Buscar

Humanismo - Estudo de caso ACP (fase coletiva)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade de Fortaleza - UNIFOR 
 
Curso: Psicologia 
 
Disciplina: Humanismo 
 
Nomes e matrículas: 
Victoria Diniz dos Santos - 2118201 
Maria Clara da Silva Almeida - 2114457 
Maryane Ellen Medeiros Silva - 2114535 
João Henrique Lima Farias - 2114528 
Laís Vidal Pessoa Araujo Fontes – 2114448 
 
Atividadade – Av2 
Data de entrega: 07/05/2021
 Carl Rogers é tido como um homem elementar na história da psicologia. Ele 
desenvolveu um grande percurso científico onde suas ideias e teorias foram submetidas a árduas 
pesquisas que visavam alcançar a mudança na personalidade e no comportamento através da 
terapia. Nesse viés, uma de suas maiores contribuições foi a proposta de uma psicoterapia que 
valoriza a autonomia pessoal. Para Rogers, a liberdade e a possibilidade de transcendência de 
estados desvantajosos de qualquer condição são dadas por vínculos sociais adequados 
(Vilela,2008). Esse tipo de psicoterapia foi posteriormente denominado de Abordagem 
Centrada na Pessoa (ACP). 
 Dessa maneira, a ACP consiste numa tentativa de afirmar uma teoria de 
psicoterapia que seja capaz de acolher e regular os eventos da prática Rogeriana (Wood,1994). 
Segundo o mesmo autor, nessa perspectiva, podemos destacar as circunstâncias necessárias 
para que a terapia possa ocorrer e posteriormente, para que possa extrair os devidos resultados 
estipulados. Essas circunstâncias consistem basicamente em três aspectos: que cliente e 
terapeuta estejam em diálogo psicológico; que o cliente esteja em um estado de incongruência 
ou em estado de ansiedade e que o terapeuta esteja em estado congruente ou integrado na 
relação. 
 Somado a isso, podemos deliberar a postura esperada do terapeuta e do cliente 
respectivamente (Wood,1944). Ao terapeuta cabe manifestar uma postura que contemple 
determinadas características, entre elas: genuidade, empatia e consideração incondicional pelo 
cliente (Wood, 1995). 
 Como já dito pelo mesmo autor, o paciente, encontrado em um estado de 
incongruência do seu self, inicia o processo terapêutico sentindo-se incapaz de reconhecer seus 
sentimentos, muitas vezes descritos como experiências passadas incompreendidas sem assumi-
los, pois ainda se encontra desajustado com o seu autoconceito. No decorrer da terapia, o cliente 
retorna para si ao encontrar sentido no modo como ele experiencia, diminuindo o receio do que 
pode sentir ao se deparar com falhas, sejam situações problemáticas ou felizes, passa a se 
perceber como autônomo da sua visão de mundo e das suas decisões. Esse processo de 
descoberta permite ao paciente entender o seu campo fenomenológico e a importância que tem 
as suas percepções, que antes eram vistas como estranhas ou distorcidas, mas passaram a ser 
valorizadas na escuta empática e no interesse autêntico desprendido de julgamentos da relação 
terapêutica (Wood, 1995) 
 Após desenvolver o seu tato organísmico e fenomenológico na terapia, o cliente 
assume a responsabilidade, de experienciar e estabelecer um sentido no seu referencial e em 
suas decisões, assumindo a sua autonomia já existente à procura da autodeterminação e 
atualização (Wood,1995). De acordo com o referido autor, o objetivo é reafirmar a capacidade 
da pessoa como ser humano, que modifica e é capaz de se modificar em busca de favorecer o 
seu desenvolvimento em um ângulo unitivo e total, não determinado, mas em um caminho 
gradual de aperfeiçoamento do ser. 
Em 1970, Rogers, decide construir grupos que treinem conselheiros pessoais na 
universidade de Chicago, o objetivo era preparar as pessoas para serem conselheiros eficazes 
no tratamento de problemas dos regressados da guerra. É formado, então, os grupos de encontro, 
que buscavam a capacidade das pessoas de se desenvolverem e crescerem em harmonia consigo 
e com o seu ambiente. Essa fase da abordagem centrada na pessoa, ficou conhecida como “fase 
