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Helmintos - Helmintologia Veterinária

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Introdução 
Helmintos, do grego “helmins” que significa 
vermes, portanto também são chamados de 
vermes, são metazoários (animais pluricelulares) 
de vida livre, ou parasitas de plantas e animais – 
incluindo o homem. 
Os helmintos são um grupo parafilético, ou seja, 
apesar de serem reunidos sobre uma classificação 
taxonômica em comum, eles não descendem do 
mesmo ancestral. Os dois grandes grupos de 
helmintos são os dos vermes de corpo cilíndrico 
(Nematelmintos) e os vermes de corpos achatados 
(Platelmintos). Helmintos podem ser de 
tamanhos microscópicos ou alcançar grandes 
comprimentos, como as Taenia saginata, que 
podem atingir até 25 metros. 
Helmintos são seres considerados endoparasitas. 
Animais parasitas não conseguem sobreviver sem 
o hospedeiro, os helmintos, por exemplo, 
apresentam sistema digestório e respiratórios 
reduzidos e pouco funcionais, o que significa que 
eles não conseguem digerir o próprio alimento, é 
preciso obter os nutrientes já semi digeridos por 
alguém para que o seu metabolismo se mantenha 
ativo. Se foram separados dos hospedeiros, os 
helmintos morrem. Além disso, possuem alta 
capacidade reprodutiva, proliferando-se 
rapidamente no organismo do hospedeiro. 
 
 
Interesse veterinário 
O crescente número de animais de companhia, 
principalmente nos grandes centros, tem 
estreitado o contato entre esses e o homem, 
aumentando a exposição humana a agentes de 
zoonoses. As helmintoses constituem um grave 
problema na clínica de cães e gatos pela sua alta 
prevalência e por serem, algumas delas, 
consideradas zoonoses. Os principais helmintos 
de interesse médico veterinário podem ser 
divididos em dois Filos – o Filo Nemathelmintes, 
que compreende os nematódeos, e o Filo 
Platyhelminthes, formado pelos cestódeos e 
trematódeos. Os helmintos podem, na sua fase 
adulta, estar localizados em diferentes órgãos de 
acordo com a sua biologia ou podem migrar por 
diversos órgãos durante seu ciclo evolutivo. Sua 
distribuição, apesar de cosmopolita (urbana), 
concentra-se mais em ambientes pobres, com 
menor higiene. Estes ambientes constituem os 
maiores riscos das infecções humanas por esses 
agentes. Para além disso, animais de produção 
também são frequentes alvos destes vermes. O 
risco na baixa de produção e consequentemente 
de perdas econômicas decorrente das chances de 
óbito e/ou prejuízo funcional (baixa no peso, na 
reprodução, no rendimento, etc.), além dos gastos 
com medicações, preocupam os produtores, que 
buscam por medidas preventivas. Por fim, segue 
abaixo exemplos de helmintos de interesse 
veterinário: 
 Nematoides (Vermes redondos) 
Ex: Haemonchus (anemia hemorrágica em ovinos 
e caprinos). 
 
Ex: Trichuris (problemas intestinais em cães e 
outros canídeos silvestres). 
 
 Platelmintos (Vermes chatos) 
Cestóides: "fita" 
Ex: Taenia (infecção intestinal em diversas 
espécies). 
 
Ex: Moniezia (infecção instestinal em 
ruminantes). 
 
Ex: Echinococcus (infecção intestinal em cães). 
 
Trematóides: "folha" 
Ex: Fasciola (infecção hepática e nos canais 
biliares de ruminantes, suínos e equinos). 
 
Ex: Schistosoma (infecção urinária e intestinal em 
ruminantes). 
 
Nematelmintos 
 Vermes de corpo cilíndrico ou filiforme; simetria 
bilateral; dupla camada de membranas; sistema 
digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, 
esôfago, faringe, intestino e ânus ou abertura 
anal); apresentam dimorfismo sexual (embora 
existam fêmeas partenogenéticas); geralmente os 
machos são menores do que as fêmeas. 
 
