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Biofilme e Cálculo - Lindhe

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Marina Michels DoTto – Acadêmica de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria 
B G
Livro referência: Periodontia Clínica –Lindhe (Capítulo 8)
Descamação = É a renovação constante das 
superfícies, impede acúmulo de grandes 
quantidades de micro-organismos. 
Dentes = Superfície dentária não 
descamativa. Ou seja, favorece o 
aparecimento de depósitos bacterianos. 
Em 1mm3 de placa dental há mais de 108 
bactérias. 
Depósitos bacterianos = Placa Dental ou 
Bacteriana 
Remoção da placa = Remove os sinais 
clínicos da inflamação. A remoção 
mecânica dessa placa é a melhor forma de 
prevenir doenças. 
Ò Placa  Produz irritantes (ácidos, 
endotoxinas...)  Tempo  
Dissolvem os dentes e destroem 
tecidos de suporte. 
Ò Em indivíduos com forma grave de 
doença periodontal há suspeita de 
terem baixa resistência ao depósito 
bacteriano ou executam de 
maneira errada a higienização oral 
= HIPÓTESE DA PLACA 
INESPECÍFICA (placa dental como 
uma massa biológica). 
Ò Nem toda gengivite evolui para 
DP. Logo, a propensão dos tecidos 
inflamados de sofrer destruição 
contínua é de natureza específica. 
Ò Há risco aumentado para 
destruição periodontal em sítios 
colonizados por alguns 
microorganismos potencialmente 
patogênicos. 
Ò A eliminação específica ou redução 
das bactérias possivelmente 
patogênicas da placa pode ser uma 
alternativa válida de tratamento. 
Ò O tratamento seria naqueles 
pacientes diagnosticados com 
uma infecção específica e seria 
concluído por eliminação dos 
patógenos = HIPÓTESE DA PLACA 
ESPECÍFICA (periodontite causada 
por patógenos específicos). 
 
Infecções Endógenas = Quando 
microorganismos nativos deslocam-se de 
seu meio normal para regiões anatômicas 
não-usuais. 
Ex: Staphylococcus epidermidis na 
superfície de uma prótese vascular ou 
implante ortopédico. 
Infecções Oportunistas = Microorganismos 
endógenos no meio usual do MO. Há 
alterações (diminuição da resposta do 
hospedeiro ou nas condições ecológicas). 
Obs.! MO provenientes da placa 
periodontopatogênica podem ser 
considerados oportunistas. 
Porphyromonas gingivalis  Patógeno 
exógeno. 
A placa também se acumula 
supragengivalmente (coroa dos dentes), 
Marina Michels DoTto – Acadêmica de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria 
subgengivalmente do sulco ou da bolsa 
periodontal. 
Vários MO considerados 
periodontopatogênicos são anaeróbios 
estritos e contribuem pouco para a 
formação da doença em bolsas rasas. 
Relacionadas com a progressão da doença 
pré-existe e não com o início da doença. 
1. Capacidade de Adesão das Bactérias 
Depende de uma série de interações 
envolvendo a superfície a ser colonizada, a 
microbiota e o meio líquido. 
2. Película Adquirida 
Após a imersão de um substrato sólido 
dentro de um meio líquido da cavidade 
oral, ou após uma limpeza, 
macromoléculas sólidas são adsorvidas 
pelas superfícies, formando esse filme 
condicionante. 
Composição da Película Adquirida = 
Glicoproteínas salivares (mucina) e anticorpos. 
O filme condicionante altera a carga e 
energia livre de superfície, aumenta 
eficiência da adesão bacteriana. As 
bactérias aderem de forma variada. 
Ò Polímeros extracelulares e fímbrias 
– Rápida adesão ao contato; 
Ò Outras bactérias – Precisam de 
exposição prolongada para unirem-
se fortemente. 
Comportamento das bactérias altera-se uma 
vez que elas tornam-se aderidas na superfície. 
No crescimento celular há nutrientes e 
síntese de novos componentes da matriz 
extracelular. 
O aumento da placa bacteriana deve-se à: 
Ò Crescimento contínuo dos 
microorganismos; 
Ò Adesão de novas bactérias; 
Ò Síntese de polímeros 
extracelulares. 
O aumento da espessura dificulta a difusão 
através do biofilme = pobre difusão de O2 
através da matriz = surgem condições de 
anaerobiose estrita nas camadas mais 
profundas!! 
Ò Produtos da dieta dissolvidos na 
saliva  Nutrientes para a placa 
supragengival. 
Ò Formou bolsa periodontal 
profunda  Condição nutricional 
das bactérias é alterada. Agora, 
provém dos tecidos periodontais e 
do sangue. 
Ò Algumas bactérias nessas bolsas 
têm enzimas hidrolíticas, que 
quebram macromoléculas 
complexas em pequenos peptídeos 
e aminoácidos. Essas enzimas 
podem ser o principal fator 
destrutivo dos tecidos 
periodontais. 
[ Gram-positivos anaeróbios 
facultativos 
Adsorvidos dentro das superfícies 
recobertas pela película em um curto 
período de tempo após uma limpeza 
mecânica. 
Placa após 24hrs: Estreptococus S. sanguis 
(mais numerosos) 
Marina Michels DoTto – Acadêmica de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria 
Na próxima fase: Bastonetes gram 
positivos aumentam até superar os 
Estreptococus S. sanguis. 
Estágio de desenvolvimento: Filamentos 
gram positivos (Actinomyces spp.) 
Ò Receptores de superfície nos cocos 
e bastonetes gram-positivos 
permitem aderência de MO gram-
negativo com pouca capacidade de 
adesão. Vaillonella, fusobactérias e 
outras gram-negativas. 
Ò Aumenta a heterogeneidade e 
bactérias gram-negativas; 
Ò Comunidade bacteriana estável: Há 
trocas de nutrientes entre as 
diferentes espécies, produção de 
bactericinas (o que é negativo, mas 
é importante e contribui). 
Diferentes sítios de placas são 
observados, compósitos bacterianos mais 
maduros em alguns sítios específicos 
(regiões com sulcos, fissuras). 
 
