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1 - INTRODUÇÃO ÀS ZOONOSES Zoonoses é qualquer tipo de doença ou infecção naturalmente transmissível de animais vertebrados para humanos ou de animais vertebrados para humanos (OMS). Não é considerado uma zoonose quando não há o ser humano junto a algum animal vertebrado no ciclo da doença. As zoonoses podem ser bacterianas, virais, protozoárias, parasitárias ou por agentes não- convencionais. 1.1 - EPIDEMIOLOGIA E ZOONOSES A epidemiologia está inteiramente ligada às zoonoses pelo estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição dos problemas de saúde de um grupo. OCORRÊNCIA DAS DOENÇAS SURTO Acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. ENDEMIA Não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. EPIDEMIA Se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país. PANDEMIA Em uma escala de gravidade, pois a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA Uma enfermidade não pode ser separada do ecossistema em que interagem os elementos que concorrem para sua ocorrência. Esses elementos podem ser agrupados em três categorias: • Agente etiológico • Hospedeiro • Ambiente Esses elementos, que constituem a chamada tríade epidemiológica, podem coexistir em determinado ecossistema, sem que ocorra a enfermidade. Entretanto, qualquer desequilíbrio no estado de algum deles pode desencadear uma série de eventos que podem resultar em doença, como explica a figura abaixo. A essa sucessão de eventos, necessária para que a enfermidade ocorra, denomina-se processo epidêmico, e ao estudo das relações entre o agente etiológico e os demais componentes do ecossistema denomina-se história natural da doença. ZOONOSES AGENTE ETIOLÓGICO Os agentes etiológicos podem ser: físicos (traumatismo, queimaduras e etc), químicos (envenenamento, intoxicação e etc) e biológicos (infecções, infestações e etc). HOSPEDEIRO Entende-se por hospedeiro todo indivíduo capaz de abrigar em seu organismo um agente causal de doença com o qual pode estabelecer relações variadas. Diversas características do hospedeiro influem sobre sua susceptibilidade às enfermidades. Essas características podem ser divididas em próprias e variáveis. • Susceptível: indivíduo acessível ou capaz de ser infectado por um patógenos. • Hospedeiro definitivo: é aquele no qual o parasita atinge a maturidade ou passa a sua fase de reprodução sexuada. • Hospedeiro intermediário: é aquele no qual o parasita se encontra em fase larval ou assexuada. • Hospedeiro paratênico ou de transporte: trata-se de um hospedeiro intermediário no qual o parasita não se desenvolve ou se não se reproduz; este hospedeiro apenas mantém o parasita viável até que ele encontre outro hospedeiro definitivo. • Reservatório: qualquer animal ou humano onde vive e multiplica-se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Geralemente não desenvolve sintomas. VETOR São animais invertebrados, geralmente artrópodes, que transmitem o agente infeccioso ao hospedeiro definitivo. • Vetor biológico: é o vetor no qual o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve. • Vetor mecânico: é o vetor que serve apenas de transporte ao agente etiológico. Não é um local de desenvolvimento ou multiplicação. AMBIENTE As características básicas do agente e do hospedeiro susceptível são determinadas, em sua maior parte, geneticamente. Entretanto a conduta desses elementos depende da interação com o meio que habitam. As características do ambiente constituem as condições fundamentais para o comportamento do agente etiológico em uma população susceptível. As características do ambiente podem ser divididas em três categorias: físicas, biológicas e socioeconômicas. FEBRE AMARELA A febre amarela (FA) é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável, cujo agente etiológico é um arbovírus do gênero Flavivírus. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. ETIOLOGIA O vírus amarílico é o protótipo do gênero Flavivírus, família Flaviviridae, que inclui pelo menos 68 membros. É um RNA vírus. EPIDEMIOLOGIA Atualmente, existem 3 zonas epidemiológicas distintas no Brasil, sendo elas: endêmica, de transição e indene. A zona endêmica corresponde à área onde o vírus amarílico circula entre os hospedeiros naturais (principalmente macacos, marsupiais e outros), há a presença de vetores silvestres e o homem é infectado de forma acidental. Abrange os estados das regiões Centro-Oeste e Norte e a parte pré-amazônica do Maranhão. A zona de transição abrange uma faixa na área noroeste de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. A zona indene corresponde e à área onde não há circulação do vírus amarílico. Abrange os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. A FA apresenta-se sob duas formas epidemiológicas distintas: febre amarela silvestre (FAS) e febre amarela urbana (FAU). Semelhantes dos pontos de vista etiológico, fisiopatológico, imunológico e clínico, as diferenças entre elas dizem respeito à localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro. Na FAS o ciclo de transmissão se processa entre o macaco infectado, mosquito silvestre (Haemagogus ou Sabethes) e o macaco sadio. Na FAU a transmissão se faz através da picada do mosquito Aedes aegypti, no ciclo: homem infectado, Aedes aegypti e o homem sadio. O ciclo de FAU foi erradicado em 1942. Na forma silvestre, os primatas não-humanos são os principais hospedeiros do vírus amarílico, principalmente os macacos pertencentes ao gênero Cebus (macaco prego), Alouatta (guariba), Ateles (macaco aranha) e Callithrix (sagui). Os macacos Alouatta, assim como os Callithrix e Ateles, são muito sensíveis ao vírus e apresentam taxa de letalidade elevada. Já os Cebus infectam-se facilmente, mas apresentam baixas taxas de letalidade e geralmente desenvolvem imunidade. Diversos mamíferos também são suscetíveis à doença, destacando-se os marsupiais e alguns roedores que funcionam possivelmente como reservatórios do vírus na natureza. O período de incubação varia de 3 a 6 dias após a picada do mosquito infectante. Algumas infecções produzidas em laboratório apresentaram um período de incubação de até 10 dias. O período de transmissibilidade começa 1 dia antes do início dos sintomas e vai até o terceiro ou quarto dia de doença, o que corresponde ao período de viremia. Não se transmite por contágio direto, nem através de objetos contaminados. SINTOMAS A febre amarela é caracterizada por apresentar um quadro clínico bifásico. As duas fases são separadas por um curto período de remissão. A viremia ocorre durante a primeira fase, quando o quadro clínico é inespecífico e corresponde às formas leves e moderadas. A segunda fase é caracterizada por disfunção hepato-renal e hemorragias e corresponde às formas graves. Na primeira fase o quadro clínico inicia-se de maneira abrupta, com febre alta e pulso lento em relação à temperatura (sinal de Faget),cefaléia intensa, dores musculares, náuseas e vômitos, prostração e às vezes, calafrios. Após a infecção, o indivíduo apresenta imunidade ativa à doença, conferindo imunidade ativa natural, permanente, não se conhecendo recidivas. A vacina confere imunidade ativa artificial por um período mínimo de 10 anos. A imunidade passiva natural ocorre em lactentes filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva até o 6º mês de vida. CONTROLE Na forma silvestre, onde os vetores estão amplamente distribuídos e com hábitos silvestres, não é possível a aplicação de medidas de controle. Na forma urbana, onde o vetor é o Aedes aegypti, há risco de transmissão quando os índices de infestação são superiores a 5%. Devem ser aplicadas as medidas de combate a esse vetor, de acordo com as técnicas preconizadas no “Manual de Normas Técnicas - Instruções para pessoal de combate ao vetor” - FNS/MS, 1997. A vacina é preparada pela Fundação Oswaldo Cruz e é da cepa 17D constituída por vírus vivo atenuado, procedente da amostra africana Asibi. A OMS considera que a vacina confere pelo menos 10 anos de imunidade. Estudos realizados mostram que 97,1% das pessoas vacinadas têm anticorpos protetores contra o vírus após 18 anos. Para efeito de controle de surtos epidêmicos de febre amarela silvestre e prevenção da febre amarela urbana, recomenda-se priorizar a vacinação nos municípios: • Prioridade 1 - município da área endêmica e de transição para febre amarela silvestre com Aedes aegypti • Prioridade 2 - município da área endêmica e de transição para febre amarela silvestre sem Aedes aegypti • Prioridade 3 - município de área indene para febre amarela silvestre com infestação domiciliar de Aedes aegypti • Prioridade 4 - município de área indene para febre amarela silvestre sem infestação de Aedes aegypti RAIVA A raiva e uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus da raiva, contido na saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordeduras. Trata-se de uma encefalite aguda, que leva as vítimas ao óbito em praticamente 100% dos casos, sendo uma das mais antigas doenças conhecidas. Ainda nos dias atuais, a raiva representa um sério problema de saúde pública e produz grandes prejuízos econômicos a pecuária. É uma doença de notificação compulsória (DNCs). ETIOLOGIA A raiva e uma doença que acomete mamíferos em geral, e é causada por um vírus RNA da ordem Mononegavirales, família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e espécie Rabies vírus (RA BV). O