 
 
Neles não há presença de sistema circulatório ou 
sistema vascular. O sistema excretor é simples, e 
a excreção é feita através do aparelho excretor 
desprovida de células flama. O sistema nervoso 
varia em complexidade dependendo da espécie, 
normalmente sendo composto por um cérebro 
formado por gânglios nervosos interligados por 
A: Extremidade anterior do verme adulto; B: Nematóide adulto em placa de petri; C: Habronemose 
gástrica em equino. 
 
Mnm m 
fibras nervosas com uma única camada de células 
que se distribui, provocando flexões 
dorsoventrais. 
 
Os nematelmintos possuem uma ampla cavidade 
cheia de líquido entre o tubo digestivo e a parede 
corporal. Serve como “esqueleto hidrostático”, 
que mantém a forma do animal e proporciona 
alguma sustentação. O líquido que ocupa a 
cavidade corporal permite a distribuição de várias 
substâncias, como nutrientes, resíduos e gases. 
Os nematelmintos apresentam um fenômeno 
chamado de hipobiose ou desenvolvimento larval 
inibido. Pode-se definir este fenômeno como a 
interrupção temporária no desenvolvimento de 
um nematóide num exato momento do seu 
desenvolvimento parasitário. A hipobiose tem 
grande importância epidemiológica para os 
nematóides gastrintestinais, pois assegura a 
sobrevivência dos mesmos em períodos de 
adversidade e a subsequente maturação das larvas 
inibidas aumenta a contaminação do meio 
ambiente (como o aumento na contaminação das 
pastagens), resultando em doença clínica nas 
espécies hospedeiras. 
 
 
Platelmintos 
Filo composto por vermes com as seguintes 
característica: corpo achatados dorso-
ventralmente; hermafroditas; simetria bilateral; 
não possuem esqueleto; tubo digestivo 
incompleto, de modo que a digestão é feita de 
forma intra e extracelular; não possuem cavidade 
corpórea, mas sim parênquima. São divididos em: 
Classe Trematoda e Classe Cestoda. 
 
Em primeiro lugar, os vermes platelmintos são 
divididos em: turbelários, trematódeos e 
cestódeos. Contudo, essa divisão é baseada em seu 
modo de vida, livre ou parasita. 
-Turbelários: são vermes de vida livre, como a 
planaria (dugesia tigrina), 
-Trematódeos: são ectoparasitas. Isto é, vivem 
externamente ao hospedeiro. 
-Cestódeos: são os vermes endoparasitas, 
vivendo internamente ao hospedeiro. 
O termo platelminto significa verme achatado, 
sendo essa uma referência ao corpo delgado 
desses animais, que se apresentam achatados 
dorsoventralmente. Seu corpo é formado por três 
folhetos germinativos (ectoderme, mesoderme e 
endoderme), portanto, são considerados 
triblásticos. São animais acelomados (não 
possuem celoma) e apresentam simetria bilateral. 
 
Os platelmintos são animais que possuem um 
corpo relativamente simples, com muitos sistemas 
ausentes e outros muito pouco especializados. As 
trocas gasosas desses animais, por exemplo, 
ocorrem por difusão pela superfície do corpo. No 
que diz respeito à excreção, observa-se um 
sistema simples constituído por protonefrídios, os 
A imagem acima representa: larva em hipobiose na lâmina própria do intestino. 
 
quais são uma rede de túbulos com estruturas 
ciliadas conhecidas por células-flama. 
Alguns platelmintos apresentam sistema 
digestório, que é ausente em outras espécies. O 
sistema digestório dos platelmintos é incompleto, 
sendo a boca a única abertura para o trato 
digestivo. Não apresentam sistema circulatório, 
tampouco sistema esquelético. O sistema nervoso 
é geralmente constituído por um par de gânglios 
anteriores que estão associados a cordões 
longitudinais. 
 
