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Constitucionalismo e Liberalismo Econômico

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Constitucionalismo e Liberalismo Econômico 
 
- Introdução 
 
 Esse artigo tem o intuito de apresentar a evolução e as principais características 
do movimento Constitucionalista, que pregava o fim do poder absoluto nas mãos dos 
governantes e defendia a liberdade de expressão e econômica de toda a população. 
 
- Conceito de Constitucionalismo 
 
 O Constitucionalismo é um movimento político-jurídico-social que deu início a ideia 
básica de Constituição. O movimento tem como base três ideias básicas: a garantia 
dos direitos, o limite do poder arbitrário e a separação dos poderes estatais. O 
professor Kildare Gonçalves de Carvalho indica que o Constitucionalismo ‘’consiste 
na divisão do poder, para que se evite o arbítrio e a prepotência, e representa o 
governo das leis e não dos homens, da racionalidade do Direito e não do mero poder.’’ 
O Constitucionalismo é um movimento social graças ao apoio da burguesia, que 
ansiava pelo fim do absolutismo, uma forma de governo que não garantia os direitos 
individuais de liberdade econômica da população. 
 O termo Constitucionalismo não está necessariamente associado ao documento 
da constituição. Como foi apresentado anteriormente, o Constitucionalismo é um 
movimento que propõe uma ideia, consequentemente, a constituição pode ser ou não 
usada da maneira que o Constitucionalismo prega a ideia de norma e justiça. 
 
- Evolução histórica do Constitucionalismo 
- Idade Antiga (4.000 a.C até o século V, ano de 476 d.C, em que houve a queda 
do império romano do ocidente) 
- 
 O Estado Hebreu foi a primeira experiência de limite de poder político. Sendo um 
estado teocrático, sua organização tinha como fontes: os costumes, as leis não escritas 
e a religião. Os chefes das famílias definiam as leis que deveriam ser seguidas e os 
profetas limitavam o poder de todas as autoridades de acordo com a chamada ‘’Lei do 
Senhor’’ que se baseava no Direito Religioso. 
 As cidades-estado gregas foram a primeira aparição de uma Democracia 
Constitucional. Tinha como objetivo principal a pacificação política e social usando uma 
democracia direta e com cargos públicos acessíveis a toda a população por meio de 
sorteio e por tempo limitado. Em Atenas, se praticaram ideias que se conservam até 
hoje, como a separação entre a religião e o poder secular e a divisão das funções estatais 
por órgãos. A limitação do poder ocorria por meio da participação da sociedade nas 
decisões em relação ao governo e ao andamento dos interesses comuns do bem estar 
do meio. 
 Na República Romana, o direito da Liberdade era um objetivo do estatal e não 
como um direito individual. As normas eram emitidas pelos imperadores romanos que 
garantiam os direitos individuais da população. Juliano Taveira Bernardes informa que: 
‘’havia controles intra - órgãos, com a estrutura colegiada das magistraturas superiores, 
a estipulação de mandato anual para cargos e a proibição da reeleição imediata.’’ Esse 
Constitucionalismo termina com o fim do período republicano e o início do período 
imperial romano. 
 
- Idade Média (476 a 1453, fim do império romano do oriente, queda de 
Constantinopla) 
 
 No Sentido de limitação do poder, na Idade Média, após alguns acontecimentos de 
regimes absolutistas, surgiram-se garantias de direitos individuais como uma forma de 
obter justiça independente. 
 Utilizava-se bastante o direito natural sendo impedida pelos juízes e qualquer forma 
arbitrária desses direitos como defesa. Podemos destacar os seguintes Direitos 
individuais: Os pactos e os forais. 
 Os pactos permitiam um acordo entre os governantes e governados, já os forais 
buscavam uma participação maior dos governados na administração local. O pacto que 
obteve mais relevância foi a Magna Charta Libertatum, de 15 de junho de 1215, vigente 
em 1225 e outorgada pelo Rei João Sem Terra. A magna carta faz ressurgir o 
Constitucionalismo, reconhecendo direitos limitadores do poder estatal dentre eles o 
Habeas Corpus, limitação do direito de se tributar, direito de petição, princípio do livre 
acesso à justiça, liberdade de religião, aplicação proporcional de penas, direito de 
propriedade, a instituição do júri e etc. 
 Nesse período, a continuidade do constitucionalismo Inglês ao qual consagra-se o 
Rule of Law (Governo das Leis), com o surgimento da Petition Of Rights, de 1628, do 
Habeas Corpus Act de 1679, da Bill Of Rights de 1689 e do Act Of Settlement de 1701, 
desta forma há uma transição entre o poder dos Monarcas para o textos constitucionais 
aos quais estabelecem uma gama de direitos individuais. 
 O enfraquecimento do poder Monarca se dá pela instauração de um governo misto, 
composto pelos seguintes elementos: O monarca, a Câmara dos Lordes e a Câmara dos 
Comuns. Dentre eles a câmara dos Comuns por representar o povo obteve uma maior 
aceitação e acabou inspirando a teoria do Barão de Montesquieu. O constitucionalismo 
Inglês inicia um período de limitação de poder, dando mais acesso para os governados 
e obtendo uma nova forma de implantar o Estado de Direito. 
A Petition Of Rights foi uma petição que buscava o reconhecimento do direitos dos 
súditos. O Habeas Corpus Act apresentou uma garantia de liberdade individual, evitando 
prisões injustas de forma arbitrária. A Bill Of Rights foi um documento que possibilitou a 
Revolução Inglesa juntando declarações de direitos e confirmando sua supremacia no 
parlamento. A partir daí surge a Monarquia Constitucional, com a abdicação do Rei 
Absolutista Jaime II e a nomeação de Guilherme III e Maria II, governando de acordo 
com os limites dessa declaração. 
 Um dos principais influenciadores do Constitucionalismo Moderno foi John Locke 
(1632- 1704), Filósofo Inglês que tinha como uma de suas ideias o Liberalismo e um dos 
principais teóricos do contrato social. 
 Utilizava-se a Act Of Settlement ( Ato de estabelecimento ) tendo como objetivo 
reafirmar a necessidade dos governantes tiranos a leis vigentes da época, garantindo a 
independência de órgãos jurisdicionais e prever a responsabilização de agentes 
políticos. 
 