vírus rábico determina sempre nos organismos em que se instala, uma inclusão cerebral denominada Corpúsculo de Negri. Tais inclusões citoplasmáticas, quase sempre encontradas no cérebro dos animais e humanos, são tidas como patognomônicas da doença. O vírus da raiva e sensível aos solventes de lipídeos (sabão éter, clorofórmio e acetona), ao etanol a 45- 70%, aos preparados iodados e aos compostos de amônio quaternário. Outras relevantes propriedades são: a resistência a dessecação, assim como aos congelamentos e descongelamentos sucessivos, a relativa estabilidade a um pH entre 5-10 e a sensibilidade as temperaturas de pasteurização e a luz ultravioleta. Ele é inativado a 60°C, em 35 segundos; a 4°C, se mantém infectivo por dias; a -70°C ou liofilizado (4°C), se mantém durante anos. O vírus da raiva e muito sensível aos agentes físicos e químicos sendo possível a sua inativação em poucos minutos pela ação de ácidos e bases fortes, luz solar, alterações de pH e temperatura e raios ultravioleta. EPIDEMIOLOGIA A raiva e uma enfermidade que ocorre de maneira endêmica em diversos países. Suas formas epidemiológicas obedecem a uma divisão didática, sendo que as mais conhecidas são a raiva urbana e a raiva rural. A raiva urbana e transmitida principalmente de cão para cão. O vírus e mantido primariamente na população canina; porém, outros animais domésticos urbanos são frequentemente infectados. Os cães, como já foi dito, são os importantes transmissores da raiva para o homem. Esta forma é um grave problema de saúde pública, devido ao estreito relacionamento entre as pessoas e seus animais de companhia. A raiva rural e mantida no campo pelo morcego hematófago (Desmodus rotundus), que é o reservatório do vírus rábico no ambiente rural. Dessa forma, o morcego transmite o vírus para diferentes espécies de animais domésticos, como bovinos, equinos, caprinos etc. A transmissão do vírus da raiva e feita, geralmente, por meio da saliva de um animal infectado para outro, embora outras vias sejam relatadas (membranas mucosas: olhos, nariz, boca), aerossóis e transplante de córnea. Em quirópteros, as transmissões transplacentárias e transmamárias também já foram relatadas. É conhecida a transmissão por via inter-humana, via respiratória por aerossóis, zoofilia, ingestão de carne, leite e derivados e na manipulação de carcaças. O ciclo aéreo da raiva tem, atualmente, uma grande importância para a manutenção do vírus em uma área geográfica. As diferentes espécies de morcegos, hematófagos ou não, são susceptíveis ao vírus, com possibilidade de transmiti-lo e de apresentar sintomatologia, que sempre evolui para a morte. O ciclo silvestre e representado pela raiva nas espécies de mamíferos silvestres terrestres, com ênfase nos canídeos silvestres. Em nosso meio, a real importância desse ciclo não e, ainda, bem conhecida, razão pela qual se torna indispensável a implementação de programas de vigilância epidemiológica. PATOGENIA A patogenia da raiva e semelhante em todas as espécies de mamíferos. O vírus se replica no local da inoculação, inicialmente nas células musculares ou nas células do tecido subepitelial, até que atinja concentração suficiente para alcançar as terminações nervosas, sendo este período de replicação extraneural responsável pelo período de incubação relativamente longo da raiva. O vírus não se replica na pele íntegra. Nas junções neuromusculares, o vírus rábico, por meio da glicoproteína, se liga especificamente ao receptor nicotínico da acetilcolina (nAChR). Após essa fase, os vírus atingem os nervos periféricos, seguindo um trajeto centrípeto, em direção ao SNC. A partir da intensa replicação no SN C, o vírus da raiva segue em direção centrifuga, disseminando-se através do sistema nervoso periférico e autônomo para diferentes órgãos (pulmões, coração, rins, bexiga, útero, testículos, folículo piloso, etc.) e glândulas salivares, sendo eliminado pela saliva. A disseminação possibilita que o vírus atinja, também, terminações nervosas sensoriais do tecido cutâneo da cabeça e do pescoço, onde se pode demonstrar a presença de antígeno viral. Em cães e gatos, a saliva pode ter maior concentração de vírus do que o próprio SNC. Em herbívoros, no entanto, a concentração de vírus eliminado pela saliva e baixa. O período de incubação da raiva e extremamente variável e depende, fundamentalmente, da concentração do inoculo viral e da distância entre o local do ferimento e o cérebro. O período de incubação, ainda, é o período em que o ser humano ou o animal pode procurar ajuda médica para o tratamento com o soro anti-rábico. De igual forma, está relacionada com a extensão, a gravidade e o tamanho da ferida causada pelo animal agressor. O período que vai desde o momento em que o agente penetra no organismo até o aparecimento da sintomatologia clínica. Pode variar, em média, de 20 a 90 dias, em humanos e animais. O período de transmissibilidade e o período em que existe a possibilidade de transmissão do agente infeccioso de um organismo a outro. Varia de espécie a espécie, mas, em todos os animais, inclusive nos seres humanos, precede ao aparecimento da sintomatologia e perdura durante o quadro clínico,até a morte. A quebra ou o colapso da BHE pode ser resultado do comportamento dos braços aferentes e eferentes da resposta imune. O braço aferente envolve apresentação de antígeno para células T através da migração das células dendríticas. Que capturam os antígenos e os levam para órgãos linfóides. O braço eferente envolve monócitos e células B e T. SINTOMAS: HUMANOS A fase de incubação dura entre 20-90 dias, podendo variar de 10-6 anos. Os primeiros sintomas se dão pela fase prodrômica, nessa fase, os sintomas são inespecíficos (perda de apetite, dor de cabeça, dores gerais e sintomas semelhantes à gripe). Nessa fase, o vírus atinge os gânglios no SNC e dura não mais que 1 semana. A fase seguinte é a fase neurológica aguda, dura entre 1-2 semanas. Os sintomas consistem em: queimação, paralisia, formigamento, coceira e prurido local da mordida, além de espasmos musculares, irritabilidade, agressividade, sinais de hidrofobia e aerofobia. As últimas duas fases estão relacionadas ao coma e morte. CÃES E GATOS O período de incubação e, em geral, de 15 dias a 2 meses. Na fase prodrômica, os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusitada. A excitabilidade reflexa fica exaltada e o animal se sobressalta ao menor estímulo. Observa-se a ocorrência de anorexia, irritação ou prurido na região de penetração do vírus e uma ligeira elevação da temperatura. Após um a três dias, ficam acentuados os sintomas de excitação. O cão se torna agressivo, com tendência a morder objetos, outros animais, o homem (inclusive o seu proprietário) e morder a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação torna- se abundante, uma vez que o animal e incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição. Há alteração do seu latido, que se torna rouco ou bitonal, devido a paralisia parcial das cordas vocais. Os cães infectados pelo vírus rábico têm propensão de abandonar suas casas e percorrer grande distancias, durante a qual podem atacar outros animais, disseminando, dessa maneira, a raiva. Na fase final da doença, e frequente observar convulsões generalizadas, que são seguidas de incoordenação motora e paralisia do tronco e dos membros. A forma muda se caracteriza por predomínio de sintomas do tipo paralíticos, sendo a fase de excitação extremamente curta ou imperceptível. A paralisia começa pela musculatura da cabeça e do pescoço; o animal apresenta dificuldade de deglutição e suspeita-se de “engasgo”, quando então seu proprietário tenta ajudá-lo, expondo-se a infecção. A seguir, vem a paralisia e a morte. RUMINANTES E EQUINOS Na raiva transmitida por morcegos hematófagos (Desmodus rotundus), o período de incubação e geralmente mais longo, com variação de 30 a 90 dias ou até mais. A sintomatologia predominante e da forma paralítica. Os animais infectados se afastam do rebanho, apresentam as pupilas dilatadas e os pelos eriçados. E possível observar, também, lacrimejamento, catarro nasal e movimentos anormais das extremidades posteriores. Os acessos de fúria são raros, podendo se observar, no entanto, inquietação, tremores musculares e hipersensibilidade no local da mordedura, de modo que os animais podem até provocar autodilacerações. Com a evolução da doença, observam-se contrações tônico-clônicas e incoordenação motora; os animais apresentam dificuldade de deglutição e param de ruminar. Os sinais de paralisia aparecem entre o segundo e terceiro dia após o início dos sintomas, sendo a duração da doença, geralmente, de dois a cinco dias. DIAGNÓSTICO: IMUNOFLUORECÊNCIA DIRETA (IFD) Pesquisa de antígenos no material suspeito com resultado em 24h. INOCULAÇÃO EM CAMUNDONGOS (IC) Faz-se a prova biológica para isolamento do vírus da raiva com resultado de 21 dias para todos as espécies (exceto: equinos, morcegos e silvestres terrestres, aumentando o tempo para 30 dias). REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE (PCR) Prova biológica molecular com resultado em algumas horas. LEISHMANIOSE As leishmanioses visceral (LV) e tegumentar (LCA) são doenças causadas pelo protozoário do gênero Leishmania, transmitidas por meio de vetores flebotomíneos infectados. Essas doenças possuem um espectro grande de manifestações clínicas, e essas diferenças estão