No que diz respeito à reprodução, é possível 
observá-la de forma assexuada e também sexuada. 
Muitas espécies são hermafroditas, mas também 
há espécies de sexos separados. Algumas espécies 
apresentam desenvolvimento direto, sem uma 
fase larval, outras, no entanto, apresentam 
desenvolvimento indireto, incluindo-se um ou 
mais estados de larva. 
-Reprodução sexuada: 
 
 -Reprodução assexuada: 
 
 Classe Cestoda 
 
Os vermes da classe Cestoda são conhecidos como 
vermes cestóides. São endoparasitos desprovidos 
de epiderme, cavidade geral e sistema digestório, 
apresentando o corpo segmentado. Os vermes 
mais estudados da classe Cestoda pertencem ao 
gênero Taenia, possuindo duas espécies: A Taenia 
saginata, verme que infecta bovinoscausando a 
teníase, e também a Taenia solium, que infecta 
suínos, podendo causar teníase e cisticercose. A 
tênia é um parasita conhecido popularmente como 
solitária, devido ao fato deste parasita ser 
competitivo pelo seu habitat, ser monóico (não 
possuindo sexos separados), e por possuir 
estruturas para autofecundação. 
 
 
 Classe Trematoda 
Já os vermes da classe Trematoda são conhecidos 
como trematódeos, e diferentemente dos vermes 
cestóides, não apresentam segmentação no corpo 
e apresentam sistema digestório incompleto 
(ausência de ânus). Um dos representantes da 
classe trematoda é o verme Schistosoma mansoni, 
causador da Esquistossomose, doença 
popularmente conhecida como barriga d’água. A 
esquistossomose pode ser contraída 
principalmente em lagos contaminados, e o verme 
necessita de um hospedeiro intermediário 
(caramujos, caracóis ou lesmas) para atingir seu 
hospedeiro definitivo, o homem. 
 
Helmintos no TGI de ruminantes e equinos 
- Em ruminantes: 
 
- Em equinos: 
 
Forma de transmissão 
A transmissão de verminoses ocorre 
principalmente devido à falta de saneamento 
básico, de cuidados higiênicos e na preparação de 
alimentos. O ciclo de vida dos vermes incluem 
três fases: ovo, larva e fase adulta. Na maioria das 
vezes, o animal é infectado na fase de ovo. Por se 
tratar de uma doença parasitária, o animal serve 
de hospedeiro para que o verme possa completar 
seu ciclo de vida. 
 
Entre as principais formas de transmissão 
estão: 
- Contato direto ou indireto com fezes de 
humanos ou animais já contaminadas; 
- Consumo de água ou alimentos contaminados 
com ovos dos vermes; 
- Contaminação através de pequenos machucados 
ou ferimentos na pele. 
 
 
Ações patogênicas dos helmintos 
 
A ação dos helmintos sobre os hospedadores se 
manifesta de quatro modos: ação traumática, ação 
mecânica, ação espoliadora e ação tóxica. Estes 
diversos modos de agir podem manifestar-se 
separada ou simultaneamente. E sem dúvida a 
ação traumática a de maior importância e a mais 
frequente, ao contrário da ação espoliadora que é 
nula ou quase nula na maioria das espécies. 
 
 Ação Traumática 
 
É aquela representada por uma solução 
descontinuidade, ou seja, por qualquer 
rompimento no tecido do hospedeiro. É 
provocada principalmente, por formas larvárias 
de helmintos, embora vermes adultos e 
protozoários também sejam capazes de fazê-lo. O 
traumatismo pode acontecer das seguintes 
formas: 
-Pelo contato do corpo do parasito com o corpo 
do hospedeiro; 
-Pelas peças bucais; 
-Pelas peças bucais puncitivas e sugadoras dos 
artrópodes; 
-Pelos movimentos dos parasitos chocando-se nas 
paredes do intestino do hospedeiro. 
 Ação Mecânica 
 