- Idade Contemporânea (1789 até os dias atuais) 
 
 O constitucionalismo na idade contemporânea (pós-moderna), também conhecido 
como constitucionalismo clássico, moderno ou liberal, o seu desenvolvimento foi dado 
no final do século XVIII e uma das suas principais características foi o surgimento de 
constituições escritas, rígidas e modernas dotadas de uma supremacia constitucional, 
damos destaque às constituições dos Estados Unidos da América (14 de setembro de 
1787) e a constituição francesa ( 3 de setembro de 1791), as quais se consagram 
diplomas que traziam em suas ideias um pensamento de liberdade, ausência do Estado 
e direitos individuais, tem como principal influência vinda do iluminismo e com isso 
acabam por influenciar as cartas constitucionais ocidentais como a brasileira por 
exemplo de 1891 e 1934. 
 
 José Joaquim Gomes Canotilho define a constituição moderna com as seguintes 
características: ordenamento jurídico-política plasmado em um documento escrito; 
declaração, nessa carta escrita, de um conjunto de direito fundamentais e do seu 
respectivo modo de garantia; organização do poder político segundo esquemas 
tendentes a torná-lo um poder limitado e melhorado. 
 Como André Ramos Tavares declara que a constituição moderna é uma tradução 
do contrato social de Rousseau, e que com isso deixava de ser condição de ficção de 
teoria política para tornar-se o diploma jurídico de maior relevância dentro dos 
ordenamentos estatais. Sendo assim este movimento constitucionalista também era 
caracterizado como: jurídico, político e cultural. E como as outras mantinham seu aspecto 
central de limitar o poder estatal (uma vez queeste poder passa a ser traçado nas 
Constituições, rompendo com o regime absolutista até então vigente, passando assim 
ao povo ser titular das decisões). 
 Esta limitação só foi possível com a separação dos poderes e a declaração de 
direitos, sendo assim, os principais pensadores e filósofos desta época foram: John 
Locke, Jean Jacques Rousseau e Charles de Secondat, o Barão de Montesquieu, o quais 
promoveram uma inspiração determinante para as revoluções norte americana (1776) e 
a francesa (1789) e contribuíram também para um desenvolvimento de um racionalismo 
que contrapunha a fé e aos dogmas religiosos da igreja na época. 
 O processo constitucional norte-americano foi concebido quando as treze colônias 
romperam com o governo inglês declarando sua independência através da Declaração 
dos Direitos do Bom Povo da Virgínia em 12 de junho de 1776, esta foi a primeira 
declaração dos direitos fundamentais em sentido moderno’ e da Constituição da Virgínia 
em 29 de junho do mesmo ano (1776). Após o ano de 1777 os Articles of Confederation 
and Perpetual Union foram ratificados, um documento que representava a união dos 
treze estados independentes, num Estado Federal, os Estados Unidos da América. 
Posteriormente estes artigos foram substituídos pela Constituição Norte-americana, 
aprovada pela Convenção da Filadélfia, em 17 de setembro de 1787. 
 Esta Constituição sofreu influências de Rousseau, Locke e Montesquieu, entre outros, 
e tinha como preocupação central a adoção de um governo democrático e a limitação de 
poderes. Marcelo Novelino cita como as principais características deste 
constitucionalismo as seguintes: a primeira constituição escrita e dotada de rigidez; ideia 
de supremacia da Constituição, distinção entre constituinte e poderes constituídos; 
instituição do controle judicial de constitucionalidade; forma federativa de Estado; 
sistema presidencialista; forma republicana de governo; regime politico democrático e 
entre outras. Dentre as características supra referidas a que mais se destacou foi a 
supremacia da Carta Constitucional sobre as demais normas do ordenamento jurídico, 
prevista no artigo VI n° 2 da Constituição norte americana. 
- Constitucionalismo francês 
 O Constitucionalismo francês,teve como grande influência os constitucionalismos 
inglês e norte-americano, foi inaugurado em 1971, elaborada pela assembleia 
nacional francesa,nela contém coisas fundamentais como a declaração dos direitos 
do homem e do cidadão, também é a primeira carta escrita da França e várias 
constituições foram surgindo a partir dela. 
A declaração francesa possui características bem específicas, como o 
intelectualismo, porque a afirmação de direitos imprescritíveis do homem e a 
restauração de um poder legítimo, baseado no consentimento popular, foi uma 
operação de ordem puramente intelectual que se desenrolaria no plano unicamente 
das idéias; é que, para homens de 1789 a declaração de direitos era antes de tudo 
um documento filosófico e jurídico que devia anunciar a chegada de uma sociedade 
ideal,tem também o mundialismo, no sentido de que os princípios enunciados no 
texto da declaração pretendem um valor geral que que ultrapassa os indivíduos dos 
país, para alcançar valor universal, individualismo, porque só as liberdades dos 
indivíduos, não menciona a liberdade de associação nem a liberdade de 
reunião;preocupa-se com defender o indivíduo do Estado. 
 