coletiva ou inter-humana”. Rogers deleitou-se, então, para os problemas de determinados 
grupos, pretendendo assim, entender mais do social. Para isso, Carl Rogers vagou por entre 
áreas diversas da ciência, como a física, química, filosofia, entre outras, esta fase tende a ser 
um momento quase que holístico e místico em sua trajetória de pesquisa. (MOREIRA, 2010). 
Os grupos consistiam em um processo de desequilíbrio, equilíbrio e integração, para 
atingir o contiuum máximo de cada indivíduo, porém em conjunto. Rogers observou um 
processo de construção dos grupos, que eram formados por alguns passos que os integrantes 
davam juntos em direção a melhora. O facilitador desses espaços nunca conduzia os grupos, 
qualquer estrutura que vier a se formar no grupo, será de cunho dos participantes. Dessa forma 
os sentimentos de dúvida para com a experiência eram formados de imediato, pois os 
participantes não sabem o que esperar desses encontros, haja vista que estes não eram 
controlados por uma entidade superior. Com a falta de respostas, controle e com sentimentos 
de dúvidas e desconfianças, os integrantes tendem a construir fachadas de si e esconder o seu 
verdadeiro eu, quase que assumindo uma nova identidade no seu modo de existir e sentir. 
(ROGERS, 1970) 
O processo caminha e os primeiros sentimentos são demonstrados no “aqui e agora”, 
estes são negativos, é mais fácil demonstrar expressões negativas em um espaço de 
estranhamento, para se defender, do que expressões positivas. Como Rogers mesmo aponta em 
1970, seu livro Grupos de Encontro: 
Os sentimentos profundos positivos são muito mais difíceis e perigosos de exprimir 
do que os negativos. Se digo que te amo fico vulnerável e exposto à mais terrível rejeição. Mas, 
se digo que te detesto, fico quando muito sujeito a um ataque de que posso defender-me. Sejam 
quais forem as razões, estes sentimentos negativos tendem a ser o primeiro material “aqui e 
agora” a aparecer. (p.23) 
O grupo vai se desenvolvendo com o passar do processo terapêutico, as fachadas caem, 
por vezes pelo confronto entre participantes, onde um exige ao outro que demonstre o seu 
verdadeiro eu, pois só assim o processo de melhoria será alcançado. Com o passo da aceitação 
de si e das questões de cada um, é possível observar em seguida a construção da mudança se 
iniciar. Os integrantes formam então uma rede de apoio, abrindo um espaço de acolhimento 
dentro do grupo, e até mesmo em momentos fora dos encontros, as questões são confrontadas 
e busca-se, com o apoio de todos, chegar ao cerne do problema e resolvê-lo. 
O objetivo é esse, observar a mudança do comportamento de cada indivíduo que 
compõe o grupo, o reconhecimento e aceitação do verdadeiro eu por parte de cada um e notar 
isso sendo colocado em prática em suas vidas, fora do contexto dos encontros. (ROGERS, 
1970) 
No entanto, nem todos os processos são positivos, em sua maioria pode-se observar 
um final de grande ajuda para os participantes, porém seria desonesto não informar que isso 
pode também não acontecer. Segundo Rogers, existem alguns fatores que podem levar essa 
prática ao fracasso. Por vezes o indivíduo não permanece com as mudanças conseguidas ao 
final do processo, pois seu contexto de experiências agora é diferente, o espaço acolhedor do 
grupo não existe mais, manter as relações se torna difícil, logo manter o comportamento de 
melhora também. Em determinados momentos observa-se também que alguns integrantes não 
estão preparados para encarar as questões do self em comunidade, alguns procuram terapeutas 
individuais para tratar dessas problemáticas, já outros não suportam o baque e podem revelar 
sintomas que prejudiquem a qualidade de vida. Relacionar-se é difícil, logo manter um grupo 
onde as questões mais profundas de cada um são abordadas seria igualmente complicado. Dessa 