É aquela representada pela compressão ou 
obstrução de uma via do hospedeiro e pode ser 
compressiva ou obstrutiva. 
-Ação mecânica compressiva: ocorre quando o 
parasita aumenta o seu diâmetro e comprime um 
órgão do hospedeiro. Ex:cisticercose; 
-Ação mecânica obstrutiva: que se dá quando o 
parasita ocupa um espaço, obstruindo a luz de 
uma via do hospedeiro. Ex :Wuchereria bancrofti 
(elefantíase). 
 Ação Espoliativa 
 
Também chamada de “espoliadora”, é aquela em 
que o parasita retira do hospedeiro líquidos e 
substâncias nutritivas. Dividi-se em: 
-Ação Espoliativa Direta: aquela em que o 
parasita retirado hospedeiro nutrientes já absorvi 
dos (sangue, células, líquidos intersticiais); 
-Ação Espoliativa Indireta: aquela em que o 
parasita retira substâncias nutritivas antes de o 
hospedeiro absorver (conteúdos intestinais, 
alimentos, etc.). 
 Ação Tóxica 
 
Ocorre por intermediário de substâncias que têm 
ação tóxica de natureza alérgica. Pode ser 
componentes do corpo do parasito, por secreções 
ou por excrementos do parasito. A ação tóxica 
pode ser local ou geral. 
 
 
 
 
 
Sintomatologia 
 É necessário entender, que cada tipo específico 
de verme, vai manifestar seus prováveis sinais, 
além de depender diretamente de qual hospedeiro 
se trata, de como e onde ocorreu a infecção e qual 
a resposta do animal parasitado, de acordo com o 
estado de seu sistema imunológico. Entretanto, 
alguns sintomas são mais frequentes, podendo 
existir na maioria das infecções por helmintos. 
Obs: alguns autores, por vezes, também citam a ação antigênica, 
no qual, o parasito estimula o sistema imunológico do hospedeiro, 
fazendo com que es te produza anticorpos, pois todo parasita é um 
corpo estranho e, por consequência, é considerado um antígeno e 
tem a capacidade de estimular o sistema imunológico do 
hospedeiro a desencadear uma resposta imune. 
 
Dessa maneira, além do histórico, alguns sinais 
mais comum, podem indicar que o animal está 
com parasitas no organismo. Entre eles: 
• Diminuição do apetite; 
• Sangue nas fezes; 
• Presença de vermes nas fezes; 
• Mudança na textura das fezes; 
• Perda anormal de peso; 
• Pelagem fraca e opaca; 
• Fraqueza; 
• Abdômen distendido; 
• Vômito; 
• Hábito de esfregar o bumbum no chão (nos 
cães). 
 
Como visto, alguns sintomas são comuns a 
diversas outras doenças. Já outros, como a 
presença de vermes nas fezes, são bastante 
específicos. 
Nesse sentido, é importante destacar que quando 
o animal elimina vermes pelas fezes, é porque a 
infestação está em estágio avançado e é de suma 
importância, intervir com um tratamento. 
Perda econômica 
Os helmintos gastrointestinais constituem-se em 
agentes etiológicos de significativa importância 
para a diminuição da produtividade na pecuária 
bovina. Entre os fatores que interferem no 
desenvolvimento da bovinocultura, as 
helmintoses gastrintestinais e pulmonares 
ocupam grande destaque por ocasionar perdas 
econômicas relacionadas à baixa produtividade do 
rebanho, retardamento do desenvolvimento dos 
animais, aumento na taxa de mortalidade de 
bovinos jovens e gastos excessivos com manejo e 
medicamentos. 
 
O efeito deste parasitismo na produção animal 
pode ser reduzido mediante alterações no manejo 
das pastagens e dos animais com a aplicação de 
anti-helmínticos. Para que tais procedimentos 
possam ser realizados, é necessário conhecer a 
biologia dos parasitos da região a ser estudada. 
Uma etapa da fase do ciclo destes parasitas ocorre 
no meio ambiente e vários fatores estão 
diretamente envolvidos no desenvolvimento e na 
sobrevivência das larvas nas pastagens e na 
manutenção das infecções nos animais, como: 
fatores climáticos, genéticos e características das 
pastagens. Portanto, é de suma importância 
investir em medidas de prevenção para evitar tais 
danos causados por essas infecções parasitarias. 
 
