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PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A IMPORTÂNCIA NA PANDEMIA DO COVID-19 A Psicologia em contextos de saúde baseava-se em uma concepção de diagnóstico e cura, realizando a aplicação de testes e métodos de avaliação psicológicos nos serviços públicos de orientação (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA, 2011). Com a criação do SUS, em 1988, passa a existir uma nova orientação de atenção em saúde mental, o trabalho em equipes multiprofissionais passa a ser primazia. O psicólogo então, junto aos outros profissionais passa a integrar o novo modelo de atenção. O Conselho Federal de Psicologia possui uma comissão de Saúde, que reúne especialistas em Psicologia e Saúde, decidindo estes que: O Sistema Conselhos desde o início da reforma psiquiátrica e da reforma sanitária, mostra sua defesa e, desde então, vem convocando e mobilizando toda a categoria de psicólogas (os) para o apoio a construção do SUS que leva em conta os princípios da universalidade, integralidade e equidade no direito à saúde. As diretrizes que regem o SUS recitam a contribuição do psicólogo dentro das instituições públicas, visto que o mesmo se destaca por compreender questões de saúde em equilíbrio entre o social e o coletivo, pois saúde mental é uma interação com a saúde física. Apresenta-se oportuna a contribuição do psicólogo no SUS, mesmo com inúmeros impasses, sendo sua atuação de grande valia na promoção da saúde mental e psíquica dos usuários das UBS bem como, a importância do trabalho de equipe multidisciplinar. A principal contribuição do trabalho do psicólogo é proporcionar a não alienação do paciente no processo saúde-doença, não restrição do ambiente social sendo a vida social de extrema importância no processo de recuperação. Desse modo, a Psicologia contribui com foco na atenção, promoção, prevenção de saúde, não apenas nos casos patológicos, mas nas ações que visam melhoria da qualidade de vida. Os profissionais identificam nos pacientes suas necessidades e os encaminham para o atendimento psicológico, que irá trabalhar através da escuta individual e com as oficinas terapêuticas criadas dentro das unidades de saúde, que visam o trabalho em grupos. A atenção básica pode ser uma ótima via para a promoção da saúde bem como por motivos econômicos e que o psicólogo tem um papel fundamental nesse processo. As atividades psicológicas de maior frequência nas UBS são: a psicoterapia de adulto, o psicodiagnóstico, a ludoterapia, a orientação a gestantes e hipertensos; sendo a psicanálise a orientação teórica mais presente. Há ainda outros trabalhos de contribuição do psicólogo na atenção primária que podem ser acompanhados da equipe multidisciplinar de várias maneiras, por exemplo: descobrir a situação de vivência dos pacientes, bem como as circunstâncias socioeconômicas para planejar um plano de ação; elaborar projetos que possam acolher esses pacientes de forma humanizada; visitar à domicílio com o intuito de identificar as questões psicológicas e realizar a escuta terapêutica; ofertar assistência à saúde mental que irá englobar todos os tipos de terapia: com grupos psicoterápicos, acompanhamento psicológico, atendimento individual, casal, família, grupos de prevenção e promoção da saúde (Nepomuceno; Brandão, 2011). É notório que existem muitos impasses relacionados ao sistema de saúde, mas também há incontáveis aspectos e contribuições no campo da saúde pública do Brasil. É necessário que a Psicologia e o SUS cresçam, pautando nos direitos humanos, na ética que enfatiza a integralidade e a humanização, a interdisciplinaridade, a conscientização, a solidariedade e o compromisso com a busca do cuidado integral, dentro de uma orientação de “trabalho vivo”, em que se fazem necessários o vínculo, a escuta, a comunicação e a responsabilização com o cuidado, como condutor da prática (MERHY, 2002), rompendo com toda e qualquer forma de segregação e consequentemente se transformando em um dispositivo terapêutico, social e histórico. A IMPORTÂNCIA NA PANDEMIA DO COVID-19 O novo coronavírus, afetou várias países do mundo causando um número surreal de mortes e fez a OMS (Organização Mundial da Saúde), em março do ano de 2020, classificá- la como pandemia. Desse modo, é de extrema importância que a população perceba a seriedade do caso e siga corretamente o protocolos, evitando o aumento de infectados. Em oportuno, a contribuição do psicólogo se mostra cada vez mais necessária, atuando nessa linha de frente de treinamento dos profissionais de saúde e auxiliando na conscientização. Na saúde pública, o psicólogo desenvolve alguns processos essenciais de manejo numa situação de pandemia. Estes podem aliviar em grandes proporções o impacto da doença na saúde mental dos afetados. Na área de políticas públicas podemos elencar alguns campos de atuação desse profissional: ✓ Treinamento para triagem telefônica e/ou presencial para melhoria na efetividade da classificação de risco, visando identificação mais rápida dos pacientes de alto risco; ✓ Comunicação com a equipe assistencial para padronização das falas na instituição, a partir das recomendações dos órgãos oficiais, como o ministério da saúde e OMS; ✓ Criação de material impresso para os familiares que possuem contato com o paciente: informações de prevenção, manejo e contágio do vírus; ✓ Treinamento da equipe assistencial e de apoio para evitar situações discriminatórias por falta de conhecimento técnico; ✓ Atendimento individual ou grupal aos pacientes e familiares para redução de ansiedade, favorecendo modos mais efetivos de adaptação e enfrentamento; ✓ Suporte emocional frente às mudanças de quadro de risco e agravamento da doença; ✓ Assistência aos profissionais na linha de frente com sinais de contaminação, oferecendo suporte emocional. https://www.who.int/ Novas pesquisas sobre o novo coronavírus, orientações e informações ainda divergentes e sendo atualizadas diariamente, visto que a desordem causada na população é evidente, principalmente no que diz respeito às Fake News sobre o assunto. Dentro deste contexto, o trabalho do psicólogo é de um time de respostas rápidas, com precauções e boas práticas nos atendimentos aos casos suspeitos. BIBLIOGRAFIA Campos, G.W.S. O SUS entre a tradição dos Sistemas Nacionais e o modo liberal- privado para organizar o cuidado à saúde. Ciência & Saúde Coletiva. (2007). Cavalcante, C.M. et al. (2011). Desafios do cuidado em saúde mental na Estratégia Saúde da Família. Rev. Bras. Prom. Saúde, v.24, n.2, p.102-8. Conselho Federal de Psicologia. Como a Psicologia pode contribuir para o avanço do SUS: orientações para gestores 2ª Edição. Brasília/DF 2013. Ronzani TM, Rodrigues MC. O psicólogo na atenção primária à saúde: contribuições, desafios e redirecionamentos. Psicologia e Ciência. 2006. Rutsatz SNB, Camara SG. O psicólogo na saúde pública: trajetória e percepções na conquista de espaço. Aletheia. 2006. Produzido por: @juliananascar
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