pela qual é iluminado e de que frui o homem interior. Santo Agostinho. Do Mestre. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 320. (Os Pensadores) Segundo o pensamento de Santo Agostinho, as verdades contidas na filosofia pagã provêm de que fonte? Assinale a alternativa correta. a) De fonte diferente de onde emanam as verdades cristãs, pois há oposição entre as verdades pagãs e as verdades cristãs. b) Da mesma fonte de onde emanam as verdades cristãs, pois não há oposição entre as verdades pagãs e cristãs. c) De Platão, por ter chegado a conceber a ideia Suprema do Bem. d) De Aristóteles, por ter concebido o Ser Supremo corno primeiro motor imóvel. 31. (Ufu) Tomás de Aquino não via conflito entre a fé e a razão, sendo possível para a segunda atingir o conhecimento da existência de Deus. Contudo, Tomás de Aquino defende a relação harmônica entre ambas, pois, se a razão demonstra a existência de Deus, ela o faz graças à fé que revela tal verdade. Assim, a filosofia de Tomás de Aquino insistiu nos limites do conhecimento humano. Com base nas afirmações precedentes, assinale a alternativa correta. a) O conhecimento humano atinge a verdade do mundo e de Deus sem precisar se servir de outra ordem que não aquela da própria razão, o que se confirma com o fato de que os governantes organizam o mundo conforme sua inteligência. b) A realidade sensível é a via direta e exclusiva para a ascensão do conhecimento humano, porque, tal como afirmou Santo Anselmo, a perfeição de Deus tem, entre seus atributos, a existência na realidade mundana. c) Existe um domínio comum à fé e à razão. Este domínio é a realidade do mundo sensível, morada humana, que a razão pode conhecer, porque a realidade sensível oferece à razão os vestígios imperfeitos da substância de Deus. d) A razão humana é impotente para tratar de ideias que estejam além da realidade do mundo sensível. Deus, portanto, nada mais é que uma palavra que deve ser reverenciada como o centro sensível de irradiação de tudo o que existe. 32. (Ufu) “Com efeito, alguns tomam a coisa universal da seguinte maneira: eles colocam uma substância essencialmente a mesma em coisas que diferem umas das outras pelas formas; essa é a essência material das coisas singulares nas quais existe, e é uma só em si mesma, sendo diferente apenas pelas formas dos seus inferiores.” ABELARDO, Lógica para principiantes. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os Pensadores”. p. 218. Sobre o texto acima, é correto afirmar que a) trata-se de uma tese realista, pois demonstra que a coisa universal existe por si mesma e constitui a essência material das coisas singulares. b) defende a tese nominalista, segundo a qual os universais não podem existir fora dos sujeitos de que são atributos. c) os universais são termos significativos, pois não são uma única essência em si mesmos. d) distingue as coisas singulares pela quantidade de matéria que nelas se apresentam. 33. (Ufu) Nos Solilóquios, Agostinho escreveu: “A luz comum, à medida que pode, nos indica como é aquela luz. Pois há alguns olhos tão sãos e vivos que, ao se abrirem, fixam-se no próprio sol sem nenhuma perturbação. Para esses a própria luz é, de algum modo, saúde, sem necessidade de alguém que lhes ensine, senão talvez apenas de alguma exortação. Para eles é suficiente crer, esperar, amar”. Agostinho, Solilóquio e Vida feliz. São Paulo: Paulus, 1998, p.23. Em conformidade com a Teoria da Iluminação, analise as assertivas abaixo. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 8 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 9/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval I. A luz comum é o conhecimento humano, obtido por intermédio das demonstrações da lógica e da matemática, porém, ainda resta saber como tal conhecimento é possível. II. A luz, que é superior à luz comum, é o intelecto humano, que, servindo-se unicamente de si mesmo, encontra em si toda a certeza e o fundamento da verdade. III. O intelecto humano, pela sua natureza perecível, não pode se colocar como a certeza do conhecimento, pois a verdade é eterna. Aquela luz, então, acima da luz comum, é Deus. IV. A saúde é alcançada por todos, uma vez que a salvação e a felicidade são unicamente o resultado do esforço do homem nesta vida terrena. Assinale a única alternativa que contém as assertivas verdadeiras. a) II e IV b) II, III e IV c) I, II e IV d) I e III 34. (Ufu) A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em seu aspecto central. Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença. a) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal como este foi definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna. b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior. c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão quanto à impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil. d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma existência anterior, na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência. 35. (Ufu) Na Filosofia Escolástica (séc. VIII ao séc. XIV), aparece um tema filosófico novo que ficou conhecido na História da Filosofia como o Problema dos universais. A esse respeito é correto afirmar que o Problema dos universais I. consiste em saber sobre seu modo de existência, ou seja, se os universais existem realmente ou se são apenas produtos do pensamento. II. consiste em saber se eles constituem a essência material das coisas sensíveis ou se constituem a essência espiritual de cada alma humana. III. consiste em saber se eles estão separados das coisas sensíveis ou se estão no interior delas. IV. consiste em saber se eles foram as ideias gerais, os modelos, de que Deus se serviu para criar o mundo ou se são apenas produtos da imaginação humana destituídos de qualquer importância teórica. Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas. a) Apenas II e III. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas III e IV. 36. (Ufu) Agostinho formula sua teoria do conhecimento a partir da máxima “creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio conheço”. A posição do autor não impede que cada um busque a sabedoria com suas próprias forças; o que ainda não é conhecido pode ser revelado mediante a consulta da verdade interior. Com base neste argumento, assinale a alternativa correta. a) É incorreto afirmar que a verdade interior que soa no íntimo das pessoas seja o Cristo; e o arbítrio humano é consultado sobre o que não se conhece. b) As coisas que ainda não conhecemos só podem ser percebidas pelos sentidos do corpo e podem ser comunicadas facilmente por intermédio das palavras. c) A verdade interiorestá à disposição de cada um e encontra-se armazenada na memória, de modo que o uso da memória dispensa a contemplação da luz interior. d) A verdade interior só pode ser percebida pelo homem interior, que é iluminado pela luz desta verdade interior, que é contemplada por cada um. 37. (Ufu) Sobre a Filosofia Patrística (séc. I ao séc. VII d. c.), assinale a alternativa incorreta. a) Fé e Razão são irreconciliáveis porque pertencem a domínios distintos, isto é, à Fé convém cuidar apenas da salvação da alma e da vida eterna futura, à Razão convém cuidar apenas das coisas do mundo. b) Fé e Razão são irreconciliáveis porque a Fé é sempre superior à Razão. c) Fé e Razão são conciliáveis, mas a Fé deve subordinar a Razão. d) Fé e Razão são conciliáveis porque Deus, criador perfeito, não introduziu nenhuma discórdia no interior do homem. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 9 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 10/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval 38. (Ufu) A Patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, poderia ser definida como a) retomada do pensamento de Platão, conforme os modelos teológicos da época, estabelecendo estreita relação entre filosofia e religião. b) configuração de um novo horizonte filosófico, proposto por Santo Agostinho, inspirado em Platão, de modo a resgatar a importância das coisas sensíveis, da materialidade. c) adaptação do pensamento aristotélico, conforme os moldes teológicos da época. d) criação de uma escola filosófica, que visava combater os ataques dos pagãos, rompendo com o dualismo grego. 39. (Ufu) Pedro Abelardo foi o filósofo que mais se destacou na discussão da "questão dos universais" durante a Idade Média. De acordo com o pensamento de Abelardo, analise as assertivas que se seguem. I. Os universais, por si mesmos, não existem senão no intelecto, entretanto eles se referem a seres reais. II. Os universais existem, eles constituem uma natureza comum real que engloba indivíduos semelhantes, diferenciados apenas pelos seus acidentes. III. Os universais são apenas palavras (flatus vocis) e, enquanto palavras, nada podem significar para os indivíduos. IV. Os universais são corpóreos enquanto palavras e incorpóreos pela sua função significativa, pois significam algo comum para a multiplicidade dos indivíduos. Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas: a) II e III. b) I e IV. c) I e II. d) II e IV. 40. (Ufu) Sobre a questão dos universais, todas as afirmativas abaixo são falsas, exceto: a) Pedro Abelardo sustenta a tese de que as palavras nada significam, porque são simples emissão da voz humana sendo por isso, que os universais devem ser necessariamente incorpóreos. b) O realismo sustenta a tese de que apenas as palavras são reais, porque são corpóreas enquanto som, e os universais nada significam porque são incorpóreos, isto é, não possuem realidade física. c) O nominalismo sustenta a tese de que os universais são corpóreos, porque o gênero e a espécie não podem estar separados dos indivíduos a que pertencem. d) Pedro Abelardo sustenta a tese de que, por si mesmo, os universais existem apenas no intelecto, mas eles referem-se a seres reais. 41. (Ufu) Sobre a doutrina da iluminação divina de Santo Agostinho, considere o conteúdo das assertivas abaixo: I. A iluminação divina dispensa o homem de ter intelecto próprio. II. A iluminação divina capacita o intelecto humano para entender que há determinada ordem entre o mundo criado e as realidades inteligíveis. III. Agostinho nomeia as realidades inteligíveis de forma pouco precisa como, por exemplo, ideia, forma, espécie, regra ou razão e afirma, platonicamente, que essas realidades já foram contempladas pela alma. IV. A iluminação divina exige que o homem tenha intelecto próprio, a fim de pensar corretamente os conteúdos da fé postos pela revelação. Assinale a alternativa que contém somente as afirmações corretas: a) II e III b) I e III c) II e IV d) III e IV 42. (Ufu) "Assim até as coisas materiais emitem um juízo sobre as suas formas, comparando- as àquela Forma da eterna Verdade e que intuímos com o olhar de nossa mente." (Sto. Agostinho, A Trindade, Livro IX, Capítulo 6. São Paulo, Paulus, 1994. p. 299) Esta frase de Sto. Agostinho refere-se à a) teologia mística de Agostinho, que se funda na experiência imediata da alma humana com Deus; b) moral agostiniana que propõe ao homem regras para uma vida santa e ascética, apartada do mundo; c) doutrina da iluminação que afirma que o conhecimento humano é iluminado pela Verdade Eterna, isto é, Deus; d) estética intelectualista de Agostinho, que consiste num profundo desprezo pela sensibilidade humana. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 10 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 11/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval Gabarito: Resposta da questão 1: [A] A partir da leitura do texto, percebe-se que, segundo o pensamento de Tomás de Aquino, a legitimidade da lei escrita reside na conformidade com o direito natural. Nesse sentido, apenas deve ser considerada válida e, portanto, justa, a lei escrita que não se oponha ou negue, de alguma maneira, o direito natural. Partindo dessa perspectiva, apenas a alternativa [A] está correta. Resposta da questão 2: [B] Segundo o pensamento de Agostinho, o livre- arbítrio é uma dádiva divina dos indivíduos racionais que possibilita a liberdade de agir segundo a própria vontade. Para ele, o livre arbítrio é o uso consciente da própria liberdade, de modo que implica a escolha da retidão ou do pecado. Com efeito, sendo o livre agir um “dom” concedido por Deus, ação moralmente correta só poderia ser aquela que, conscientemente, o indivíduo, no uso da sua liberdade de decisão, escolheu seguir. Resposta da questão 3: [B] Para Agostinho de Hipona, todas as coisas que existem teriam origem divina, o que levava a um conflito em relação à origem do mal. Nesse sentido, Agostinho critica o maniqueísmo e a separação rigorosa entre bem e mal, pois, para ele, a essência dos indivíduos só poderia ser boa, haja vista que Deus só criaria aquilo que é bom. Assim, o mal só existiria em uma consideração parcial, o que se relaciona com o livre arbítrio humano. Com efeito, o aluno deve identificar a alternativa [B] como a única correta. Resposta da questão 4: [B] Percebe-se, no texto apresentado pela questão, a construção do argumento para a defesa da existência de Deus a partir do pensamento racional, característica da filosofia escolástica da qual Tomas de Aquino é o mais conhecido expoente. Assim, o pensador busca sustentar racionalmente uma ideia baseada na fé, como apontado pela alternativa [B]. Resposta da questão 5: [D] O trecho da obra destacado aborda, a partir da óptica de Agostinho, o questionamento da ideia do caráter eterno de Deus a partir da reflexão sobre o ato da Criação. Trata-se, portanto, de