 
 
Zoonoses 
A ocorrência de parasitoses por helmintos no 
homem é muito comum; estima-se que cerca de 
20% da população humana esteja parasitada por 
algum helminto. No Brasil, a frequência de 
infecção por enteroparasitas varia de acordo com 
a região estudada e conforme a população. 
Na literatura, existem diversos trabalhos de 
estudos epidemiológicos na população do 
município em diversos estados brasileiros. Nesta 
aula, estudaremos as principais que afetam a 
saúde humana, entre as quais podemos citar: 
• Esquistossomose; 
• Ascaridíase; 
• Teníase/Cisticercose; 
• Ancilostomíase; 
• Enterobíase. 
 Esquistossomose 
 
A esquistossomose é uma doença transmissível, 
parasitária, causada por vermes trematódeos do 
gênero Schistosoma. O parasita necessita, além do 
homem, da participação de caramujos de água 
doce para completar o seu ciclo vital. Esses 
caramujos são do gênero Biomphalaria. O contato 
dos seres humanos com águas infectadas é a 
maneira pela qual é adquirida a doença. 
 
 Teníase 
 
A teníase é uma doença causada pela tênia, 
representada por parasitas intestinais. Em razão 
desse modo de vida, esses indivíduos não possuem 
sistema digestivo, uma vez que absorvem 
nutrientes digeridospelo hospedeiro. No ciclo da 
teníase, o animal humano é o hospedeiro 
definitivo e os e bovinos são considerados 
hospedeiros intermediários. No hospedeiro 
definitivo, o animal adulto permanece fixado às 
paredes intestinais e se autofecunda. Cada 
proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, 
deposita ovos no ambiente. Estes podem 
contaminar a água e alimentos, gerando grande 
possibilidade de serem ingeridos por um dos 
hospedeiros. Ao se alimentar de carne crua ou 
mal passada de um animal contaminado, o homem 
completa o ciclo da doença. 
 
 Ascaridíase 
 
A ascaridíase é o resultado da infestação do 
helminto Ascaris lumbricoides (lombriga) no 
organismo, mais frequentemente encontrado no 
intestino. Aproximadamente 25% da população 
mundial está infestada por esses parasitas. 
Surpreendentemente, um único hospedeiro pode 
apresentar até 600 desses indivíduos. A 
contaminação ocorre pela ingestão de seus ovos, 
geralmente encontrados no solo, água, alimentos 
e mãos que tiveram um contato anterior com 
fezes humanas contaminadas. 
 
 Ancilostomíase 
 
A ancilostomíase, doença causada pelos 
Ancilostomídeos. Essas verminoses, também 
conhecidas como "amarelão", têm grande 
prevalência em regiões quentes e úmidas de solo 
arenoso. O único hospedeiro para esses parasitas 
é a espécie humana. As formas de transmissão 
dessa verminose acontecem por penetração ativa 
das larvas filarioides infestantes na pele ou 
mucosas, principalmente nas regiões dos pés, 
pernas, nádegas e mãos, como também pela 
ingestão das larvas junto com os alimentos. 
 
 Enterobíase 
 
Enterobíase ou Oxiurose é o nome da infecção 
por oxiúros, vermes que parasitam o intestino dos 
mamíferos, principalmente primatas, incluindo o 
homem. E a única parasitose que ainda hoje é 
comum nos países desenvolvidos. Seus ovos 
necessitam de apenas seis horas para se tornar 
infectantes. Ao serem ingeridos, os ovos sofrem a 
ação do suco gástrico e duodenal, libertando as 
que se dirigem ao ceco, onde se fixam e evoluem 
até o estágio adulto; nesse local, macho e fêmea 
acasalam. De noite, a fêmea sai do reto, passando 
pelo esfíncter e deposita os ovos na mucosa anal e 
pele perianal, do lado externo do corpo, voltando 
depois para o interior. Esse processo é 
extremamente irritante porque, a mucosa anal e a 
pele são muito sensíveis e, então, os movimentos 
da fêmea são percebidos pelo hospedeiro como 
prurido. Nessa região, as fêmeas põem os ovos, 
que são muito leves e podem ficar em roupas, no 
solo, ou serem eliminados nas fezes. 
 
