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Far����ci�éti�� - Estudo e caracterização da ocorrência temporal da Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção de fármacos (ADME) - fase de absorção: predominantemente a absorção - fase de eliminação: predominantemente a eliminação -> mas ainda temos um pouco de absorção - O fármaco tem que atingir seu órgão-alvo em concentração suficiente para exercer efeito terapêutico - O fármaco precisa ser absorvido (mecanismos de romper as barreiras fisiológicas do corpo) e distribuído dentro do organismo para seu órgão alvo em concentração apropriada - A capacidade de acesso do fármaco a seu alvo também é limitada por diversos processos que ocorrem no paciente - metabolismo: organismo inativa o fármaco mediante degradação enzimática (primariamente no fígado) - excreção: eliminação do fármaco do corpo (principalmente pelos rins, pelo fígado e pelas fezes) Bar����as fi����ógi��� - revestimento epitelial do trato gastrointestinal e de outras membranas mucosas - a maioria dos fármacos deve distribuir-se do sangue para os tecidos locais, processo que pode ser impedido por determinadas estruturas, como a barreira hematoencefálica - tipicamente, os fármacos abandonam o compartimento intravascular pelas vênulas pós-capilares -> existem lacunas entre as células endoteliais através das quais o fármaco pode passar - Distribuição: principalmente por difusão passiva, cuja velocidade é afetada por condições iônicas e celulares locais - Membranas biológicas - dupla camada lipídica semipermeável - Transporte através da membrana: - O centro hidrofóbico de uma membrana biológica representa importante barreira para o transporte dos fármacos - Pequenas moléculas apolares são capazes de difundir-se facilmente através das membranas (como os hormônios esteroides) - Moléculas grandes e polares: difusão passiva é ineficaz - Proteínas transmembrana - superfamília do carreador humano ligado a solutos (SLC) = possibilitam o transporte de fármacos e moléculas polares através da membrana - Podem ser específicas para um fármaco ou moléculas endógenas relacionadas - Proteína sofre mudança conformacional que pode ser dependente de energia (transporte ativo) ou não (difusão facilitada) - O fármaco também pode ser englobado por endocitose Difusão através da membrana: - Um fármaco penetrará em uma célula até que as concentrações intra e extracelular dele sejam iguais. - A velocidade de difusão depende: - do gradiente de concentração do fármaco - da espessura, da área e da permeabilidade da membrana - Fluxo efetivo de um fármaco através da membrana: - aplica-se a situações ideais, onde não há fatores complicadores (pH, gradiente iônico e de carga) - sequestro pelo pH: depende da constante dissociação ácida (pKa) do fármaco e do gradiente de pH através da membrana; fármacos ácidos fracos, como o ácido acetilsalicílico, predominam em sua forma protônica, neutra, no ambiente altamente ácido do estômago -> forma não carregada pode atravessar as duplas camadas lipídicas da mucosa gástrica, acelerando a absorção do fármaco. No ambiente mais básico do plasma, o fármaco adquire carga negativa, havendo assim menor chance de sofrer difusão retrógrada -> sequestro efetivo do fármaco através da membrana - pKa de um fármaco: valor de pH em que metade do fármaco encontra-se em sua forma iônica. Sis���� Ner���� Cen���l - particularmente bem isolado de substâncias estranhas devido a barreira hematoencefálica, que possui junções estreitas especializadas em impedir a difusão passiva da maioria dos fármacos da circulação para o cérebro - Fármacos destinados a atuar no SNC devem ser suficientemente pequenos e hidrofóbicos para atravessar com facilidade as membranas biológicas - também podem utilizar as proteínas transportadoras - é possível transpor a barreira hematoencefálica utilizando infusão intratecal do fármaco -> aplicado diretamente no líquido cefalorraquidiano - tratamento de meningite Ab�o�ção - Passagem de um fármaco a partir de seu sítio de absorção para a corrente circulatória - às vezes o sítio de aplicação não é o mesmo do local de absorção - Condições: - fármaco deve ser capaz de cruzar as barreiras biológicas - Como cruzar barreiras biológicas? - Rota intercelular - Rota intracelular ou transcelular - Pode utilizar a difusão, transportadores (difusão facilitada ou transporte ativo) e