Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pergunta 1 Resposta Selecionada: a. Resposta Correta: a. Comentário da resposta: De acordo com Azevedo e Guerra (1989) a omissão em termos de prover as necessidades físicas e emocionais de crianças ou adolescentes configura-se quando os pais (ou responsáveis) falham em termos de alimentar, de vestir adequadamente seus filhos etc.., e quando tal falha não é resultado de condições de vida além de seu controle. Fonte: AZEVEDO, M.A.; GUERRA, V.N.A. Crianças Vitimizadas: a síndrome do pequeno poder. São Paulo: Iglu, 1989. A falta de cuidados ou a incapacidade da família em prover os cuidados básicos necessários à uma criança pode ser considerada como omissão ou até negligência como previsto na legislação brasileira. A partir desta premissa, considere as seguintes afirmativas: I – A negligência pode ocorrer afetivamente, quando a criança não é atendida em suas necessidades emocionais. II – Quando a família estabelece um alto grau de expectativa em relação ao desempenho da criança. III – Pode ocorrer por falta de encaminhamento da criança à escola. Estão corretas as afirmativas descritas na alternativa: I e III apenas. I e III apenas. Nesse sentido, as novas configurações familiares conservam algumas das antigas funções de cuidado e provisão, muitas vezes fragmentadas e pouco compartilhadas entre os diversos membros da família. Se por um lado, essa família tem contemplado certas necessidades básicas dos envolvidos, por outro, tem negligenciado em muitos casos as funções consideradas principais pelos filhos, ou seja, o apoio e as relações afetivas. Muitas famílias, ou membros dessas, têm se preocupado, sobretudo, com seu papel de provedor dos cuidados, terceirizando a vida e a convivência com as crianças e os adolescentes, sob o preço de colocar em jogo seu vínculo afetivo. Pergunta 2 Na compreensão da psicanalista Elisabeth Roudinesco (2003), a família tem sido a cada vez reinventada sobre novas bases. A autora levanta o paradoxo de que a família se encontra atualmente em “desordem”, porém ela segue sendo “amada, sonhada e desejada por homens, mulheres e crianças de todas as idades, de todas as orientações sexuais e de todas as condições”, tornando-se a única importância com garantia de proteção ao qual ninguém quer abrir mão. (Roudinesco 2003, p. 198). Fonte: FELIPPI, G.; ITAQUI, L. G.. Transformações dos Laços Vinculares na Família: Uma Perspectiva Psicanalítica http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v19n1/v19n1a09.pdf. Acesso em 24 de ago de 2018. 1 em 1 pontos 1 em 1 pontos http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v19n1/v19n1a09.pdf Resposta Selecionada: d. Resposta Correta: d. Comentário da resposta: Roudinesco apresenta três períodos na evolução da família, de acordo com as ideias da autora assinale V para verdadeiro e F para falso: ( ) A família contemporânea era considerada uma célula estável e submetida a uma autoridade patriarcal, assegurava a transmissão de um patrimônio; ( ) A família moderna, valoriza a divisão do trabalho entre os cônjuges, apontando para uma divisão de tarefas; ( ) A família moderna une dois indivíduos em busca de realização. ( ) Com a família contemporânea a transmissão da autoridade vai se tornando cada vez mais frágil, o que impulsiona o aumento no número de divórcios, separações e recomposições conjugais. ( ) O momento no qual passa a prevalecer a democracia como aspecto central dos laços conjugais é no surgimento da família moderna. F, V, F, V, F. F, V, F, V, F. A família tradicional, considerada uma célula estável e submetida a uma autoridade patriarcal, assegurava a transmissão de um patrimônio; A família moderna, que aparece entre o fim do século XVIII e início do XX, representando uma ruptura com o modelo tradicional de família ao apontar a reciprocidade dos sentimentos. Esse modelo valoriza a divisão do trabalho entre os cônjuges, apontando para uma divisão de tarefas. “A atribuição da autoridade torna-se, então, motivo de uma divisão incessante entre o Estado e os pais, de um lado, e entre os pais e as mães, de outro” (ROUDINESCO, 2003, p. 19); A família contemporânea, que aparece em meados dos anos 1960 e une dois indivíduos em busca de realização. Nesse período, a transmissão da autoridade vai se tornando cada vez mais frágil, o que impulsiona o aumento no número de divórcios, separações e recomposições conjugais. Nesse momento, passa a prevalecer a democracia