 Tricuríase 
 
Uma doença infecciosa parasitológica, provocada 
pelo Trichuris. Na grande maioria dos casos, o 
parasitismo é silencioso. Mas os pacientes que, em 
vista de suas condições fisicas ou das condições 
gerais de vida, contraem elevado número de 
vermes passam a sofrer de perturbações 
intestinais, cuja gravidade chega até a provocar a 
morte. O Trichuris tem como hábitat o intestino 
grosso humano. Os ovos larvados, L1, 
permanecem infectantes no solo por um ano. 
Esses ovos larvados podem ser disseminados por 
moscas, poeira etc, e a infecção dos humanos se dá 
por ingestão desses ovos larvados (L1) junto com 
alimentos, mãos sujas etc. A grande maioria dos 
portadores é assintomática, e não se sabe qual a 
quantidade parasitária que pode causar efeitos ou 
manifestações clínicas. 
 
Diagnóstico 
Não existe um único exame capaz de identificar 
qualquer tipo de verminose e que aponte como 
curar o animal com verme. Daí a importância de 
apresentar ao veterinário um histórico completo 
do animal, para ajudá-lo a chegar mais rápido a 
um diagnóstico. Para os parasitas intestinais, o 
diagnóstico ele pode ser feito por meio de exame 
coproparasitológico de fezes. Como não é sempre 
que o organismo libera cistos ou vermes pelas 
fezes, o exame deve ser feito de forma seriada, 
coletando-se três amostras em um intervalo de 3 
a 5 dias, evitando um falso negativo. 
Já para outros tipos de verminose podem ser 
solicitados exames sorológicos, que identificam, 
por exemplo, a dirofilariose (verme do coração). 
Diagnosticado o problema, o tratamento varia de 
acordo com o tipo de verminose. 
 
Tratamento 
De acordo com o diagnóstico comprovado de 
existência desses parasitas, pode ser indicado para 
o tratamento apenas administração de um 
antiparasitário, chamados vermífugos, dos quais 
alguns agem contra diversos tipos de vermes, em 
dose e frequência recomendadas pelo veterinário. 
 
Em casos de animais de produção, de um modo 
geral, os tratamentos efetuados são ineficientes. 
Os criadores, além de desconhecerem as melhores 
épocas para vermifugar os animais, utilizam, às 
vezes, produtos de baixa eficiência. Aliado a estes 
problemas existe ainda os altos custos dos anti-
helmínticos disponíveis no mercado. Por essa 
questão, fica evidente a importância de um médico 
veterinário para recomendações eficaz do 
tratamento em rebanhos. 
 
Terapêutica 
De modo geral, nos dias atuais, a maioria dos 
vermífugos disponíveis para animais é bastante 
segura, de amplo espectro, e alguns agem contra 
vermes, pulgas, carrapatos, sarnas e piolhos. 
O uso preventivo de vermi ́fugos não só protege 
os animais como reduz a contaminaça ̃o ambiental 
e os riscos de infecções para os humanos. 
 
- Bases terapêuticas utilizadas no tratamento 
e controle das infecções helmínticas: 
 
Cães e Gatos: 
 
Pró- Benzimidazóis: 
Ação: interfere no metabolismo enérgico do 
parasita levando à paralisia, inanição e possui 
efeito ovicida. 
 
• Febantel: 25 mg/kg PO – Dose única 
Benzimidazóis: 
Ação: exerce bloqueio da polimerização da 
tubulina, inibição do transporte de glicose e 
inibição da fumarato-redutase. Leva à parasilia e 
morte por inanição do parasita. Possui efeito 
ovicida. 
 