uma compreensão humana sobre o dogma da eternidade divina. Como se infere a partir do trecho ”estão ainda cheios de velhice espiritual” em que Agostinho se refere àqueles que questionam o dogma cristão, o pensador apresenta uma crítica à interpretação das ações divinas a partir do intelecto humano. O aluno deve perceber, partindo dessas considerações, que a postura de Agostinho e a dos homens que ele critica reflete um conflito acerca da abrangência do intelecto humano para compreender questões divinas, como a eternidade. Resposta da questão 6: [D] Segundo o pensamento de Agostinho, a prova da existência da alma consiste na primazia desta em relação ao corpo físico, ou seja, na superioridade das substâncias imateriais em relação à matéria, ideia identificada na alternativa [D]. Resposta da questão 7: [C] Os homens, por si mesmos,não agem de forma homogênea. Assim, tomando a metáfora de um navio, Tomás de Aquino considera que a sociedade necessita de um piloto capaz de conduzir a todos a um mesmo fim: o bem comum. Resposta da questão 8: [D] O autor parte da concepção de que o mal não existe enquanto si mesmo, não possuindo, portanto, uma natureza própria, sendo apenas a ausência do bem. Assim, para ele, Deus, por ser a bondade absoluta, não poderia ser autor do que existe como ausência daquilo que representa sua própria essência e se manifesta como o contrário dela. Resposta da questão 9: [A] Os textos trazem uma reflexão acerca da produção do conhecimento por indivíduos modernos frente a ideias tradicionalmente prestigiadas. Enquanto o texto I apresenta uma visão contrária à produção de conhecimento que não se baseia na tradição, o texto II argumenta que a valorização exacerbada das autoridades de argumento é prejudicial à produção intelectual. Resposta da questão 10: [C] Tomás de Aquino, ainda que considere a razão humana limitada, não despreza as suas possibilidades de conhecimento. Não é por acaso que ele desenvolve as cinco vias de demonstração racional da existência de Deus. Verifica-se, portanto, como a teoria do conhecimento de Tomás de Aquino está intimamente relacionada com a sua intenção de superar a dicotomia entre fé e razão. Resposta da questão 11: [C] Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 11 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 12/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval As artes liberais, na escolástica, eram divididas entre trívio (a gramática, a retórica e a dialética) e quadrívio (a aritmética, a geometria, a astronomia e a música). Elas eram ensinadas de forma a dar uma educação integral aos homens. Resposta da questão 12: [D] No século VIII, Carlos Magno, rei dos francos foi coroado imperador do Ocidente em 800 d.C pelo Papa Leão III. Ele organizou o ensino e fundou escolas ligadas às instituições católicas, deste modo, a cultura greco-romana protegida entre os muros dos mosteiros até então, voltou a ser divulgada e mais tarde, a partir do século XI no ambiente cultural destas escolas e com o surgimento das primeiras universidades surgiu a produção filosófico-teológica denominada escolástica (palavra derivada de escola). A partir do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico, marcando-o definitivamente isto porque as obras de Aristóteles, desconhecidas até então, foram traduzidas diretamente do grego para o latim. Tomás de Aquino é a figura mais destacada do pensamento de sua época, por isto sua filosofia parece que surgiu com o objetivo claro de não contrariar a fé de modo que sua finalidade era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações da fé cristã revivendo no pensamento aristotélico um instrumento a serviço da religião católica - o que imediatamente anula a questão B -, ao mesmo tempo em que transformou nesta filosofia a busca de argumentos para demonstrar e defender as revelações do cristianismo. Umberto Eco tem razão, pois é Tomás de Aquino quem cristianiza Aristóteles, assim, para sustentar a afirmação do mesmo o próprio Tomás de Aquino diz: “Se é correto que a verdade da fé cristã ultrapassa as capacidades da razão humana, nem por isso os princípios inatos naturalmente à razão podem estar em contradição com esta verdade sobrenatural”. Resposta da questão 13: [C] A concepção de Deus para Platão era de um Deus do intelecto, para Agostinho este conceito cai totalmente, para ele, Agostinho, Deus pode estar nos dois lugares ao mesmo tempo; tanto no intelecto, quanto criador do mundo da natureza como ser criador de todas as