como aspecto central dos laços conjugais. Pergunta 3 “O psicólogo escolar como mediador, deve ter competências e habilidades interpessoais imprescindíveis para desenvolver um trabalho eficaz e manter boas relações com os demais profissionais que contribuem para o processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais. Também faz parte da função desse mediador, saber respeitar e compreender as dificuldades de todos, ter disponibilidade para aprender, ser flexível para se adequar à dinâmica do âmbito escolar que estará se inserindo”. Fonte: PEGO, V. O. R.; DIAS, A. M. S.; MORAIS, R. R. S.; PEIXOTO, S. P. L. O psicólogo escolar como mediador no processo educacional inclusivo. Cadernos de 1 em 1 pontos Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Comentário da resposta: graduação - Ciências humanas e sociais: Maceió, v. 2, n.2, Nov., 2014. p. 185-198. Disponível em: < https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitshumanas/article/viewFile/186 5/1071>. Acesso em 03 de dez. de 2017. Com base em uma perspectiva crítica, analise as afirmativas sobre as possibilidades de atuação do psicólogo, assinale V para verdadeiro e F para falso: ( ) Atuação com a equipe pedagógica, visando evitar o estigma dos alunos com dificuldades, por meio da integração de informações (oriundas da família, pares e comunidade) sobre o desenvolvimento das crianças e sobre os eventos que as influenciam, buscando uma aproximação com as famílias. ( ) Atuação com as famílias, propondo reflexões sobre as dificuldades enfrentadas pelos filhos, criando estratégias para possibilitar o sucesso da criança. Para tanto, o psicólogo precisa investigar condições de vulnerabilidade dessa família que, por sua vez, afetam o desenvolvimento da criança e fazer a devida contextualização à dinâmica escolar. ( ) Atuação no processo educativo, garantindo que as singularidades das crianças sejam levadas em consideração na efetivação do trabalho pedagógico, por meio das ações já expostas e também pela integração com as redes de apoio e de assistência. ( ) Atuação com a rede, secretaria de saúde, assistência e segurança pública, por meio da disseminação de informações sobre a família e a criança que possam ser relevantes para o enquadramento da família nestes serviços ou para solução de desvios à lei. Agora assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: V – V – V – F. V – V – V – F. Quando pensamos na inclusão da pessoa com deficiência – seja no ambiente escolar ou no universo do trabalho - os recursos de acessibilidade são uma das maneiras de ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência, possibilitando que o indivíduo interaja com o meio favorecendo, assim, sua autonomia. É a possibilidade de uma inclusão não excludente, onde a condição de diferente em suas possibilidades, da pessoa com deficiência, é respeitada. O recurso assistivo proporcionará a acessibilidade aos espaços, aos materiais didáticos e a todos os equipamentos disponíveis no ambienteA psicologia, nesse contexto, tem o papel fundamental de propiciar a inclusão da pessoa com deficiência nas diferentes instituições (como, p. ex., intervindo junto à escola na inclusão escolar de crianças e adolescentes, ou facilitando processos junto às organizações em ações de empregabilidade das pessoas com deficiência ou necessidades especiais). Ademais, pode trabalhar em diferentes frentes propiciando essas ações inclusivas, como: • Nas equipes de saúde; • No aconselhamento genético; • No acompanhamento familiar; • Nos equipamentos das áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura, etc.; • Nos processos clínicos. Pergunta4 Platão afirma que “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.” (...) texto do filósofo ateniense (c. 427 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates, por ela ser cristalina em sua 1 em 1 pontos Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Comentário da resposta: mensagem: às crianças é compreensível a ignorância, que será substituída por conhecimento ao longo do desenvolvimento, mas, dos adultos, se espera compreensão dos fatos da vida e capacidade de enfrentá-los com maturidade. É o ciclo natural da existência: o mais experiente cuida daquele que está dando os primeiros passos na vida, suprindo suas necessidades básicas, físicas e emocionais. Fonte: A terceirização e a medicalização da infância. Por: Maria Cristina Ramos Britto. h ttps://www.contioutra.com/a-terceirizacao-e-a-medicalizacao-da-infancia/. Acesso