 
Presença da placa  Inflamação  Interfere 
na ecologia local (componentes do líquido 
gengival e do sangue)  Aumenta o 
crescimento de bactérias gram-negativas com 
potencial periodontopatogênico. 
Obs.! Algumas dessas bactérias digerem 
(enzimaticamente) proteínas, não 
dependendo de carboidratos da dieta. 
Lesões de periodontite avançada 
apresentam bastonetes gram-negativos 
anaeróbios em predominância. 
O que faz a heterogeneidade do biofilme 
aumentar? 
O tempo e a alteração gradual das 
condições ecológicas. 
Níveis Inferiores 
Camada de microorganismos unida à 
matriz de polissacarídeos com outros 
componentes orgânicos e inorgânicos. 
Topo do Biofilme 
Camada solta, com aspecto irregular. Há 1 
camada fluída no qual nutrientes 
penetram. 
Importante!! Os biofilmes protegem as 
bactérias de agentes antimicrobianos. Por 
isso que geralmente há fracasso com uso 
de antibióticos. É necessário remover 
mecanicamente o biofilme para haver 
sucesso com esse fármaco. 
Infecções desenvolvidas em materiais 
implantados (como cateteres, próteses e 
válvulas) são BEM resistentes e persistem 
até remover o dispositivo. 
A placa dental como um depósito 
bacteriano de ocorrência natural 
representa um biofilme verdadeiro, que 
consiste em: 
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Ò Matriz de polímeros 
extracelulares de origem 
bacteriana; 
Ò Produtos do exsudato do sulco 
gengival e/ou saliva. 
Rápida formação de película adquirida. 
Primeiros a se aderirem: cocos, células 
epiteliais e leucócitos PMN. 
Essa aderência é muito fraca. A 
quantidade de bactérias depende dos 
procedimentos de limpeza utilizados 
anteriormente. 
A aderência ocorre em dois estágios: 
Ò Reversível = Bactéria adere 
fracamente; 
Ò Irreversível = Aderência 
consolidada. 
A gengivite também altera o número de 
bactérias na placa. 
Bactérias mortas e que sofrem lise  
Fornecem nutrientes adicionais às 
bactérias nas proximidades. 
Matriz Intermicrobiana 
Entre as bactérias e a placa; 
25% do volume da placa; 
Contribuem para essa matriz: 
microorganismos da placa, saliva e 
exsudato gengival. 
Na matriz intermicrobiana de gram-
negativas há vesículas que contém 
endotoxinas e enzimas proteolíticas. 
Podem estar relacionadas com a aderência. 
É parecida com a supragengival, mas pode 
ter alguns MO diferentes (principalmente 
a associada a gengivite sem formação de 
bolsas profundas); 
Entre placa subgengival e dentehá a 
cutícula que contém remanescentes da 
lâmina de inserção epitelial. 
Bactérias: Cocos gram-negativos e 
positivos, bastonetes, espiroquetas, MO 
flagelados (principalmente na região 
apical). 
Camada Superficial 
Menos densa; 
Há leucócitos. 
Próximas das paredes de tecidos moles. 
Bem diferente da que se adere à superfície 
do dente. Não há MI. Há muitas 
espiroquetas e flageladas (bactérias 
móveis), aderem fracamente à essa 
parede. 
Camadas Mais Profundas 
MO filamentosas menores em número. 
Bactérias Localizadas Subgengivalmente 
Podem invadir os túbulos dentinários; 
O que justifica a “recidiva” após o 
tratamento. 
Nessa placa é frequente: 
Ò Leucócitos; 
Ò Evidência de fagocitose. 
 
