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Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Pa�t� Norma� Diagn�stic� d� Trabalh� d� Pa�t�: ★ 2 ou mais contrações efetivas (dolorosas, durando cerca de 30 segundos) em 10 minutos; ★ Dilatação ou modificações do colo: ○ Amolecimento; ○ Apagamento (encurta o comprimento do colo); ○ Dilatação: 4 cm → Fase ativa → Internação. ✓ Colo de mulheres multíparas: Apaga e dilata ao mesmo tempo; ✓ Colo de mulheres primíparas: Primeiro ocorre o amolecimento e apagamento do colo (encurtamento) e, após, a dilatação. ✓ Fase Latente: Fase anterior à ativa, caracterizada por uma dilatação lenta (< 1cm por hora), a qual apresenta período variável, podendo durar várias horas. ✓ Fase Ativa: Normalmente inicia quando a gestante atinge cerca de 4 cm de dilatação. Se caracteriza por ser o momento do trabalho de parto no qual as contrações são regulares, mais intensas, e a dilatação é progressiva (> ou = 1 cm por hora). ✓ Fase de Platô: Ocorre certa estabilização na dilatação, fase na qual o nenê começará a descer e dará sequência às demais fases do trabalho de parto (expulsiva e de puerpério imediato). ➔ O processo de trabalho de parto começa lentamente, aumentando gradativamente até que as contrações fiquem regulares, chegando a 3 ou 4 contrações efetivas em 10 minutos. ➔ Pacientes com fatores de risco gestacionais, pós-datismo ou/e doença hipertensiva devem ser admitidas mesmo na fase latente devido ao risco de insuficiência placentar e comprometimento fetal. Contraindicaçõe� d� Pa�t�: ➔ Em geral, de acordo com a OMS, em torno de 85% das gestações evoluem para parto normal, 15% a 20% (centros de referência de alto risco) apresentam indicações para cesariana. ★ Presença de apresentação pélvica ou outra apresentação anômala (transverso, córnica [de ombro], de pé, etc): ○ Contraindicação relativa. ○ Orientação é que em primigestas (pacientes que nunca se submeteram a parto normal), o parto pélvico seja realizado via cesariana. Pacientes que já tiveram parto normal podem se submeter a partos pélvicos via baixa, desde que consideradas algumas questões (ex.: peso do nenê). ★ 2 cesarianas ou mais; ★ Macrossomia evidente; ★ Placenta prévia total (Placenta obstrui o orifício cervical → Não ocorre passagem); 1 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ★ Contraindicações clínicas → Ex.: Presença de aneurismas vasculares na gestante. Estági�� d� Pa�t�: 1. Primeiro estágio → Dilatação; ○ Fase latente: Dilatação lenta. ○ Fase ativa: Dilatação rápida. ➢ Após ocorrer a dilatação completa e a descida do polo cefálico, ocorre o segundo estágio. 2. Segundo estágio → Expulsão; 3. Terceiro estágio → Dequitação (Saída da placenta); 4. Quarto estágio → Primeira hora pós parto. ➔ Terceiro e quarto estágio são considerados o “momento de ouro” ou a “hora de ouro”, pois o risco de hemorragia é bastante significativo. Primeir� Estági�: ★ Estágio que vai desde o início do TP até a dilatação completa; ★ Compreende as fases latente e ativa de TP; ★ Suporte emocional → Diminui a necessidade de medicações analgésicas, taxas de cesariana e apgar < 7 no 5º minuto; ★ Avaliação dos sinais vitais a cada 1 hora; ★ Controle dos BCFs a cada 30 minutos (120 - 160 BCFs); ★ MAP → Monitorização anteparto; ○ Contraindicada em gestações de baixo risco, pois não está estabelecido que a monitorização de todos os nenês irá diminuir a morbimortalidade deles. ○ Um dos problemas da MAP é que o índice de falsos positivos para alterações na cardiotocografia é extremamente