administrado antes da quimioterapia (por via oral ou IV) e é altamente eficaz em tratamentos antieméticos. A metoclopramida é eficaz em doses altas contra a emetogênica cisplatina, prevenindo a êmese de 30 a 40% dos pacientes e reduzindo a êmese na maioria. Ela age inibindo a dopamina no CTZ. Nesse sentido, os efeitos antidopaminérgicos, bem como sintomas extrapiramidais, faz com que eles não sejam o fármaco de primeira escolha. O droperidol e haloperidol atuam bloqueando os receptores de dopamina. Eles são moderadamente eficazes. O droperidol é usado com mais frequência para sedação em endoscopia e cirurgia, em geral associada a opioides ou benzodiazepínicos. 4 Contudo, ele pode prolongar o intervalo QT e deve ser reservado para pacientes com resposta inadequada a outros fármacos. A dexametasona e a metilprednisolona, usadas sozinhas, são eficazes contra quimioterapia leve ou moderada. Acredita-se que seu efeito antiemético esteja associado ao bloqueio das protaglandinas. O aprepitanto faz parte dessa classe e atua no receptor de neurocinina no cérebro e bloqueia as ações da substância natural. Ele é indicado apenas para regimes quimioterápicos moderada ou altamente emetogênicos. Geralmente é administrado por via oral com dexametasona e um antagonista da 5-HT3. A associação é feita com o intuito de aumentar a atividade antiemética ou diminuir a toxicidade. • Dexametasona + ondansetrona (o que tem maior % de resposta) • Dexametasona + difenidramina + metoclopramida + droperidol • Lorazepam + dexametasona + metoclopramida • Difenidramina + dexametasona + metoclopramida O aumento da motilidade do TGI e a diminuição de absorção dos líquidos são os principais causadores da diarreia. Por esse motivo, para o tratamento desse quadro usamos fármaco antimotilidade, adsorventes e que modifiquem o transporte de água e eletrólitos. Os mais usados são o difenoxilato e loperamida, tendo ação tipo opioide no intestino por ser análogos à meperidina. Eles ativam receptores opioides pré- sinápticos no sistema nervoso entérico para inibir a liberação de ACh e diminuir o peristaltismo. Em doses usuais, não têm efeito analgésico. A exemplo temos o hidróxido de alumínio e metilcelulosa. Esses fármacos atuam adsorvendo toxinas intestinais ou microrganismos e/ou revestindo e protegendo a mucosa intestinal. Eles são muito menos eficazes do que os fármacos antimotilidade e podem interferir na absorção de outros fármacos. O salicilato de bismuto, usado na diarreia do viajante, diminui a secreção de líquidos no intestino. Sua ação pode ser devida ao componente salicilato, bem como sua ação de revestimento. Os efeitos adversos podem incluir língua escurecida e fezes pretas. São usados para tratar constipação e acelerar o movimento do alimento pelo TGI. São classificados de acordo com o seu mecanismo de ação. Eles estimulam de forma direta o intestino grosso, provocando a contração e deslocamento fecal. • Senna – seu componente ativo é um grupo de senosídeos. • Bisascodil – é administrado como supositório e comprimidos revestido entéricos. É um potente estimulante do colo do intestino, atuando nas fibras nervosas da mucosa do colo do intestino. • Óleo de rícino – é hidrolisado no intestino delgado em ácido ricinoleico, que tende a irritar muito o estômago e, logo, aumenta o peristaltismo. Ele deve ser evitado em gestantes, pois pode estimular contrações do útero. São os coloides hidrofílicos, que formam géis no intestino grosso, causando retenção de água e distensão intestinal, aumentando, assim, a atividade peristáltica. As fibras, psyllium e metilcelulose têm mecanismo de ação parecidos. O citrato de magnésio, hidróxido de magnésio e fosfato de sódio, são sais não absorvíveis (ânions e cátions) que retêm água no intestino por osmose. Isso distende o intestino, aumentando a atividade intestinal e produzindo defecação em poucas horas. Soluções eletrolíticas contendo polietilenoglicol (PEG) são usadas como lavagens colônicas para preparar o intestino para procedimentos endoscópicos ou radiológicos. Pó de PEG para solução está disponível como laxante em medicamentos receitados e também de venda livre. Esse fármaco causa menos cólicas e gases do que outros laxantes. 5 Os fármacos ativos em superfície que se tornam emulsificados com as fezes produzem fezes amolecidas e facilitam sua progressão. Estão incluídos aí o docusato de sódio e o docusato de cálcio. Eles podem demorar dias para fazerem efeito e geralmente são usados na profilaxia, em vez de no tratamento agudo. O óleo mineral e os supositórios de glicerina são considerados lubrificantes e agem facilitando a passagem de fezes endurecidas. O óleo mineral deve ser ingerido por via oral em posição ereta (de pé) para evitar a aspiração e uma potencial pneumonia lipídica ou lipoide. A lubiprostona, atualmente o único fármaco desta classe, atua ativando os canais de cloreto para aumentar a secreção de líquidos no lúmen intestinal. Isso facilita a progressão das fezes e causa pouca alteração no equilíbrio eletrolítico. A lubiprostona é usada no tratamento da constipação crônica, particularmente porque não foram demonstradas intolerância ou dependência associadas a esse fármaco. Interações entre fármacos também parecem mínimas, pois a biotransformação ocorre rapidamente no estômago e no jejuno.