poros aquosos - Transportador: componente de membrana que se conjuga com o fármaco e funciona como carreador - Influxo: entrada de substratos - Efluxo: remove seus substratos da célula - Co-transporte - Absortivo ou Secretório - PepT1: transportador de peptídeo -> influxo -> membrana apical de células do intestino -> cefalosporina - P-gp: glicoproteína P -> transportador de efluxo -> expresso constitutivamente - Ex: doxorubicina - Fármaco pode se difundir através da membrana e esse transportador leva ele pra fora da célula - Mecanismos especializados: endocitose - Mais comum: difusão - Difusão passiva: dependente de gradiente de concentração - Depende das propriedades físico-químicas do fármaco e das características do sítio de absorção - Membrana é formada principalmente por fosfolipídios -> predominante lipofílicas - Fármacos lipofílicos se difundem melhor - Fatores que influenciam o transporte: - Ionização - Estado de ionização depende do pKa do fármaco e o pH do meio - Quando pH = pKa -> 50% na forma ionizada, 50% na forma não ionizada - Características do sítio de absorção (ou administração) - Área superficial do sítio - Intestino -> maior sítio de absorção - Peso molecular - <500g/mol -> difunde muito facilmente pelas membranas - Lipofilicidade - se difundem melhor pelas membranas biológicas - expressa pelo logP -> quanto maior o logP, maior a lipofilicidade - LogP negativo: hidrofílico - estar dissolvido em fluídos biológicos no sítio de absorção - altamente dependente da via de administração utilizada e da forma farmacêutica e dos excipientes - mais rápida a dissolução = mais rápida é a absorção - mecanismos inespecíficos de defesa (barreiras físicas e químicas da imunidade inata) constituem barreiras para a absorção dos fármacos e podem limitar sua chegada a certos órgãos-alvo - biodisponibilidade: fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica - dependa da via de administração do fármaco, de sua forma química e de certos fatores específicos do paciente (como transportadores e enzimas gastrointestinais e hepáticos) - A maioria dos fármacos alcança seus sítios de ação moleculares e celulares diretamente a partir da circulação sistêmica - administração intravenosa: injetados diretamente na circulação sistêmica - biodisponibilidade = 1 Vi�s �� a�m����t�ação � s�u� ��n���en��� - as vias de administração são escolhidas para tirar proveito das moléculas de transporte e de outros mecanismos que possibilitem a entrada do fármaco nos tecidos corporais - administração oral: nem sempre mais vantajosa - Como escolher uma via de administração? - Alvo - Efeito local ou sistêmico - local: diretamente no sítio de ação - sistêmico: necessidade de absorção e distribuição - Urgência do efeito - emergência - Estabilidade do fármaco no sítio de adm e abs -> sensíveis a pH e enzimas, por exemplo - Efeito de primeira passagem - Conveniência e adesão ao tratamento - aceita pelo paciente - Custo - Enteral - via oral: mais simples das vias de administração - menor custo, maior comodidade e maior aceitação - engolir, dissolver na boca ou permanecer em contato com a mucosa local - alvo: - maioria: efeito sistêmico - minoria: efeito local - cavidade local ou regiões do trato gastrointestinal - Per oral (oral, bucal, sublingual): por boca -> fármacos devem chegar ao estômago/intestino ou para gerar efeito local ou absorção (efeito sistêmico) - conveniente e seguro - efeito mais demorado comparado a outras vias - expõe o fármaco a ambientes ácido e básico rigorosos -> limita a absorção - possível fazer autoadministração, menos chances de causar infecções - deve permanecerestável durante sua absorção pelo epitélio do trato gastrintestinal - junções dificultam o transporte -> devem atravessar a membrana tanto na superfície apical quanto basal para alcançar o sangue - em geral, fármacos hidrofóbicos e neutros atravessam as membranas celulares de modo mais eficiente, a não suer que a membrana contenha uma molécula carreadora que facilite a passagem de substâncias hidrofílicas - atravessa o epitélio -> transportados pelo sistema porta até o fígado -> metabolismo de primeira passagem - enzimas hepáticas podem inativar parte do fármaco ingerido - degradação/inativação do fármaco antes que ele atinja a circulação sistêmica para exercer seu efeito no alvo - resulta em menor biodisponibilidade do fármaco - fígado