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Respostas - IBET Seminário de Casa II

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Módulo Controle da Incidência Tributária
MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
ALUNO: EDNALDO SILVA FERREIRA JÚNIOR
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Questões
1.	 A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual brasileiro, pergunta-se:
(a) Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? 
O ordenamento jurídico brasileiro possui duas espécies de controle de constitucionalidade: o controle de constitucionalidade incidental, que pode ser exercido por qualquer órgão jurisdicional e se refere especificamente à incidência de uma norma sobre determinado caso concreto; e o controle de constitucionalidade direto, que é exercido pelo STF, enquanto corte constitucional, cujo julgamento não se debruçara sobre a resolução de um caso concreto, mas se realizará em tese, discutindo-se a própria validade da norma objeto da afirmação de inconstitucionalidade[footnoteRef:1]. [1: DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2016, pp. 52-54. ] 
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). 
	As diferentes técnicas de interpretação constitucional decorrem da diferenciação entre texto e norma descrita pela Teoria Hermenêutica Moderna[footnoteRef:2]. [2: GUASTINI, Riccardo. Das fontes às normas. São Paulo: Quartier Latin, 2005, pp. 24-26] 
	Nessa linha, a interpretação constitucional poderá ocorrer mediante redução do texto, sem redução do texto, ou conforme a constituição[footnoteRef:3]. A primeira ocorre quando o próprio texto legal é excluído por ter sua validade revogada em virtude do confronto com as disposições constitucionais. A segunda se configura quando apenas uma das normas decorrentes do texto legal viola disposições constitucionais, de forma que apenas esta norma é declarada inconstitucional, permanecendo vigente o texto legal. Por fim, a interpretação conforme a constituição ocorre quando dentre as várias interpretações possíveis, uma se revela de acordo com os ditames constitucionais, enquanto as demais violam o texto constitucional, de forma que aquela deverá prevalecer em prol do princípio da conservação dos textos legais. [3: LINS, Robson Maia. Controle de Constitucionalidade da Norma Tributária. São Paulo: Editora Quartier Latin, 2005, pp. 146-150. ] 
	
(c) Considerando os efeitos (inter partes x erga omnes) da decisão proferida em controle de constitucionalidade, é possível afirmar que na hipótese de julgamento de recurso extraordinário repetitivo, nos termos do CPC/15, o ordenamento jurídico passou a admitir efeito erga omnes a decisão do STF que julga a questão constitucional mediante provocação difusa?´
	Sim, visto que as teses fixadas em sede de julgamento repetitivo são vinculativas na forma do artigo 927, III, do Código de Processo Civil, de forma que a (in)constitucionalidade acabará por gerar efeitos erga omnes. 
2.	A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda:
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos dispositivos em análise?
	Sim, é possível verificar uma distinção de espécies de controle de constitucionalidade. 
	Isto porque o art. 27, da Lei 9.868/99 se aplica apenas às decisões proferidas em sede de ADI ou ADC, as quais compreendem o controle de constitucionalidade direto. 
	Já no art. 927, §3.º, do Código de Processo Civil não há restrição quanto às ações judiciais, o que permite sua aplicação tanto no controle de constitucionalidade desenvolvido de forma incidental, quanto direta. 
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em controle de constitucionalidade? Identifique-os.
	Não há identidade entre os fundamentos. Isto porque, enquanto o art. 927, §3.º, da Código de Processo Civil exige uma alteração da jurisprudência dominante dos tribunais superiores e do Supremo Tribunal Federal, a modulação de efeitos prevista pelo art. 27, da Lei 9.868/99 identifica como fundamento da sua incidência a mera presença de “razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social” na declaração de inconstitucionalidade da norma. 
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
	As classificações concreto/abstrato e difuso/concentrado referem-se a aspectos diferentes, de forma que as noções não podem ser equiparadas: a primeira classificação leva em consideração a existência ou não de um caso concreto onde se discuta a incidência da norma em xeque, de forma que quando estiver a ser discutida a própria (in)constitucionalidade da norma em face do sistema normativo, ou seja, quando a discussão ocorre em tese, estaremos a falar do controle abstrato, quando se estiver a discutir a incidência de determinada norma sobre certo caso concreto, então se estará a tratar de um controle de constitucionalidade concreto; já a segunda classificação refere-se à pluralidade de órgãos jurisdicionais competentes para declarar a (in)constitucionalidade, sendo certo que o controle de constitucionalidade será classificado como difuso quando diversos órgãos jurisdicionais estiverem autorizados a examinar a (in)constitucionalidade, enquanto o controle concentrado refere-se ao controle exercido por um único tribunal.
	Nessa linha, o julgamento de reclamação constitucional compreende controle de constitucionalidade concentrado, visto que o STF é o único detentor da competência para julgar a matéria, mas traduz controle difuso, pois a constitucionalidade é debatida em face de um caso concreto. 
4.	Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta.
	A ideia de “efeito dúplice” diz respeito às consequências do pronunciamento de eventual (in)constitucionalidade[footnoteRef:4], em síntese: eventual improcedência da ADI importará numa declaração de constitucionalidade da norma, da mesma forma que a procedência de ADC importará na improcedência de eventual ADI, conforme prevê o art. 24, da Lei 9.868/99. [4: Id., ibid, pp. 144-145. ] 
	As decisões proferidas em ADI e ADC apenas serão vinculativas quando compreenderem decisões definitivas e versarem sobre o mérito, vinculando ainda o poder judiciário e executivo, conforme a literalidade do art. 102, §2.º, da Constituição Federal. Todavia, o proferimento de eventuais decisões provisória, ainda que não sejam vinculativas, devem importar a suspensão dos processos que digam respeito ao dispositivo legal em xeque[footnoteRef:5]. [5: BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2012, pp. 868-870. ] 
	