relacionadas à espécie de Leishmania envolvida. As espécies de leishmânia de importância no Brasil é a L. chagasi canina (LVC), a L. amazonenses, a L (V.) braziliensis e a L (V.) guyanesis. Os casos de leishmaniose são relatados em casos autóctones e casos importados. A Leishmania é um protozoário pertencente à família Trypanosomatidae, parasito intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com duas formas principais: uma flagelada ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor, e outra aflagelada ou amastigota, observada nos tecidos dos hospedeiros vertebrados. Os vetores são insetos denominados flebotomíneos, pertencentes à Ordem Díptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, Gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, como mosquito palha, tatuquira, birigui etc. Infecções por leishmânias que causam a LTA foram descritas em várias espécies de animais silvestres, sinantrópicos e domésticos (canídeos, felídeos e equídeos). O modo de transmissão é através da picada de insetos transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa. O período de incubação da doença no ser humano é, em média, de dois a três meses, podendo variar de duas semanas a dois anos. Atualmente, pode-se dizer que, no Brasil, a leishmaniose apresenta três padrões epidemiológicos característicos: silvestre, ocupacional e rural. Na silvestre a transmissão ocorre em área de vegetação primária e é, fundamentalmente uma zoonose de animais silvestres, que pode acometer o ser humano quando este entra em contato com o ambiente silvestre, onde esteja ocorrendo enzootia. Na ocupacional o padrão de transmissão está associado à exploração desordenada da floresta e derrubada de matas para construção de estradas, usinas hidrelétricas, instalação de povoados, extração de madeira, desenvolvimento de atividades agropecuárias, de treinamentos militares e ecoturismo. A rural está relacionada ao processo migratório, ocupação de encostas e aglomerados em centros urbanos associados a matas secundárias ou residuais. O ciclo biológico inicia-se pela picada do mosquito em um hospedeiro infectado, as fêmeas dos flebotomíneos ingerem sangue com macrófagos e monócitos parasitados. No intestino médio do inseto, as formas amastigotas são liberadas e após divisão se transformam nas formas promastigotas, infectantes para o homem. A transmissão ocorre quando as fêmeas infectadas se alimentam de vertebrados susceptíveis. A saliva do Lutzomyia é inoculada com as formas promastigotas do parasito, que caem na circulação e migram para os órgãos do sistema retículo endotelial, como fígado, baço, medula óssea e linfonodos, sendo fagocitados pelos macrófagos. SINTOMAS: VISCERAL O período de incubação varia de 3 a 8 meses. A apresentação clínica da doença varia desde quadros assintomáticos, até formas graves da doença. As formas assintomáticas e oligossintomáticas são as mais comuns, sendo o diagnóstico feito por sorologia positiva para leishmaniose. As formas oligossintomáticas apresentam quadro clínico inespecífico, semelhante a IVAS, parasitoses intestinais ou gastroenterite. São descritas, febre baixa, inapetência, adinamia, astenia, hepatomegalia discreta, perda de peso e algumas vezes esplenomegalia. Essas formas evoluem para a cura espontânea em 75% dos casos. As formasagudas caracterizam-se por febre elevada, diarreia, tosse e hepatoesplenomegalia discreta. Há hipergamaglobulinemia. É chamado calazar clássico, quando a doença segue curso subagudo ou crônico, apresentando-se com febre insidiosa sem características marcantes, palidez, emagrecimento, adinamia, hepatoesplenomegalia e atrofia da musculatura abdominal. Na ausência de tratamento, a doença progride com sangramentos devido à plaquetopenia e infecções decorrentes da imunossupressão. TEGUMENTAR A úlcera típica de leishmaniose cutânea (LC) é indolor e costuma localizar-se em áreas expostas da pele; com formato arredondado ou ovalado; mede de alguns milímetros até alguns centímetros; base eritematosa, infiltrada e de consistência firme; bordas bem-delimitadas e elevadas; fundo avermelhado e com granulações grosseiras. A infecção bacteriana associada pode causar dor local e produzir exsudato seropurulento que, ao dessecar- se em crostas, recobre total ou parcialmente o fundo da úlcera. Adicionalmente, a infecção secundária e o uso de produtos tópicos podem causar eczema na pele ao redor da úlcera, modificando seu aspecto (forma ectimóide). A forma cutânea apresenta cinco formas: cutânea localizada, disseminada, recidiva cútis, cutânea difusa e mucosa DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO E TRATAMENTO Combate ao vetor na remoção de criadouros e pelo controle ambiental do lixo, detritos vegetais e dos animais. Uso de repelentes e tela de proteção, além de evitar os horários nos quais haja maior atividade dos flebotomíneos. A vacinação pela Leish-Tec® tem eficácia de 71,3%. O tratamento sintomático é feita com Milteforan® (Miltefosina 2%). TOXOPLASMOSE É uma doença sistêmica causada pelo protozoário Toxoplasma gondii que acaba invadindo vários tecidos do organismo sem tropismo pelos mesmo, ele afeta animais e os humanos. ETIOLOGIA É causada pelo Toxoplasma gondii, um protozoário (esporozoário) intracelular obrigatório da ordem Coccidia e filo Apicomplexa. EPIDEMIOLOGIA Membros da família Felidae, incluindo gatos domésticos, são os hospedeiros definitivos para T. gondii. A maioria ou todos os mamíferos e marsupiais podem servir de hospedeiros intermediários. Dentre os animais domésticos, os pequenos ruminantes e suínos são afetados com maior frequência, porém alguns casos foram relatados em outros hospedeiros incluindo gatos, cães, cavalos e camelos. Pássaros podem ser hospedeiros intermediários para o T. gondii, com infecções assintomáticas documentadas em várias espécies. Casos clínicos e surtos foram raramente relatados em pássaros de várias ordens, por exemplo, pombos e outros pássaros. O T. gondii tem distribuição mundial. Esse organismo é especialmente prevalente em climas úmidos e quentes. Existem quatro formas principais de T. gondii: • Esporozoítos (Oocistos) - é a forma infectante do ciclo, são transmitidos pelas fezes do hospedeiro definitivo (gatos e felinos silvestres). Contêm esporozoítos após a esporulação. • Taquizoítos - organismos de multiplicação rápida encontrados nos tecidos • Bradizoítos - organismos de multiplicação lenta encontrados nos tecidos • Cistos teciduais - são estruturas com parede que contém bradizoítos Ciclo de vida: O T. gondii passa por um ciclo reprodutivo assexual em todas as espécies. Quando o parasita é ingerido, o cisto do tecido ou a parede do oocisto é dissolvida durante a digestão, e libera bradizoítos ou esporozoítos, respectivamente. Esses organismos entram na lâmina própria do intestino delgado e começam a se multiplicar como taquizoítos. Os taquizoítos podem se disseminar para os tecidos extra-intestinais dentro de poucas horas de infecção, através da linfa ou do sangue. Eles podem entrar em quase qualquer célula e se multiplicar; a célula hospedeira rompe e libera taquizoítos que invadem novas células. Como o hospedeiro desenvolve resistência, os taquizoítos começam a desaparecer, e formam bradizoítos dentro dos cistos teciduais. Os cistos teciduais podem ser encontrados em vários órgãos, porém são particularmente comuns no músculo esquelético, miocárdio e SNC. Geralmente não causam uma reação no hospedeiro, e podem persistir por muitos anos, possivelmente a vida toda. Enquanto os bradizoítos nos cistos teciduais tem sido vistos tradicionalmente como "dormentes", novas pesquisas sugerem que eles continuam a se replicar. Os cistos teciduais rompem ocasionalmente e liberam parasitas, que são rapidamente controlados pela resposta imune em indivíduos imunocompetentes, porém eles podem multiplicar e se espalhar caso o hospedeiro torne-se imunocomprometido. Ciclo de vida (felinos): Nos felídeos, os parasitas passam por um ciclo de replicação sexual simultaneamente: alguns parasitas se multiplicam nas células epiteliais intestinais iniciando um ciclo sexual (gametogônia), resultando na formação de um oocisto não- esporulado. Oocistos são disseminados nas fezes, apresentando um período pré-patente de 3-21 dias em gatos domésticos. Eles aparecem mais precocemente (3-10 dias) quando o gato é infectado via cistos teciduais do que oocistos. O oocisto esporula no ambiente, formando dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos. A esporulação ocorre entre 1 a 5 dias em condições ideais, porém podem levar até semanas. A maioria dos gatos excreta oocistos por 1 a 2 semanas, embora a disseminação por 3 a 4 semanas tenha sido relatada. Gatos geralmente disseminam oocistos somente na sua primeira exposição ao T. gondii, e parecem ser resistentes à reinfecção. Resistência e desinfecção: Oocistos não esporulados perdem sua habilidade de esporular e se tornam não-infectantes quando são congelados por 7 dias a -6°C ou aquecidos por um dia em 37°C. Oocistos esporulados são altamente resistentes às condições ambientais. Em condições laboratoriais, eles podem permanecer infectantes por mais de um ano em solos quentes e úmidos, e por muitos anos em água gelada (4°C). É relatado que eles sobrevivem congelados a -10°C por aproximadamente 4 meses, ou ao calor de 35°C por 32 dias. Entretanto, eles não sobrevivem bem em climas áridos e frios. Os cistos teciduais