- Constitucionalismo Social 
 
 Para que se possa entender o constitucionalismo social, primeiro deve-se 
buscar a época e a realidade da europa: fim da primeira Grande Guerra, pessoas 
morrendo de frio por falta de moradia e fome por falta de recursos, crescimento das 
rebeliões de cunho social, tais como a Revolução Russa (1917) e Revolução 
Mexicana (1910). 
 O constitucionalismo utilizado no momento histórico é majoritariamente o 
liberal, priorizando o nobre o as classe dominantes, sendo apenas focada na 
liberdade, na diminuição do poder do governo sob seus governados e na ideia 
pregada do liberalismo econômico e defendida pela classe burguesa. 
Diante da situação apresentada, houve a necessidade de se manter para um 
constitucionalismo também com objetivo de garantir uma vida digna para sua 
sociedade, mesmo que seja para vir contrário ao ideal de mínima interferência do 
estado. 
 A Constituição mexicana (1917) e a Constituição Alemã de Weimar (1919) 
foram marcos importantíssimos para a quebra do paradigma do estado-liberal, 
utilizando-se do princípio do social-liberal, que nada mais é do que a conservação 
da ideia antiga da liberdade individual, mas com adição de ideias socialistas, 
deixando de privilegiar apenas classes acima dominantes (nobreza, burguesia) 
para abranger o poder à todos, mesmo que isso signifique a abolição de diversos 
princípios anteriormente adotados. 
 Pode-se dizer que o constitucionalismo social teve como fundamentos a 
influência de movimentos mundiais revolucionários socialistas, sendo necessário a 
mudança da atual conjuntura no que diz respeito ao compromisso necessário do 
Estado para com a sociedade como um todo. 
 
- A carta Brasileira de 1934 
 
 Seguindo essa onda de mudanças no constitucionalismo, surge também no Brasil 
essa atmosfera de necessidade de maior atenção do Estado à sua sociedade, sendo 
criada com essa proposta a carta ou constituição de 1934 
No dia 16 de julho de 1934, houve a promulgação através da constituinte, a terceira 
Constituição brasileira, sendo a primeira no Brasil a trazer o ideal de Estado Social, 
tendo como figura mais relevante o presidente Getúlio Vargas, sendo eleito 
indiretamente, mudança essa, feita no referido documento histórico . Essa mudança 
de constituição foi influenciada pelas diversas manifestações na República Brasileira, 
contra o governo provisório de Getúlio Vargas, principalmente a Revolução 
Constitucionalista de 1932, protagonizada pelo estado de São Paulo que tinha o intuito 
separatista. 
 Em contrapartida da constituição antecedente de 1891, essa lutava para a 
diminuição da desigualdade social, da exploração do trabalhador e das mazelas 
deixadas pelo constitucionalismo liberal. 
 Apesar de inovadora e com princípios sociais, a carta de 1934 durou pouquíssimo 
tempo, pois com a constituição de 1937 Outorgada pelo então presidente Getúlio 
Vargas e posteriormente ditador, morre a carta de 34. 
 
 
Bibliografia: Constitucionalismo – Evolução, características e tendências. ( Manfredo 
Schwaner Gontijo ) 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-origem-historica-do-constitucionalismo-
social-e-o-significado-da-carta-brasileira-de-1934,48265.html

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