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Aula 2 - OBST - Hemorragias da Segunda metade da gestação

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Introdução:
São aquelas que acontecem a partir do segundo trimestre de gravidez. Especificamente, 
algumas são mais comuns no final da gravidez - na aula passada falamos sobre as 
hemorragias na primeira metade da gestação, basicamente o abortamento, que é a perda 
do embrião ou do feto que acontece até 20/22 semanas de gestação ou se o peso é 
menor que 500g (lembrando que juliana não gosta muito desse critério do peso). As 
hemorragias da segunda metade da gestação são aquelas que acontecem após o segundo 
trimestre de gestação, não fazem mais parte de aborto, ou seja, a gravidez já evoluiu, 
uma gravidez que já passou do corte de abortamento.
•
Conceito:-
Placenta prévia;•
Descolamento Prematuro de Placenta;•
Rotura uterina, Rotura de seio marginal e Vasa prévia - como dever.•
Principais patologias:-
Placenta Prévia:
A placenta prévia (PP) é definida pela inserção parcial ou completa da placenta no 
segmento inferior do útero (OMS; FIGO; 1976) - essa é uma definição antiga da 
organização mundial de saúde e da FIGO;
•
Conceito:-
A placenta ocupa de forma total, parcial ou apenas margear o orifício interno (OI) do colo 
uterino. A PP é uma das principais causas de sangramento vaginal no último trimestre da 
gestação;
-
A taxa de mortalidade perinatal é três a quatro vezes maior nas gestantes com placenta prévia
do que nas gestações com implantação placentária normal
-
Incide até 0,5% nas gestações que chegam ao 3º trimestre - tem aumentado nos últimos 
tempos pelo aumento de fatores de risco.
•
Incidência:-
Multiparidade; Endometrite anterior; Idade materna avançada; Curetagens anteriores; 
Cesarianas anteriores - cesarianas sucessivas.
•
Etiologia:-
Obs.: A endometrite anterior, as curetagens e cesarianas anteriores poderiam ser causa de PP 
pelo dano endometrial, que facilitariam ali a inserção placentária, a placenta acabaria migrando 
para uma área que já estaria danificada. A multiparidade e a idade materna avançada são 
citadas, mas não tem grades explicações convincentes. 
Total ou completa: recobre totalmente a área do orifício interno do colo;
Classificação:-
Raissa Novelli T.67 Aula 2
1: PP marginal -> quando a placenta 
margeia o OI do colo uterino 
2: PP total -> quando a placenta 
cobre todo OI do útero;
3: PP parcial -> quando ela passa 
pelo OI do colo, mas não cobre ele 
totalmente.
1 32
Hemorragias da Segunda metade da gestação
domingo, 2 de maio de 2021 19:17
 Página 1 de OBSTETRÍCIA 
Total ou completa: recobre totalmente a área do orifício interno do colo;•
Parcial: a obstrução do orifício interno é parcial - não recobre o OI completamente;•
Marginal: a margem placentária aproxima-se do orifício interno, porém não o ultrapassa -
não recobre o OI nem parcialmente nem completamente;
•
Baixa: placenta estende-se ao segmento uterino, porém não se aproxima do orifício 
interno - pode ser chamada placenta segmentar ou implantação baixa da placenta.
•
Sangramento vermelho, vivo e rutilante. É intermitente, indolor, imotivado e 
progressivo - a paciente não precisa estar fazendo esforço, ele é imotivado, pode 
acontecer até mesmo no repouso. O que preocupa é que ele é progressivo, o 
sangramento que hoje está controlado, amanhã pode estar pior, depois pior ainda;
○
BCF sem alterações - porque o sangramento não é fetal, ele é materno;○
Tônus uterino normal.○
Sinais e sintomas: •
Ultra-sonografia: confirma a posição da placenta - excelente rastreio e meio de diagnóstico. 
Falar que é PP com 12/13 semanas não tem valor nenhum, porque a placenta pode 
migrar. O diagnóstico de PP só é pensado, só é feito a partir do 2 trimestre, mais 
efetivamente no final do 2 semestre/no início do 3 trimestre, porque antes disso a 
placenta tem chance de migrar. A placenta é facilmente identificada ao US, em caso de 
dúvida pode se utilizar a RNM;
•
RNM = Acretismo? - dá o diagnóstico de acretismo, fala se a placenta está muito 
profunda ou não, se ela tá penetrando na mucosa/muscular ou até mesmo na serosa.
