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Aula 01 - Vida e Lesões Corporais

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Prévia do material em texto

Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
HOMICÍDIO (ART. 121 DO CÓDIGO PENAL) 
 
HOMICÍDIO SIMPLES 
	
O	 art.	 121,	 caput,	 do	Código	Penal	 tem	a	 seguinte	
redação:	
	
		Art.	121.	Matar	alguém:		
	Pena	-	reclusão,	de	seis	a	vinte	anos.	
	
DÚVIDA: Há alguma modalidade de homicídio 
simples que é classificado como crime hediondo? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
Nos	termos	do	art.	1º,	caput,	da	Lei	de	nº	8.072/90,	
o	homicídio	simples	quando	praticado	em	atividade	
típica	 de	 grupo	 de	 extermínio	 é	 considerado	
hediondo.	
	
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
	
Não	obstante	ser	uma	causa	de	diminuição	de	pena,	
o	 art.	 121,	 §1º,	 é	 denominado	 de	 homicídio	
privilegiado:	
	
§	1º	Se	o	agente	comete	o	crime	impelido	por	motivo	de	
relevante	 valor	 social	 ou	moral,	 ou	 sob	o	domínio	de	
violenta	emoção,	logo	em	seguida	a	injusta	provocação	
da	vítima,	o	juiz	pode	reduzir	a	pena	de	um	sexto	a	um	
terço.	
	
O	homicídio	privilegiado	exige	a	existência	de	uma	
circunstância	subjetiva	específica	(motivo):	
	
	
	
Por	exemplo,	o	médico	que	desliga	o	aparelho	que	
mantem	vivo	o	paciente	em	estágio	terminal	para	lhe	
encurtar	 o	 sofrimento	 pratica	 o	 crime	 de	 homicídio,	
pois	a	eutanásia	não	é	admitida	no	Brasil.	
	
Dessa	 forma,	o	agente	responderia	pelo	homicídio	
privilegiado	 em	 razão	 do	 relevante	 valor	 moral	
envolvido,	nos	termos	do	art.	121,	§1º,	do	Código	Penal.	
	
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
O	 homicídio	 qualificado	 está	 previsto	 no	 art.	 121,	
§2º,	do	CP:	
	
§	2°	Se	o	homicídio	é	cometido: 	
I	-	mediante	paga	ou	promessa	de	recompensa,	ou	por	
outro	motivo	torpe; 	
II	-	por	motivo	fútil; 	
III	 -	 com	 emprego	 de	 veneno,	 fogo,	 explosivo,	 asfixia,	
tortura	 ou	 outro	 meio	 insidioso	 ou	 cruel,	 ou	 de	 que	
possa	resultar	perigo	comum; 	
IV	-	à	traição,	de	emboscada,	ou	mediante	dissimulação	
ou	 outro	 recurso	 que	 dificulte	 ou	 torne	 impossível	 a	
defesa	do	ofendido; 	
V	 -	 para	 assegurar	 a	 execução,	 a	 ocultação,	 a	
impunidade	ou	vantagem	de	outro	crime:	
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos. 	
VI	 -	 contra	a	mulher	por	 razões	da	 condição	de	 sexo	
feminino:					 (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)	
VII	 –	 contra	 autoridade	 ou	 agente	 descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes	 do	
sistema	 prisional	 e	 da	 Força	 Nacional	 de	 Segurança	
Pública,	no	exercício	da	função	ou	em	decorrência	dela,	
ou	 contra	 seu	 cônjuge,	 companheiro	 ou	 parente	
consanguíneo	 até	 terceiro	 grau,	 em	 razão	 dessa	
condição:				 (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)	
VIII	- (VETADO):												 (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)	
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos.	
	
DÚVIDA: Todo homicídio qualificado é considerado 
hediondo? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
Apesar	 de	 expressões	 como	 “todo”,	 “sempre”,	
“nunca”	 e	 “nenhum”	 serem	 evitadas	 em	 concursos	
públicos,	 é	 possível	 afirmar	 que	 todo	 homicídio	
qualificado	 é	 classificado	 como	 crime	 hediondo,	 nos	
termos	do	art.	1º,	I,	da	Lei	nº	8.072/09.	
	
MOTIVO
Relevante valor moral 
ou social
Domínio de violenta 
emoção, logo após 
injusta provocação da 
vítima
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
DÚVIDA: A qualificadora do inciso I (paga ou 
promessa de recompensa) é aplicada ao mandante do 
crime? 
	
Não	há	posição	pacífica	nos	Tribunais	Superiores.	
	
Situação	hipotética:	“A”	paga	R$	50.000,00	para	“B”	
matar	“C”,	o	que	foi	feito.	
	
