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Artigo - Como os aspectos da indústria da moda são refletidos na sociedade moderna

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PROPOSTA A2 – Artigo acadêmico 
DISCIPLINA – Ciclos da Cadeia Têxtil 
PROFESSOR: Beto F. de Abreu
COMO OS ASPECTOS DA INDÚSTRIA DA MODA SÃO REFLETIDOS NA SOCIEDADE MODERNA: ANÁLISE DO FILME THE TRUE COST
Viviam Maria dos Santos Lomeu
Resumo
 A partir do filme The True Cost, o presente artigo tem como objetivo abordar os diversos aspectos e efeitos da indústria da moda na sociedade, principalmente a fast fashion. O documentário apresenta a triste realidade da exploração das condições humanas em meio aos processos de produção das roupas. Vamos destacar a forma como os trabalhadores terceirizados sofrem abusos através da mão de obra barata e exigências insalubres de trabalho com remunerações extremamente baixas. Assim como observar de que maneira o processo de produção da fast fashion gera um debate em torno de seus impactos ambientais, sociais, econômicos e o reflexo disso em cenários futuros.
Palavras - Chave: The True Cost- Indústria- Impactos- Sociedade- Ambiental- Econômico- Social- Fast Fashion- Exploração- Mão de Obra- Barata- Abuso- Produção- Moda- Realidade- Condições- Humanas- Capitalismo- Lucro
Introdução 
O tema é fundamental para entendermos e observarmos que tipos de consequências a indústria da moda causam em meio à exploração da classe trabalhadora, usada como mão de obra barata e exposta a circunstâncias desumanas no ambiente de trabalho. Vamos relacionar as ideias do teórico Karl Max com o longa The True Cost, considerando o sistema capitalista como ferramenta principal. Além de designar uma reflexão coerente à influência dos ciclos da cadeia têxtil vigente na fast fashion, retratada aos olhos das pessoas que fazem parte desse ambiente. Por se tratar de uma realidade retrógrada e que deveria ser abolida, resolvemos escolher esse tema para ser analisado, pois há muitas inconformidades dentro dos ciclos de confecção e produção têxtil.
Impactos Socioeconômicos
Com a globalização, o mercado de moda se expande cada vez mais, o objetivo das marcas é fechar contratos com fornecedores que oferecerem melhor preço, buscando maiores lucros. Como um efeito dominó, isso desencadeia uma mão de obra extremamente barata e concentrada, majoritariamente, no terceiro mundo, em países de economia mais vulnerável.
(Figura 1)
Os responsáveis pelas fábricas têxteis submetem seus empregados a condições de trabalho inseguras que se escoram no trabalho escravo. A mão de obra barata provocou a diminuição dos preços das peças, despertando um consumo desenfreado por parte do público desse nicho, denominado Fast Fashion, que se traduz como uma moda rápida, que ocorre com velocidade máxima, atingindo seu ápice de forma exagerada e logo após, seu desfecho em questão de segundos. Uma coleção é lançada logo após a outra, ocasionando lançamentos de novidades há todo momento, gerando uma moda cíclica.
O sistema econômico concebido pela conjuntura capitalista vigente ainda atua como principal determinante para a problemática da exploração dos trabalhadores nos processos de produção de fábricas. Condições de trabalho humilhantes, salários menores que três dólares por dia; fábricas a ponto de desabar; acidentes graves sendo provocados a qualquer e todo momento; amputamento de membros superiores e inferiores; mulheres deixando seus bebês no chão das fábricas; doenças contraídas por conta dos processos químicos envolvidos na produção. Na sua maioria de mulheres, em lugares de pouco acesso como Dacar em Bangladesh, Deli na Índia e no Camboja.
“Capital, por isso, não é apenas comando sobre trabalho, como dizia A. Smith. É essencialmente comando sobre trabalho não pago. (…) O segredo da auto expansão ou valorização do capital se reduz ao seu poder de dispor de uma quantidade determinada de trabalho alheio não pago.” (MARX, O Capital, Livro 1, Vol. 2, p. 617). 
O Capitalismo é definido como um sistema pautado na exploração do trabalhador pelo seu empregador. Trabalhadores lutam contra os empresários de lados opostos: “O ganho do capitalista representa a perda para o empregado. Essa é a essência da luta de classes”, segundo Marx. Esse trecho pode ser vigorosamente comparado com o contexto do ambiente de trabalho no mercado fast fashion.
Podemos perceber e observar que o filme envolve inúmeras críticas à sociedade de consumo e denuncia o capitalismo dilacerado e a democracia atual. Isso fica claro nos protestos pelos quais os operadores buscam lutar contra a exploração e à exposição a riscos de 	saúde, de morte e etc.
(Figura 2)
(Figura 3)
O filme nos mostra a dor e o sofrimento acarretados pelo regime opressor e cruel ao qual somos submetidos a seguir. Além de levantar questionamentos sobre a influência negativa do capitalismo na sociedade pós-moderna e na difusão de uma visão limitada de divisão do trabalho. 