•
Diagnóstico: o diagnóstico é clínico e de imagem-
Obs.: na PP o risco de morte é materno.
Dependerá da idade gestacional;•
Intensidade da hemorragia; Idade gestacional; Vitabilidade fetal; Paridade; 
Apresentação, situação e altura fetal – colo uterino; Classificação da PP; Trabalho de 
parto ou não.
○
Fatores de decisão na conduta:•
Internação (avaliar sangramento, condições do colo e início do trabalho de parto);○
Repouso relativo;○
Uterolíticos se TPP;○
Corticoterapia – dexametasona 4mg de 8/8h por dois dias; betametasona – 
celestone soluspan 6mg (2 ampolas de 24/24 h) = dois dias - a corticoterapia no 
feto prematuro deve ser considerada, especialmente pelo fato desse sangramento ser 
progressivo, e em algum momento pode ser necessário interromper a gravidez. Então 
○
Prematuro:•
Tratamento:-
 Página 2 de OBSTETRÍCIA 
progressivo, e em algum momento pode ser necessário interromper a gravidez. Então 
abaixo de 34 semanas fazer a corticoterapia é uma boa conduta; 
Dieta rica em ferro e ácido fólico; ○
Imunoglobulina anti-rh se a gestante for Rh negativo;○
Alta individualizada de acordo com a IG, volume de sangramento, condições sociais -
sempre levar em consideração a onde a paciente mora, não adianta dar alta se o 
sangramento melhorou e ela mora longe, se ela voltar a sangrar pode não dar tempo 
de chegar ao hospital.
○
Estabilidade hemodinâmica;○
Resolução da gravidez: Cesariana/parto ○
À termo:•
Conduta na placenta prévia:-
1: Paciente sem sangramento intenso e o feto é prematuro -> paciente estável e feto em boas 
condições -> fazer internação + corticoide + levar parto a termo; 2: Paciente sem sangramento 
intenso e o feto não é prematuro + paciente estável -> se já tá a termo não tem motivo de 
esperar mais -> então resolve o parto; 3: Paciente com sangramento intenso e o feto não é 
prematuro -> estabilizar a paciente + resolver a gravidez; 4: Paciente com sangramento intenso 
e o feto é prematuro -> estabilizar a paciente + controlar o sangramento + transfusão caso 
necessário -> 4.A: teve melhora clínica, parou de sangrar -> fazer internação + corticoide + 
observar (o sangramento dessa paciente foi intenso, não é porque melhorou o sangramento que 
você vai dar alta)/ 4.B: paciente continuou sangrando -> interromper a gravidez, 
independentemente do feto ser prematuro.
Obs.: Qual é o tipo de parto que deve ser feito? Depende muito do tipo de placenta. Se for 
PP total é indicação absoluta de cesariana. Na placenta previa marginal e parcial leva-se em 
consideração a distância entre a placenta e o OI do colo, existem estudos que mostram que 
quando a distância é menor do que 10mm a chance de complicações é muito grande -> nesses 
casos é feito a cesariana; quando essa distância é maior que 10mm tem mais chance de que o 
parto possa acontecer de uma maneira menos danosa. Hoje em dia tem se preconizado: PP 
total -> cesárea, PP parcial ultrapassando parcialmente o OI não cobrindo ele -> cesárea, PP 
marginal -> depende da distância até o OI (quando mais distante mais tranquilo é), a placenta 
 Página 3 de OBSTETRÍCIA 
marginal -> depende da distância até o OI (quando mais distante mais tranquilo é), a placenta 
segmentar -> pode ser parto vaginal.
Placenta prévia — Conduta: Deve—se evitar o toque vaginal. Quando realizado, exige ambiente -
Internação instituída via parenteral; ○
Controle de sinais vitais maternos; ○
Controle de sangramento vaginal;○
Comunicar o banco de sangue;○
Controle de vitalidade fetal;○
Administrar corticoides entre 26 semanas e 34 semanas (vide protocolo de 
corticoterapia). 
○
Gestação pré—termo com sangramento discreto •
Resolução do parto por cesárea.○
Gestação pré—termo com hemorragia grave:•
Resolução do parto por cesárea.○
Gestação 36 semanas ou mais:•
Em placentas prévias centro—totais, mesmo com feto morto, a interrupção é por 
cesárea. 
○
Todas essas pacientes exigem cuidados especiaisno pós—parto imediato, sendo 
prudente encaminhá—las à UTI.