Nessa	situação,	“B”	(matador)	responderá	pelo	tipo	
penal	do	art.	121,	§2º,	I,	do	CP,	contudo,	em	relação	a	
“C”	(mandante)	não	há	posição	pacífica.	
	
DÚVIDA: A qualificadora do inciso II (motivo fútil) 
incide no homicídio decorrente da prática de “racha”? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
Segundo	o	STJ,	não	incide	a	qualificadora	de	motivo	
fútil	no	homicídio	decorrente	da	prática	do	“racha”,	já	
que	não	há,	em	regra,	nenhuma	relação	entre	agente	e	
vítima	do	acidente.	
	
Por	 exemplo,	 João	 praticando	 “racha”	 com	 Pedro,	
atinge	o	carro	de	Maria	e,	por	conta	do	acidente,	esta	
vem	a	falecer.	No	caso	concreto,	por	inexistir	qualquer	
relação	entre	João	e	Maria,	não	há	falar	em	motivo	fútil,	
pois	sequer	há	motivo.	
	
DÚVIDA: A qualificadora do inciso II (motivo fútil) é 
compatível com o dolo eventual? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
De	 acordo	 com	 a	 jurisprudência	 do	 STJ,	 o	 dolo	
eventual	não	exclui	a	possibilidade	do	motivo	fútil,	 já	
que	o	dolo	do	agente	não	se	confunde	com	o	motivo	que	
ensejou	a	conduta.	
	
Por	exemplo,	Maria,	mãe	de	Joana,	resolve	sair	para	
curtir	 o	 carnaval	 e	 deixa	 sua	 filha	 em	 casa	 sozinha.	
Quando	retorna,	percebe	que	sua	filha	morreu	afogada	
na	piscina.	No	 caso	 concreto,	 a	mãe	 responderá	pelo	
homicídio	por	dolo	eventual	 (assumiu	o	risco)	e	pela	
qualificadora	do	motivo	fútil,	 já	que	deixou	de	cuidar	
da	criança	para	curtir	uma	festa.	
 
1 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado, 3ª edição, 
São Paulo, pág. 31 
	
DÚVIDA: Uma briga que nasceu de uma discussão 
tola e que levou a morte da vítima é qualificada pelo 
motivo fútil? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	 briga	 entre	 o	 agente	 e	 a	 vítima	 pode	
descaracterizar	o	motivo	fútil,	mesmo	quando	aquela	
tenha	por	motivo	uma	discussão	tola	(Info	525	do	STJ).	
	
Por	exemplo,	 “depois	de	discutirem	 futebol,	A	e	B	
passaram	a	 proferir	 diversos	 palavrões,	 um	 contra	 o	
outro.	 Em	 seguida,	 A	 cospe	 na	 face	 de	 B,	 que,	 de	
imediato,	saca	um	revólver	e	contra	ele	atira,	matando-
o”1.	
	
DÚVIDA: A ausência de motivo pode configurar a 
qualificadora do inciso II (motivo fútil)? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	ausência	de	motivo	não	pode	ser	equiparada	ao	
motivo	 fútil,	 já	 que	 não	 há	 previsão	 legal	 e	 sua	
aplicação	por	analogia	ensejaria	a	violação	do	princípio	
da	legalidade.	
	
DÚVIDA: A qualificadora do inciso IV (traição, 
emboscada e dissimulação) é compatível com o dolo 
eventual? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
Conforme	explica	Márcio	Cavalcante2:		
	
“(...)	 para	 que	 incida	 a	 qualificadora	 da	 surpresa	 é	
indispensável	 que	 fique	 provado	 que	 o	 agente	 teve	 a	
vontade	 de	 surpreender	 a	 vítima,	 impedindo	 ou	
dificultando	que	ela	se	defendesse.	Ora,	no	caso	do	dolo	
eventual,	o	agente	não	tem	essa	intenção,	considerando	
que	 não	 quer	matar	 a	 vítima,	mas	 apenas	 assume	 o	
risco	de	produzir	o	resultado.”	
	
2 CAVALCANTE, MÁRCIO ANDRÉ LOPES. DOLO EVENTUAL NÃO É 
COMPATÍVEL COM QUALIFICADORA DE TRAIÇÃO, EMBOSCADA, 
DISSIMULAÇÃO. BUSCADOR DIZER O DIREITO, MANAUS. 
 
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
 DÚVIDA: Qual a diferença em femicídio e 
feminicídio? 
	
O	 femicídio	 é	 o	 homicídio	 praticado	 contra	 a	
mulher.	
	
Por	 outro	 lado,	 o	 feminicídio	 é	 o	 homicídio	
praticado	contra	a	mulher	em	razão	dessa	condição,	ou	
seja,	o	femicídio	é	gênero	cujo	feminicídio	é	espécie.	
	