maneira abordar relações dentro do espaço entre os próprios integrantes, muitas vezes 
amorosas, precisava ser feito com muita cautela, para que a experiência, como um todo,não 
fosse prejudicada. (ROGERS, 1970) 
 O estudo de Rogers, nesse momento de sua carreira, voltado para o coletivo do 
humano, foi de grande importância para a abordagem centrada na pessoa. Esta possui grande 
valor até hoje e compõe a teoria rogeriana, que foi espalhada pelo mundo, em diversos países e 
universidades, em alguns espaços modificada ou atualizada, mas seguindo sempre as bases que 
Rogers propôs. Cada vertente pós-rogeriana parte de fases diferentes do pensamento do 
terapeuta e segue mantendo a teoria existindo em sua essência. (MOREIRA, 2010), 
Como exemplo de aplicação de tal teoria sobre terapia em grupo, pode-se citar a 
atuação de Calr Rogers em 1982 na África do Sul, onde o mesmo realizou workshops entre 
brancos e negros com o intuito de promover o debate, ao invés da violência, entre tais grupos. 
No artigo denominado No Cração da Agonia Sul Afrinaca, 1986, Rogers relata como 
ficou impressionado com o desejo encontrado, tanto da parte dos negros quanto dos brancos, 
de realizar uma comunicação entre as raças. Relata também a sua intenção de envolver negros 
no desenvolvimento do trabalho, ao invés de somente participarem como beneficiados nas 
reuniões dosencontros, de modo que houvesse uma ajuda na facilitação da comunicação entre 
os dois grupos. Tinha-se como objetivo principal certificar-se se um diálogo significativo 
poderia ser uma alternativa à violência. 
Rogers leva sua bagagem de experiência com grupos hostis, além de sua atuação na 
psicoterapia, onde havia "pesquisado as condições que promoviam a mudança pessoal em 
atitudes e comportamentos" (ROGERS, 1986). O psicólogo sabia que, para obter sucesso, 
deveria promover um clima de mudanças sendo genuíno, se importando e sendo empático com 
a situação. 
Nos seus relatos escritos sobre os encontros realizados, Rogers descreve como 
trabalhou com a capacitação de um grupo de 40 pessoas, entre eles brancos e negros, para que 
os mesmos realizassem outros workshops em dupla, cada um de uma raça. 
Inicialmente, nota-se uma forte reação de surpresa por parte dos negros a partir das 
afirmações que os brancos realizavam. Vê-se, por parte dos negros, um relato tocante no 
primeiro encontro, que trouxe à tona a importância da construção da auto-estima e auto-
confiança de tal grupo, que é constantemente marginalizado. 
Após a surpreendente expressão de diversos sentimentos contraditórios surgindo dos 
brancos, vê-se um consenso entre os negros sob a ideia de que são mais calorosos e têm mais 
compaixão para com os outros, característica que quase foi sua ruína. Houve também o lamento 
pelas novas gerações que vêm perdendo essa qualidade graças às adversidades que enfrentam. 
Rogers conclui que tratou-se de uma sessão tocante, e que estava satisfeito com a coragem 
apresentada pelo grupo. 
No segundo encontro do grupo, Rogers relata que os negros sentiram-se livres para 
criticar os brancos, e o fizeram. Houve uma colocação de uma mulher branca que se disse 
consciente sobre a injustiça praticapa pelos brancos para com os negros, mas que não achava 
que isso fosse uma justificativa para haver uma reversão de situação onde os negros sejam tão 
severos. Após tal relato, houve uma expressiva indignação por parte de uma mulher negra, que 
afirmou nunca mais iria se abrir para uma pessoa branca, como se tivesse um forte sentimento 
de traição. A mesma mulher relatou que, entre seus amigos negros, é vista como uma traidora 
por sequer estar indo ao grupo, e alguns dos acontecimentos do dia a fizeram sentir que eles 
estavam certos, que não havia sentido em tentar se comunicar. 
A partir deste acontecimento, Rogers relata que era indubitável o progresso acarretado 
pelo workshop. Níveis mais profundos de diversos sentimentos estavam sendo tocados. 