○
Observações:•
onde seja possível realizar urna intervenção de emergência. A conduta é definida de acordo com 
a idade gestacional e as condições maternas e fetais: 
Acretismo placentário:
O acretismo placentário é a inserção mais profunda da placenta. A placenta pode ser accreta 
quando ela penetra mais profundamente na mucosa; increta quando ela penetra mais 
profundamente na musculatura; percreta quando ela rompe a serosa. Então o acretismo é um 
termo geral, mas dentro do acretismo temos essa classificação. 
A placenta accreta é definida como a implantação anormal da placenta na parede uterina, 
ultrapassando o endométrio, invadindo o miométrio, podendo chegar a serosa ou invadir 
outros órgãos, como a bexiga.
•
Conceito:-
1 em 2.500 gestações.•
Incidência:-
Placenta prévia: incidência de 9,3% em gestantes com placenta prévia e 0,004% em 
Fatores de risco: Tem os mesmos fatores de risco que a PP, e é por isso que pode ter a 
associação entre o PP e o acretismo. Quando se tem PP é muito importante avaliar se tem 
acretismo ou não, por meio da ultrassonografia (ao avaliar a placenta tem que ver a borda 
placentária direitinho, a borda uterina. Se ele não consegue ver isso, se perde a interface tem 
chance de ter acretismo, em caso de dúvida pode ser feito a RNM).
-
 Página 4 de OBSTETRÍCIA 
Placenta prévia: incidência de 9,3% em gestantes com placenta prévia e 0,004% em 
gestações sem placenta prévia;
•
Idade materna avançada;•
Multiparidade e cirurgia uterina prévia (incluindo cesarianas). •
Placenta Accreta Simples: invade miométrio somente até um terço de sua parede, com 
ausência da decídua basal;
•
Placenta Increta: penetra profundamente no miométrio;•
Placenta Percreta: atinge a serosa ou até outros órgãos adjacentes - rompe a serosa e 
pode atingir outros órgãos.
•
Classificação: Pode ser classificada segundo o grau de profundidade da implantação em:-
O diagnóstico pré-natal de placenta accreta permite abordagem planejada com possibilidade 
de tratamento sob melhores condições, podendo reduzir a morbidade materna - é muito 
importante esse diagnóstico prévio porque ele vai permitir o planejamento reduzindo a 
morbidade materna;
•
Exames de imagem como Ultrassonografia (US) e Ressonância Nuclear Magnética (RNM).•
Diagnóstico:-
Cesariana associada à histerectomia periparto - especialmente nos casos em que há grande 
área placentária profunda;
•
Nesse caso, deve-se ter segurança quanto à hemostasia bem realizada, podendo ser 
associada à embolização de artéria uterina ou a uso de drogas como o metotrexato, 
para auxiliar na reabsorção placentária. As complicações DESSA CONDUTA mais 
comuns são febre, endometrite e coagulação intravascular disseminada, formação de 
fístulas e fracasso da reabsorção placentária mesmo com o uso de metotrexato;
○
○ O tratamento conservador é indicado quando a perda de sangue é mínima, há desejo 
de preservar a fertilidade, há técnicas de suporte adequados e serviço de vigilância 
rigoroso à puérpera;
○ A cesariana associada ao tratamento cirúrgico conservador é realizada pela remoção da 
placenta e pode associar-se com a oclusão de ramos das artérias ilíacas comuns por 
catéter-balão e pela embolização de artérias uterinas (a placenta perde a nutrição, e 
aí entra em um processo de reabsorção). A taxa de sucesso é, em geral, inferior a 
50%.
Cesariana, juntamente com conduta conservadora em que a placenta é deixada in situ 
(corta o cordão bem perto da inserção e fecha o útero), com abordagem expectante.
•
Tratamento:-
A complicação mais comum associada a essa condição é o sangramento pós-parto, que é 
potencialmente fatal;
•
Outras complicações frequentes e graves são: perfuração ou inversão uterina e ruptura da 
bexiga.
•
Complicações:-
 Página 5 de OBSTETRÍCIA 
bexiga.
Obs.: O importante aqui no acretismo é avaliar cada caso.
Descolamento prematuro da placenta:
• Consiste na separação intempestiva e prematura da placenta normalmente inserida no 
corpo uterino, após a 20-22 semanas de gestação e antes da expulsão fetal;
• Acarreta sangramento uterino e reduz o aporte de O2 e de nutrientes ao feto, de forma 
a gerar um quadro de sofrimento fetal agudo - quando a placenta separa ocorre um 
sangramento uterino e o suporte de oxigênio para o feto é reduzido ou bloqueado até 
totalmente, e o feto apresenta sofrimento fetal agudo.