• Fenbendazol:50 mg/kg PO – Dose única para 
nematódeos. Em gatos dar acima de duas semanas 
de idade 
• Mebendazol: 22 mg/kg PO – SID durante três 
dias 
 
Avermectinas: 
Ação: interferência na coordenação 
neuromuscular do parasita levando à 
potencialização do GABA. Produz paralisia 
flácida do parasita. 
 
• Ivermectina: 0,2 – 0,4 mg/kg PO/SC – Dose 
única 
• Selamectina: 6 mg/kg TÓPICO – Dose única 
Aplicar em animais acima de seis semanas de 
idade. 
 
Milbemicinas: 
Ação: interferência na coordenação 
neuromuscular do parasita levando à 
potencialização do GABA. Produz paralisia 
flácida do parasita. 
 
• Milbemicina Oxima: 
Cães: 0,5 mg/kg PO – Dose única 
Gatos: 2 mg/kg PO – Dose única 
Em animais acima de quatro semanas de idade. 
 
• Moxidectin: 0,2 mg/kg SC – Dose única 
 
Substitutos fenólicos: 
Ação: interferem no metabolismo energético 
como desacopladores da fosforilação oxidativa. 
Leva à morte por inanição. (apenas em cães). 
 
• Nitroscanato: 50 mg/kg – Dose única 
 
Pirimidinas: 
Ação: interferem na coordenação neuromuscular 
do parasita como agonista energético. Provoca no 
parasita paralisia espástica. 
 
• Pamoato de Pirantel: 5 mg/kg PO – Dose única 
Em animais acima de duas semanas de idade. 
 
Piperazina: 
Ação: interferência na coordenação 
neuromuscular do parasita levando à 
potencialização do GABA. Produz paralisia 
flácida do parasita. 
 
• Piperazina: 60 mg/kg PO – Dose única. Em 
animais acima de seis semanas de idade 
 
Pirazinoisoquinolonas: 
Ação: agem sobre o potencial de membrana cãs 
células musculares do parasita, promovendo a 
entrada do íon Ca++ para dentro da célula, o que 
resulta na vacuolização e desintegração do seu 
tegumento. 
 
• Praziquantel: 5 mg/kg PO – Dose única. 
 
 
 
Animais de produção: 
 
Existem diferentes grupos de antiparasitários, 
sendo as Lactonas Macrocíclicas os mais 
utilizados. Eles apresentam um período de ação 
mais prolongado do que outras moléculas como o 
Albendazol e o Levamisol, que sãooutros dois 
vermífugos amplamente utilizados nas fazendas. 
As Lactonas são divididas em dois grupos, o 
grupo das Avermectinas e o grupo das 
Milbemicinas. 
 
Dentro das Avermectinas, temos: 
• Ivermectina; 
• Doramectina; 
• Abamectina; 
• Eprinomectina. 
 
 Dentro das Milbemicinas temos: 
• Moxidectina. 
 
Todos os vermífugos são indicados para o 
controle de parasitas gastrointestinais que 
acarretam em prejuízos econômicos impedindo 
que o animal expresse todo seu potencial de 
produção, seja de leite ou de carne. Grande parte 
da energia de um animal com parasitas é 
destinada para que o sistema imune combata os 
vermes, reposição de sangue perdido, cicatrização 
de mucosa, dentre outros. 
 
Prevenção 
Para evitar a contaminação desses parasitas nos 
animais, é necessário medidas preventivas. Seguir 
corretamente os protocolos de vermifugação, 
respeitando os intervalos e recomendações de 
médicos veterinários é suma importância para um 
boa eficácia no combate a estes parasitas. 
 
-Medidas de prevenção e controle das infecções 
helmínticas. 
 
• Tratamento dos animais infectados. O 
tratamento em geral é repetido num intervalo de 
21 a 30 dias conforme o ciclo biológico de cada 
parasita e o grau de infecção de cada animal. 
 
• Medidas de higiene físico que minimizem as 
possibilidades de transmissão. 
 
• Isolamento de áreas e ambientes contaminados. 
 