não é o único: - epitélio gastrointestinal também expressa CYP450 - alguns fármacos são sujeitos à extensa metabolização hepática: - morfina, lidocaína, nitratos, contraceptivos orais - precisam de dose muito maior - para alguns, esse efeito impede o uso oral (nitratos, lidocaína) - vias alternativas (parenteral, transdérmica sublingual) - precisa ser administrado em um quantidade que assegure concentração efetiva na circulação sistêmica - fármacos administrados por vias não enterais não estão sujeitos ao metabolismo de primeira passagem - Sublingual: - efeito sistêmico rápido (emergências) - mucosa permeável e irrigada - área absortiva pequena -> apenas fármacos potentes são utilizados - comprimidos dispersíveis (nitratos para angina) Parenteral - introdução direta de um fármaco na circulação sistêmica, no líquido cefalorraquidiano, em tecido vascularizado ou em outro espaço tecidual - velocidade de início de ação depende da velocidade do fluxo sanguíneo para o tecido - quanto mais vascularizado, mais rápido - maior chance de infecção, necessita ser aplicado por um profissional, velocidade de início mais rápida = maior chance de um efeito tóxico - Intramuscular: - músculo - absorção muito rápida - soluções aquosas: absorção rápida - formação de depósito e liberação sustentada: formulações oleosas, emulsões - irritação e dor local, risco de lesão de nervos - Intravenosa: - administração em dose única ou infusão - não há absorção - ação rápida, porém risco de reações alérgicas - soluções aquosas, emulsões de óleo/água - emulsões: dispersões de uma fase oleosa e aquosa estabilizadas por tensoativos - diâmetro de no máximo quatro micrometros - Subcutânea: - absorção constante, mas mais lenta que a intramuscular - aquoso: absorção mais rápida - oleoso: absorção lenta - coadministração de vasoconstritores -> diminui a taxa de absorção - utilizado para anestésicos locais - volume geralmente baixo - Intradérmica - volumes muito baixos - testes alérgicos (fins diagnósticos e não terapêuticos) - Via oftálmica: - estrutura de membranas e barreiras complexas - impede absorção -> efeito local - baixa permeabilidade da córnea e presença da barreira plasma-retina - baixa área superficial - baixo tempo de residência na superfície ocular - 1% da dose aplicada seja disponível para o efeito - diluída nas lágrimas - drenado pelo ducto nasolacrimal - excesso de líquido escorre - Membrana mucosa - rápida absorção, baixa incidência de infecção e conveniência na autoadministração, evita metabolismo de primeira passagem - epitélio sublingual, pulmonar, nasal, retal, urinário e do trato reprodutor - mucosas são muito vascularizadas -> possibilidade de rápida penetração - Via cutânea: - Almejado: efeito local - Transdérmica - Objetivo: efeito sistêmico - Extrato dérmico: maior barreira (estrato córneo) - Fármaco para ser absorvido deve penetrar até a Derme - Limitações: - irritação local (adesivos) - efeito oclusivo e cola - poucos fármacos são ideais para essa via - peso molecular inferior a 500g/mol - logP entre 0 e 2,5 - Precisa ser um fármaco muito lipofílico para atravessar a pele por difusão passiva - ideal para fármacos que precisam ser administrados de modo lento e contínuo por um longo período Fatores locais, regionais e sistêmicos que afetam a absorção - qualquer fator que reduza o gradiente de concentração no local da administração diminui a força motriz do gradiente e pode reduzir a quantidade de fármaco a ser distribuída para os tecidos locais - região de alta perfusão: moléculas do fármaco que penetram nesse compartimento são rapidamente removidas -> mantém o gradiente (força propulsora) - a velocidade de absorção de um fármaco influencia a concentração local da substância (inclusive sua concentração plasmática) e o período de ação da mesma Dis���b�ição - Transporte na corrente circulatória - Passagem para o tecido - Processo de complexação com proteínas plasmáticas é reversível, saturável e sujeito a competição. Depende da afinidade - Fração complexada não passa para os tecidos - Interação medicamentosa: se dois fármacos são administrados juntos e um tem maior afinidade por proteínas plasmáticas que o outro, isso pode gerar uma super absorção do fármaco de menor afinidade pelas proteínas, acarretando em efeitos tóxicos - fármaco, após ser absorvido, precisa alcançar seu órgão ou órgãos-alvo em concentrações