Marina Michels DoTto – Acadêmica de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria 
Existem 4 nichos ecológicos com diferença 
na composição: 
1. Superfície do dente (ou implante) 
2. Meio líquido do exsudato gengival 
3. Superfície das células epiteliais 
4. Porção superficial do epitélio da bolsa 
É semelhante à placa subgengival (no sulco 
ao redor do implante). 
Representa a placa bacteriana 
mineralizada. 
Aspecto clínico, distribuição e diagnóstico 
- Cor = branco-amarelada ou amarelo-
acastanhada, marrom; 
- De natureza dura; 
- Não depende só da quantidade de placa, 
mas sim de secreção das glândulas 
salivares; 
- Localização mais comum: próximo de 
glândulas salivares maiores  face L de 
anteriores inferiores (glândulas 
submandibulares) e face V de primeiros 
molares superiores (ductos da parótida); 
- Detectamos subgengivalmente através da 
sensibilidade tátil; 
- Visualizamos em radiografias (se forem 
volumosos). 
Acúmulos de bactérias mistas + produtos 
do líquido sulcular gengival + sangue. 
Encontramos nas bolsas periodontais 
(estende-se da JCE até fundo de bolsa). 
Há uma área de 0,5mm coronária à extensão 
apical da bolsa que pode estar livre de 
depósitos. 
Isso porque os tecidos moles do 
periodonto produzem exsudato que age 
contra o gradiente bacteriano. 
- A mineralização varia: entre indivíduos e 
sítios. Em alguns indivíduos demora 
semanas e em outros meses. 
- O cálculo sub representa um produto 
secundário da infecção e não a causa. 
Geralmente adere de forma persistente. 
Forte adesão, pois a película sobre a placa 
bacteriana também calcifica. Entra em 
íntimo contato com o dente. 
Irregularidades das superfícies preenchidas 
por cristais de cálculo (regiões de cemento 
expostas, por ex.). 
A união do cálculo às superfícies de titânio 
dá-se em menor grau do que as estruturas 
de superfície radiculares. Por isso, o cálculo 
pode ser removido das superfícies de 
implantes sem prejuízo das mesmas. 
Marina Michels DoTto – Acadêmica de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria 
Surgimento = Centros com início 
intracelular ou extracelular a partir da 
matriz, com cristalização do núcleo. 
Recém-formados ou antigos apresentam 
diferentes formas de cristais de fosfato de 
cálcio. 
 
1. CaH (PO4) x 2 H20 = Bruxita 
2. Ca4H (PO4)3 x 2 H20 = Fosfato Octacálcio 
(cristais em forma de plaqueta) 
3. Ca4H (PO4)3 x OH = Hidroxiapatita (grãos 
de areia ou bastões) 
4. beta – Ca3 (PO4)3 = Fosfato de Cálcio 
(cristais hexagonais) 
 
Cálculo SUPRA é heterogêneo e difere nas 
camadas! 
Predomina nas camadas exteriores: 
Fosfato octacálcio. 
Nas camadas internas: Hidroxiapatita (do 
cálculo antigo). 
Encontrado em pequenas proporções: 
Fosfato de cálcio. 
Em cálculos recém-formados (menos de 2 
semanas), é a base para formar cálculo 
supra: Bruxita. 
Cálculo SUPRA Cálculo SUB 
Média de minerais 
= +/- 37% 
Média de minerais 
= +/- 58% 
+ Heterogeneidade + Homogeneidade 
 
No cálculo SUB o mineral predominante é o 
fosfato de cálcio, mas também há a 
hidroxiapatita em menores quantidades e 
o fosfato de cálcio apresenta pequenas 
proporções de magnésio. 
pH muito baixo na placa tem relação alta 
de cálcio e fosfato na saliva = formação de 
bruxita, que pode formar-se em 
hidroxiapatita e bruxita. 
Ò Placa supra mineralizada: Forma 
fosfato octacálcio e gradualmente 
é transformado em hidroxiapatita. 
Ò Em condições anaeróbias alcalinas 
+ presença de magnésio (ou zinco 
ou CO3) há formação de grandes 
quantidades de fosfato de cálcio, 
representando uma forma estável 
de mineralização.

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