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1 MEDICINA DE EMERGÊNCIA Laura Borges SÍNDROME CORONARIANA AGUDA – MANEJO NA EMERGÊNCIA Aplicado a pacientes em que há uma suspeita ou confirmação de isquemia miocárdica aguda ou infarto. Classificação: o Angina Instável o IAM sem Supra de ST (IAMSSST) o IAM com Supra de ST (IAMCSST) Objetivos: o Reconhecimento imediato do IAMCSST o ECG em 10 minutos sempre!! – se normal repetir de 15/30 minutos se persistência dos sintomas Critérios eletrocardiográficos para o diagnóstico de IAMCSST: Elevação do segmento ST ≥ 1mm no ponto J (fim do complexo QRS e início do Segmento ST) em duas derivações contíguas Exceção – V2/V3: Mulher - ≥ 1,5mm Homem > 40 anos - ≥ 2,0mm Homem < 40 anos - ≥ 2,5mm Exceção - V7, V8, V9, V3R e V4R ≥ 0,5mm Relação entre as derivações e as paredes acometidas: V1, V2 e V3 – parede anterosseptal V1, V2, V3 e V4 – parede anterior (Artéria Descendente anterior) V3, V4 ou V3-V5 – parede anterior localizada V4, V5, V6, D1 e aVL – parede anterolateral V1 – V6, D1 e aVL – parede anterior extensa D1 e aVL – parede lateral alta (Artéria Circunflexa) D2, D3 e aVF – parede inferior (Artéria Coronária direita) pedir V3R e V4R para descartar IAM de VD (no infarto de VD não pode ser usado Nitrito e Morfina) Infra de V2-V3 deve pedir V7, V8 e V9 – se supra pode indicar IAM da parede dorsal/posterior (evidências mostram que o registro de V7-V9 corresponde na verdade a parede lateral) Setas vermelhas: IAMCSST na Parede Lateral alta e Parede anterior Setas azuis: onda S grande em D2 e D3 indicam bloqueio divisional anterossuperior esquerdo (BDASE) Seta verde: QRS alargado com RSr’ em V1 indica Bloqueio do ramo direito (BRD) IAMCSST Parede Lateral alta e Anterior + BRE + BDASE Oclusão proximal da Coronária esquerda 2 MEDICINA DE EMERGÊNCIA Laura Borges Marcadores bioquímicos de IAM: Objetivos do Manejo: o Alívio da dor o Avaliação do estado hemodinâmico e correção de anormalidades presentes o Início da terapia de reperfusão com intervenção coronária percutânea (ICP) ou fibrinólise o Terapia antitrombótica para prevenir a retrombose ou trombose aguda de Stent o Betabloqueador para prevenir isquemia recorrente e arritmias ventriculares – para o resto da vida o Terapia antiplaquetária para diminuir risco de trombose arterial coronariana o IECA para prevenir remodelamento cardíaco o Estatina – iniciar tão logo quanto possível (Rosuvastatina 40mg MID/ Atorvastatina 80mg MID) o Anticoagulação crônica na presença de trombo ventricular esquerdo ou FA crônica o Se paciente é usuário de Cocaína administração precoce de Benzodiazepínicos e Nitrato Não fazer Betabloqueador porque pode exacerbar a vasoconstrição da Artéria Coronária Importante diante do ECG observar se o ritmo é sinusal – observar onda P positiva precedendo QRS em D2, D3 e aVF. IAMCSST na parede anterior. IAMCSST na parede inferior pedir V3R e V4R para descartar IAM de VD 3 MEDICINA DE EMERGÊNCIA Laura Borges Se dor entre 12-24 horas: o ACTP é razoável se o paciente tiver: Sintomas de ICC grave Instabilidade hemodinâmica ou elétrica Sintomas isquêmicos persistentes Oxigenioterapia: o Indicações: Se saturação <94% ou 90%, desconforto respiratório, ICC ou outro fator de risco que aumenta o risco de hipóxia Pensar no custo, no desconforto e no risco de hiperóxia – efeito vasoconstritor Medicações: o Nitratos (“Novalgina da dor Coronariana”) Usar com cautela pelo risco de hipotensão Evitar se infarto de VD ou estenose aórtica grave Contraindicação: PAS < 100/90 mmHg Uso de Sildenafil (Viagra) Uso de Tadalafila Dose das medicações – Sublingual Nitroglicerina 0,4mg Mononitrato de Isossorbida 5mg Dinitrato de Isossorbida 5mg Devem ser administradas no máximo 3 doses, separadas em intervalos de 5 minutos Se administrado por via oral continuamente deixar um período de 10 a 12 horas sem medicação Uso IV – Nitroglicerina: É convertido em NO estimula a produção de GMP cíclico relaxamento da musculatura lisa vascular Causa venodilatação