• Higiene dos canis, baias e solo para evitar 
manutenção de ovos e larvas em ciclo de 
transmissão direta e prevenir infecção de 
hospedeiros intermediários e paratênicos. 
 
• Controle populacional de hospedeiros 
intermediários e paratênicos. 
 
• Controle de animais vadios – posse responsável 
e controle populacional. 
 
• Manutenção dos animais domiciliados, com 
alimentação baseada em rações comerciais. 
 
• Evitar a predação de hospedeiros intermediários 
ou paratênicos infectados. 
 
• Recolhimento imediato das fezes no ambiente 
doméstico e nas ruas. Recomenda-se às pessoas 
que utilizem sacos plásticos descartáveis ao 
passearem com seus animais nas ruas para 
colheita imediata das fezes. 
 
• Privilegiar a ação da luz solar sobre as 
excreções (fezes e urina) dos cães e gatos- 
adestramento ou área de defecação e micção 
padronizadas dentro do canil ou da casa. 
 
 Para animais de produção: 
 
• Em propriedades em que se adota a estação de 
monta, vermifugar as cabras duas a três semanas 
antes da estação de monta; 
 
• Vermifugar as cabras um mês antes de 10 a 15 
dias após a parição, visto que as cabras lactantes 
promovem uma maior disseminação de ovos de 
helmintos nas pastagens; 
 
• Vermifugar o rebanho em mês após sua saída 
para o pasto; 
 
• Vermifugar o rebanho ao desmame (3-4 meses 
de idade); 
 
• Recomenda-se para caprinos, anti-helmínticos 
de aplicação oral cujo princípio ativo seja a base 
de Fenbendazole, Parbendazole, Tetramisole, 
Thiabendazole, Oxfendazole, Levamisole, 
Ivermectin, Albendazole e Netobimin. 
 
• Deve-se observar rigorosamente as instruções 
especialmente quanto à dosificação. 
 
-Além da vermifugação recomenda-se as 
seguintes medidas profiláticas: 
 
• Limpeza e desinfecção das instalações (formol 
comercial a 5%, soda cáustica a 2% e fenol a 5%); 
 
• Manter as fezes acumuladas em locais distantes 
dos animais e, se possível, usar esterqueiras; 
 
• Evitar superlotação nas pastagens; 
Fazer rotação da pastagem; 
 
• Separar os animais por faixa etária; 
 
• Vermifugar o rebanho ao trocar de área; 
• Animais adquiridos em outros locais só devem 
ser incorporados ao rebanho da fazenda após 
serem vermifugados; 
 
• Após a vermifugação, os animais devem 
permanecer nas instalações até no mínimo oito 
horas para que a primeira carga de ovos, que não 
será alcançada pelo anti-helmíntico, seja 
eliminada nas instalações. 
 
Resistência aos Anti-helmínticos 
Diante das técnicas preventivas supracitadas, 
torna-se fundamental atentar-se às medidas 
recomendadas, de modo que, se mal administrado, 
pode gerar nos helmintos, resistência aos meios 
preventivos, assim como aos vermífugos. Assim, o 
desenvolvimento de resistência aos anti-
helmínticos por esses vermes, é um dos fatores 
que tem limitado o sucesso dos programas de 
controle de verminose nos animais. 
Para retardar o aparecimento de resistência anti-
helmíntica, recomendam-se as seguintes medidas: 
 
• Evitar sub dose (calibrar corretamente a pistola 
dosificadora); 
 
• Proceder a rotação anual de anti-helmínticos, 
tendo cuidado para mudar o princípio ativo e não 
somente o nome comercial; 
 
• Evitar vermifugações desnecessárias; 
 
• Usar manejo integrado pasto x animal (em 
animais de produção); 
 
• Verificar a eficácia dos produtos utilizados, 
através do exame de fezes (OPG) no dia da 
vermifugação e sete dias após. 
 
Desse modo, evitando o surgimento de resistência 
helmíntica, estaremos contribuindo com a eficácia 
na prevenção destes endoparasitas nos animais, 
possibilitando-os, uma melhor qualidade de vida.

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