coisas. Tal concepção do homem provinha de Platão, para o qual o homem é definido como uma alma que se serve de um corpo. Agostinho mantém esse conceito com todas as consequências lógicas que ele comporta. Assim, o verdadeiro conhecimento não seria a apreensão de objetos exteriores ao sujeito, devido à sua variabilidade, e sim, a descoberta de regras imutáveis, como o princípio ético segundo o qual é necessário fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento se refere às realidades não sensíveis cujo caráter fundamental seria a necessidade, pois são o que são e não podiam ser diferentes. Agostinho supera o ceticismo mediante o iluminismo platônico. Inicialmente, ele conquista a certeza da própria existência espiritual, e deste conceito tira uma verdade particular, de que Deus enquanto verdade onipotente, onisciente pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Embora desvalorize o conhecimento platônico da sensibilidade em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto são fonte de conhecimento. Para Agostinho, a fé e a razão complementam-se na busca da felicidade e da graça. A graça, para ele, não é alcançada por procedimento intelectual, mas por ato de intuição e fé. Mas a razão se relaciona com a fé no sentido de provar a sua correção. Ou seja, a fé é precedida por certo trabalho da razão e, após obtê-la, a razão a sedimenta. A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé. É necessário compreender para crer, e crer para compreender. Aqui se percebe que, para Agostinho, a filosofia é apenas um instrumento destinado a um fim que transcende seus próprios limites. Resposta da questão 14: [A] O enunciado da questão faz referência à obra A cidade de Deus, escrita por Santo Agostinho. Este, ao pensar o conceito de civitas, tratava de como o homem viveria ao mesmo tempo segundo a carne (Civitas Terrena) e segundo o espírito (Civitas Dei). Em certo senso, a sociedade medieval se associa a este princípio na medida em que tem sua estrutura voltada para a transcendência, ou seja, em uma busca de se viver a Cidade de Deus (Civitas Dei). Resposta da questão 15: [D] A alternativa D é a que melhor exprime o pensamento de Tomás de Aquino, porque na citação fica evidente a limitação da razão humana, como demonstra a seguinte passagem: “existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana”. Logo, seria incorreto afirmar que “a filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus” (alternativa A). Por outro lado, não há nada na citação e tampouco está de acordo com o pensamento de Tomás de Aquino que o conhecimento só pode ser alcançado por meio da verdade concedida por Deus (alternativa B) ou mesmo que a verdade só é alcançada por meio da fé (alternativa C). Entretanto, embora a razão humana seja limitada, ela pode atingir algumas verdades acerca de Deus, contrariando, assim, a afirmação da alternativa E. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 12 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 13/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval Resposta da questão 16: [A] Para os nominalistas, o universal é apenas um conteúdo expresso da nossa mente, expresso em um nome, ou seja, os universais são apenas palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente. Resposta da questão 17: [E] Principal nome da Filosofia Escolástica, Tomás de Aquino estabeleceu em sua filosofia um nexo entre o pensamento filosófico de Aristóteles e a doutrina de fé medieval. Neste sentido, o conceito de virtude se apresenta intimamente correlacionado à teologia cristã. Para Tomás de Aquino, as virtudes seriam quatro: justiça, fortaleza, temperança e prudência, a principal dentre elas. No livro Suma Teológica, o filósofo considera a prudência como uma razão voltada ao agir, onde se age buscando a decisão certa em base à realidade. Como podemos atestar, todas as assertivas da questão acima estão de acordo com este pensamento. Resposta da questão 18: [C] A alternativa C é a única possível. A escolástica foi a tendência filosófica que predominou no período que se seguiu à queda do ImpérioRomano e prevaleceu até o Renascimento. Surgiu em decorrência do crescimento do poder da Igreja no Ocidente europeu e a necessidade de fundamentar a fé com uma base filosófica. A alternativa A está incorreta, pois faz referência a uma corrente filosófica do século XVIII – o iluminismo, bem como estão incorretas as alternativas B e D, pois citam correntes filosóficas do cristianismo primitivo (anterior à escolástica) e