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Samara Pires- MED25 Bioquímica Médica II Integração metabólica 1. Metabolismo de diferentes tecidos e órgãos ● Sinais hormonais e nervosos integram e coordenam a atividade metabólica de diferentes tecidos e otimizam a alocação de combustíveis e de precursores para cada órgão; ● Cada tecido apresenta funções - Pâncreas: secreção de insulina e de glucagon; - Fígado: sintetiza corpos cet,ônicos, processa substâncias, sintetiza proteínas, armazena, produz e distribui gordura e carboidrato (por meio de vasos sanguíneos e linfáticos); - Intestino delgado: digestão, absorção e excreção de nutrientes; - Músculo esquelético: armazena glicogênio; - Tecido adiposo: armazena triacilgliceróis; ● Fígado - Processa e controla as flutuações na disponibilidade de nutrientes para os tecidos; - Após uma refeição, recebe sangue contendo nutrientes absorvidos; - Em níveis elevados de insulina, capta carboidratos, lipídios e aminoácidos, os quais são metabolizados, armazenados e desviados para outros tecidos; - Em níveis elevados de glucagon, sintetiza glicose, degrada lipídios e aminoácidos e produz energia para outros tecidos; - Fora do período pós-prandial, a principal fonte de energia para o fígado é por meio dos ácidos graxos; - O metabolismo de aminoácidos ocorre no fígado e, por isso, as proteínas também são produzidas lá, como a albumina. A cadeia hidrocarbonada dos aminoácidos pode ser utilizada para a produção de glicose e de ácidos graxos. Além dessa cadeia, produz compostos nitrogenados, como hormônios, porfirinas e nucleotídeos, e ureia a partir do amino; - O fígado faz 𝛃-oxidação e síntese dos ácidos graxos, síntese dos hormônios esteroides, colesterol, transforma colesterol em sais biliares e em vitamina D3. Obs.: o fígado, embora os produza, não pode utilizar corpos cetônicos como substrato energético, pois não possui a enzima tioforase. ● Tecido adiposo - Depósito de triacilgliceróis: possui capacidade de armazenar e de distribuir esse combustível para os tecidos. ● Músculo esquelético Samara Pires- MED25 - O metabolismo no músculo esquelético depende da demanda de ATP em outros tecidos e da contração muscular; - O glicogênio armazenado no tecido muscular é utilizado apenas para o suprimento de sua necessidade energética (ATP). Ele capta a glicose sanguínea também, mas não durante a contração; - Em repouso, o músculo responde por 30% do consumo de oxigênio corporal, enquanto, no exercício vigoroso, consome 90%; - No início da contração muscular: uso da fosfocreatina; durante: glicose; depois de cerca de 30 minutos: triacilgliceróis. 2. Estado alimentado ● Uma pequena quantidade de alimento é oxidada para satisfazer as necessidades energéticas imediatas do corpo, enquanto o excesso é transportado para os depósitos para ser armazenado; ● Estado pós-prandial: corresponde ao início da absorção dos nutrientes até que ela esteja completa (dura em média de 2 a 4 horas); ● A insulina e o glucagon determinam se um substrato energético é oxidado ou armazenado. Samara Pires- MED25 ● Carboidratos da dieta - São digeridos a monossacarídeos, que são absorvidos. na forma de glicose (principalmente). A parcela não absorvida é armazenada como glicogênio no fígado e no músculo; - O glicogênio é rapidamente exaurido → de 200 a 300 g totais, restam apenas 80 g após o jejum noturno. ● Proteínas da dieta - Aminoácidos são convertidos em proteínas ou em compostos nitrogenados (neurotransmissores e grupo heme), em glicose ou são oxidados para produzir energia com produção de ureia. ● Triacilgliceróis - Principais lipídios da dieta são digeridos a ácidos graxos e a 2-monoacilgliceróis, que são transformados em triacilgliceróis nas células epiteliais intestinais, empacotados nos quilomícrons e secretados através da linfa para o sangue; - Os ácidos graxos dos quilomícrons são armazenados como triacilgliceróis nos adipócitos e oxidados para produzir energia no miocárdio. ● Níveis hormonais - Após uma refeição rica em carboidratos, o pâncreas é estimulado a liberar insulina (hormônio anabólico), enquanto a liberação de glucagon é inibida; - A