elevado (em alguns estudos chega a 50%). ○ Realizar MAP em todas as gestantes refletiria em um aumento no número de cesarianas, o qual já é elevado. ○ Apesar disso, existe uma tendência de monitorizar todas as pacientes que estão em trabalho de parto. ★ Analgesia: ○ Peridural (normalmente); ○ Deve ser feita na fase ativa de TP. ○ Deveria ser um direito de todas as gestantes, porém isso não confere com a realidade da saúde pública. ★ Partograma: ○ Gráfico onde se analisa a evolução do TP; ○ Obrigatório no aspecto legal em todos os centros obstétricos que realizam partos pelo SUS; ○ 2 linhas dentro de um espaço temporal; 1. Linha de alerta; 2. Linha de ação. ↦ Se a linha de alerta ultrapassar o início da linha de ação, deve-se atentar ainda mais para a evolução e possíveis distócias no trabalho de parto. 2 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ➢ Triângulos: Impressão gráfica da dilatação; ➢ Círculos: Impressão gráfica da descida do polo cefálico (0 = Vértice do polo localizado nas linhas isquiáticas). ○ Distócias: Dificuldades/alterações durante o trabalho de parto. ★ Amniotomia: Ruptura proposital da bolsa; ○ Indicada: 1. Aspecto do LA (grumos, mecônio, etc); 2. Infecção; 3. Prolapso de cordão. ○ Se espera que ocorra de maneira espontânea, normalmente no decorrer do trabalho de parto. ○ Ruprema: Ruptura prematura da bolsa (antes do trabalho de parto propriamente dito). ★ Manejo ativo do trabalho de parto: ○ Estimular as contrações por meio da utilização de ocitocina (torna as contrações mais regulares, não necessariamente mais intensas ou dolorosas); ○ Amniotomia → Mecanismo natural de indução do trabalho de parto; ○ Reduz o tempo do trabalho de parto, porém não modifica a morbimortalidade em relação ao recém nascido. P�siçõe� Fetai� (Pol� cefálic�): ★ Se avalia a posição do polo cefálico em relação à pelve materna; ★ Posição Occipitopúbica → Ideal para o nascimento; ○ Quando o osso occipital do feto se encontra em relação ao púbis materno. ★ Importante considerar a posição do polo cefálico do feto, pois o diâmetro anteroposterior tanto da cabeça fetal quanto da pelve materna é maior que o laterolateral, logo, deve-se visar pela posição em que os dois maiores diâmetros se encontram (occiptopúbica). Caso os dois maiores ângulos não se encontrem, o parto será de maior dificuldade. ★ Normalmente, o polo cefálico entra na pelve e inicia rotação no sentido horário (pode ser anti-horário, embora menos frequente), assim, o feto pode 3 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 se apresentar, inicialmente, em posição transversa, e, conforme ocorre sua descida, rota até chegar na occiptopúbica. Segund� Estági�: ★ Dilatação completa; ★ Plano zero de Delee; ★ Esforços expulsivos → Paciente sente vontade de fazer força; ★ Posição, normalmente, de Litotomia com Trendelemburg (existem outras); ★ Controle da vitalidade fetal → BCF’s; ★ Puxos = Esforços expulsivos (empurra o feto utilizando a prensa abdominal, realizados, preferencialmente, junto da contração uterina); ★ Episiotomia → Corte ao nível do corpo perineal; ○ A principal indicação é que não seja realizada; ○ Caso seja realizada, as indicações são: 1. Corpo perineal < 3 cm; 2. Condição fetal não tranquilizadora; 3. Macrossomia fetal; 4. Variedades posteriores de apresentação; 5. Parto instrumentado (ex.: Fórceps); 6. Apresentação pélvica, etc. ★ Duração média de 45 minutos; ○ > 60 minutos: Reavaliar a paciente (não necessariamente encaminhar para realização de cesariana); ○ 2 - 3h: Principalmente