Conceito:-
Principal causa de sangramento no 3º trimestre; •
Incidência varia em razão de numerosas variáveis (cerca de 1 a 2%) - está muito associada 
a síndromes hipertensivas.
•
Incidência:-
1: esse útero está todo infiltrado de sangue, é chamado Útero de Couvelaire; 2: Hematoma 
retroplacentário (de verde), aonde descolou a área da placenta e acumulou o sangue formando o 
hematoma. 
Traumáticas: Trauma abdominal;•
Pré-eclâmpsia e hipertensão arterial crônica - as síndromes hipertensivas são 
extremamente importantes na etiologia, sendo a principal a pré-eclâmpsia;
○
○ Tabagismo, cocaína - a cocaína é uma causa importante, porque ela altera a 
resistência do vaso.
Não traumáticas:•
Causas:-
Obs.: História de DPP em gestação anterior, aumenta a chance em 15 a 20 vezes de DPP na 
gestação atual.
-
•
Hipertonia uterina: Aumento da pressão venosa intra-uterina; Estase sanguínea e 
ruptura dos vasos útero-placentários; Aumento e agravamento da área de 
escolamento.
○
Apoplexia miometrial: Dissociação e necrose isquêmica das fibras uterinas, devido a 
infiltração sanguínea.
○
Alterações uterinas: hipertonia e apoplexia miometrial. 
Passagem de tromboplastina para a circulação materna -> hipercoagulabilidade -> 
CIVD -> diminuição dos fatores de coagulação -> Coagulopatia por consumo.
○
 Alterações da coagulação:•
•
Representados pela necrose tubular aguda e necrose cortical (reflexo isquêmico 
uterorrenal)
○
Alterações renais:
Alterações hipofisárias:
Fisiopatologia:
 Página 6 de OBSTETRÍCIA 
São de natureza necrótico-isquêmica e atribuídas ao prolongado estado de choque 
circulatório ou a CIVD.
○
Alterações hipofisárias:•
A princípio ocorre o aumento da pressão venosa intra-uterina, e esse aumento da pressão/da 
resistência gera a ruptura desses vasos útero-placentários, que estão atrás da placenta, com 
isso vai formar um hematoma retroplacentário. E esse hematoma pode penetrar no útero, ele 
vai infiltrando o útero, e a medida que ele vai penetrando o útero responde com uma 
hiperreflexia, e ele se torna hipertônico, ele vai ficando com o tônus aumentado, e ele faz isso 
por um estímulo, que é o sangue penetrando nele. Então incialmente há uma hipertonia 
terrível, mas à medida que esse infiltrado vai aumentando e essa hipertonia também, ocorre 
uma necrose isquêmica das fibras uterinas, e que normalmente depois evolui para uma hipotonia 
terrível, que é o chamado de útero de Couvelaire. Então incialmente ocorre uma hipertonia e 
no pós parto uma hipotonia grande porque muitas fibras foram lesionadas, seja pela infiltração 
sanguínea ou seja pela hipertonia terrível com alteração de vascularização. O que que vai 
acontecer? Pode ter alteração da coagulação pela passagem de tromboplastina tecidual para 
corrente sanguínea da mãe, que pode evoluir com coagulação intravascular disseminada e uma 
coagulopatia de consumo; o fluxo renal diminuiu e o resultado é uma necrose tubular aguda; 
alterações na hipófise pode ter também por um sangramento importante gerando uma necrose 
e uma isquemia, que pode ser atribuída ao prolongamento do estado de choque circulatória ou a 
própria coagulação intravascular disseminada.
• Sangramento vaginal - ao contrário da PP a DPP não é um sangramento múltiplo, ele é 
um sangramento único; com uma Dor abdominal intensa com hipertonia uterina e 
taquissistolia, que se não for tratado vai causar a morte da mãe e do feto; aquele coagulo 
que está ali ele só vai aumentando, elevai aumentando a área de comprometimento, 
então o feto tem sinais comprometimento hemodinâmico, o feto entra em sofrimento 
fetal agudo, ao contrário da PP que não tem. Então é muito importante saber diferenciar 
isso, o sangramento vaginal associado a uma dor abdominal intensa; 
Hemoamnio; •
Quadro clínico:-
Obs.: quando o descolamento ocorre na área de inserção do cordão a chance de óbito é imensa, 
quanto mais próximo a área de inserção de cordão mais rápido é o óbito. 