podem permanecer infectantes por semanas nos fluídos corporais à temperatura ambiente, e na carne pelo tempo que ela permanecer comestível e não cozida. Taquizoítos são mais frágeis, embora possam sobreviver nos fluídos corporais por um dia, por uma semana no leite de cabra e mais de 50 dias em sangue mantido à 4°C. Os oocistos de T. gondii são resistentes à maioria dos desinfetantes, porém podem ser inativados por formalina e amônia. São destruídos facilmente por temperaturas superiores à 66°C e podem ser mortos com água fervente. Oocistos encontrados na água podem ser eliminados através de fervura ou filtração (filtro de 1µm), porém são resistentes à cloração. Tintura de iodo (2%) pode inativar o T. gondii com um tempo de exposição longo de pelo menos 3 horas. Taquizoítos e cistos teciduais são suscetíveis à maioria dos desinfetantes, incluindo hipoclorito de sódio a 1% e álcool a 70%. Taquizoítos também são inativados em pH < 4,0. Cistos teciduais permanecem viáveis por aproximadamente 4 minutos a 60°C ou 10 minutos a 50°C. Congelamento à -12°C por 2 a 3 dias destrói alta porcentagem dos cistos. Curar a carne com sal, sacarose ou outras soluções pode matar os cistos teciduais, porém a sobrevivência é variável. Transmissão: Carnívoros e onívoros, incluindo humanos, podem ser infectados por se alimentar de tecidos crus ou malcozidos contendo cistos teciduais (ou possivelmente taquizoítos). Acredita-se que esta é a principal rota em gatos. Todos os animais, incluindo herbívoros, podem se tornar infectados por ingerir oocistos esporuladosde fontes como solo, caixa de areia felina, vegetais/plantas contaminados e água. O T. gondii ocorre no sêmen, e a transmissão venérea foi demonstrada em algumas espécies (ovelhas, cabras, cães). O T. gondii também pode estar presente em órgãos transplantados ou sangue de transfusão. Transplantes de coração são particularmente fontes comuns do parasita. O T. gondii é conhecido por ultrapassar a placenta em muitos mamíferos, incluindo humanos. Em outras espécies, como gatos e humanos, a transmissão in útero ocorre somente se a mãe é infectada pela primeira vez na gestação. Artrópodes como moscas e baratas podem agir como vetores mecânicos para o T. gondii. Alguns peixes e bivalves podem concentrar o T. gondii e transmitir o organismo à mamíferos marinhos e outras espécies que o consumirem. • HD - Felinos em geral • HI - Carnívoros, herbívoros, roedores, porcos, primatas, humanos e outros mamíferos • HT - Insetos e minhocas • RE - Gatos, aves, pequenos e grandes ruminantes, cães, roedores e o homem SINTOMAS: TOXOPLASMOSE FEBRIL AGUDA Na maioria das vezes a infecção inicial é assintomática, podendo se generalizar e ser acompanhada de exantema (manchas e elevações na pele). Às vezes sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. Quando há manifestações clínicas, geralmente têm evolução benigna. LINFADENITE TOXOPLÁSMICA Ocasiona linfadenopatia (crescimento dos gânglios), localizada principalmente nos gânglios da região do pescoço, e em mulheres. Raramente ocorre linfadenopatia generalizada. TOXOPLASMOSE OCULAR Pode ocorrer retinite, inflamação da retina- membrana que recobre o olho, podendo ser aguda com intensa inflamação, ou crônica com perda progressiva da visão, podendo levar a cegueira. TOXOPLASMOSE NEONATAL Varia de assintomática (não apresenta sintomas) à letal. Podendo ocasionar prematuridade, baixo peso, estrabismo (olhos vesgos), hepatomegalia (aumento do fígado). Se a infecção ocorrer no último trimestre da gravidez pode ocorrer pneumonia, miocardite (inflamação do miocárdio) e hepatite. Se ocorrer no segundo trimestre pode ocorrer danos no sistema nervoso, como convulsões, retardo mental, microcefalia (tamanho reduzido da cabeça) com hidrocefalia (aumento do líquido no interior do crânio). TOXOPLASMOSE EM IMUNODEPRIMIDOS Os cistos do toxoplasma resistem por um período indefinido, e causam frequentemente, lesões no cérebro, e com menor frequência lesões na retina, miocárdio e pulmões. TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ Geralmente não apresenta sintomas, sendo este o motivo para a maioria dos casos não serem diagnosticados. DIAGNÓSTICO • Detecção microscópica dos oocistos • Coloração de cortes de tecidos • Cultivo celular • Sorologia IgM/IgG em RIFI, ELISA, Hemaglutinação ou Western blotting TRATAMENTO • Pirimetamina + Sulfonamidas CONTROLE E PREVENÇÃO Não se alimentar de carne crua ou malcozida, pois ela pode conter oocistos com bradizoítos. Lavar as mãos após manipular carne crua ou após o contato com gatos e outros animais. Lavar com água abundante as frutas e verduras. Evitar o contato com substâncias que possam estar contaminadas com fezes de gatos. Impedir que crianças brinquem em caixas de areia. Não alimentar os gatos com carne crua. Limpar com álcool ou desinfetante o local onde o gato defeca. Acompanhamento sorológico das gestantes. Moscas e baratas devem ser eliminadas, pois podem transmitir os agentes do T. gondii. VERMINOSES TENÍASE A teníase e a cisticercose são verminoses transmitidas pela Tênia. O complexo teníase/cisticercose é causado pela mesma espécie de cestóides, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A cisticercose é uma entidade clínica provocada pela presença da forma larvária nos tecidos de suínos, bovinos (outra espécie de taenia, Taenia saginata) ou do homem. Em humanos a teníase, é também conhecida como solitária, é provocada pela presença da forma adulta da Taenia saginata ou da Taenia solium, que se localizam no seu intestino delgado. ETIOLOGIA A Taenia soium e a Taenia saginata pertencem à classe Cestoidea, ordem Cyclophillidea, família Taenidae e gênero Taenia. Na forma larvária (Cysticercus cellulosae da Taenia solium e Cysticercus bovis da Taenia saginata) causam a teníase. Na forma de ovo a Taenia saginata desenvolve a cisticercose no bovino e a Taenia solium, no suíno ou no homem. A cisticercose humana pode ser causada por ambas as espécies, mas casos de cisticercose por T. saginata é extremamente rara ou não ocorre. A diferença das tenias se dá pela presença ou não do escólex. A T. solium é a que apresenta o escólex. EPIDEMIOLOGIA Tanto a Taenia solium quanto a T. saginata são parasitos de ampla distribuição, encontradas principalmente em regiões onde existe o hábito de ingerir carne de gado e/ou de suíno, crua ou mal cozida e vegetais contaminados com as fezes destes animais. Ciclo de vida Os hospedeiros intermediários, T. solium (suíno) e T. saginata (bovino), tornam-se infectados quando ingerem ovos ou proglotes presentes no ambiente. O homem é o hospedeiro definitivo, passando a integrar o ciclo biológico destes parasitas quando ingere a carne crua ou malpassada, vegetais e frutas contaminados por cisticercos de origem suína ou bovina. O suíno adquire esses ovos através de alimentos contaminados com fezes humanas. Depois de ingeridos, os ovos se transformam em estruturas denominadas oncosferas, que seguem através do sangue para a musculatura estriada e desenvolve-se a forma larval, o cisticerco (Cysticercus cellulosae). Os ovos de tênia são ingeridos pelos hospedeiros intermediários, os embriões (oncosferas) se libertam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos e bile. As oncosferas penetram na parede intestinal e, em 24 a 72 horas, difundem-se no organismo através da circulação sanguínea. Ocorre então formação de cisticercos nos músculos esqueléticos e cardíaco. Os cistos medem de 7 a 12mm de comprimento por 4 a 6mm de largura. Quando o homem ingere cisticercos viáveis o mesmo sofre a ação do suco gástrico, evagina-se e se fixando, por meio do escólex, na mucosa do intestino delgado, dando origem a tênia adulta. Após três meses da ingestão do cisto o homem começa a eliminar proglotes grávidas pelas fezes e reinicia-se o ciclo. Um homem infectado pode eliminar milhares de ovos ao dia, livres nas fezes ou com segmentos intactos, cada um contendo grande quantidade de ovos, que podem sobreviver no ambiente durante vários meses. Estes ovos depositados no solo contaminam as pastagens e a água. Estas verminoses também podem evoluir em hospedeiros intermediários anormais, como o cão, o gato e o macaco. O homem também pode ser o hospedeiro intermediário pela ingestão de ovos da T. solium procedente de alimentos contaminados com fezes de humanos portadores de teníase ou pela autoinfecção. Quando ingeridos, esses cisticercos podem se alojar em diversas regiões do organismo inclusive SNC (neurocisticercose) gerando sérios problemas e podendo levar inclusive à morte. SINTOMAS A maioria encontra-se assintomático, mas pode ocorrer dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, perda e/ou aumento no apetite, diarreia frequente e constipação em adultos. DIAGNÓSTICO Teníase • Exame coproparasitológico com presença de proglotes e ovos. • Hemograma com eosinofilia 5-35%. Cisticercose • Sorologia • RX, RM e TC CONTROLE, PREVENÇÃO E TRATAMENTO O controle dessas doenças tem como estratégia fundamental a interrupção do ciclo de vida do parasito evitando a infecção de animais e seres humanos, através de controle higienicossanitário. A inspeção veterináriade carnes, executada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), é a principal medida na prevenção da teníase e cisticercose. Teníase • Albendazol e Praziquantel Cisticercose • Neurocirurgia • Albendazol + Dexametasona • Anticonvulsivantes DIFILOBOTRÍASE A