insulina é secretada em resposta a uma refeição rica em carboidratos e indica que a glicose da dieta está disponível e que pode ser armazenada no fígado, no músculo e no tecido adiposo como triacilgliceróis. Alguns tecidos dependem da insulina para transportar glicose, já o fígado precisa dela para a manutenção da glicose no tecido hepático pela fosforilação da enzima glicoquinase, a qual depende de insulina para ser produzida. - O glucagon é um hormônio catabólico que atua na contrarregulação da insulina. Ele sinaliza para o fígado a necessidade de sintetizar glicose. ● Aminoácidos - O músculo esquelético tem preferência de captação de aminoácidos ramificados, como valina, isoleucina e leucina; - O cérebro capta preferencialmente aminoácidos aromáticos, como treonina, fenilalanina e triptofano, os quais são usados para sintetizar neurotransmissores. Já a valina é captada como fonte energética durante o jejum, sendo a glicose a fonte primordial de energia do cérebro e os corpos cetônicos, a fonte secundária. ● Eritrócitos - Glicólise é a única fonte de energia, pois não possuem mitocôndrias. Sem glicose não sobrevivem, pois são carreadores de oxigênio dos pulmões para os tecidos. A ausência de glicose provoca falta de energia para a maior parte Samara Pires- MED25 dos tecidos, já que a produção de ATP acontece, em grande parte das vezes, em aerobiose, então as outras partes dependem da oxigenação promovida pelas células vermelhas. ● Tecido adiposo - A insulina estimula o transporte de glicose para as células adiposas e musculares → os adipócitos oxidam glicose para produzir energia e glicerol para a síntese de triacilgliceróis, o qual é armazenado sem limite. 3. Jejum ● É o intervalo entre as refeições: o jejum fisiológico ocorre no período de 2 a 4 horas após a refeição, quando os níveis de glicose sanguínea retornam aos valores basais (60 a 99 mg/dL); ● Pode ocorrer devido ao desejo de perder peso, à incapacidade de obter alimento ou à impossibilidade de comer (por causa de traumas, cirurgias, neoplasias, queimaduras); ● Aproximadamente 1 hora após a refeição, a glicemia cai, os níveis de insulina cai e os de glucagon aumentam; ● O jejum prolongado resulta na redução das reservas de triacilgliceróis do tecido adiposo, o que desencadeia a produção e a liberação de adiponectina para a corrente sanguínea; ● A adiponectina (tipo de adipocina) atua no encéfalo estimulando a ingestão de alimento, inibindo a atividade física e a termogênese no tecido adiposomarrom (não produz ATP), fazendo com que a pessoa sinta frio. Dessa forma, ela sinaliza o esgotamento das reservas de gordura, por isso estimula a alimentação; ● Em torno de 6 a 8 horas de jejum, a gliconeogênese começa a se intensificar para suprir os tecidos que dependem totalmente da glicose; ● No jejum, ocorre a liberação de todos os substratos energéticos das reservas: acontece a glicogenólise hepática, a lipólise dos adipócitos (lembrar que os ácidos graxos são os principais substratos energéticos durante o jejum noturno, que vai de 8 a 12 horas); - A glicose continua a ser oxidada pelos tecidos dependentes dela, como o cérebro e eritrócitos, enquanto os ácidos graxos são utilizados pelo músculo e pelo fígado. - O fígado também produz corpos cetônicos para o suprimento energético dos tecidos, embora ele mesmo não os utilize. ● Conforme o jejum progride, o fígado produz glicose pela glicogenólise e pela gliconeogênese. No caso desse último processo, é preciso degradar aminoácidos para utilizá-los como um dos substratos além do lactato. Samara Pires- MED25 - O aumento da degradação dos aminoácidos gera a produção de ureia e o aumento da degradação de ácidos graxos gera a produção de corpos cetônicos. ● Estado de inanição/estarvação (jejum acima de 3 dias): o músculo continua a queimar ácidos graxos e diminui a utilização de corpos cetônicos. O cérebro começa a oxidá-los para gastar menos glicose, diminuindo a gliconeogênese e a degradação de proteínas. ● Tecido adiposo (segunda fonte de substrato energético): fornece substrato para a síntese de glicose (por meio do glicerol) e para a produção de corpos