Sangramento (seta) e área do descolamento, então 
tem hipertonia e sangramento; já na segunda imagem 
tem a placenta totalmente descolada e o hematoma 
retroplacentário que não está sangrando, e isso é 
chamado de hemorragia oculta, que é muito pior 
porque a pressão é maior, então tem mais infiltrado 
no útero, então depois a chance de hipotonia uterina 
em um útero de Couvelaire é muito maior no 
sangramento oculto. Então é possível ter DPP sem 
sangramento, pode ter DPP com sangramento oculto, 
nesse caso é muito importante avaliar a dor 
abdominal e a hipertonia uterina. 
Sangramento oculto 
(primeira imagem) e 
•
 Página 7 de OBSTETRÍCIA 
Tratamento do choque: Acesso venoso calibroso; reposição volêmica; oxigenoterapia; 
monitorização de PA, FC e diurese (pelo risco de necrose cortical); hemotransfusão 
(concentrado de hemácias + plasma fresco) - se a paciente estiver em choque 
hipovolêmico;
○
Exames laboratoriais: Hemoglobina, hematócrito, plaquetas, teste do coágulo 
(Weiner), coagulograma, fibrinogênio, função renal, gasometria.
○
Medidas gerais:•
Tratamento:-
Parto mais rápido sempre!! - pelo fato de ter muita hipertonia costuma ocorrer o 
parto em alude, ele acontece muito rápido;
○
É a resolução mais Rápida - a hipertonia uterina causa um quadro de sofrimento 
fetal, se já estiver com 9cm vai ser mais rápido o parto vaginal, é a opção mais 
rápida e viável no momento, tem que individualizar.
→
Feto vivo e viável: resolução imediata do parto;○
Amniotomia (reduz a compressão da cava, dificulta a ampliação da área de 
descolamento, melhora a hipertonia, evidencia o hemoamnio, diminui incidência 
de coagulopatia, acelera a evolução do parto) - ela diminui a pressão sobre o 
coagulo e com isso tem menos chance de formar útero de Couvelaire, tem 
menos infiltrado, diminui a pressão dentro da cavidade. É um bom procedimento 
para a conduta de parto vaginal, só que para fazer isso em um feto vivo e 
viável, o feto tem que estar nascendo já. 
→
Feto morto ou inviável - Se condições hemodinâmicas maternas permitirem:○
Conduta obstétrica:•
obs.: Todos esses itens têm que ser feitos ao mesmo tempo, é bem estilo Meredith Grey.
Sangramento oculto 
(primeira imagem) e 
hemorragia externa 
(segunda imagem): a 
sorte do sangramento 
oculto, é que ele ocorre 
em apenas 15% dos casos 
e em 85% dos casos é 
hemorragia externa;
•
Útero de Couvelaire - útero totalmente 
infiltrado, dá muita hipotonia. 
 Página 8 de OBSTETRÍCIA 
Obs.: a histerectomia só vai ser necessária em caso de hipotonia importante.
Caso clínico 1:
Ana Lúcia comparece a maternidade com queixa de sangramento genital iniciado há duas horas. 
Estava deitada, vendo televisão. IG 32 semanas. Sem pré-natal até o momento. Disse ter tido 
problemas para aceitar a gravidez, mas está preocupada com esse sangramento. Relata que acha 
que agora quer muito o bebê. G1P0A0.
-
Ao exame: Corada, hidratada, anictérica, acianótica, PA 120/80 mmHg, UF 30 cm; BCF 144 
bpm. DU neg. Sangramento vaginal vermelho, em quantidade moderada.
-
Quais as suas hipóteses diagnósticas? Placenta prévia, por ser um sangramento imotivado, o BCF 
está bom;
-
Obs.: importante de comentar é que como a PP, é uma placenta baixa, é muito comum ter 
apresentações anômalas, apresentações pélvicas ou córmicas, isso impede a virada do bebê.
- Qual o melhor exame para avaliar suas hipóteses? Us, o exame especular também pode ajudar 
porque se o colo estiver dilatado pode se ver a borda placentária. O toque é proscrito, ao fazer 
o toque gera um sangramento maior, se precisar tocar tem que estar em área de centro 
cirúrgico para poder interromper a gravidez o mais rápido o possível. Pacientes com PP não 
devem ter relação sexual porque o trauma também pode determinar um sangramento maior.