difilobotríase, infecção causada por cestódeos do gênero Diphyllobothrium, também conhecida como a tênia do peixe, é a zoonose considerada a mais importante que pode ser transmitida pelo consumo de peixe cru ou mal cozido. Importante, pois sua disseminação se dá pela contaminação da água de rios, lagos, açudes e mares por fezes contendo ovos do parasito, tornando-se por isso, uma questão de saúde pública. Ciclo biológico O ciclo biológico desses parasitas envolve três hospedeiros, sendo dois intermediários e um definitivo. Grande número de ovos são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo, que ao atingirem o meio aquático liberam um embrião móvel, o coracídio, que se desenvolve em procercóide após ser ingerido por crustáceos copépodas. O procercóide é liberado quando esses crustáceos são ingeridos principalmente por salmonídeos, o procercóide incista-se como plerocercóide nos tecidos deste novo hospedeiro intermediário e permanece assim até que estes peixes sejam ingeridos crus ou mal cozidos pelos hospedeiros definitivos desta parasitose. Quando os hospedeiros definitivos ingerem carne de peixe contendo as larvas plerocercóides, estas se fixam à mucosa do íleo onde irão dar continuidade ao ciclo desenvolvendo-se. HIMENOLEPÍASE A Himenolepíase é uma parasitose intestinal causada por espécies de vermes Hymenolepis: Hymenolepis diminuta, conhecida como “tênia do rato” e Hymenolepis nana conhecida como “tênia anã”. Sua classificação científica se define por: Reino – Animalia; Filo – Platyhelmintes; Classe – Cestoda; Ordem – Cycloophyllidea; Família – Hymenolepididae; Gênero – Hymenolepis; Espécie – Hymenolepis sp. Sendo a Hymenolepis nana o principal agente etiológico envolvido da doença humana, considerada uma “tênia anã”, por alcançar apenas 2 a 4 cm de comprimento, parasitando o íleo no intestino delgado do homem. Ciclo biológico A Hymenolepis nana é um parasita que possui um ciclo biológico heteroxênico (com mais de 1 tipo de hospedeiro: intermediário – pequenos insetos; definitivo – ser humano) e outro monoxênico (hospedeiro único – ser humano). A “tênia anã” possui como formas evolutivas: ovo, larva cisticercoide e verme adulto. Este ovo será eliminado juntamente com as fezes de um hospedeiro infestado, em condições de infectar o mesmo ou outro ser humano. No ambiente externo, sobrevive viável até 10 dias.. Esse ovo embrionado poderá contaminar água e alimentos ou serem levados diretamente à boca do homem. Passando pelo estômago, sofrerá a ação do suco gástrico, sendo a sua casa semi-digerida. Chegando no intestino delgado, sobretudo no íleo, o embrião hexacanto será liberado e irá penetrar nas microvilosidades intestinais para se desenvolver. Após 4 dias, dará origem à larva cisticercoide. A larva cisticercoide possui uma protoescólex ou cabeça invaginada, envolta por uma membrana contendo líquido transparente, medindo cerca de 500 µm. Após 10 dias da sua origem (pela heteroinfecção ou auto-infecção externa), ela sairá das microvilosidades intestinais, agora desenvaginada, alcançando a luz intestinal. Uma vez no ambiente ileal, a larva cisticercoide (vinda das microvilosidades ou ingerida acidentalmente com pequenos insetos), se fixará na parede intestinal do íleo, se desenvolverá e após 10 dias, dará origem ao verme adulto da Hymenolepis nana. HIDATIDOSE A hidatidose é uma infecção causada pela forma larval do cestóide Echinococcus granulosus. Para completar seu ciclo biológico este cestóide precisa de dois hospedeiros, onde sua forma adulta parasita o intestino do cão, enquanto a forma larvária (cisto hidático) acomete os herbívoros e, acidentalmente, o homem. A hidátide localiza-se preferentemente nos pulmões e fígado e, raramente, pode ser encontrada em outros órgãos como rins, músculos, baço, cérebro e ossos. O E. granulosus distribui-se de forma cosmopolita é uma zoonose de grande significado, que acarreta danos à saúde pública e perdas econômicas em diversas regiões do mundo, principalmente em zonas de pecuária. O Echinococcus granulosus é um helminto pertencente ao filo Platyhelminthes, a Classe Cestoda, a ordem Cyclophyllidea e a Família Taeniidae. A forma larval do E. granulosus é chamada de hidátide ou cisto hidático. Embora o E. granulosus tenha sido encontrado em vários carnívoros silvestres na América do Sul, o cão é o principal responsável pela disseminação da infecção hidática para os demais animais domésticos e para o homem. A hidatidose é considerada uma doença rural, mas sua ocorrência em áreas urbanas tem sido significante devido à migração de cães afetados pelo E. granulosus oriundos de áreas endêmicas. Ciclo biológico s ovos são eliminados pelas fezes dos cães e contaminam o ambiente, como os pastos. Os hospedeiros intermediários, herbívoros, ingerem os ovos junto com a pastagem. Nestes animais, assim como no homem, há dissolução do embrióforo e a liberação da oncosfera por estímulo do suco gástrico. Assim, a oncosfera é liberada no duodeno do hospedeiro intermediário e com os acúleos atravessa a parede intestinal, caindo na circulação, migrando para os músculos, baço, SNC, pulmão. No fígado, o embrião hexacanto, se transforma em cisto hidático e se aloja nos tecidos. Quando os cães se alimentam comendo as vísceras do hospedeiro intermediário, ingerem o cisto com escólexes, que no duodeno desenvaginam-se e se transformam em parasitas adultos em dois meses. BRUCELOSE BRUCELOSE BOVINA A brucelose é uma doença infectocontagiosa crônica causada por bactérias do gênero Brucella. Acomete diversas espécies domésticas e silvestres, além de pode infectar o homem. Considerada uma antropozoonose de distribuição mundial, causa perdas econômicas e sociais ao sistema produtivo, além de ocasionar agravos à saúde da população. A brucelose bovina pode ser chamada de doença de Bang, aborto contagioso ou aborto infeccioso. A brucelose no homem é chamada de febre ondulante ou febre de Malta. Etiologia Ela se encontra em diversas espécies: B. abortus, B. melitensis, B. suis, B. canis, B. ovis, B. neotomae, B. microti, B. ceti, B. pinnipedialis e B. inopinata. A brucelose bovina é causada pela B. abortus, pois uma característica é a causa de abortos repentinos no terço final da gestação, no nascimento de bezerros fracos, na retenção de placenta, na repetição de cios e em descargas uterinas com grande eliminação de bactérias. A B. abortus é um cocobacilo que pode ser confundida com cocos. Apresentam-se em arranjos individuais ou cadeias curtas. É uma bactéria intracelular facultativa, gram-negativa, não-móvel, com cápsula formada por mucossacarídeos, não formadora de esporos e não resistente ao álcool. São inativadas pela pasteurização entre 10 e 15 segundos. Resistência A resistência dessa espécie fora do corpo do hospedeiro é de cerca de cinco dias à temperatura ambiente; 30 a 37 dias no solo e 75 dias no feto. A viabilidade, neste caso, é influenciada por condições ambientais: aumentada em temperatura mais amena com boa umidade e diminuída em altas temperaturas, luz solar direta e dessecamento. O tempo de sobrevivência nas fezes líquidas varia, sendo na temperatura de 45 a 50 ºC, de quatro horas, enquanto que na temperatura de 15ºC, de aproximadamente oito meses. Após entrar no organismo do hospedeiro pela mucosa oral ou nasal, B. abortus penetra na mucosa onde se multiplica e é fagocitada. Quando ocorrea o acesso pela via digestiva os linfonodos representam um dos principais pontos de multiplicação do agente. Característica da infecção por brucelas, é a resistência da bactéria aos mecanismos de destruição das células fagocitárias com consequente sobrevivência nos macrófagos por longos períodos. Epidemiologia A principal via de infecção de B. abortus no bovino é a oral, sendo também muito importante a via aerógena. Uma enorme quantidade de B. abortus é eliminada durante o aborto e parto de animais infectados. Estes animais continuam eliminando a bactéria nas secreções uterinas por aproximadamente 30 dias. Esta enorme quantidade de bactérias eliminadas durante o aborto ou parto dos animais infectados, associada à grande resistência de B. abortus no ambiente, é a principal fonte de infecção para os animais susceptíveis. Hábitos dos bovinos como lamber e cheirar animais recém-nascidos, ou mesmo fetos abortados, principalmente por outras vacas, favorecem a transmissão da brucelose A vaca em gestação é a categoria mais susceptível à brucelose e constitui também, a principal fonte de infecção. A transmissão do agente etiológico ocorre através de contato direto, já que é hábito das vacas lamberem membranas fetais, fetos abortados e bezerros recém-nascidos, ou por contato indireto, pela ingestão de materiais alimentos, como água, pasto e forragens. A participação dos touros na transmissão da brucelose pela monta natural é pequena, pois a vagina apresenta barreiras inespecíficas que dificultam a infecção. Entretanto, na inseminação artificial, sêmen contaminado por B. abortus é altamente infeccioso por ser depositado diretamente no útero, onde não existem estas barreiras inespecíficas. A infecção por B. abortus se dá pelo contato do agente com qualquer mucosa do animal susceptível, principalmente a mucosa oral. Após a penetração no organismo, há um curto período de bacteremia, e as bactérias vão se alojar em diversos órgãos, principalmente do sistema linfático. A capacidade de sobreviver dentro de macrófagos facilita a disseminação