Há uma desigualdade bem evidente no capitalismo X lucro, no qual se busca apenas gerar lucro sem levar em consideração o valor do trabalho manual, o gasto de forças de trabalho humanas ou o tempo oferecido para a produção de cada artefato. 
Cada aspecto de cada etapa desse processo demanda um reconhecimento que não está sendo alcançado no cenário atual. Pelo contrário, a desvalorização absurda de trabalho que os empregados são submetidos a aceitar, uma vez que os produtos que eles produzem são vendidos por um valor muito mais alto do que eles são pagos para fabricar, validam substancialmente as teorias de Karl Marx a respeito das condições de trabalho na indústria:
“Consideremos agora o que restou dos produtos de trabalho. Nada resta deles senão aquela mesma objetualidade espectral, mera gelatina de trabalho humano indistinto, ou seja, o gasto de forças de trabalho humanas sem consideração pela forma desse dispêndio. Essas coisas apenas nos dizem que na sua produção se gastou força de trabalho humano, se acumulou trabalho humano. Como cristais dessa substancia social comum, eles são valores.”
“Nosso ( … ) dono do dinheiro tem de comprar as mercadorias pelo seu valor, e vendê-las pelo seu valor, mas, mesmo assim, no fim do processo, tem de extrair delas valor mais alto do que o que nelas aplicou… Essas são as condições do problema. Hic Rhodus, hic salta!“* (I, p. 150 ss).
Impactos Ambientais
Segundo o documentário, a indústria de moda é o segundo setor que mais polui o mundo, atrás apenas da indústria do petróleo. Ela compõe uma indústria de três trilhões de dólares por ano. 
As complicações desse cenário se discorrem desde o plantio e colheita do algodão, cuja matéria prima domina grande parte dos tecidos mais utilizados atualmente. O uso de pesticidas e modificação genética de sementes, com o intuito de reter uma produção alta de algodão e suprir a demanda da produção, promovem agressões diretas ao solo e ao meio ambiente, além de aumentar a incidência de células cancerígenas e exposição dos agricultores às chances de adquirir a doença, fazendo com que cresça o número de relatos de morte dessas vítimas.
Outro efeito da indústria é instigado pelo volume de recursos naturais que são usados no processo de fabricação das peças. Essa prática prejudica o ecossistema local, podendo ocasionar o esgotamento dos recursos a longo prazo, colocando o planeta em risco, a nível de sobrevivência dos seres vivos.
O documentário também destaca a quantidade de lixo que é produzido com o consumo desenfreado oriundo do sistema fast fashion. As estatísticas apontam uma produção anual de 11 milhões de toneladas, só nos Estados Unidos. 
(Figura 4)
A premissa da sociedade de consumo se sustenta nas aquisições que ocorrem de forma muito acelerada entre os consumidores. Esse fenômeno acaba por delinear a prática de enxergar a roupa como item descartável, onde se descartam peças seminovas para comprar novas, ampliando ainda mais o consumo vertiginoso. 
O consumo descartável tem se tornado um grande vilão em meio aos interesses sustentáveis do planeta, visto que se as indústrias de moda não encontrarem novas maneiras de aproveitar os recursos naturais e obtiver lucro sem degradar o meio ambiente, o crescimento sustentável e a duração dessesrecursos estarão seriamente comprometidos. 	
O caso Rana Plaza
(Figura 5)
O estopim para o reconhecimento das práticas insalubres e injustiças implantadas nas fábricas de moda fast fashion foi o desabamento o edifício Rana Plaza em Bangladesh, em abril de 2013. A tragédia deixou 1133 mortos e 2500 pessoas feridas. O prédio comportava várias fábricas e um centro comercial. O mais chocante é que esse ocorrido poderia ter sido evitado se as fiscalizações prediais e de controle de trabalho realmente funcionassem como deveriam. 
Tamanha negligência para avisos de evacuação por parte dos proprietários sugere uma completa ignorância e descaso com seus empregados, que eram obrigados a continuarem trabalhando mediante as apresentações de queixas de rachaduras nas paredes e insegurança na estrutura do prédio.
(Figura 6)
Um ano depois do desastre de Rana Plaza, em 2014, a indústria da moda fast fashion ganhou o título de ano mais lucrativo, movimentando cerca de três trilhões de dólares ao ano, produzindo oitenta milhões de peças, 400% mais do que há dez anos.
Cenários Futuros
Ao final do filme, são citadas algumas iniciativas positivas que visam combater essa joranada trágica de trabalho. A Patagonia é uma marca de roupas esportivas que faz uso de políticas de sustentabilidade, criando produtos com uma vida útil mais estendida. Ela procura desestimular e conscientizar o consumidor através do movimento slow fashion.