cetônicos no fígado. - Os músculos, os rins e o fígado podem utilizar o triacilglicerol do tecido adiposo como fonte energética. ● Fígado - Função: manutenção da glicemia pela glicogenólise e para gliconeogênese + produção de corpos cetônicos; - Sintetiza um grande número de proteínas, como albumina e transferrina, as quais diminuem durante a desnutrição (são indicativos da falta de nutrientes). A transferrina sérica é reduzida na falta de ferro. - O fígado produz ureia a partir do metabolismo dos aminoácidos. ● Músculo esquelético: utiliza ácidos graxos, corpos cetônicos e glicose como fonte de energia. Obs.: os ácidos graxos provêm do próprio tecido ou da corrente sanguínea. Estes são oxidados e degradados para produzir acetil-CoA, que entra no ciclo do ácido cítrico e resulta na produção de ATP pela fosforilação oxidativa. - Em atividade leve ou repouso, o músculo utiliza ácidos graxos, corpos cetônicos e glicose sanguínea. ● Células vermelhas só utilizam glicose como fonte energia. ● O cérebro inicialmente utiliza a glicose como fonte de energia, mas, depois, se adapta aos corpos cetônicos. 4. Jejum prolongado/inanição/estarvação ● Os processos metabólicos do jejum fisiológico são intensificados; ● As proteínas são degradadas no jejum, mas isso deve ser feito em um nível que não comprometa as funções dos tecidos. Para tanto, é preciso diminuir o turnover proteico muscular das proteínas estruturais; ● O músculo diminui a utilização de corpos cetônicos e usa ácidos graxos como substrato energético; ● O fígado converte ácidos graxos em corpos cetônicos, aumentando a concentração no sangue; Samara Pires- MED25 ● O cérebro começa a captar os corpos cetônicos para produzir energia, diminuindo o uso de glicose, a fim de poupá-las para as células vermelhas; ● As reservas de glicogênio se esgotam em cerca de 30 horas de jejum → a gliconeogênese é o único processo pelo qual o fígado pode produzir glicose; ● Diminui a degradação de aminoácidos e a produção de ureia, pois os tecidos reduzem o uso de glicose e passam a utilizar os corpos cetônicos como fonte de energia. Assim, as proteínas estruturais são poupadas e a função fisiológica não é prejudicada; ● Tecido adiposo - A quantidade de tecido adiposo determina por quanto tempo o organismo pode sobreviver com reserva energética; Samara Pires- MED25 - Com a degradação dos ácidos graxos e a produção de corpos cetônicos, ocorre redução da proteólise, o que é importante para a defesa do corpo no caso de infecções; - Com a privação de vitaminas e de minerais, a composição de eletrólitos do sangue ou das células torna-se incompatível com a vida e faltam cofatores enzimáticos, podendo levar à morte; - Abaixo de 40 mg/dL nos níveis de glicose, o indivíduo tem letargia e dano no tecido nervoso. Por isso, a hipoglicemia é muito mais grave a curto prazo do que a hiperglicemia, já que a primeira gera dano cerebral. 5. Resposta metabólica ao estresse ● Agentes estressores: exercício, ansiedade, medo, jejum, dor, hemorragias, infecção, hipoglicemia, cirurgias e queimaduras. ● Glicocorticoides - Liberados em resposta ao estresse crônico: disponibilizam substratos energéticos quando a adrenalina é liberada, para que o organismo possa lutar ou fugir; - Em concentração elevada, os glicocorticoides, como o cortisol, inibem a captação de glicose por muitos tecidos, promovem a lipólise no tecido adiposo, a proteólise de proteínas não essenciais na pele, nos músculos e nas células linfoides e, no fígado, ocorre lipólise para produzir energia, proteólise para a produção de glicose pela gliconeogênese e glicogenólise para liberar glicose (ação semelhante à do glucagon). 