e a permanência da B. abortus no organismo. O curso da doença vai depender do estágio fisiológico do animal. Animais jovens, antes da puberdade, parecem ser mais resistentes à infecção. Caso o animal não esteja gestante, B. abortus geralmente infecta linfonodos e glândula mamária. Quando o animal se torna gestante, as bactérias atingem o útero, local pelo qual possuem grande tropismo, provocando, dessa forma, o aborto. Na primeira gestação após a infecção, o animal aborta; entretanto, o aborto é muito menos frequente na segunda gestação após infecção e muito raro a partir da terceira gestação após a infecção. Isso se deve ao desenvolvimento de uma resposta imune, principalmente celular, pelos animais, que diminui a área e a intensidade das lesões. Com isso, a manifestação clínica passa a ser a presença de natimortos ou o nascimento de bezerros fracos. Sintomas Os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos. O mais frequente é o aborto no terço final da gestação, natimortos e nascimento de bezerros fracos. Frequentemente, há retenção placentária e infertilidade temporária ou permanente. Nos machos, a infecção por B. abortus pode causar orquite com consequente infertilidade por diminuição da qualidade espermática. Os sintomas nos seres humanos não estão ligados à problemas reprodutivas. O período de incubação varia de 5 dias até vários meses. Na forma aguda a doença se apresenta como um quadro gripal: febre intermitente, sudorese noturna, calafrios, fraueza, cansaço, inapetência, dor de cabeça e muscular. Na forma crônica os sintomas retornam mais intensamente, além de poder apresentar sintomas respiratórios, alérgicos, pressão baixa, labilidade emocional e alteração de memória. A brucelose pode causar problemas cardíacos, no SNC, nas articulações, fígado e gastrointestinal. Diagnóstico O diagnóstico da brucelose pode ser realizado por método direto, através da detecção da presença da bactéria, ou indireto, pela pesquisa de resposta imune ao microorganismo. Por se tratar de enfermidade submetida a controle oficial, cada país adota um protocolo para o diagnóstico, considerando as características. A maioria dos materiais coletados a campo está potencialmente contaminada com microrganismos secundários. Deste modo, é importante que se empreguem meios de cultura seletivos, contendo diversos antibióticos que inibam esta microbiota secundária sem afetar o crescimento de Brucella sp. Os materiais de eleição para a tentativa de isolamento de Brucella sp. são: membranas fetais, feto abortado, leite, swabs vaginais e sêmen. No Brasil a legislação nacional definiu como testes oficiais o Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), o Teste do Anel do Leite (TAL), o 2 Mercaptoetanol (2-ME), o teste de Fixação do Complemento (FC) e o Teste de Polarização Fluorescente (FPA). O primeiro é um teste de triagem, o segundo de monitoramento e os três últimos, confirmatórios. Os animais reagentes ao ATT poderão ser submetidos a um teste confirmatório, o 2-ME. Mais específico, é executado por laboratórios credenciados ou laboratórios oficiais credenciados. O 2-ME apresenta boa especificidade e sensibilidade, motivo pelo qual é um teste confirmatório de eleição. O FC é o teste de referência preconizado para trânsito internacional, sendo empregado em vários países que conseguiram erradicar a doença ou estão em processo de erradicação. É realizado em laboratórios oficiais credenciados, como teste confirmatório em animais reagentes ao teste de triagem, ou para diagnóstico de casos inconclusivos ao teste do 2-ME. O FPA, técnica incluída na última atualização da legislação, tem apresentado excelente desempenho, mas ainda é pouco difundido em países subdesenvolvidos, em função do alto custo e da dependência de importação de equipamentos e reagentes para sua realização. O TAL pode ser utilizado por veterinários habilitados ou pelo serviço veterinário oficial apenas para monitoramento da condição sanitária em propriedades, ou segundo critérios definidos pelo serviço veterinário oficial. O teste sorológico ELISA vem sendo utilizado junto com o ATT, em projeto piloto no estado de Santa Catarina para erradicação da brucelose bovina. O projeto ressalta a importância de um exame com alta especificidade e sensibilidade para detectar animais doentes, o que evitaria que um foco fosse finalizado por apresentar exames negativos no AAT, mas podendo possuir animais portadores, não detectados neste procedimento. O diagnóstico por ELISA em leite e em soro poderia ser um avanço para as ações de vigilância ativa contra a doença. Prevenção e controle Um programa de controle e erradicação da brucelose bovina deve estar fundamentado em práticas que envolvam a identificação e a eliminação dos animais infectados com a devida indenização dos proprietários para reposição dos animais eliminados. Ao longo da história, muitas vacinas têm sido desenvolvidas para prevenir a brucelose; algumas elaboradas com amostras vivas, outras com amostras mortas. No entanto, vacinas elaboradas com amostras vivas têm demonstrado ser mais eficazes em induzir imunidade. A única vacina morta usada em bovinos e que teve alguma aplicação no passado foi a vacina 45/20, elaborada com uma amostra rugosa, portanto não aglutinogênica, combinada com um adjuvante oleoso. Esta vacina teve seu uso descontinuado em função da pouca proteção conferida, pelas graves lesões locais provocadas pelo adjuvante e pela interferência no diagnóstico sorológico. Dentre as vacinas vivas-atenuada mais usadas, a vacina B19 foi e ainda continua sendo largamenteempregada em programas de controle em vários países. A vacina B19 apresenta várias características que são altamente desejáveis em uma vacina contra a brucelose, tais como: uma única vacinação em bezerras entre três e oito meses (preferência de até 6 meses de idade) de idade confere imunidade prolongada; previne o aborto; por ser altamente atenuada para bovinos, causa reações mínimas após a sua aplicação e confere proteção em 70-80% dos animais vacinados. Outra vacina viva-atenuada é a vacina não indutora de anticorpos aglutinantes, essa vacina tem os mesmo princípios da B19, porém não interfere nas provas sorológicas oficiais. Em um programa de controle de uma doença infecciosa em uma propriedade, é necessário interromper a cadeia de transmissão pela eliminação dos indivíduos infectados ou aumentar o número de indivíduos resistentes da população. No caso da brucelose bovina, ambas as estratégias são utilizadas. Uma das mais poderosas estratégias na estruturação de um programa de controle de brucelose bovina é a vacinação, principalmente a vacinação de fêmeas jovens com B19. Esta vacinação de animais jovens associada à vacinação estratégica com RB51 em fêmeas com idade superior a oito meses acarreta um aumento da cobertura vacinal, de tal forma que diminui a percentagem de indivíduos susceptíveis da população, diminui a taxa de abortos e, consequentemente, diminui a taxa de infecção. O segundo ponto no controle da doença é a eliminação do rebanho de animais positivos aos testes diagnósticos o mais rápido possível para se evitar que permaneçam como fontes de infecção para os animais susceptíveis. É de grande importância que estes animais sejam separados do rebanho logo após o diagnóstico, evitando-se que eles abortem ou venham a parir junto aos animais negativos. A correta desinfecção de áreas e utensílios contaminados e o destino adequado dos fetos e materiais de aborto também fazem parte das medidas a serem adotadas, pois reduzem consideravelmente a carga infectante para os animais susceptíveis. TUBERCULOSE TUBERCULOSE BOVINA A tuberculose é uma doença zooantropogênica de abrangência mundial, causada por microrganismos pertencentes ao gênero Mycobacterium. Etiologia Embora vários microrganismos sejam saprófitas, muitas dessas micobactérias são patogênicas, tanto para os seres humano, como para os animais. As micobactérias são bacilos ácido-resistentes, embora sejam cito quimicamente Gram (+) A espécie M. bovis, juntamente com M. tuberculosis, M. bovis BCG, M. africanum, M. caprae, M. canettii e M. microti, formam o “Complexo M. tuberculosis”, grupo responsável pela maioria dos casos de tuberculose humana e animal. A M. tubercolisis tem uma camada incomum de cera em sua superfície celular (pelo ácido micótico) o que torna as células impermeáveis à coloração de Gram. Para bactérias do gênero mycobacterium usa-se a coloração de de Ziehl-Neelsen. Epidemiologia A doença é encontrada em todo o mundo. No entanto sua frequência é maior em países que adotam o sistema de confinamento no período do inverno, e apresenta-se com menor intensidade naquelas regiões onde os animais se encontram em regimes extensivos. A fonte de infecção é por meio de animais doentes ou portadores como os bovinos, búfalos e o homem. Os bacilos são eliminados por meio da tosse, espirro, corrimento nasal, leite, urina, fezes, sêmen, secreções vaginais e uterinas. A via de transmissão comum são aquelas provenientes de aerossóis em suspensão no ar que são inaladas pelo indivíduo ou por via digestiva Os animais em confinamento estão sob maior risco, devido ao maior contato direto com outros animais que podem ser portadores do bacilo. Há os reservatórios naturais como os veados selvagens, o texugo na Europa e o gambá cauda - de- escova na Nova Zelândia. Os mais susceptíveis a infecção são os