o pensamento renascentista dos séculos XV-XVI, respectivamente. Resposta da questão 19: [A] A afirmação I está absolutamente incorreta. A noção que relaciona prudência com cautela não corresponde à concepção de São Tomás de Aquino. Para ele, a prudência era a arte de tomar a decisão certa, com base na própria realidade. Essa virtude corresponde a uma atitude racional e não a uma capacidade intuitiva. Resposta da questão 20: [B] Pelo próprio enunciado, o aluno pode ser capaz de responder à questão de forma acertada. Se os universais correspondem somente a palavras e sons emitidos, significa que são somente conceitos a serem referidos ao conjunto. Sendo assim, “humanidade” corresponderia somente a um conceito para designar a multiplicidade de indivíduos. Resposta da questão 21: [C] Ainda que se assemelhe muito a Platão em diversos pontos, Agostinho fazia uma pequena diferenciação deste com relação a sua teoria sobre a verdade. Ambos pensavam a existência de uma verdade inata, mas, para Platão, essa verdade seria encontrada pela memória, enquanto que, para Agostinho, seria encontrada pela iluminação divina. Resposta da questão 22: [D] Tomás de Aquino corresponde ao pensador da Escolástica que procurou conciliar o pensamento aristotélico com a teologia cristã. Em seus escritos, Tomás de Aquino estabelece cinco vias para provar a existência de Deus. Segundo ele, Deus corresponde ao início e ao fim de todas as coisas, sendo, portanto, possível provar a sua existência a partir de demonstrações da natureza das coisas, não havendo necessidade de recorrer a textos bíblicos. Resposta da questão 23: [B] A doutrina da iluminação agostiniana corresponde a uma reinterpretação da teoria da reminiscência platônica, então adaptada à concepção cristã. O resultado é uma teoria segundo a qual as ideias verdadeiras e eternas já existiriam em nós, sendo que só teríamos acesso a elas por meio da iluminação divina. Resposta da questão 24: [D] A “questão dos universais” corresponde ao problema filosófico da Idade Média em se descobrir se este conceito metafísico de universalidade, que caracteriza as ideias gerais, é apenas uma abstração ou se possui existência real. Segundo o nominalismo, os universais são abstrações, existindo somente na mente humana. Como afirma o texto do enunciado, essa posição é também defendida por Guilherme de Ockham, para quem “existem apenas seres singulares e substâncias individuais ou qualidades particulares”. Entretanto, deve-se considerar que a atribuição de nominalista não resuma todo o pensamento desse filósofo. Resposta da questão 25: [A] Em relação à questão dos universais, os realistas se opunham aos nominalistas. Estes, em linhas gerais, consideravam que as palavras não correspondiam a uma entidade real, mas somente a uma abstração, um nome sem correspondência real. Essa visão é o oposto do que defendia a corrente Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 13 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 14/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval realista, que, tendo Platão como referência, considerava os universais como entidades reais. Resposta da questão 26: [D] Com o intuito de conciliar a fé com a razão, Tomás de Aquino parte da realidade sensível para estabelecer cinco vias para a demonstração racional da existência de Deus. Resposta da questão 27: [C] Gêneros e espécies referem-se à substância, uma das categorias criadas por Aristóteles em seu texto Categorias, tal como afirma a alternativa [C]. Resposta da questão 28: [C] Somente a alternativa [C] está correta. A essência de Deus é divina, simples, idêntica a si mesma, única e faz parte do seu próprio ser. Somente essas características que levam Tomás de Aquino a considerar que nada se pode acrescentar a Deus. Resposta da questão 29: [B] As afirmativas II e III estão incorretas. O entendimento humano, ainda que iluminado por Deus, não se torna divino e com a mesma força do Verbo. Além disso, não se pode dizer que Agostinho tenha formulado, pela primeira vez na história da filosofia, a teoria das ideias inatas. Estas já haviam sido formuladas por Platão, considerado o principal filósofo do inatismo na Antiguidade. Resposta da questão 30: [B] Segundo Santo Agostinho, as verdades provêm, todas elas, da iluminação divina sobre a mente humana. Nesse sentido, não pode haver oposição entre verdades pagãs e verdades cristãs, uma vez que todas provêm da mesma fonte de conhecimento, ou seja, de Deus. Resposta da questão 31: [C] A