6. Combustível para o exercício ● Fosfocreatina : utilizada no início da atividade física; ● Lactato: produto da glicólise nas células vermelhas do sangue e no músculo em atividade física; Samara Pires- MED25 ● Aminoácidos das proteínas musculares : degradação das proteínas musculares para formar aminoácidos, os quais são levados ao fígado para a gliconeogênese; ● Durante o exercício, gasta-se 100 vezes mais energia do que em repouso; ● Fontes de energia em ordem: fosfocreatina > glicose > ácidos graxos > proteínas musculares. Além de tudo isso, há o gasto de oxigênio; ● Glicólise é importante como fonte de ATP em três condições: - Período inicial de exercício (antes do aumento do fluxo sanguíneo e do começo da oferta de substratos e de oxigênio); - Exercício realizado por músculos contendo predominantemente fibras musculares glicolíticas de contração rápida (músculo branco), pois elas têm baixa capacidade oxidativa e passam a gerar ATP pela glicólise; - Na atividade extenuante, o tecido passa a ter demanda aumentada de ATP quando a necessidade dele excede a capacidade de fosforilação oxidativa, levando o músculo a metabolizar glicose em baixas tensões de oxigênio (não é anaerobiose), então ocorre glicólise.Obs.: com a via de baixas tensões de oxigênio, grande quantidade de lactato é produzida. Esse composto ácido não é liberado no sangue, mas sim a alanina (produzida a partir de piruvato), a qual é utilizada para a síntese de glicose. ● Exercício anaeróbico: corrida de velocidade e levantamento de peso → vasos sanguíneos ficam comprimidos, então o glicogênio e a fosfocreatina estocados são as principais fontes de energia. O glicogênio é degradado a lactato por fermentação; - Músculos extremamente ativos usam o glicogênio como fonte de energia, gerando lactato via glicólise. Durante a recuperação, parte do lactato é transportado para o fígado e convertido em glicose pela gliconeogênese. A glicose é liberada no sangue e retorna ao músculo para repor seus estoques de glicogênio. Esse é o ciclo de Cori: glicose → lactato → glicose. Samara Pires- MED25 ● Exercício aeróbico: corrida de longa distância → a fonte energética provém da glicogenólise, do aumento da oxidação dos aminoácidos de cadeia ramificada e da lipólise. 7. Metabolismo na gravidez ● O feto é considerado um tecido da mãe, por isso requer nutrientes e fonte de energia, como glicose, aminoácidos, ácidos graxos e corpos cetônicos maternos; ● O LDL materno é precursor dos esteroides placentários, os quais regulam o metabolismo (lembrar que a placenta é o meio de ligação entre o feto e a mãe); ● O ciclo jejum-alimentação fica alterado na mãe, pois ela pode ter hipoglicemia mesmo no período pós-prandial, já que aumenta o consumo de glicose e de aminoácidos pelo feto. Além disso, há a produção do lactogênio placentário (aumenta a lipólise). O estradiol e a progesterona podem provocar resistência à insulina (diabetes gestacional). 8. Metabolismo na lactação ● Síntese de glicose e de galactose para a formação da lactose do leite, transporte de triacilgliceróis pelos quilomícrons e pelo VLDL e síntese de proteínas; ● As mamas secretam hormônio semelhante ao da paratireoide para tirar cálcio e fósforo do intestino e dos ossos, a fim de constituir o leite materno. 9. Metabolismo no envelhecimento ● A longevidade é inversamente proporcional à taxa metabólica → quanto mais velho é organismo, menor é a taxa metabólica (Teoria da Velocidade de Vida, de Pearl); ● O aumento nas mutações no DNA inibe a velocidade das reações da DNA polimerase, reduzindo a síntese de proteínas; ● Declínio da produção de hormônios e de neurotransmissores que controlam o sistema reprodutor e o metabolismo normal (absorção de nutrientes, metabolismo ósseo e mineral, produção de radicais livres, pressão sanguínea, função cardiovascular, etc) e progressão das doenças degenerativas. Regulação do metabolismo energético 1. Introdução Samara Pires- MED25 ● As alterações enzimáticas são controladas pela disponibilidade de substratos, pela ativação e inibição alostérica de enzimas, pela modificação covalente das enzimas e pela repressão-indução da síntese de enzimas (nível genético); ● No envelhecimento metabólico, há uma diminuição na sensibilidade de respostas do organismo diante de estímulos. 