bovinos, bubalinos, homem e o suíno, sendo os equinos, os gatos, os caprinos e ovinos os mais resistentes. A forma mais comum de manifestação da tuberculose bovina ao ser transmitida para o homem, é a extra-pulmonar, sendo as crianças as mais facilmente infectadas, devido à ingestão de bebidas lácteas contaminadas. O homem funciona como um reservatório do bacilo, quando uma vez infectado. Assim sendo, é uma fonte de contaminação para outros animais por muitos anos. Apesar disso, o homem com tuberculose por M. tuberculosis com a forma pulmonar ou extra-pulmonar pode sensibilizar bovinos ou mesmo infecta-lós. A transmissibilidade é alta enquanto não houver início de tratamento. O período de incubação média é de 4-12 semanas para detecção de lesões pulmonares, porém os sintomas, em bovinos, ocorrem em torno de 12 meses. A viabilidade da bactéria é de até 1h em suspensão no ar, até 2 dias em estábulos, pastos e esterco, de até 1 ano na água e de até 10 meses nos produtos de origem animal. Patogenia A virulência do M. bovis está relacionada com sua capacidade de sobreviver e multiplicar dentro dos macrófagos do hospedeiro, que é feito através da fusão do fagossomo com o lisossomo que leva a falhas na digestão lisossômica. A tuberculose causa granulomas pelo processo inflamatório crônico nodular, especifico, cujas as células reagentes fazem parte do sistema monocítico fagocitário. Como o próprio nome diz a lesão característica é o tubérculo, caracterizado como um granuloma clássico repleto de células epitelióides circundados por um colar de fibroblastos com infiltrado de linfócitos. A localização da lesão tuberculosa, nos bovinos é mais comumente vista nos linfonodos do mediastino, e mais rara na pleura, fígado, peritônio e baço. A nível macroscópico o aspecto do tubérculo é um nódulo firme, que varia sua coloração entre o branco, o amarelo e o cinza esteja esse situado em tecidos moles como no parênquima pulmonar ou nas superfícies de mucosas. Sintomas Na maioria dos rebanhos infectados por M. bovis a doença é inaparente, e a sua presença somente é detectada pelo teste tuberculínico. A maior parte das lesões nos bovinos está nos pulmões, linfonodos pulmonares e linfonodos craniais dos quais podem estar calcificados. As lesões primárias podem ser únicas ou múltiplas, podem envolver o pulmão direito ou esquerdo e podem ser uni ou bilaterais. As lesões pela tuberculose são encontradas principalmente no topo da região dorsocaudal dos pulmões, próximas à superfície pleural. Nos seres humanos a doença é geralmente assintomática, porém pode ocorrer casos de wuadro gripal e comprometimento pulmonar. Diagnóstico O diagnóstico da tuberculose em bovinos pela tuberculinização intradérmica como teste a campo, indicada pela resposta imune mediada por células. O teste de tuberculina é uma resposta de hipersensibilidade tardia mediada por linfócitos T sensibilizados, realizados em animais com prévia exposição ao bacilo. É de aplicação intradérmica. Forma no local um infiltrado celular de mononucleares e aumento de volume. Deve-se considerar que alguns animais não respondem ao teste de tuberculina mesmo que infectados, ou com quadro em evolução. Fatores como caquexia, deficiência nutricional, infecção e final de gestação podem gerar alterações no resultado do teste. A resposta ao teste aparece após 30 a 50 dias da aplicação. O diagnóstico postmortem é feito a nível macroscópico caracterizados pelas lesões típicas e podendo ser confirmado pelos exames histopatológicos ou bacteriológicos e inclusive o PCR. No animal vivo a tuberculose bovina pode ser diagnosticada por achados radiográficos, teste de tuberculina e a presença dosbacilos em exsudato ou secreções do animal obtidas através de um exame bacteriológico. Tratamento Trata-se apenas os pacientes humanos. A fase inicial consiste no tratamento de 2 meses com o uso de Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. A fase de continuação consiste em 4 meses com uso de Rifampicina e Isoniazida. Prevenção e controle A tuberculose bovina pode ser controlada em um país ou uma região através da implantação de uma política de teste e sacrifício, se não existirem outros hospedeiros reservatórios para manter a infecção no local. Como medida de controle da transmissão de M. bovis para seres humanos, a inspeção sanitária dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano e a pasteurização ou esterilização do leite e derivados diminuem os riscos de transmissão de M. bovis ao homem. Ações de restrição de contato com possíveis reservatórios domésticos, sinantrópicos ou silvestres também devem ser consideradas. LEPTOSPIROSE Etiologia O agente etiológico da leptospirose é uma bactéria gram-negativa pertencente à ordem Spirochaetales, família Leptospiraceae e gênero Leptospira. As leptospiras são microrganismos helicoidais, muito finos (0,1μL de diâmetro) com comprimento variável de 6 a 20 mm, aeróbios estritos, que apresentam uma ou ambas as extremidades encurvadas ou em forma de gancho, dotados de grande motilidade conferida por um axóstilo. Coloram-se bem com sais de prata e podem ser visualizadas em microscopia de campo escuro. O período de sobrevida das leptospiras patogênicas na água varia segundo a temperatura, o pH, a salinidade e o grau de poluição. Todas as leptospiras são sensíveis ao pH ácido de 6,8 ou menos, porém sua multiplicação é ótima em pH levemente alcalino compreendido entre 7,2 e 7,4. São sensíveis a dessecação, desinfetantes e pH fora do neutro. Epidemiologia A leptospirose distribui-se pelo globo terrestre, mas sua ocorrência é maior em países de clima tropical e subtropical devido à maior sobrevida das leptospiras em ambientes quentes e úmidos. A doença é sazonal, com picos epidêmicos no verão ou outono em regiões de clima temperado, ou durante as estações de chuva nas regiões quentes. Em alguns países como o Brasil a infecção ocorre sob a forma de surtos em seres humanos e animais associados a períodos de alta pluviosidade, presença de roedores e mamíferos silvestres e domésticos bem como águas represadas com altas concentrações de animais. A sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente. Os suínos, quando infectados, apresentam grande leptospiremia e sem apresentar sintomas, podendo eliminar a bactéria pela urina por até 1 ano. Patogenia A patogenia da leptospira inclui a penetração ativa dos microrganismos pelas mucosas, pele escarificada ou integra. Vencidas as barreiras da porta de entrada, as leptospiras multiplicam-se no espaço intersticial e nos humores orgânicos (sangue, linfa e líquor), caracterizando um quadro agudo septicêmico denominado de leptospiremia. As lesões primárias são atribuídas à ação mecânica do microrganismo nas células endoteliais de revestimento vascular. A consequência direta das lesões dos pequenos vasos é o extravasamento sanguíneo para os tecidos (hemorragias), formação de trombos e o bloqueio do aporte sanguíneo nas áreas acometidas na fase aguda da infecção. A fase da leptospiremia cessa quando anticorpos opsonizantes surgem na circulação, aproximadamente dez dias após o início da infecção, promovendo a eliminação de leptospiras da corrente sanguínea e da maioria dos órgãos acometidos. Entretanto, leptospiras localizadas em locais protegidos do sistema imune, como rim e trato genital, podem persistir por períodos prolongados e, por depósito de imunocomplexos, pode ocorrer a lesão desses órgãos (pulmão, meninges, rins e fígado). Diagnóstico O diagnóstico sorológico pelo teste de ELISA (Ensaio de Imuno Absorção Enzimática) também tem sido utilizado, apresentando como vantagens a utilização apenas de frações bacterianas, não necessitando do antígeno vivo e a possibilidade de detectar especificamente anticorpos da classe IgM ou IgG, podendo assim, correlacionar os resultados com o tempo de infecção. Entre as técnicas de diagnóstico baseadas na detecção DNA das leptospiras, a reação em cadeia de polimerase (PCR) vem sendo utilizada de forma crescente para o diagnóstico da leptospirose em fluidos orgânicos e órgãos de várias espécies animais. Tratamento e prevenção Utiliza-se antimicrobianos, como a Doxiciclina. Existem vacinas (V8/V10/V12) no mercado, porém não totalmente eficazes pelo variado tipos de sorovares existentes da leptospirose. CARRAPATOS FEBRE MACULOSA A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença infecciosa aguda, de gravidade variável, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e, pelo que se conhece até o momento em nosso país, transmitida pelo carrapato Ambyomma cajennense. Os homens são hospedeiros acidentais, não são considerados reservatórios da doença e não colaboram com a propagação do agente. A maior incidência de casos é durante a primavera e o verão e exclusiva das regiões sul e sudeste. A partir de 2002 a Febre Maculosa Brasileira foi considerada doença de notificação compulsória no Estado de São Paulo, seguindo orientação do Ministério da Saúde que a declarou como tal em 2001. ETIOLOGIA A Rickettsia rickettsii é uma bactéria gram- negativa, de morfologia cocobacilo, intracelular obrigatória (sem apêndices locomotores) que sobrevive pouco tempo fora do hospedeiro. É o mesmo agente etiológico da Febre Maculosa das Montanhas Rochosas, riquetsiose existente nos Estados Unidos da América e equivalente à FMB. EPIDEMIOLOGIA O carrapato da espécie Amblyomma cajennense possui distribuição em quase toda a América; é