Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PAPM III – ML cap. 19 (páginas 311 à 318, 321 à 322) Mila Schiavini MED101 Pulso arterial · A existência do pulso arterial é reflexo do volume ventricular ejetado pelo ventrículo esquerdo, e este por sua vez depende da atividade elétrica do coração. · As alterações que vão acontecer no pulso arterial são aquelas em que alguma patologia vai alterar as variáveis hemodinâmicas: · Volume sistólico · Inotropismo (força de contração do coração) · Frequência cardíaca · Resistência vascular periférica · Todas essas condições que serão patológicas ou não (algumas condições fisiológicas, sem doenças direto no coração) podem mexer com essas variáveis hemodinâmicas e consequentemente, alterar o pulso arterial. · O que deve ser avaliado ao palparmos um pulso arterial? 1. Frequência cardíaca 2. Regularidade 3. Simetria 4. Características da parede do pulso 5. Amplitude do pulso 1. Frequência cardíaca: · Normal entre 60-100bpm; · Menor que 60 bpm: bradisfigmia. - Ex: atletas, hipotireoidismo, bradiarritmias. · Maior do que 100 bpm: taquisfigmia. - Ex: atividade física, gravidez, ansiedade, estados hiperdinâmicos, hipertireoidismo, taquiarritmias (estímulos em excesso no nó sinusal ou em outros locais no sistema de condução cardíaca podem fazer com que o paciente tenha taquicardias supraventriculares com frequência as vezes até acima de 200 bpm) e Insuficiência cardíaca. *Levar sempre em consideração a história clínica do paciente. 2. Regularidade: · Podemos usar o pulso carotídeo e o pulso radial (mais ideal). · Quem dita a regularidade do aparecimento da onda de pulso é a regularidade da ejeção ventricular que, por sua vez, depende da regularidade do sistema elétrico. · Normal é ser regular, distâncias entre o aparecimento de ondas é cadenciado (ritmo lento). · Pode ser momentaneamente irregular como nas extrassístoles ou constantemente irregular como na fibrilação atrial. · A regularidade do pulso é dependente do sistema elétrico do coração. Ritmos cardíacos regulares geram pulsos regulares. Ao palpar o uso vamos perceber que as ondas de pulso apresentam uma regularidade. · Os pulsos irregulares ocorrem principalmente na presença de fibrilação atrial. Ao palpar o pulso, as ondas não serão regulares. · Não existe uma regularidade na transmissão do impulso elétrico cardíaco. Altura e distância das ondas são diferentes. 3. Simetria: · A sensação tátil de amplitude de um pulso, deve equivaler-se à avaliação do pulso contra-lateral. · A perda da simetria suscita alterações como: - Obstrução arterial crônica como ocorre em fumantes e diabéticos. - Casos agudos de oclusão arterial por trombo. - Em crianças devemos pensar em coarctação da aorta. *No pulso carotídeo, não devemos fazer a simetria simultânea. Não devemos comprimir os dois ao mesmo tempo, pois poderá ocorrer problemas principalmente em pacientes idosos. 4. A característica da parede: · A artéria tem parede elástica, portanto, só palpável quando a onda sistólica distende. Não palpamos a artéria na diástole, pois a pressão de enchimento é baixa. · Em idosos, com o envelhecimento e degeneração da artéria, esta fica palpável, mesmo na diástole, como se fosse um tendão na diástole, que pulsa na sístole. · A artéria envelhecida e palpável com vários nódulos ateromatosos tem o aspecto de traqueia de passarinho. Frequente no trajeto da braquial e radial. 5. Amplitude: · Tem a ver com a quantidade de volume ejetado na onda de pulso. · Os fatores que influenciam a sensação tátil do pulso são: a. O volume ejetado: - Alto: sensação tátil ampla. - Baixo: sensação tátil diminuída. b. A elasticidade da parede: - Paredes endurecidas: sensação tátil maior. - Paredes elásticas: sensação tátil menor. · Em pacientes idosos, a sensação tátil é maior, devido às paredes endurecidas das artérias. · Estados de aumento da amplitude de pulso: - Estados hipercinéticos: aumentam o débito cardíaco. Ex: anemia, gravidez, hipertireoidismo, estado febril, ansiedade, atividade física e infecção. - Insuficiência aórtica: pelo aumento do débito cardíaco, secundário ao aumento do volume que enche o ventrículo retrogradamente e resistência vascular periférica baixa. · Estados de diminuição da amplitude: - Causas não cardíacas: hipovolemia, sangramentos. - Causas cardíacas: ventrículo esquerdo - insuficiência mitral, estenose aórtica, miocardiopatias. Ventrículo direito - tamponamento cardíaco, embolia pulmonar, pericardite constrictiva. · Pulso paradoxal: · Condições fisiológicas: na inspiração, aumenta a quantidade de sangue no VD e o VE recebe menos sangue. · Pressão normal no VE: 120 mmhg. · Na inspiração: pressão normal no VE: 110mmhg. · Na expiração: pressão normal no VE: 125mmhg a 130mmhg. · A variação de pressão é normal quando inferior a 15mmhg. · Quando maior do que 15mmhg, temos um pulso paradoxal.
Compartilhar