Entretanto, logo notou que sua visão positiva sobre o ocorrido não era compartilhada pela 
maioria. 
Após um intervalo, notou-se uma agitação entre os brancos, que estavam preocupados 
que a amargura expressada fosse destruir a comunicação conquistada. Notou-se uma percepção 
por parte dos brancos em relação à intensidade dos sentimentos experimentada pelo povo negro, 
que estavam correndo risco somplesmente por comparecerem ao workshop. Era claro que os 
membros brancos queriam muito manter um bom contato com os negros. 
No último dia do workshop de facilitação, Rogers informa ao grupo o que havia 
aprendido com os encontros. Relata que sente que atingiu o objetivo de melhorar a 
comunicação, mas o resultado de tal comunicação foi reconhecer o quão profundo era o abismo 
que os separava, e quão difícil era construir uma ponte. O workshop acabou de uma forma 
indefinida, sem nenhuma conclusão clara. 
Em uma análise, Rogers registra que a maior parte dos brancos estava chocada com o 
grau de amargura sentindo pelos negros. Os negros sentiam que haviam exaurido as 
possibilidades de conversa, cogitando a violência como única resposta. Tal compreensão foi 
um choque para os brancos, causando na maioria uma reação de avidez para com a construção 
de uma ponte de comunicação com os negros presentes e eventualmente com a comunidade. 
Entretanto, os negros estavam ainda mais chocados com os relatos dos brancos, por 
tratar-se de um grupo influente e muito educado. As declarações feitas pelos brancos eram 
qualificadas como sendo preconceitos remanescentes, mas que possuíam algum peso. Os negros 
viram a elite dos brancos exprimindo preconceitos profundos que tornariam a comunicação 
quase impossível. Os negros sentiam raiva de seu opressor, mas não dos brancos presentes em 
particular. 
Outro fato notado por Rogers foi a consoância dos sentimentos dos negros, que se 
sentiam oprimidos e tratados de maneira injusta. Havia clareza e homogeneidade em seus 
sentimentos. Entretanto, os sentimentos dos brancos eram extremamente conflituosos. Eles 
queriam uma melhor comunicação e melhores sentimentos entre as raças, mas sentiam que eram 
preconceituosos e estavam envergonhados de suas atitudes. Sentiam-se imaturos com relação 
aos negros, além de alguma maneira serem inferiores em relação a eles. 
Rogers afirma que o workshop alcançou uma clareza muito grande entre as raças. 
Havia previsto que quando as raivas profundas fossem reveladas, se seguiria uma maior 
comunicação positiva, mas isso não foi o ocorrido. Entretanto, estava claro que os indivíduos 
do workshop estavam mudados e que iriam lidar com a outra raça de modo diferente graças a 
essa experiência. 
Na semana seguinte houve o reencontro dos facilitadores. Após passarem dias 
trabalhando em pares de negros e brancos em uma tarefa comum, via-se uma expressiva 
proximidade, com um claro sentimento de orgulho com a unidade alcançada. 
 
MOREIRA, Virginia. Revisitando as fases da abordagem centrada na pessoa. 
2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
166X2010000400011. Acesso em: 07 maio 2021. 
ROGERS, Carl Ransom. No coração da agonia Sul-Africana. La Jolla, Califórnia: 
Centro de Estudos da Pessoa, 1986. 
ROGERS, Carl R.. Grupos de encontro. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 23 
p. 
ROGERS, Carl Ransom; WOOD, John Keith (org.). A equação do processo da 
psicoterapia. In: ROGERS, Carl Ransom; WOOD, John Keith. Abordagem centrada na 
pessoa. 5. ed. Vitória: Edufes, 2010. p. 93-116. 
ROGERS, Carl Ransom; WOOD, John Keith (org.). As condições necessárias e 
suficientes para a mudança terapêutica na personalidade. In: ROGERS, Carl Ransom; WOOD, 
John Keith. Abordagem centrada na pessoa. 5. ed. Vitória: Edufes, 2010. p. 93-116. 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2010000400011
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2010000400011

Outros materiais