encontrado frequentemente no boi e no cavalo, mas possui pouca especificidade parasitária, principalmente nas fases de larva e ninfa. Também é denominado “carrapato estrela”. Esses carrapatos são hematófagos obrigatórios e infectam-se ao sugarem animais silvestres; no entanto, a doença não depende desses animais para sua manutenção pois ocorre transmissão transovariana entre os carrapatos, além da transestadial, transformando-os também em reservatórios da doença. Diversos roedores e outros animais também ajudam a manter o ciclo da doença. A transmissão da bactéria ocorre pela picada do carrapato infectado que somente ao final de sua alimentação, após ficar aderido por um período de 6 a 10 horas, elimina grande quantidade pelas glândulas salivares. Pode ocorrer também a infecção através de lesões na pele ocasionadas pelo esmagamento do carrapato ao tentar retirá-lo. Não há transmissão homem a homem, não sendo necessário o isolamento do paciente. A susceptibilidade é universal e a imunidade provavelmente é duradoura. O período de incubação varia de 2 a 14 dias, em média 7 dias, o tempo entre a picada do carrapato e as manifestações dos primeiros sintomas. A patogenia acontece após a introdução na pele através da picada do carrapato, as rickettsias invadem células da vizinhança da porta de entrada, multiplicam-se e passam para a circulação, alcançando as células endoteliais de vênulas, arteríolas e capilares. Anormalidades vasculares determinam aumento da permeabilidade e expansão do espaço extravascular, sendo determinantes de oligúria, anúria, anemia, hipertensão, azotemia, hiponatremia, hipocloremia e hipovolemia. Evidência de toxina rickettsial tem sido demonstrada experimentalmente em animais. SINTOMAS A doença inicia-se abruptamente comfebre, mialgia e cefaléia. A febre, de moderada a alta, dura geralmente 2 a 3 semanas. A cefaléia costuma ser intensa e a mialgia ocorre por importante rabdomiólise e necrose focal múltipla. Ocorre, também precocemente no curso da doença, náuseas, vômitos, diarréia e dor abdominal difusa. A doença evolui rapidamente com toxemia, hiperemia e congestão conjuntival. O exantema, sinal bem sugestivo da doença, é mais tardio, surgindo entre o 3º e 5º dia da doença; começa como máculas eritematosas de cerca de 1 a 5 mm de diâmetro nos tornozelos e punhos, de onde se propagam para o tronco, face, pescoço, palmas das mãos e plantas dos pés. Esse tipo de exantema palmo-plantar é bastante típico da FMB. DIAGNÓSTICO Hemograma com anemia, trombocitopenia e leucócitos variáveis. O bioquímico encontra-se com aumento de CK, LDH, ALT/AST e bilirrubinas. • RIFI, PCR e Imunohistoquímica TRATAMENTO Doxiciclina + Cloranfenicol. DOENÇA DE LYME ETIOLOGIA As borrelioses são enfermidades infecciosas causadas por espiroquetas do gênero Borrelia, agentes transmitidos principalmente por carrapatos aos animais e ou ao homem. Borreliose de Lyme, também denominada de meningopolineurite por carrapatos, Doença de Lyme, Borreliose, é causada pela espécie B. burgdorferi. Estudos mostram que no Brasil nunca existiu uma doença de Lyme propriamente dita como á dos EUA. No Brasil, ocorre uma doença similar à DL nos EUA. EPIDEMIOLOGIA Esta zoonose, é uma doença inflamatória aguda caracterizada por alterações cutâneas, inflamação articular e sinais clínicos similares aos da gripe. A transmissão ocorre pela picada do carrapato (gênero Ixodes) do veado e da capivara, podendo ocorrer também a associação com outros agentes hematozoários. No Brasil os vetores são o Amblyomma Cajennense ou Rhipicephalus sanguineus. O tempo de fixação no hospedeiro é relevante quanto à eficiência na transmissão. Estudos demonstraram que para os ixodídeos é necessário um tempo superior a 48 horas, ela pode ocorrer ainda pela urina entre roedores, por transfusão sanguínea, transplante de tecido, por contato ou congenitamente em cães. Em cães a transmissão de B. burgdorferi, ocorre pela picada de carrapatos infectados, sendo o gênero Ixodes (I. scapularis, I. persulcatus, I. pacificus e I. ricinus) o mais importantes epidemiologicamente, embora o Dermacentor variabilis e A. americanum também possam transmitir. A borreliose de Lyme acomete cervídeos e roedores embora raramente estes adoeçam, onde atuam como reservatórios mantendo a espiroqueta no ambiente silvestre. SINTOMAS Mancha avermelha em alvo (eritema migratório ou anelar) no local de picada do carrapato e mal-estar num geral. DIAGNÓTICO Dados clínicos e epidemiológicos reforçados por testes sorológicos (imunoflurescência indireta, ELISA e Western Blot). Devido à falta de padronização de testes a serem utilizadas em medicina veterinária considerando que em humanos ocorre a reações cruzadas com agentes etiológicos de várias enfermidades infecciosas e parasitárias; Deve-se, portanto, associar a clínica, o histórico, a sorologia e os dados epidemiológicos para definir o diagnóstico. TRATAMENTO Doxiciclina. DOENÇAS FÚNGICAS CRIPTOCOCOSE É uma doença fúngica, infecciosa, oportunista e potencialmente fatal que acomete mamíferos domésticos, principalmente o gato e o cão. Ela pode existir em frutas, mucosa oronasal, pele de animais e pessoas saudáveis e, principalmente, no solo rico em excretas de aves. Em humanos, a criptococose é mais freqüente em adultos, mas apesar de rara pode afetar crianças. Esta micose é comumente diagnosticada em pacientes com imunodepressão celular, como os soropositivos. O agente etiológico é o Cryptococcus neoformans, a forma assexuada do basidiomiceto, Filobasidiella neoformans, uma levedura encapsulada. Os passeriformes e psitaciformes são os reservatórios naturais da doença, principalmente o pombo. A infecção ocorre geralmente pela inalação de esporos do C. neoformans presentes em poeiras contaminadas, levando à infecção primária do sistema respiratório, afetando mais freqüentemente a cavidade nasal do que os pulmões. A criptococose é pleomórfica, possuindo acentuado tropismo pelo SNC, normalmente manifestando-se como meningite criptococócica em humanos, sendo a imunossupressão celular o principal fator predisponente. Os sinais clínicos presentes na síndrome respiratória incluem estertores respiratórios, corrimento nasal mucopurulento, seroso ou sanguinolento, dispnéia inspiratória e espirros. Com relação ao comprometimento orgânico, o sistema nervoso central e os olhos são os mais severamente afetados. O diagnóstico é feito por meio de cultivo celular através de amostras de escarro, pus, urina e raspados de pele. Microscopicamente eles se apresentam como fungos leveduriformes encapápsulados. Macroscopicamente eles podduem aspecto úmido e cremoso. Outra forma de diagnóstico é pelo teste sorológico por aglutinação em látex, além de exames de imagem ou por histopatológico. O tratamento é feito com o uso de Anfotericina B seguido de Fluconazol. A prevenção é feita, principalmente, pelo controle da população de pombos e da umidificação das fezes dos mesmos. Essa doença não é de notificação obrigatória. HISTOPLASMOSE A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, que apresenta duas variedades: var. capsulatum e var. duboisii, que são infectantes a indivíduos imunodeprimidos e imunocompetentes. H. capsulatum é um fungo saprófita de solos contaminados com fezes de aves e morcegos que servem como reservatório para o mesmo. As fezes desses animais são formadas por fontes de compostos nitrogenados, que são nutrientes necessários para o crescimento desse fungo. Histoplasma capsulatum pode ser encontrado em ocos de árvores, construções abandonadas e inacabadas, cavernas e grutas habitadas por morcegos. O fungo H. capsulatum apresenta-se sob duas formas, miceliana e leveduriforme. A histoplasmose possui maior prevalência em zonas tropicais e temperadas. Essa micose sistêmica é amplamente distribuída nas Américas e África. A infecção humana ocorre através da via respiratória, onde os esporos infectantes inalados pelo hospedeiro alcançam os alvéolos pulmonares, induzindo a uma estimulação de resposta inflamatória por parte do hospedeiro. Macrófagos e células reticuloendoteliais do local, fagocitam os conídios e leveduras onde os mesmos podem sobreviver dentro de estruturas chamadas fagolisossomos. As leveduras de H. capsulatum quando se encontram no interior de macrófagos, elas se multiplicam e deslocam-se até os linfonodos hílares e mediastinais atingindo a circulação sanguínea podendo obter acesso para outros órgãos como baço, fígado, medula óssea entre outro. O desenvolvimento de infecção assintomática ou sintomática na histoplasmose é diretamente dependente do estado de competência imunológica do hospedeiro, da virulência da cepa infectante e da carga parasitária adquirida. grande maioria dos pacientes expostos a H. capsulatum permanecem assintomáticos ou desenvolvem apenas sintomas leves, que nunca são reconhecidos como sendo devidos à esta doença. A histoplasmose pulmonar aguda é evidente após incubação de um período de 14 dias, e são caracterizadas por febre, calafrios, dispnéia e tosse. A infecção pulmonar crônica desenvolve-se geralmente em indivíduos que já possuem uma doença pulmonar adjacente. Os sintomas mais comuns, como: febre, tosse produtiva, dor retroesternal, suores noturnos e perda de peso. A histoplasmose disseminada (HD) ocorre especialmente em indivíduos HIV positivos, os sintomas: febre, sudorese, cansaço, hemorragia
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