terapêuticas para exercer o efeito desejado sobre determinado processo fisiopatológico - sistema circulatório (principalmente) e linfático - na circulação sistêmica, o fármaco pode atingir qualquer órgão-alvo (exceto cérebro e testículos) - concentração plasmática: utilizada para monitorar os níveis terapêuticos - órgãos e tecidos variam de acordo com sua capacidade de absorção e o fluxo sanguíneo sistêmico que recebem -> fatores que afetam a concentração plasmática -> determina a quantidade que precisa ser administrada - também deve ser considerado, a fim de níveis terapêuticos, que o fármaco pode ser capturado por tecidos não vasculares e proteínas plasmáticas - Volume de distribuição: proporção de fármaco que se divide entre o plasma e os compartimentos teciduais - volume de líquido necessário para conter a quantidade total do fármaco no organismo na mesma concentração presente no plasma - volume fictício que indica quão bem um fármaco se particiona nos diferentes espaços do organismo - quanto maior o volume de distribuição, mais um fármaco se difunde entre os tecidos e menor será sua concentração plasmática - riscos de acúmulo do fármaco no organismo -> determinar frequência de dosagem - não deve ser confundido com o volume anatômico - - não se trata de volume físico - Vd é baixo para fármacos principalmente retidos no compartimento vascular e alto para fármacos que sofrem ampla distribuição em músculo, tecido adiposo e outros compartimentos não vasculares -> fármacos com distribuição acentuada tem Vd maior que o volume de água total do corpo - quanto maior o Vd, em geral mais alta será a dose inicial de modo a estabelecer concentração plasmática terapêutica (maior Vd = mais sequestramento do fármaco) - Ligação as proteínas plasmáticas: - albumina: maior responsável - reduz a disponibilidade de um fármaco para difusão ou transporte até seu órgão-alvo Mod����em �� ��néti�� � �a t����di�âmi�� �� di��r���ição d�� �ár�a��s: - a maioria dos fármacos presentes no compartimento intravascular distribui-se rapidamente para outros compartimentos do corpo - fase de distribuição: leva a uma diminuição acentuada da concentração plasmática do fármaco pouco depois de sua administração por injeção intravenosa - mesmo quando o fármaco já está equilibrado em seus reservatórios, a concentração plasmática continua caindo devido a fase de eliminação - esse declínio acontece de modo mais lento porque o fármaco pode se distribuir novamente dos reservatórios para o plasma - tecido adiposo e tecido muscular geralmente são os que mais captam os fármacos - compartimento altamente vascularizado: primeiro compartimento extravascular no qual a concentração do fármaco aumenta -> fluxo sanguíneo favorece cineticamente a entrada no fármaco nesse local - tecido muscular e adiposo exibem maior capacidade de captaro fármaco -> acumula maior quantidade de fármaco em velocidade mais lenta - fármaco sai mais rápido do compartimento altamente vascularizado, seguido do tecido muscular e por fim o adiposo Met����is�� - fármacos podem ser excretados inalterados ou após sofrerem metabolização - metabólitos: - maior hidrofilicidade - maior capacidade de se ionizar - menor capacidade de difusão através das membranas e armazenamento em tecidos - menor afinidade a proteínas plasmáticas - menor atividade farmacológica - fígado: contém diversidade e quantidade de enzimas metabólicas em larga escala -> maior parte do metabolismo dos fármacos ocorre nesse órgão - sítio mais comum de metabolização - pode acontecer na mitocôndria e enzimas solúveis (esterases, amidases) - a capacidade do fígado de modificar os fármacos depende da quantidade de fármaco que penetra nos hepatócitos - fígado metaboliza preferencialmente os hidrofóbicos - transportadores da superfamília de carreadores humanos ligados a solutos (CLS) possibilitam a entrada de alguns fármacos hidrofílicos nos hepatócitos - tornam os fármacos mais inativos ou facilitam sua eliminação -> biotransformação - Tipos de reações - Fase I: funcionalização (inserção de grupamentos reativos) - catabólicas ou não sintéticas - oxidação, redução e hidrólise - catalisadas por diversos tipos de enzimas - CYP450 e enzimas solúveis como esterases - CYP450 - Diferenciam-se pela sequência de aminoácidos, especificidade e sensibilidade - Número: família - Letra: subfamília - CYP 3 A 4 - CYP 3 A 5 - METABOLIZAM 