A slow fashion é regrada por uma moda consciente, com características acíclicas, de longo prazo, com apreço pela durabilidade das peças e um processo de produção mais lento. Com uma expectativa de giro menor e menos agitada, ela se constrói fora da política de exploração, dentro das leis trabalhistas, sem permear em torno do uso de mão de obra barata e sim uma perspectiva socialista acerca das relações de trabalho, trazendo condições mais igualitárias e benéficas aos trabalhadores. 
A People Tree e a Eco Age também são marcas de moda que tem como propósito internalizar condutas éticas, levando em conta o ponto de vista da responsabilidade social e ambiental.
Conclusão
Pudemos analisar com o filme “The True Cost”, que a teoria de exploração trabalhista de Karl Max se encaixa muito bem no contexto em que os trabalhadores das fábricas de fast fashion se encontram, levando em consideração as condições desfavoráveis, insalubres e injustas nas quais eles são submetidos a trabalhar.
O filme realça os pontos negativos da sociedade de consumo pós-moderna e faz uma interpretação crítica contra o sistema capitalista e seus efeitos prejudiciais acerca dos aspectos sociais, econômicos e ambientais. Além disso, nos permitiu ter uma visão mais ampla a respeito do mercado de moda em geral e o fast fashion, seus desencadeamentos e impactos no ciclo de produção da cadeia têxtil.
Outro ponto importante é como as empresas atuam em relação aos trabalhadores, a fim de obter lucros cada vez maiores por intermédio da exploração e abuso das leis trabalhistas, onde os empregados recebem menos que dois dólares por dia por mais de doze horas de expediente. Sem mencionar as condições nocivas, insalubres e prejudiciais nas quais eles estão inseridos profissionalmente. 
Podemos levantar hipóteses com base em estatísticas e pesquisas realizadas no documentário, que a sociedade de consumo infrene pode ser uma das causas do esgotamento de recursos naturais em cenários futuros, comprometendo a sobrevivência dos seres vivos e do desenvolvimento sustentável na conjuntura ambiental. 
A indústria de moda é a segunda mais poluente, ficando apenas atrás da indústria de petróleo. Isso implica diretamente na cultura do consumo descartável, na qual os consumidores descartam peças pouco usadas para viabilizar mais espaço para adquirir novas. A falta de conscientização em relação ao consumo acarreta o impulso pela aquisição de forma descontrolada o que motiva o crescimento do mercado fast fashion. 
Ao analisar as propostas para solucionar a problemática apresentada, o documentário introduz opções de marcas de moda regidas pela política do slow fashion, cuja premissa gira em torno da possibilidade de crescimento econômico no mercado, adotando princípios socialistas de relações de trabalho pautados em igualdade, benefícios e condições favoráveis de trabalho para os empregados. 
Contudo, é importante que a sociedade se preocupe com os preceitos da sustentabilidade e assuma uma forma de consumo consciente, levando em conta todo o processo de produção de uma simples peça, como ela foi feita, quantas pessoas foram necessárias para a sua fabricação e em que condições ocorreram o ciclo da confecção, analisar o valor do produto, antes de preferir apenas pagar barato.
Referências 
MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988.
MORAES, Isabela. Mais valia: o conceito central da teoria marxista. Disponível em: <https://www.politize.com.br/mais-valia/>. Acesso em: 01 dez. 2019.
CARVALHO, Olavo. A teoria da exploração do socialismo-comunismo – Capítulo IV. Disponível em: <http://olavodecarvalho.org/a-teoria-da-exploracao-do-socialismo-comunismo-capitulo-iv/>. Acesso em :01 dez. 2019.
HANDMADE, Mayara. The True Cost (resenha crítica) – o terror por trás das vitrines baratas. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em 01 dez 2019.
CHINEN, Rogerio. Resenha do The True Cost...Documentário aborda de forma clara o impacto estarrecedor da indústria da moda em milhões de pessoas e ao nosso planeta... Disponível em: <https://espiraldevalor.com.br/resenha-do-the-true-cost-documentario-aborda-de-forma-clara-o-impacto-estarrecedor-da-industria-da-moda-em-milhoes-de-pessoas-e-ao-nosso-planeta/>. Acesso em 01 dez 2019.
Lista de Figuras 
Figura 1 – Costureiras. Página 2. Disponível em: <https://espiraldevalor.com.br/resenha-do-the-true-cost-documentario-aborda-de-forma-clara-o-impacto-estarrecedor-da-industria-da-moda-em-milhoes-de-pessoas-e-ao-nosso-planeta/>. Acesso em: 01 dez. 2019.
Figura 2 – Protestos. Página 4. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em: 01 dez. 2019. 
Figura 3 – Depoimento. Página 4. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em: 01 dez. 2019. 
Figura 4 – Lixo. Página 6. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em: 01 dez. 2019. 
Figura 5 – Desabamento do prédio. Página 7. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em: 01 dez. 2019. 
Figura 6 – Mulher em cadeira de rodas. Página 8. Disponível em: <https://handmademayara.wordpress.com/2018/01/31/the-true-cost-resenha-critica-o-terror-por-tras-das-vitrines-baratas/>. Acesso em: 01 dez. 2019. 
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