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PAPM III (Cap. 16 pág. 256 a 263 do ML) Mila Schiavini MED101 Síncope e palpitações · Palpitação: · É a percepção que a pessoa tem do próprio batimento cardíaco, trata-se de um sintoma frequente e de difícil detecção ao exame físico, portanto, uma anamnese bem feita acaba por oferecer bom substrato para este diagnóstico. · Anamnese do paciente com palpitações: · Modo de início e término, duração. · Fatores desencadeantes. · Sintomas associados. · Duração dos episódios. · Horários de maior ocorrência. · Local aonde o paciente percebe a palpitação. · Além da história familiar e antecedentes pessoais e história social. · Palpitação pode ter dois mecanismos distintos em sua gênese: · Percepção aumentada do batimento cardíaco, comum nos pacientes com prolapso da válvula mitral e pacientes com ansiedade e síndrome do pânico. · Batimentos cardíacos anormais, como as taquicardias, bradicardias, ou alterações na cadência do ritmo cardíaco. · Ritmo cardíaco: é um ritmo sinusal, com uma frequência de despolarização em torno de 80bpm. À medida que esse estímulo do nó sinusal deixa de funcionar e outras estruturas do sistema de condução assumem o ritmo do coração, pode ocasionar frequências cardíacas mais baixas ou arritmias, ou seja, algum foco de extra sístole fora do ritmo normal. · Na palpitação, na maioria das vezes, o paciente pode ter um exame físico normal na consulta e um ECG normal. · Características do ritmo sinusal: presença da onda P antes do complexo QRS nas derivações positivas (D2, D3 e aVF). · Extra-sístoles: · É uma sístole diferente da sístole normal. Complexo QRS vinha com uma distância normal de outro, e aparece uma distancia menor. · São as arritmias que mais frequentemente causam palpitações e são descritas pelo paciente como se houvesse uma parada do coração ou um soco no peito instantâneo. · São mais sintomáticas do que representam gravidade. Quando sintomáticas, são de baixa gravidade. · Frequentes nos momentos de ansiedade. · Fibrilação atrial: · Quando o nó sinusal não comanda, e muitos focos ectópicos no músculo atrial (na maioria das vezes grande e dilatado) começam a mandar impulsos para o sistema de condução. Não existe um nó sinusal controlando e sim vários focos ectópicos. · Taquiarritmia frequente e está relacionada com cardiopatias (corações dilatados ou hipertrofiados) que ao exame físico notamos pulso e ausculta cardíaca irregular. · O paciente queixa de coração descompassado e acelerado simultaneamente. · Não há onda P e não há uma regularidade de um complexo QRS para o outro. · Arritmias ventriculares: · Normalmente relacionadas com infarto ou corações deteriorados, normalmente de alto risco, elevada mortalidade. · Podem ser assintomáticas. · Pacientes com doenças hipertróficas do miocárdio ou com história de morte súbita na família. · Na palpitação existe uma relação direta entre a gravidade das arritmias cardíacas e o grau de palpitação descrito pelo paciente? Não existe. · Síncope: · É a perda súbita e momentânea da consciência e do tônus postural, seguida de recuperação espontânea, sem sequela neurológica decorrente da diminuição momentânea do fluxo sanguíneo cerebral. · Diagnóstico diferencial: · Lipotimia ou tontura: é uma sensação de síncope abortada, turvação visual, pode até cair, porém, sem perder a consciência. · Vertigem: habitualmente faz diagnóstico diferencial com a síncope, porém, a sua característica é apresentar uma sensação rotatória de desequilíbrio, tipo embriaguez podendo levar o indivíduo a queda, sem perder a consciência (sensação de alucinação de movimento). · Crise convulsiva: perda da consciência, tremores, salivação, liberação esfincteriana. · A principal causa de síncope em 85% das vezes é de origem neurológica e não cardíaca? Não, a maioria das vezes é de origem cardíaca. · Origem: · Cardíaca (18 a 33%): tipos não obstrutiva ou obstrutiva. Ex: arritmias, embolia pulmonar, estenose aórtica/mixoma. · Não cardíaca (0 a 12%): tipos neuromediadas, hipotensão, neurológicas ou psiquiátricas. Ex: neurocardiogênicas, micção, tosse, hipovolemia, drogas, cerebrovasculares, hiperventilação, abuso de drogas, conversivas. · Desconhecida (6%). · O fator preponderante na gênese da síncope é a redução do DC secundário a alterações, ou no débito sistólico ou na FC. · Causas cardíacas de origem da síncope: · Bradiarritmias. · Taquiarritmias. · Obstrução mecânica: estenose aórtica. · Hipersensibilidade do seio carotídeo. · Síncope neurocardiogênica (síncope neuromediada ou vasovagal): provavelmente, a maior causa de síncope, decorre de uma hiper reação vagal depressora gerando bradicardia e importante queda da resistência vascular periférica. - Fatores desencadeantes deste tipo de síncope: ansiedade, medo, punção venosa, ambientes hipoventilados, dor, observação de cenas desagradáveis; algumas situações como a tosse e a micção; são associadas a sinais premonitórios: palidez, sudorese, taquicardia, sensação de calor; famoso desmaio em filas de banco; · Diagnóstico de síncope: · Clínico: 1. Fase pré-síncope: anamnese – antecedentes pessoais, e as circunstâncias que precederam a síncope. 2. Fase síncope: duração do episódio, comportamento do pulso, estado de perfusão das extremidades, tamanho das pupilas, abolição da consciência. 3. Fase pós-síncope: consciência é prontamente recuperada.
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