alternativa [C] é a única correta. Razão e Fé não se contradizem na acepção de Tomás de Aquino. A razão é o que permite ao homem conhecer a realidade sensível. Nesse conhecimento das coisas, a Fé serve ao homem como forma de chegar mais próximo da verdade, uma vez que a razão, sem a fé, não pode penetrar nos mistérios de Deus. Resposta da questão 32: [A] Pedro Abelardo foi um dos principais pensadores acerca do problema dos universais. Sua posição está mais próxima ao realismo. Segundo ele, os universais correspondem à “essência material das coisas singulares nas quais existe”. Resposta da questão 33: [D] A teoria do Conhecimento de Santo Agostinho está relacionada com a Teoria da Iluminação. O homem conhece alguma coisa na medida em que é iluminado por Deus. Existem dois tipos de luz: a luz comum, que corresponde aos conhecimentos humanos; e a própria luz, que corresponde a Deus, onde se encontra a verdade eterna. Resposta da questão 34: [B] A diferença entre Platão e Agostinho está na tese agostiniana de iluminação divina. Sendo Deus a fonte da verdade, o homem só pode conhecer essa verdade se for iluminado por Ele. Em Platão não existe qualquer referência a esse Deus que habita o mundo suprassensível. Resposta da questão 35: [C] O Problema dos universais é que permitiu a quimera entre os nominalistas e os realistas. Segundo os realistas, os universais consistiam em coisas reais (no interior das coisas), enquanto que os nominalistas afirmavam que os universais eram somente palavras, produtos do pensamento (exteriores às coisas). Desta forma, verifica-se como somente a alternativa [C] é correta. Resposta da questão 36: [D] Segundo Agostinho, é a iluminação divina que faz com que o homem possa conhecer a verdade que soa no interior do homem. Essa verdade é Cristo, e se encontra armazenada na memória, podendo ser percebida somente pelo homem interior. Dentre as afirmativas, somente a [D] é completamente correta. Resposta da questão 37: [D] A presente questão parece apresentar uma contradição, mas que é somente aparente. Durante o período da Filosofia Patrística, a grande questão filosófica era a possibilidade de se conciliar (ou não) a Fé com a Razão. Existiram aqueles que afirmavam a impossibilidade de tal conciliação e aqueles que consideravam a possibilidade. A única alternativa que contraria este conflito filosófico e que faz uma afirmação descontextualizada com a Patrística é a [D]. Resposta da questão 38: [A] Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 14 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 15/15 Lista de Exercícios : Filosofia | Filosofia Medieval A Patrística não rompe com o dualismo grego, tem Santo Agostinho como seu principal representante e corresponde a uma retomada do pensamento de Platão e do seu idealismo, que foi adaptado ao cristianismo. Desta maneira, somente a alternativa [A] é correta. Respostada questão 39: [B] Pedro Abelardo pode ser considerado como um filósofo que esteve a meio termo entre os nominalistas e os realistas acerca da questão dos universais. Assim como os nominalistas, ele considerava que os universais são palavras. Entretanto, assim como os realistas, ele considerava que apesar disso, os universais existiam, ainda que no intelecto, fazendo referência a seres reais. Enquanto nomes, eles são corpóreos, ao mesmo tempo em que são incorpóreos na sua função significativa. Sendo assim, podemos dizer que somente a alternativa [B] está correta. Resposta da questão 40: [D] De forma breve, podemos dizer que, para os realistas, os universais existem enquanto realidade. Já para os nominalistas, os universais não existem nem como realidade material nem como realidade de pensamento, sendo somente um nome. A posição de Abelardo nessa questão é intermediária, tal como é apresentada na afirmativa [D], a única correta. Resposta da questão 41: [C] Sobre a Teoria da Iluminação, somente as afirmativas II e IV estão corretas. A Iluminação Divina pressupõe a existência do intelecto no homem que, iluminado, chega ao conhecimento da verdade. Resposta da questão 42: [C] A alternativa [C] é a única correta. A doutrina da iluminação de Santo Agostinho considera que o homem conhece as coisas mediante a iluminação divina sobre sua mente. É isso que se expressa na frase do enunciado, que afirma de que forma o homem pode intuir sobre as coisas materiais. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 15 de 15 http://www.seliganessahistoria.com.br/
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