2. Regulação do metabolismo ● Sinalização neuronal: impulsos nervosos liberam neurotransmissores, os quais são difundidos por meio dos neurônios à célula-alvo (neurônio, miócito ou célula secretora); ● Sistema endócrino : sinais externos à célula → hormônios são secretados por glândulas, são transportados pela corrente sanguínea e chegam à célula-alvo; - Os hormônios podem: (1) ativar um segundo mensageiro, como o cAMP e o cGMP como regulador alostérico no interior da célula, (2) ativar um receptor de tirosina-cinase, (3) promover uma alteração no potencial de membrana, resultando na abertura ou no fechamento de um canal iônico controlado por hormônio e (4) um esteroide ou uma molécula tipo esteroide causa alteração no nível de expressão genética → transcrição do DNA em mRNA por meio de um receptor nuclear. - Geralmente, os hormônios de ação lenta são os que alteram a expressão gênica, alterando a síntese de proteínas para mais ou para menos. - Os hormônios endócrinos (ex.: insulina e glucagon) são liberados no sangue e difundem-se para todo o corpo, já os parácrinos (ex.: hormônios eicosanoides) são liberados no espaço extracelular e difundem-se para as células-alvo vizinhas. Os hormônios autócrinos afetam a mesma célula que o libera. ● Sinalização neuroendócrina : sinalizadores possuem a função de neurotransmissor e de hormônio e interagem com receptores específicos em suas células-alvo, provocando respostas metabólicas. Ex.: adrenalina e noradrenalina. Obs.: os receptores metabotrópicos geram a ativação ou a inibição de uma enzima a jusante do receptor, enquanto os ionotrópicos geram abertura ou fechamento de um canal iônico na membrana, o que muda o seu potencial ou a concentração de um íon, como o cálcio. 3. Tipos de hormônios da regulação metabólica ● Peptídicos : insulina, glucagon, adipocinas (produzidas no tecido adiposo), somatostatina e calcitonina da paratireoide → todos eles atuam por meio de receptores na membrana, embora a insulina possa atuar no núcleo. Samara Pires- MED25 ● Catecolaminas: epinefrinas e norepinefrinas → são sintetizadas a partir da tirosina: tirosina → L-dopa → dopamina → noradrenalina → adrenalina; ● Eicosanoides : prostaglandinas (provêm do ácido araquidônico) → são consideradas like-hormônios, pois são produzidos, utilizados e degradados na própria célula ou em células próximas. Além delas, os tromboxanos, os leucotrienos e as lipoxinas; ● Hormônios cujos receptores são nucleares: esteroides, vitamina D, retinoides e hormônios tireoidianos → atuam no núcleo e desencadeiam a síntese proteica - Testosterona e vitamina D: vêm do colesterol; - Retinoides: vêm da vitamina A; - Tireoidianos: precisam de tirosina para a síntese. ● Hormônios esteroides : corticosteroides (glicocorticoides e mineralocorticoides) e hormônios sexuais são sintetizados a partir do colesterol → cortisol (glicocorticoide), aldosterona (mineralocorticoide) e hormônios sexuais (testosterona e estradiol). ● Insulina - Principal hormônio anabólico: junto com o glucagon (catabólico), regula o metabolismo energético; - Favorece o armazenamento de nutrientes (como glicogênio no fígado e no músculo), a síntese de proteínas e impede a mobilização dos substratos energéticos; - Síntese da insulina: células 𝛃 das ilhotas de Langerhans no pâncreas. Inicialmente na forma de pró-insulina, é convertida em insulina ativa. Após a ativaçãodo hormônio, o que sobra pela clivagem é o peptídeo C, liberado por exocitose no sangue (usado no controle da quantidade de insulina em diabéticos que administram insulina exógena, pois o peptídeo só aparece quando a insulina é endógena); - A meia-vida da insulina é pequena (6 minutos). ● Glucagon - Principal hormônio contrarregulatório ou contrainsular: mobiliza as reservas de substratos energéticos e disponibiliza glicose para os tecidos dependentes de glicose entre as refeições; - Promove a glicogenólise, a gliconeogênese e a cetogênese pelo estímulo do AMPc; - Ação ambígua → o glucagon não é só catabólico, pois estimula um processo anabólico: a gliconeogênese; - O maior órgão alvo do glucagon é o fígado → lembrar que o músculo NÃO tem receptores para esse hormônio; Samara Pires- MED25 - A adrenalina, noradrenalina, o cortisol, a somatostatina e o hormônio do crescimento e da tireoide também têm atividade contrainsular; - O glucagon é produzido nas células 𝛂 das ilhotas de Langerhans e nas células L o intestino → inicialmente na forma de pró-glucagon (vários peptídeos