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ADMISSÃO DO EMPREGADO

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ADMISSÃO DO EMPREGADO 
NATUREZA E FORMA DA ADMISSÃO 
A natureza jurídica da admissão do empregado é contratual, uma vez que o vínculo 
estabelecido entre empregado e empregador decorre do acordo de vontades entre 
ambos, consubstanciando um verdadeiro contrato. Conforme vimos, o vínculo 
empregatício pode se formar expressa ou tacitamente. Os ajustes expressos poderão 
ser verbais ou escritos. 
O contrato de trabalho é Informal, ou seja, para sua configuração a lei 
não exige observância de formalidades quaisquer: pode alguém tomar-se 
empregado por haver assinado um contrato (contrato expresso escrito); pode, 
alternativamente, formar-se o vínculo de emprego em razão de acordo verbal 
que assim estabeleça (contrato expresso verbal); pode, ainda, alguém tomarse 
empregado pelo simples fato de haver começado a trabalhar para uma pessoa sem 
oposição dela, embora nada tenha sido ajustado entre ambos, verbalmente ou por 
escrito (contato tácito). O empregado, quando admitido de forma expressa, verbal ou 
escrita, o será por prazo indeterminado ou determinado, estando previstas na CLT as 
duas formas. Em homenagem ao princípio da continuidade da relação de emprego, 
o silêncio das partes sobre a duração do ajuste implicará considerar-se indeterminado 
o prazo do contrato. Vale dizer, a forma presumida de contrato de trabalho é por 
prazo indeterminado. O ajuste a prazo determinado, além de estar sujeito a certas 
limitações, deve ser provado pelo interessado. Na dúvida, o contrato será tido como 
celebrado por prazo indeterminado. 
No momento da admissão do empregado, pode ser convencionado o chamado 
contrato de experiência, que nada mais é do que um contrato por prazo determinado, 
de no máximo 90 dias, destinado, principalmente, a permitir que o empregador 
verifique as aptidões do empregado com o objetivo de ulteriormente contratá-lo por 
prazo indeterminado, caso considerado satisfatório o seu desempenho. A celebração 
de contrato de experiência é uma faculdade do empregador. 
Este poderá livremente decidir entre utilizá-la ou não, uma vez que sempre 
lhe é possível contratar o empregado, de pronto, por prazo indeterminado. 
Caso opte pela celebração do contrato de experiência, deverá ser realizada a 
devida anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). 
A vantagem maior, para o empregador, da celebração do contrato de 
experiência, é que ele permite, findo o seu prazo, o afastamento do empregado que a 
empresa não tenha considerado apto, independentemente de aviso prévio e do 
pagamento de indenizações. Em tese, o contrato de experiência serviria, também, para 
que o empregado avaliasse as condições de trabalho e decidisse sobre sua 
permanência ou não no emprego. Por essa razão, ao término do contrato de 
experiência o empregado também tem a faculdade de deixar o emprego sem 
necessidade de aviso prévio ao empregador. O contrato de experiência é espécie do 
gênero contratos a prazo determinado, sendo a ele aplicáveis as regras dos contratos a 
prazo certo, delineadas na CLT. Portanto, o trabalhador admitido a título de 
experiência é considerado empregado, deve ser registrado e sua CTPS deve ser 
anotada. Tendo em vista o fato de ser a relação de trabalho regida pela CLT, aplicam-
se a ela as mesmas regras impostas aos outros contratos a prazo determinado 
previstos nesse diploma normativo, inclusive no que respeita à dispensa antecipada e à 
extinção do contrato. A jurisprudência admite uma prorrogação do contrato de 
experiência, respeitado o limite máximo de 90 (noventa) dias (TST, Súmula n.° 188). 
Segundo 
essa orientação, mesmo havendo a prorrogação do contrato de experiência, o 
somatório do período inicialmente ajustado com o período de prorrogação não poderá 
ultrapassar os noventa dias. E possível, por exemplo, celebrar-se um contrato de 
experiência de 45 dias e prorrogá-lo por mais 45 dias. 
Não é possível, porém, celebrá-lo por 90 dias e prorrogá-lo por mais 90 dias, pois o art. 
445 da CLT, que fixa o prazo máximo desses contratos em 90 dias, incluída a 
prorrogação, restaria desrespeitado. Igualmente, restaria descaracterizado o contrato 
de experiência que, celebrado por 30 dias, fosse renovado por 30 dias e, novamente, 
por mais 30 dias. Nesse caso, ainda que não ultrapassado o limite máximo de 90 dias, 
restaria violada a regra que só permite seja o contrato de experiência prorrogado uma 
única vez (CLT, art. 451). Em qualquer hipótese, a circunstância de o empregado 
continuar trabalhando na empresa após o nonagésimo dia contado de sua admissão, 
por um dia que seja, terá por conseqüência passar o contrato a ser considerado por 
prazo indeterminado. No momento da contratação, é vedado ao empregador exigir do 
candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) 
meses no mesmo tipo de atividade (CLT, art. 442-A, acrescentado pela Lei n.° 11.644, 
de 10.03.2008).

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