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Artrite Séptica Ortopedia – Amanda Longo Louzada DEfinição: · Infecção que se localiza dentro de uma articulação · Mais comum na articulação do joelho e as do quadril, quando acontece fora desses locais deve pensar em agentes etiológicos menos comuns Introdução: · Favorecida por estados orgânicos carenciais (carência nutricional) · Camadas sociais mais pobres da população · Capacidade de promover rápida destruição articular · A primeira vez que foi avaliada foi por Hunter em 1743, causada por uma infecção tuberculosa Epidemiologia: · Todas as faixas etárias podem ser acometidas, mas ocorre predominantemente em crianças abaixo de dois a três anos de idade, as quais respondem por 31% a 49% dos casos. Essa infecção é mais comum em meninos, na proporção de 1,4 a 6,5 acometidos a cada menina, porque o menino nessa faixa etária fica mais sujeito a trauma, devido aos fatores hormonais relacionados Etiologia: · 40 a 60% por Staphylococcus aureus é o microrganismo infectante mais comum na 54% das cepas são penicilinase-resistentes, este germe de pele está relacionado a inoculação · 31% por Haemophylus influenzae · 12-26% por Streptococcus · De 0 a 3 meses: · Frequentes: S. aureus e Estreptococos, normalmente em crianças que necessitam de ficar internadas logo após nascer · Infrequentes: gram negativos, Candida, N.gonorrhonae (devido a negligência no parto e pré-natal) e H. Influenzae · De 3 meses a 3 anos: H.influenzae, Estreptococo, S.aureus · Acima de 3 anos: · Frequentes: S. aureus e Estreptococos · Infrequentes: Gram negativos e N. gonorrhoeae Fisiopatologia: · Fase 1 – Inoculação\contaminação e invasão bacteriana: A criança chega com febre, parou de brincar, de comer entre outras queixas · Fica restrita ao quadril devido a cartilagem fisária que protege o osso · Fase 2 – Inflamação\Processo inflamatório agudo: a resposta inflamatória representa a segunda fase desse processo. A membrana sinovial fica edemaciada, congestionada e infiltrada por polimorfonucleares. O sopro exsuda para a articulação, onde se mistura com o líquido sinovial e deposita flocos de fibrina sobre o revestimento interno. Na chamada artrite serosa, o líquido intra-articular é claro ou ligeiramente opaco e contém pequena quantidade de leucócitos polimorfonucleares · Quando a precipitação de fibrina é excessiva, a artrite é designada como serofibrinosa. Quando a inflamação é mais intensa, ocorrem áreas de trombose e necrose focal, o exsudato articular contém grande número de polimorfonucleares, tornando-se muito opaco, espesso e de coloração cinza ou cinza amarelada. Nesse momento corre aumento da pressão intracapsular, com distensão dos vasos sanguíneos, resultando em dor, especialmente se o quadril é mantido em extensão e rotação interna máxima. · A criança chega com febre, parou de brincar, de comer entre outras queixas · Fase 3 – Destruição articular: ocorre sob dois mecanismos distintos: · Degradação sob ação de enzimas proteolíticas tais como protease e colagenase, leucócitos polimorfonucleares e por alguns tipos de bactérias isso é dos fatores que gera maiso destruição da cartilagem · Cascata de eventos nos quais a IL-1 produzida por células mononucleares, atua como hormônio inflamatório para desencadear a liberação de proteases ácidas e neutras pelos condrócitos e sinoviócitos essas enzimas produzem perda de matriz cartilaginosa, seguida de perda do colágeno, dissolvendo a cartilagem articular e podendo até erosar o osso · Fase em que a criança já apresenta o pus, a presença do pus aumenta a pressão articular destruindo a cartilagem. · Fase 4 – Residual: ocorre em crianças que não foram tratadas e ficam com sequelas ou que fizeram uso de antibiótico no momento errado · Todo o dano tecidual vai chegar ao estado de artrose, que não tem cura e nem regride, o tratamento consiste em desacelerar o processo de artrose · Ocorre após semanas ou meses · A bactéria pode ficar latente · Evolui em semanas Quadro Clínico: · Dor intensa, impotência funcional, edema, hiperemia, limitação de movimento e hipertermia · Crianças com negligências familiares e desnutridas · A articulação fica com limitação de movimento devido ao edema da articulação · Nas crianças maiores, a ASQ apresenta-se como doença aguda fulminante. Geralmente, há febre de 39 a 40ºC, taquicardia, irritabilidade e sinais de toxemia. Há dor localizada na face anterior do quadril e coxa que, algumas vezes, se irradia para joelho. Há claudicação, espasmo muscular, edema, flogose local, diminuição grosseira da movimentação do quadril, que é mantido na posição de flexão-abdução e rotação externa, porque assim há relaxamento da cápsula articular, permitindo acúmulo de maior volume e diminuindo a pressão intracapsular. Normalmente, há história de abscessos cutâneos, traumas, infecções da orofaringe, otite, · Nas crianças menores, a ASQ pode passar despercebida devido à gravidade do quadro geral do lactente. Paterson (1970)(36) relatou que "a história desses quadris começa quando a criança melhora". A infecção geralmente é secundária a abscessos subcutâneos, pneumonia, infecções glúteas, transfusões por cateteres umbilicais ou após punção da veia femo-(37-38). Há sinais diversos de septicemia, mas, muitas vezes, chorar durante a troca de fraldas pode ser o primeiro sinal que desperta para quadril séptico. · O diagnóstico é clínico Diagnóstico por imagem: · Raio-X: é possível ver distensão articular e entumefação das partes moles na fase precoce · Ultrassonografia: avalia edema articular, ideal para a fase precoce · Cintilografia: usado para diagnóstico em fase inicial, porém é pouco prático · Ressonância Magnética Nuclear: para ver evidências de edema, é um bom exame inicial porém possui um alto custo Diagnóstico Laboratorial: · Hemograma · VHS · PCR · Hemocultura · Análise do líquido sinovial, incluindo cultura e esfregaço corado pelo gram · Punção articular: Tratamento: · Tratamento inicial: cirúrgico, lavando a cartilagem com soro · Neonatos: · Primeira Escolha: Oxacilina e Naficilina · Segunda Escolha ou Associação: associada a Amicacina ou gentamicina · 3 meses – 3 anos: · Primeira Escolha: Oxacilina e Naficilina · Segunda Escolha ou Associação: Cefotaxima e Ceftriaxona · Maiores de 3 anos: Cafalotina, Cefalexina, Cefazolina ou Cefuroxima
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