em 24 de ago de 2018. Analise as seguintes sentenças: I - Muitas vezes, os discursos técnicos se sobrepõem ao discurso familiar. II - As instituições incidem discursos técnicos sobre as crianças. III - Donald Winnicott (1985), afirma que a “mãe suficientemente boa” se refere necessariamente à mãe biológica, portanto, as instituições não podem exercer este papel. É correto o que se afirma em: I e II. I e II. Ao terceirizar os cuidados de uma criança, a família leva junto a possibilidade de transmitir marcas de desejo e dá abertura, ao mesmo tempo, para que outros discursos técnicos, científicos e pedagógicos incidam e atravessem essa criança. Essas são algumas das marcas principais do legado das instituições contemporâneas: o aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. Tal fenômeno não caracteriza somente cenários negativos, mas convoca à constante reflexão sobre seus efeitos. Donald Winnicott (1985), pediatra e psicanalista inglês, já afirmara suas proposições acerca do papel da escola e das famílias, da “mãe suficientemente boa” especialmente – que é um conceito que não se refere necessariamente à mãe biológica, mas ao cuidador principal da criança. Pergunta 5 “O projeto de lei 6583/13, de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), é um conjunto de 15 artigos que "institui o Estatuto da Família e dispõe sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para valorização e apoiamento à entidade familiar". Em tramitação na Casa desde 2013, o projeto apresenta, logo no artigo 2º, a definição de família: "define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes." A proposta está de acordo com o que diz a Constituição Federal de 1988, mas vai de encontro a uma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro de 2011. O art. 226 da Constituição reconhece "a união estável entre o homem e a mulher" e "a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes" como família. A regulamentação do artigo, sancionada em 1996, manteve os termos. No entanto, em 2011, ministros do STF reconheceram por unanimidade a união entre pessoas do mesmo sexo como família, igualando direitos e deveres de casais heterossexuais e homossexuais”. 1 em 1 pontos https://www.contioutra.com/a-terceirizacao-e-a-medicalizacao-da-infancia/ Resposta Selecionada: e. Resposta Correta: e. Comentário da resposta: Fonte: MARANHÃO, F. Afinal, para que serve o Estatuto da Família? Publicada por UOL Notícias Cotidiano em 02/10/2015. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotid iano/ultimas-noticias/2015/10/02/afinal-para-que-serve-o-estatuto-da-familia.htm, acesso em 25/08/2018. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. O projeto não se sustenta teoricamente uma vez que família não é um fenômeno substancialmente natural, nem fundamentalmente biológico. A partir de uma perspectiva histórica, a família se configura como uma expressão da cultura sobre a natureza. PORQUE II. Os Direitos humanos são comuns a todos os seres humanos sem distinção alguma de cor da pele, sexo, etnia, “faixa etária, incapacidade física ou mental, nível socioeconômico ou classe social, nível de instrução, religião, opinião política, orientação sexual. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. Apesar de estarem ambas corretas, as assertivas versam sobre conceitos diferentes. Pergunta 6 “Os psicólogos também, como agentes educacionais não podem se manter ingênuos. Basta de ingenuidade! Promover a saúde tem sido apresentado como objetivo para a prática dos psicólogos nas escolas. Não se pode, no entanto, esquecer que esta busca tem duas dimensões importantes, como afirma Contini (2001), a ética e a política. A dimensão ética[...] se compõe pela solidariedade ao outro e com o outro...a outra dimensão política do compromisso com a transformação social”. Ao direcionar estas duas dimensões, ética e política, frente à realidade tão antagônica de miséria de muitos e riqueza de poucos em nosso país [...]