ligados entre si, que dão origem a uma série de moléculas proteicas); - A meia-vida do glucagon é curta (3 a 6 minutos). Obs.: a insulina atua na fosforilação/desfosforilação das enzimas, bem como na sua síntese, enquanto o glucagon possui a mesma função, com exceção da síntese de enzimas. ● Somatostatina - Produzida pelas células 𝜹 das ilhotas de Langerhans; - Inibe a liberação da insulina e reduz a absorção de nutrientes no intestino → ação contrária à da insulina; - Altas concentrações de glicose, arginina e leucina aumentam a secreção de somatostatina. ● Hormônio do crescimento - Estimula o crescimento (contrainsular, por favorece os processos degradativos, catabólicos); - O aumento da glicemia suprime a liberação e a hipoglicemia aumenta; - A arginina estimula a liberação de GH e os ácidos graxos inibem; - O jejum prolongado aumenta a secreção de GH, assim como acontece com o glucagon. ● Catecolaminas (bioaminas) - Adaptação do corpo a uma variedade de estresses agudos e crônicos; - A adrenalina é secretada em maior quantidade em relação à noradrenalina. Ambas têm funções semelhantes às do glucagon, pois influenciam o metabolismo energético no fígado, células adiposas, musculares, células 𝛂 e 𝛃 do pâncreas; - Mobilização de substratos energéticos de seus locais de armazenamento para a oxidação das células, a fim de suprir a demanda energética decorrente do estresse agudo e crônico; - A dopamina é um neurotransmissor e tem pouco efeito sobre o metabolismo energético; - A adrenalina suprime a secreção de insulina (contrainsular); - A noradrenalina aumenta o débito cardíaco e a pressão arterial, facilitando o transporte de substratos energéticos. ● Corticoides - Cortisol (hidrocortisona): é o principal corticoide liberado em situações estressantes; Samara Pires- MED25 - Produzido no córtex da glândula suprarrenal; - Atua sobre o metabolismo energético no fígado, no músculo e no tecido adiposo, inibe a captação de glicose por certos tecidos e aumenta a taxa de gliconeogênese; - O cortisol contrabalança os efeitos da insulina. ● Hormônios da tireoide - Tetraiodotironina (tiroxina, T4) e tri-iodotironina (T3); - Somente a fração livre possui atividade biológica; - Os hormônios tireóideos agem por meio de receptores nucleares e estimulam o metabolismo energético, sobretudo no fígado e no músculo, aumentando a expressão de genes que codificam enzimas catabólicas chave - Atuam na produção do calor (gordura marrom), promovem a glicólise, a síntese de colesterol e de sais biliares no fígado; - T3 : gera lipólise nos adipócitos e, no músculo, aumenta a captação de glicose e a síntese proteica; - A ação é contrainsular. No caso de hipertireoidismo, os processos degradativos (catabólicos) são exacerbados, gerando calor, taquicardia, etc. O hipotireoidismo pode gerar depressão devido ao metabolismo mais lento. ● Incretinas (hormônios do trato gastrintestinal) - Favorecem os processos de absorção dos nutrientes da dieta → aumentam a secreção de insulina e diminuem a secreção de glucagon no pâncreas; - São uma classe de substâncias produzidas pelo pâncreas e pelos intestinos após uma refeição e que regulam o metabolismo da glicose. São eles: insulina, glucagon, amilina, GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide). - Gastrina, polipeptídeo pancreático (PP), peptídeo YY (PYY) e secretina: atuam na síntese e na secreção de insulina ou de hormônios contrarregulatórios, como o glucagon; - Gastrina (produzida no estômago): induz a secreção de HCl, favorecendo o processo digestivo principalmente de proteínas; - Motilina (produzida no intestino delgado) estimula a secreção de enzimas gástricas e pancreáticas; - Polipeptídeo pancreático: reduz o esvaziamento gástrico e diminui a motilidade do intestino, a fim de aumentar a absorção; - Peptídeo YY (produzido no pâncreas): diminui a motilidade intestinal e sinaliza saciedade → diminui o apetite e a ingestão de alimentos; - Secretina (produzida no intestino delgado): regula a secreção de enzimas pancreáticas e a liberação de gastrina e de HCl. Samara Pires- MED25
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