50% DOS FÁRMACOS QUE TEMOS NA TERAPÊUTICA - reações de óxidação/redução - modificam a estrutura química do fármaco - grupo polarizado é adicionado ou encoberto - sistema enzimático do citocromo P450 microssomal -> via mais comum no fígado - associadas ao retículo endoplasmático liso - essas reações podem ativar alguns fármacos (pró fármacos) -> facilita a biodisponibilidade oral - Fase II: conjugação - ligação entre o grupo funcional e composto endógeno (ácido glucurônico) - nem sempre precisa passar pela reação de fase I para passar pela reação de fase II - geralmente catalisadas por enzimas do retículo endoplasmático, principalmente no fígado - requer energia - peptídeos (como glutationa), além de metilação e acetilação - Geralmente inativos - ex de ativo: metabólito da morfina - reações de conjugação/hidrólise - hidrolisam um fármaco ou conjugam-no com uma molécula grande e polar a fim de inativá-lo ou aumentar sua solubilidade e excreção na urina ou na bile - também pode resultar na ativação - Os metabólitos não são sempre inativos: o fármaco biotransformado na fase I pode continuar ativo, podendo ser mais potente ou menos potente que o fármaco anterior - Pró fármaco: requer metabolização para gerar o fármaco com atividade farmacológica - Tem melhores propriedades farmacocinéticas - Fatores que alteram a metabolização: - Presença de outros fármacos e alimentos que atuam como indutores e inibidores - Variações interindividuais genéticas (expressão de enzimas, polimórficas…) - doenças que afetam a síntese de enzimas hepáticas - idade - Indução da metabilização - Ciclosporina e rifampicina - Ciclosporina é extensivamente metabolizada por CYP3A - Rifampicina: indutor de CYP3A - Inibição: - Suco de grapefruit + verapamil - Grapefruit: inibidor de CYP3A - Verapamil: substrato CYP3A - redução da biotransformação do verapamil -> aumento de seus níveis plasmáticos - Interações e resposta clínica alterada: - quanto mais estreita a janela terapêutica de um fármaco, maior a chance dessa interação ser clinicamente relevante. - Eliminação pré-sistêmica - Eliminação do fármaco por um ou mais tecidos antes de sua disponibilização na circulação geral para o efeito farmacológico - Via oral: - Fígado - fração do fármaco já foi metabolizada - Intestino - epitélio intestinal -> algumas enzimas do citocromo p 450 também são expressas nas células do epitélio Ex��eção - Põe fim a presença do fármaco e/ou de seus metabólitos no organismo - Pode ser excretado pelo suor, pelo leite, pela via respiratória, pelo rim e pela bile - as reações acima citadas aumentam a solubilidade de fármacos hidrofílicos, de modo que eles possam ser excretados por uma via comum final com fármacos intrinsecamente hidrofílicos - excreção renal - mecanismo mais comum - baseia-se na natureza hidrofílica de um fármaco e seu metabólito - apenas a forma livre é filtrada - fármacos ligados a proteínas plasmáticas dificultam a sua excreção - excreção mais rápida: aumento do fluxo sanguíneo, aumento da taxa de filtração glomerular, diminuição da ligação de proteínas plasmáticas - pode ser excretado por difusão ou usar transportadores -> tira proveito das semelhanças moleculares entre o fármaco e substâncias de ocorrência natural, como ânions e cátions orgânicos - reabsorção nos túbulos proximais: sequestro pelo pH -> sequestro da forma iônica de bases fracas (liquido tubular renal é ácido no túbulo proximal e além dele) - Filtração glomerular - Altamente fenestrado e permeável -> filtrados independentemente da lipofilicidade e da carga, porém peso molecular é importante - Depende de ligação com proteínas plasmáticas - Apenas a fração livre será filtrada para excreção - Taxa de filtração glomerular - Reabsorção tubular - Difusão passiva - Água reabsorvida - Fármacos lipossolúveis: reabsorvidos - Hidrossolúveis: excretados - Ionização - aprisionamento iônico - Não ionizada: melhor reabsorvidos - pH da urina: 5.5-7.5 - Predominância da forma ionizada melhora a excreção - Ácidos fracos serão melhor excretados na urina alcalina, enquanto que bases fracas serão melhor excretadas na urina ácida - Secreção tubular - Transportadores: processos sujeito a competição, afinidade e saturação - Transportadores mais comuns: - OCT: - influxo - secretório - difusão facilitada - expresso no intestino e túbulo proximal renal - OAT: - influxo - transporte ativo - expresso túbulo proximal renal, placenta e cérebro - excreção biliar - alguns fármacos são secretados pelo fígado na bile por intermédio de membros da superfamília de transportadores do conjunto de ligação do ATP - ducto biliar desemboca no duodeno -> fármacos devem passar por toda a extensão do intestino deslgado e do intestino grosso antes de serem eliminados - circulação êntero-hepática: são reabsorvidos no intestino delgado, subsequentemente retidos na circulação porta e, a seguir, na circulação sistêmica - hormônios esteróides, agentes quimioterápicos, etc. Parâme���s ���ma����néti��� - Farmacocinética: medida e interpretação formal das alterações temporais na concentração de um fármaco em uma ou mais regiões do organismo - Essenciais para estabelecer um regime de dosagem - Administração por via endovenosa não possui fase de absorção - Evolução temporal da concentração depende dos processos de ADME e vias de administração - Via intravenosa não possui a fase de absorção, enquanto que a administração oral resulta em uma curva que mostra tanto o período de absorção quanto de excreção - administração sublingual: mais rápida e evita metabolismo de primeira passagem - administração intramuscular com veículo aquoso: pico de absorção mais rápida que a administração oral - veículos oleosos retardam a absorção azul: intravenosa preto: sublingual vermelho: intramuscular com veículo aquoso verde: oral - Curva de concentração plasmática x tempo - permite determinar a posologia - monitoramento clínico e personalização da dose de fármacos que apresentam estreita janela terapêutica e maior variabilidade interindividual - ciclosporina - Características farmacocinéticas - Concentração plasmática máxima (Cmáx) - Ocorre no Tmáx (tempo para obtenção do Cmáx) - Níveis plasmáticos obtidos são suficientes para níveis farmacológicos ou se níveis tóxicos podem ser atingidos - Janela terapêutica: concentração entre a concentração máxima tolerada (segura) e a concentração efetiva mínima - Quanto mais larga, maior a segurança- Tempo para obter concentração plasmática máxima - Biodisponibilidade: área sob a curva (AUC) - Biodisponibilidade: fração do fármaco absorvida e disponível para exercer o efeito farmacológico - área sob a curva - extensão e velocidade da absorção - biodisponibilidade absoluta: fração da dose administrada absorvida na circulação; comparação de uma formulação/via de administração teste com a padrão (iv = intravenosa) -> intravenosa é padrão porque não tem absorção (100% na circulação sistêmica) - F = AUC (área sob a curva) teste / AUC padrão (iv) - varia entre 0 e 1 -> quanto mais próxima de 1, a via promove uma biodisponibilidade melhor - Bioequivalência: - comparação da biodisponibilidade de diferentes formulações, lotes diferentes do mesmo produto ou produtos similares de fabricantes diferentes - Referência - forma farmacêutica padrão - produtos comparados devem ter a mesma dose, forma farmacêutica e via de administração - Dois produtos são considerados bioequivalentes se: - Mesmo Cmax e mesma biodisponibilidade - medicamento genérico -> bioequivalente a uma forma farmacêutica considerada padrão - Volume de distribuição: volume de fluido corporal necessário para diluir o fármaco na mesma concentração que ele se encontra no sangue - parâmetro aparente - volume fictício que indica quão bem um fármaco se particiona nos diferentes tecidos - quanto maior, menor a concentração plasmática - muito alto acúmulo do fármaco no organismo - necessário para determinar a frequência de dosagem - propensão do fármaco de ficar no plasma ou ser distribuido nos tecidos - depende: - características ácido/base: - base: maior afinidade a fosfolipídios aniônicos das membranas -> maior volume de distribuição - ácido: maior afinidade a albumina -> menor volume de distribuição - lipofilicidade: - quanto mais lipofílico, mais se difunde de maior o Vd - muito lipofílico: preso na gordura - fármacos retidos no compartimento intracelular (como ocorre com a cloroquina) tem um volume de distribuição muito alto - modelo de um compartimento - vd (l) = dose administrada / C0 (concentração plasmática no tempo zero) - Meia vida: tempo necessário para que a concentração plasmática de um fármaco caia pela metade - 5 tempos de meia vida para que o fármaco atinja seu estado de equilíbrio e 5 meias vidas para que ele seja completamente eliminado - t1/2 = 0.693 x Vd(l)/Clearance - quanto mais distribuído, maior o tempo de eliminação - Depuração: volume de sangue do qual o fármaco é removido por unidade do tempo - eficiência de eliminação de um fármaco do organismo - Cl = 0.693 x Vdl / t1/2 - Clearance total: hepático + outras vias - Inversamente proporcional ao tempo de meia vida - Saber quanto do fármaco é removido ao longo do tempo permite o cálculo da dosagem Dep���ção - parâmetro farmacocinético que limita de modo mais significativo o tempo de ação do medicamento nos alvos moleculares, celulares e orgânicos - taxa de eliminação de um fármaco do corpo em relação a concentração plasmática dele - taxa do fármaco da qual o plasma teria de ser depurado para justificar a cinética da mudança observada na quantidade total do fármaco no corpo - partindo do princípio que todo fármaco no corpo está presente na mesma concentração que a do plasma - expressa em unidades de volume/tempo - metabolismo e a excreção são expressos na forma de taxas Depuração total = Depuração renal + Depuração hepática + Depuração outro Cinéti�� �� Met����is�� � �a Ex���ção - A taxa de metabolismo e excreção de um fármaco por um órgão é limitada pela taxa de fluxo sanguíneo deste órgão - Cinética de primeira ordem: quantidade de fármaco metabolizada ou excretada em certa unidade de tempo é diretamente proporcional à concentração do fármaco na circulação sistêmica nesse exato momento - Os aumentos na concentração plasmática de um fármaco são contrabalançados por aumentos na taxa de metabolismo e excreção - Cinética de Saturação: mecanismos de depuração tornam-se saturados na concentração terapêutica da substância ou em concentração próxima a ela - a taxa de depuração não consegue aumentar com concentrações plasmáticas crescentes da substância - pode causar efeitos tóxicos - Razão de extração: grau de contribuição de um órgão para a depuração de um fármaco - compara os níveis do fármaco no plasma imediatamente antes de sua entrada e logo após sua saída do órgão - órgão que contribui substancialmente para a depuração de fármacos tenha razão de extração maior (mais próxima de 1) do que um órgão que não participa de maneira significativa na depuração de fármacos (mais próxima de zero) Me�� �id� - tempo durante o qual sua concentração no plasma diminui para metade de seu valor original - torna possível calcular a frequência de doses necessária para manter a concentração plasmática do fármaco dentro da faixa terapêutica - - todos os fatores que afetam o volume de distribuição e a depuração de um fármaco também afetam a meia-vida deste - Fatores que alteram a meia vida - menor massa muscular = menor volume de distribuição -> menor meia vida - enzimas P450 específicas são induzidas por alguns fármacos e inibidas por outros - insuficiêcia hepática, cardíaca e renal podem, não necessariamente em conjunto, levar à redução da capacidade de inativação ou eliminação de um fármaco, aumentando, assim, sua meia vida de eliminação Dos���� te���êut��� e ��t���al� ���re ����s - Esquema posológico - fármaco de alta absorção necessita de uma menor dose - fármaco de alto volume de distribuição necessita de uma dose mais alta - a taxa de eliminação dita a frequência de doses necessária para manter níveis plasmáticos terapêuticos do fármaco - a dosagem terapêutica de um fármaco procura manter seu pico plasmático abaixo da concentração tóxica e a concentração mínima acima de seu nível minimamente efeito - O estado de equilíbrio dinâmico é alcançado quando as taxas Kinterna (taxa de entrada do fármaco no corpo) e Kexterna (taxa de eliminação do fármaco) são iguais - Kinterna é constante - A abordagem para o estado de equilíbrio dinâmico é governada pela Kexterna (taxa combinada de todos os mecanismos de depuração de fármacos) Dos� �� a��q�e - doses iniciais aplicadas para compensar sua distribuição nos tecidos - utilizado para se obter níveis terapêuticos com apenas uma ou duas doses Dos� �� �an����ção - após serem atingidas concentrações em equilíbrio dinâmico no plasma e nos tecidos, as doses subsequentes só precisam repor a quantidade de substância perdida por metabolismo e excreção - A velocidade de administração da dose de manutenção de uma substância depende da eliminação deste - Dose de manutenção = Depuração x C(estado de equiíbrio)
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