. Não é possível ficar indiferente frente a esta realidade tão dramática (Contini, 2001, pp. 164-165)”. Fonte: (BOCK, A. M. B. Psicologia da Educação: Cumplicidade ideológica. Em: MEIRA, M. E. M.; ANTUNES, M. (orgs.). Psicologia Escolar: Teorias Críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. O texto acima invoca uma postura ativa e transformadora por parte do psicólogo. Diante disso, qual papel poderia assumir o psicólogo na escola para ser capaz de sair da indiferença frente às mudanças necessárias ao processo educativo e instituição escolar? Analise as afirmativas a seguir: I.O psicólogo escolar deve articular conhecimentos psicológicos nas atividades escolares por meio de análises e intervenções, referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família-comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser. 1 em 1 pontos Resposta Selecionada: e. Resposta Correta: e. Comentário da resposta: II. O psicólogo escolar deve atuar no âmbito da educação formal realizando pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em grupo e individualmente. III. Cabe ao psicólogo uma reflexão crítica e um posicionamento ético que leve em conta a transmissão de valores e a construção dos vínculos familiares. IV. O psicólogo está na escola com a finalidade de planejar programas educacionais voltados às crianças e, ao se envolver na elaboração dos programas educacionais, assumir a responsabilidade do professor por seus problemas em sala de aula. É correto, APENAS, o que afirma em: I, II e III. I, II e III. O Conselho Federal de Psicologia aponta como uma das atribuições profissionais do psicólogo no Brasil a "atuação junto a organizações comunitárias, em equipe multiprofissional no diagnóstico, planejamento, execução e avaliação de programas comunitários, no âmbito da saúde, lazer, educação, trabalho e segurança" (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2007, p. 27). Nesse sentido, a resolução n° 13/2007, do Conselho Federal de Psicologia, complementa tal determinação definindo como atribuição do Psicólogo Escolar articular conhecimentos psicológicos nas atividades escolares por meio de análises e intervenções, “referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família-comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser" (2007, p. 34). A resolução n.º 13/2007 preconiza que o psicólogo “atua no âmbito da educação formal realizando pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em grupo e individualmente” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2007, p. 18). A resolução n.º 13/2007 preconiza que o psicólogo deve envolver, “em sua análise e intervenção, todos os segmentos do sistema educacional que participam do processo de ensino-aprendizagem. Nessa tarefa,considera as características do corpo docente, do currículo, das normas da instituição, do material didático, do corpo discente e demais elementos do sistema”. É necessário, portanto, o desenvolvimento de estudos e a análise constante das relações entre o homem e o “ambiente físico, material, social e cultural quanto ao processo ensino-aprendizagem e produtividade educacional” (2007, p. 18). Diante do cenário contemporâneo em que temos instituições que acolhem e se responsabilizam pelos cuidados da criança, cabe ao psicólogo uma reflexão crítica e um posicionamento ético que leve em conta a transmissão de valores e a construção dos vínculos familiares. Pergunta 7 “O Almeidinha gosta também de se posicionar sobre os assuntos que causam comoção. Para ele, a atual onda de violência em São Paulo só acontece porque os pobres, para ele potenciais criminosos (seja assassino ou ladrão de galinha) têm direitos demais. O Almeidinha tem um lema: “Direitos Humanos para Humanos Direitos”. Aliás, é ouvir essa expressão, que ele não sabe definir muito bem, e o Almeidinha boa praça e inofensivo da vizinhança se transforma. “Lógica da criminalidade”, “superlotação de 1 em 1 pontos Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Comentário da resposta: presídios”, “sindicato do crime”, “enfrentamento”, “uso excessivo da força”, para ele, é conversa de intelectual. E se tem uma coisa que o Almeidinha detesta mais que o Lula ou o Mano Menezes (sempre nesta ordem) é intelectual. O Almeidinha tem pavor. Tivesse duas bombas eram dois endereços certos: a favela e a USP. A favela porque ele acredita no governador Sergio Cabral quando ele fala em fábrica de marginais. A USP porque está cansado de trabalhar para pagar a conta de gente que não tem nada a fazer a não ser promover greves, invasões, protestos e espalhar palavras difíceis. O Almeidinha vota no primeiro candidato que propuser esterilizar a fábrica de marginal e a construção de um estacionamento no lugar da universidade pública”. Fonte: PICHONELLI, M. Direitos humanos para humanos direitos. Publicado por Carta Capital em 08/11/2012 16h23. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/di reitos-humanos-para-humanos-direitos, acesso em 12/04/2018. Suponha que você seja amigo de Almeidinha e esteja conversando com ele sobre as definições de direitos. Considere as assertivas abaixo sobre o tema. I. A noção de cidadania está atrelada à noção de direitos humanos, definida pela Declaração do Homem e do Cidadão na França, em 1789. Isso significa que estamos falando de direitos universais, independentes dos países ou territórios. II. Os direitos humanos constituem resultado de reinvindicações pelos direitos da burguesia em também possuir propriedade privada e ter garantia nisso, ainda que estivesse submetida às leis do monarca. III. A proteção e a promoção dos direitos humanos são critérios para que se possa identificar uma democracia, ou até mesmo avaliar quão democrático é um sistema político, ou uma sociedade. IV. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um reconhecimento das grandes potências de que o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que trouxeram diversas atrocidades à Humanidade. É certo o que se afirma em: I, III e IV. I, III e IV. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi promulgada em 1948, após a II Grande Guerra Mundial, no período da criação da Organização das Nações Unidas. Os Estados Unidos da América, junto aos demais países do mundo, assinaram o documento reconhecendo que “o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade”. Declaravam buscar um “mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade” (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 2009, p. 2). (...) Os princípios desses direitos decorrem da adesão teórica e concreta dos países democráticos a outras declarações como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, inspirada nos princípios da revolução francesa e nos princípios libertários formulados pelos filósofos iluministas do século XVIII europeu (PATTO, 2003). Nesse período, os países democráticos aderiram aos princípios das liberdades individuais, ou direitos civis, consagrados em várias declarações e constituições de diversos países. No século XIX e meados do século XX, esses mesmos países aderiram aos direitos sociais, ligados ao mundo do trabalho, como o direito ao salário, jornada fixa, seguridade social, férias, previdência, etc. (BENEVIDES, 2007). O caráter histórico dos Direitos Humanos é exatamente o que justifica a necessidade de sua existência. Hoje, a defesa, a proteção e a promoção de tais direitos são critérios para que se possa identificar uma democracia, ou até mesmo avaliar quão democrático é um sistema político, ou uma sociedade (SILVEIRA, 2007). Pergunta 8 Resposta Selecionada: c. Resposta Correta: c. Comentário da resposta: “Ana, sexo feminino, 6 anos, branca, estudante do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola pública, buscou atendimento psicológico por iniciativa dos pais, os quais apresentaram as seguintes queixas: agressividade, falta de limites, agitação e TDAH diagnosticado previamente por um médico neurologista. Segundo os pais, a procura por apoio profissional, tanto médico quanto psicológico, foi motivada por constantes reclamações da escola (professores, coordenadora e diretora) sobre o comportamento da filha. [...] Ana toma Ritalina duas vezes ao dia, receitada por um médico neurologista indicado pela escola. O psicofármaco foi prescrito logo na primeira visita ao médico, tendo o diagnóstico se pautado essencialmente no diálogo com os pais. [...] Em termos culturais, foi verificada dominância masculina na hierarquia familiar, assim como crenças parentais na punição física e verbal (gritos) como forma de educar e controlar os comportamentos da filha.Quanto à vida escolar, Ana é aluna do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal; frequenta aulas no período da manhã; é pontual e assídua, faltando apenas em circunstâncias especiais. [...] A professora de Ana a relata como uma criança agitada, indisciplinada, ocasionalmente agressiva com os colegas e com dificuldades no cumprimento de tarefas, em acatar ordens e respeitar regras. Por outro lado, afirma que, apesar de tais características, é uma criança muito dócil, sincera, meiga e inteligente, equiparando seu comportamento a de um adulto em termos de linguagem, raciocínio e comunicação. Fonte: PEREIRA, I. S. A.; SILVALL, J. C. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade à luz de uma abordagem crítica: um estudo de caso. Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.17 no.1 Belo Horizonte abr. 2011. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A situação acima ressalta a reflexão proposta em relação à terceirização dos cuidados da criança. Situação que leva ao aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. PORQUE II. Tal determinação configura como atribuição do Psicólogo Escolar articular conhecimentos psicológicos nas atividades escolares por meio de análises e intervenções. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. Apesar de estarem ambas corretas, as assertivas versam sobre conceitos diferentes. Diante desse cenário, é imprescindível fazer uma reflexão sobre as consequências dos discursos e cuidados de outros sobre a criança: 1 em 1 pontos do outro professor, do outro pediatra, da outra babá. Muitas vezes, os discursos técnicos se sobrepõem ao discurso familiar. É o que nos alertam Teperman (2009) e Rosa (2006). Ao passar muito tempo de sua jornada diária em instituições, a criança é atravessada por discursos de especialistas. É o professor,o cuidador ou o diretor da escola que “sabem” a respeito da criança. Para Teperman (2009) e Rosa (2006), temos aí um atravessamento do discurso técnico-científico que incide sobre o laço social entre a criança e sua família: no lugar de recorrer aos pais e às mães, que sabem (ou que deveriam saber) sobre seus filhos, recorre-se aos relatórios escolares, aos relatórios do fonoaudiólogo e/ou do psicólogo, às avaliações pediátricas, correndo-se o risco de cair em uma “transmissão asséptica”, uma vez que se constituiu apartada do convívio familiar. Voltolini traduz da seguinte maneira o que seria o ideal da educação para Freud: "desejar coisas para os filhos, tolerar suas escolhas". Desse modo, encontramos já em Freud esta clareza: a educação sustenta-se em marcas de desejo, marcas que não são garantias. Marcas que implicam em um arriscar-se, marcas para além do "para o seu bem" ou "porque era meu dever", marcas de desejo (TEPERMAN, 2009, p. 5). Dessa forma, a autora nos lembra sobre o legado freudiano: educar um filho está relacionado a uma questão de desejo, de transmissão de marcas. (TEPERMAN, 2009). Ao terceirizar os cuidados de uma criança, a família leva junto a possibilidade de transmitir marcas de desejo e dá abertura, ao mesmo tempo, para que outros discursos técnicos, científicos e pedagógicos incidam e atravessem essa criança. Essas são algumas das marcas principais do legado das instituições contemporâneas: o aumento da incidência de discursos técnicos e de especialistas sobre a criança. Tal fenômeno não caracteriza somente cenários negativos, mas convoca à constante reflexão sobre seus efeitos. Pergunta 9 Fonte: http://nossacausa.com/por-que-precisamos-falar-sobre-genero-na-escola/,acesso em 22/02/2018. 1 em 1 pontos Resposta Selecionada: e. Resposta Correta: e. Comentário da resposta: Baseando-se na situação retratada na imagem, imagine-se mediando um grupo de mulheres no qual boa parte das queixas relacionam-se a com a jornada dupla, a exaustão que o acúmulo de tarefas e a falta de reconhecimento no trabalho as conduzem. Quais ações poderiam ser tomadas para minimizar o sofrimento das mulheres do grupo? Propor uma reflexão acerca da educação que as mesmas receberam, bem como, das representações sociais que se tem sobre o que é ser mulher e o que é ser homem, buscando o rompimento com o papel de gênero tradicional de modo que as mulheres possam entender que as mulheres não são responsáveis naturalmente por tais tarefas, levando-as a refletir sobre a educação que oferece aos filhos e filhas, reduzindo a desigualdade nas exigências a cada gênero. Propor uma reflexão acerca da educação que as mesmas receberam, bem como, das representações sociais que se tem sobre o que é ser mulher e o que é ser homem, buscando o rompimento com o papel de gênero tradicional de modo que as mulheres possam entender que as mulheres não são responsáveis naturalmente por tais tarefas, levando-as a refletir sobre a educação que oferece aos filhos e filhas, reduzindo a desigualdade nas exigências a cada gênero. A noção de gênero é problemática e precisa ser pensada em meio a transformações históricas, políticas e sociais sustentadas por diferentes relações de poder. Na década de 1950, junto a Simone de Beauvoir, as feministas demandavam igualdade social e política com relação aos homens. Em 1970, a reivindicação altera seu foco do reconhecimento da diferença sexual para