Obs.: NÃO SE FAZ TOQUE NO CASO DE PP!! O toque na placenta prévia é PROSCRITO, se 
precisar de avaliar tem que passar o espéculo.
Ana Carolina, médica, recém formada, chega na sala de atendimento e ao ver a paciente 
sangrando, faz um toque obstétrico. Identifica colo com 1 cm e o sangramento de 
moderado passa a ser intenso. Em 10 min a paciente encontra-se com intenso volume de 
sangramento, tônus abdominal normal, BCF +. PA 90/40 mmHg, FC 120 bpm. Paciente 
sudoréica. O que aconteceu? Conduta para o caso. O sofrimento fetal ocorre quando a 
paciente sofre de choque hipovolêmico, nesse caso é necessário fazer reposição volêmica e 
interromper a gravidez por causa do sangramento intenso. 
•
Continuação do caso:-
• A paciente do caso anterior foi encaminhada imediatamente ao centro cirúrgico. Submetida 
a cesariana de urgência, com extração de feto vivo, único, sexo masculino, assistido pelo 
pediatra e encaminhado à UTI neonatal. A extração placentária foi difícil, com área 
aderente à mucosa uterina. O que pode ter acontecido? Acretismo placentário. Qual a 
melhor conduta? Depende da idade da paciente, da paridade, da quantidade de 
sangramento, da quantidade de placenta que está realmente aderida (se for uma pequena 
área, retira-se toda a placenta que conseguir, e faz curetagem; se for uma grande área, 
um acretismo na placenta inteira a conduta é histerectomia após o parto).
- Continuação do caso:
Deixou essas próximas questões como dever. 
Questão 3: Explique o que é útero de Couvelaire?
 Página 9 de OBSTETRÍCIA 
Questão 3: Explique o que é útero de Couvelaire?
Questão 4:
Marta, 34 anos, com ciclos menstruais regulares e amenorreia de 12 semanas, inicia o pré-natal 
em que são solicitados exames laboratoriais de rotina e US transvaginal. Antes de fazer os 
exames, apresenta vômitos incoercíveis e sangramento transvaginal de moderada intensidade, 
com sangue vermelho vivo, de odor desagradável, acompanhado por material de aspecto 
esponjoso, vesiculoso e claro. Ao ser examinada, pelo médico plantonista na maternidade, a 
paciente encontra-se hipocorada (2+/4+), hidratada, anictérica, acianótica, eupneica, afebril, PA 
= 160 x 90 mmHg e edema bimaleolar. O exame pélvico revelou fundo de útero = 24 cm e 
cervix amolecida. Dada a descrição do quadro clínico, a hipótese diagnóstica e o tratamento 
mais adequados são:
-
(A) Abortamento espontâneo de 1o trimestre com sinais de toxemia gravídica e indicação de 
esvaziamento uterino por curetagem.
(B) Prenhez ectópica sem sinais de toxemia gravídica e com indicação de videolaparoscopia e 
salpingectomia.
(C) Placenta prévia com sinais de toxemia gravídica e com indicação de esvaziamento do útero, 
independente da idade gestacional.
(D) Doença trofoblástica gestacional, com indicação de dilatação e esvaziamento por vácuo-
aspiração e seguimento pós-molar com dosagem de hCG.
(E) Coriocarcinoma, com indicação de quimioterapia simples, por se tratar de doença não 
metastática.
Questão 5:
Primigesta de 16 anos e na 36ª semana de gestação procura a maternidade com queixa de dor 
abdominal, de início agudo e sangramento transvaginal de pequena intensidade, há, 
aproximadamente, 3 horas. Ao exame físico, apresenta-se hipocorada (3+/4+), hidratada, 
pressão arterial de 90 x 40 mmHg, fundo uterino de 34 cm com tônus aumentado, frequência 
cardíaca fetal de 90 bpm. O diagnóstico mais provável e a conduta a ser adotada são:
-
(A) Rotura uterina e parto cesárea com posterior histerorrafia.
(B) Rotura de vasa prévia e interrupção da gestação pela via de parto mais adequada.
(C) Descolamento prematuro de placenta eparto cesárea.
(D) Placenta prévia e tratamento expectante com 72 horas de observação hospitalar.
(E) Placenta prévia total e interrupção da gestação por parto cesárea.
 Página 10 de OBSTETRÍCIA

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