sistêmica com redução da pré-carga Ampola de 50mg/10ml ou 25mg/5ml – Diluição (concentração 200mcg/ml) SG5% 240ml + 10 ml (1 ampola), EV em BIC (acesso central ou periférico) Dose inicial: 5-20mcg/min, aumentando 5mcg/min a cada 3 a 5 minutos até efeito desejado (dose máxima de 400mcg/min Pode desenvolver tolerância o Morfina: usada somente se o nível de dor for inaceitável. Terceira opção depois de Nitrato e Betabloqueador Parece não ser tão segura Dose: 2-8mg Morfina: Ampola 10mg/ml + 9ml ABD/SF 0,9% o Betabloqueador: Diminui o tamanho do IAM Diminui a mortalidade precoce a longo przo Diminui a demanda por O2 Bradicardia prolonga a diástole melhora a perfusão diastólica coronariana VO nas primeiras 24 horas após o diagnóstico Cardiosseletivos (Metoprolol ou Atenolol) Uso IV se Angina refratária e/ou hipertensão – Metoprolol 5mg a cada 5 min (total 15mg) Duração: por até 3 anos Se IC de fração de ejeção baixa, disfunção sistólica ventricular esquerda assintomática, hipertensão, angina tomar o resto da vida Objetivo: FC – 55 a 70bpm e PAS > 90mmHg Contraindicações: Hipotensão (PAS <100) com ou sem choque 4 MEDICINA DE EMERGÊNCIA Laura Borges Broncoespasmo ativo BAV de 2° ou 1° grau com PR > 0,30 Bradicardia grave (FC <40 bpm) IC evidente ou Edema agudo de pulmão Cocaína Para prevenir arritmias: Betabloqueador IV precoce, manter K entre 3,5 – 4,5 e Magnésio > 2 o Enoxaparina: < 75 anos 30mg IV em bolus 1mg/kg subcutâneo de 12/12 horas > 75 anos não fazer bolus 0,75mg/kg subcutâneo de 12/12 horas Durante 8 dias ou até alta hospitalar Corrigir para função renal o Antiagregante plaquetário (duplo): AAS PARA TODOS!! 162 – 325mg + Bloqueador do receptor P2Y12 Clopidogrel – ACTP (600mg)/ Fibrinólise (300mg) se for fazer fibrinólise tem que ser clopidogrel Ticagrelor 180mg – ACTP Prasugrel 60mg – ACTP (melhor resultado no supra e diabetes) CI absoluta: história patológica pregressa de AVC, AIT, sangramento ativo CI relativa: < 60kg e > 75 anos Manter a dupla antiagregação por 12 meses na dose de manutenção Fibrinólise: o Supra do segmento ST ou Novo BRE o Choque cardiogênio preferência por ICP, se não disponível, trombolisar e transferir o Alteplase: 15mg em bolus + 0,75mg/kg em 30 minuto + 0,5mg/kg em 60 minutos (não exceder 100mg) o Tenecteplase (bolus único) < 60kg = 30mg 60 – 70kg = 35mg 70 – 80kg = 40mg 80 – 90kg = 45mg > 90kg = 50mg o Contraindicações absolutas a Trombolíticos: AVC hemorrágico, AVC isquêmico ou trauma importante < 3 meses Tumor, MAV, Dissecção aguda de aorta, sangramento ativo Qualquer sangramento intracraniano prévio, dano ou neoplasia no SNC o Sinais de reperfusão miocárdica no ECG: Redução ≥ 50% do supra após 60-90 minutos Ritmo idioventricular (RIVA) Inversão precoce de onda T nas primeiras 4 horas Inibidores da Glicoproteína IIB/IIA: no CATE se evidências de reperfusão lenta, trombo gigante ou instabilidade clínica 1 – 3 dias na unidade coronariana: pode sentar no leito, na cadeira, exercícios passivos, banho no leito o > 3 dias: banho no banheiro assistido Diagnóstico diferencial: o Pericardite aguda o Dor pleurítica o Embolia pulmonar o Dissecção aguda de aorta o Articulações costocondrais e condroesternais o Espasmo esofageano Sempre ter cuidado com o diagnóstico diferencial de dissecção de aorta no quadro de dor torácica na sala de emergência 5 MEDICINA DEEMERGÊNCIA Laura Borges o Sempre avaliar os pulsos periféricos radial e pedioso e observar se há sopro diastólico – RaioX de tórax é importante devido ao alargamento do mediastino ocasionado pela doença o Nunca trombolisar se suspeita de dissecção Classificação de risco: o TIMI o Killip No Paciente com IAMSSST: Recomendações pós alta: o Aspirina 100mg/dia + outro antiagregante plaquetário por pelo menos 1 ano o Estatina o Betabloqueador o IECA ou BRA se hipertenso ou com disfunção de VE o Atividade física/ reabilitação/ atividade assistida o Reeducação alimentar/ controle do peso o Abandonar o tabagismo
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