em pacientes primíparas. ★ Desprendimento cefálico; ○ Lento, visando evitar hiperdistensão; ★ Rotação externa (após sair a cabeça) → Para que os ombros fiquem no diâmetro anteroposterior (maior); ★ Desprendimento biacromial: ○ Se puxa a cabeça fetal um pouco para baixo, para desprender o ombro anterior, e, após, puxa a cabeça para cima para desprender o ombro posterior. ★ Clampeamento do cordão → Esperar 1 - 2 min. 4 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Terceir� Estági�: ★ Preocupação com a possibilidade de complicações hemorrágicas; ○ A hemorragia pós parto é a principal causa de morte materna nos países em desenvolvimento (inclusive no Brasil). ★ Manejo ativo é indicado nesse período (OMS): 1. Ocitocina 10 UI IM imediatamente após o nascimento ➢ A contração do útero leva à contração das artérias espiraladas. 2. Massagem uterina; 3. Tração controlada do cordão umbilical ★ Dequitação da placenta; ○ De maneira espontânea,pode durar até 30 min → Período muito longo, no qual a paciente pode perder grande volume sanguíneo; ○ Manejo ativo diminui o tempo e, consequentemente, o volume de sangue perdido. ★ Contração uterina; ○ Espontânea; ○ Massagem uterina; ○ Na ausência de resposta → Metilegometrina, misoprostol, uso de balão ou até mesmo tratamento cirúrgico. ★ Trajeto do feto; ○ Pode ser traumático e provocar lacerações de colo, vagina, etc. ★ Episiorrafia (se houver sido feita episiotomia). Qua�t� Períod�: ★ Primeira hora após a dequitação; ★ “Hora de ouro” → Prevenção de hemorragias, observação da paciente, contratilidade uterina, etc. ★ Sala de recuperação. Distócia�: ➔ Alterações relacionadas com o canal do parto, contrações uterinas e ao feto, prejudicando o andamento do parto. 1. Distócia Óssea: Alterações no trajeto devido a problemas ósseos ou a uma pelve inadequada; ○ Desproporção céfalo-pélvica; ○ Redução dos diâmetros da pelve (estreito inferior, estreito médio e estreito superior) → Bacia Ginecóide = Pelve ideal, com ângulo anteroposterior maior que o laterolateral; ○ Distúrbios maternos de postura; ○ Hiperescoliose; ○ Anãs, etc. 2. Distócia Funcional: Relacionadas à fisiologia das contrações, ao processo fisiológico do parto; ○ Oligossistolia; 5 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ Polissistolia (O útero necessita relaxar para que ocorram as trocas hematológicas entre mãe e feto); ○ Prensa abdominal insuficiente (“Força” que a mãe deve fazer para empurrar o feto); ○ Devem ser avaliadas de maneira mais rotineira; ○ Anormalidades da contratilidade; ○ Partos precipitados e partos prolongados; ○ Avaliadas pelo partograma; ○ Controle das contrações; ○ MAP. Obs 1.: Decúbito lateral esquerdo causa descompressão da Cava. Obs 2.: A principal causa de polissistolia é a iatrogenia (ações médicas), assim, deve-se corrigi-la com a retirada dos medicamentos que estão sendo utilizados para estimular as contrações, assim como a amniotomia pode auxiliar pois regula funcionalmente as contrações. Uterolíticos devem ser utilizados em situações extremas. 3. Distócia Fetal: Relacionadas à posição, tamanho, etc. ○ Distócias de apresentação: Apresentações pélvicas (deve ser apresentação pélvica completa para que ocorra o parto), tranversas, córmicas, de pé, etc. ○ Distócias de atitude: Queremos que o feto esteja em atitude fletida, em flexão do polo cefálico, com o queixo encostado no seu tórax. ○ Distócias de volume: Macrossomia (> 4kg). 6 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 7
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