a diferença de raça e de classe social. Em um terceiro momento, na década de 1990, a ênfase se direciona para a legitimação de novos modelos de identidade (DUNKER, 2017). Em 1990, em Problemas de gênero, Judith Butler (2003) aponta a prevalência da heteronormatividade na contemporaneidade, fundamentada na concepção binária dos sexos e dos gêneros. Tal concepção aponta que as características sexuais anatômico-fisiológicas, as nomeações sociais de gêneros, os desejos e práticas sexuais devem ser concordantes, equivalentes. E aqueles sujeitos que não estão adequados a esse sistema e não correspondem aos gêneros masculino e feminino, são muitas vezes invisibilizados e patologizados. Nesse sentido, é possível dizer que a heteronormatividade é uma reiteração da norma sobre o corpo, gênero e sexualidade, que busca a regulação do gênero como forma de manter a ordem heterossexual, trata-se, portanto, de uma relação de poder normativa (POCAHY; NARDI, 2007). Contudo, além de uma crítica à segregação e discriminação de gênero, tal abordagem trouxe outras contribuições como a crítica às abordagens que referem as patologias “mentais” a identidades individuais, diferentes das identidades sexuais heterossexuais. Contra as hipóteses de que a estrutura binária de sexualidade é natural e a única saudável, Butler (1990) propõe a hipótese de que o gênero em um ato performativo. “Palavras, gestos e atos expressos reiteradamente criam a realidade dos gêneros” (DUNKER, 2017, p. 18). Concebida originalmente para questionar a formulação de que a biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, “por mais que o sexo pareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído”. Ou seja, o gênero não é nem o resultado causal do sexo, nem tampouco tão aparentemente fixo quanto o sexo. Assim, a unidade do sujeito já é potencialmente contestada pela distinção que abre espaço ao gênero como interpretação múltipla do sexo. (BUTLER, 2003, p. 24). Pergunta 10 Resposta Selecionada: b. Resposta Correta: b. Comentário da resposta: O excesso de cuidados não é saudável da mesma forma que a ausência parcial ou total também serão nocivas ao desenvolvimento da criança. De acordo com Winnicott (1971), o ambiente facilitador é essencial para o desenvolvimento da criança. É neste espaço físico e emocional que a criança se constituirá como indivíduo dotado de desejos, percepções e outras subjetividades. É a partir dos cuidados maternos iniciais que a criança se constituirá como sujeito. A ação materna inicial é composta por três funções básicas, o holding, o handling e a apresentação do objeto. O primeiro, o holding, é a capacidade da mãe de sustentar, acolher o bebê em seu colo, físico e psíquico, permitindo que esta criança se sinta segura. O handling diz respeito ao manuseio da criança, são os cuidados com o corpo e no reconhecimento simbólico deste corpo. E a terceira função que é a apresentação do objeto, ou seja, a mãe será responsável pelo intermédio da relação do bebê com o ambiente. Irá apresentar os elementos mundo a ele. Fonte: WINNICOTT, D. W. A criança e seu mundo. Rio de Janeiro, Zahar, 1971. De acordo com as ideias de Winnicott I – Os fenômenos familiares, subjetivos e culturais em constante transformação, exercem forte papel na formação da criança. II – As instituições educacionais têm um importante papel na formação social da criança. III – A escola contempla todas as necessidades de formação de uma criança. IV – O Psicólogo deve utilizar recursos e técnicas de sua ciência sem considerar contextos familiares, afinal as teorias são aplicáveis a todos. É correto o que se afirma em: I e II apenas. I e II apenas. “Como já afirmara Winnicott (1985), não há nada que um pediatra e psicanalista possa afirmar sobre uma criança que uma mãe já não o tenha visto ou sentido de alguma forma. Em outras palavras, é necessário colocar em questão se os valores, o discurso e o vínculo da família, em relação à criança, estão sobrepostos ou desautorizados pelo discurso médico, científico e especializado sobre a criança. Uma atuação comprometida e ética demandará questionamentos acerca dos fenômenos familiares, subjetivos e culturais em constante transformação, muito mais do que certezas acabadas e aplicadas sobre os modos de viver. A escola, que é um apoio, mas não uma alternativa para o lar da criança, pode fornecer oportunidade para uma profunda relação pessoal com outras pessoas que não os pais. 1 em 1 pontos
Compartilhar