	As decisões, contudo, não serão vinculantes do poder legislativo, que pode, por exemplo, editar nova lei de conteúdo similar, cuja validade se presumirá até que sobrevenha eventual decisão de inconstitucionalidade com efeitos vinculantes[footnoteRef:6]. [6: SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional. Teoria, história e métodos de trabalho. Belo Horizonte: Fórum, 2012, pp. 402-405.] 
5.	O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmentevinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15.
	O STF detém a possibilidade de rever as decisões por si proferidas, inclusive em sede de controle abstrato de constitucionalidade.
	Todavia, é preciso que esta possibilidade seja interpretada com parcimônia. É válida a revisão de pronunciamentos anteriores que tenha como fundamento as mudanças normativas decorrentes dos processos sociais[footnoteRef:7], como ocorre no fenômeno da mutação constitucional, o que é plenamente possível mesmo que o texto legal permaneça o mesmo, visto que texto e norma não se confundem. [7: BRANCO, Paulo G. G.; COELHO, Inocêncio M.; MENDES, Gilmar F. Curso de Direito Constitucional. São Paulo, Saraiva, 2009, pp. 1.328-1.330.] 
	Todavia, o que não corrobora com o princípio da segurança jurídica é fundamentar uma mudança de entendimento a partir da alteração da composição do tribunal, o que viola qualquer interpretação do princípio da segurança jurídica. Afinal, o objeto das interpretações constitucionais fixadas em sede de controle abstrato não é a compreensão dos membros da corte constitucional, mas as normas jurídicas, cuja existência e disposição independe daquele que a observa. 
	Certo é, todavia, que caso revisado entendimento anterior, essencial será a modulação de efeitos, visto que inquestionavelmente, pela sua força vinculante, a decisão proferida em sede de controle direto se subsome à noção de jurisprudência dominante prevista pelo art. 927, §3.º, do Código de Processo Civil, para além da natural referência ao princípio da segurança jurídica. Outro dispositivo que poderá ter relevância diante do caso concreto é o artigo 24, da LINDB, visto que a mudança de posicionamento poderá levar à revisão de atos administrativos vinculados à constituição e execução do crédito tributário[footnoteRef:8]. [8: FERREIRA JÚNIOR, Ednaldo S. A Lei n.º 13 655/2018 e a Fazenda Pública em Juízo: relações entre as normas processuais e as novas disposições da LINDB. Revista Brasileira de Direito Processual – RBDPRO, ano 28, n.º 211, pp. 99-102.] 
6.	O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? 
	Não é necessário que esta seja anterior à formação do título executivo, visto que a decisão proferida em de controle de constitucionalidade direto, enquanto regra geral, produz efeitos ex tunc, conforme a literalidade [footnoteRef:9] [9: LINS, Robson Maia, Id., p. 177. ] 
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação? 
	A alegação será possível, mediante exceção de pré-executividade, todavia deverá se observar os prazos prescricionais e decadenciais. 
7.	Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo I):
	a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato?
	Deverá o juiz analisar o mérito da ação, visto que a inconstitucionalidade, no caso, foi alegada com fundamento em aspecto que não foi analisado em sede de ADIN. 
	b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi respondido na questão “a)”.
	Caso o julgamento do STF tenha se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória, o juiz ainda assim deverá se pronunciar sobre o mérito, mas acompanhando a tese fixada em sede de ADIN
c) Se a referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão de improcedência (rejeitando o pedido do contribuinte), poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15.
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)? 
	Não é possível afirmar que necessariamente estará dotada dos mesmos efeitos, independentemente de como ocorreu a provocação do Supremo Tribunal Federal. Isto porque, enquanto o controle de constitucionalidade realizado de forma direta necessariamente possuirá efeito erga omnes, o controle realizado de forma incidental poderá não gozar deste efeito. 
	Todavia, embora a coincidência não seja necessária, ela é possível, diante da possibilidade de concessão de efeitos vinculantes ao controle de constitucionalidade exercido de forma difusa, desde que o julgamento ocorra em regime de repetitivo.

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