O	art.	121,	§2º-A,	do	Código	Penal,	 tem	a	seguinte	
redação:	
	
§	2o-A	Considera-se	que	há	razões	de	condição	de	sexo	
feminino	quando	o	crime	envolve	
I	-	violência	doméstica	e	familiar;	
II	-	menosprezo	ou	discriminação	à	condição	de	mulher.	
	
Por	exemplo,	o	ex-marido	que	mata	sua	ex-mulher	
por	ciúmes	e	por	não	aceitar	o	fim	do	relacionamento.	
	
É	importante	ressaltar	que	o	sujeito	ativo	(agente)	
pode	ser	tanto	homem	quanto	mulher,	ou	seja,	o	crime	
é	próprio	em	relação	ao	sujeito	passivo	(vítima).	
	
	
	
	
DÚVIDA: O transexual feminino pode ser vítima de 
feminicídio? 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
Segundo	 doutrina	 e	 jurisprudência	 majoritária,	 é	
possível	aplicar	a	qualificadora	do	 feminicídio	para	o	
transexual	e	travesti.	
	
Contudo,	 em	 relação	 aos	 homossexuais	
(masculinos)	 não	 seria	 possível	 sua	 incidência,	 na	
medida	em	que	o	homossexual	não	deseja	ser	mulher,	
mas	 apenas	 tem	 sua	 orientação	 sexual	 voltada	 ao	
parceiro	de	mesmo	gênero.DÚVIDA: É possível a incidência concomitante da 
qualificadora do feminicídio e do motivo torpe? 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
Segundo	o	STJ,	são	compatíveis	as	qualificadoras	do	
motivo	torpe	e	do	feminicídio,	pois	esta	tem	natureza	
objetiva	 ao	 passo	 que	 aquela	 tem	natureza	 subjetiva	
(motivo).	
	
Em	 outras	 palavras,	 não	 caracteriza	 bis	 in	 idem	 o	
reconhecimento	das	qualificadoras	do	motivo	torpe	e	
do	feminicídio.	
	
OBS:	 Por	 enquanto,	 peço	 para	 que	 aceite	 a	
justificativa	dada	acima,	pois	o	 tema	será	comentado	
no	próximo	bloco.	
	
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA DO FEMINICÍDIO 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
As	causas	de	aumento	de	pena	do	feminicídio	têm	
alta	incidência	nas	provas	de	concurso	público	e	estão	
descritas	no	art.	121,	§7º,	do	Código	Penal:	
	
§	 7o	A	 pena	 do	 feminicídio	 é	 aumentada	de	 1/3	 (um	
terço)	até	a	metade	se	o	crime	for	praticado:	
I	-	durante	a	gestação	ou	nos	3	(três)	meses	posteriores	
ao	parto;	
II	-	contra	pessoa	menor	de	14	(catorze)	anos,	maior	de	
60	 (sessenta)	 anos,	 com	 deficiência	 ou	 portadora	 de	
doenças	 degenerativas	 que	 acarretem	 condição	
limitante	ou	de	vulnerabilidade	física	ou	mental;	
III	-	na	presença	física	ou	virtual	de	descendente	ou	de	
ascendente	da	vítima;	
IV	 -	 em	 descumprimento	 das	 medidas	 protetivas	 de	
urgência	previstas	nos	incisos	I,	II	e	III	do	caput	do	art.	
22	da	Lei	nº	11.340,	de	7	de	agosto	de	2006.	
	
Para	facilitar	a	assimilação:	
	
CONDIÇÃO DE 
SEXO FEMININO
Violência 
doméstica ou 
familiar
Menosprezo ou 
discriminação à 
condição de 
mulher
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
	
	
QUALIFICADORAS – OBJETIVAS E SUBJETIVAS 
	
As	 qualificadoras	 do	 homicídio	 podem	 ser	 de	
natureza	objetiva	ou	subjetiva.	
	
§	2°	Se	o	homicídio	é	cometido: 	
I	-	mediante	paga	ou	promessa	de	recompensa,	ou	por	
outro	motivo	torpe; 	
II	-	por	motivo	fútil; 	
III	 -	 com	 emprego	 de	 veneno,	 fogo,	 explosivo,	 asfixia,	
tortura	 ou	 outro	 meio	 insidioso	 ou	 cruel,	 ou	 de	 que	
possa	resultar	perigo	comum; 	
IV	-	à	traição,	de	emboscada,	ou	mediante	dissimulação	
ou	 outro	 recurso	 que	 dificulte	 ou	 torne	 impossível	 a	
defesa	do	ofendido; 	
V	 -	 para	 assegurar	 a	 execução,	 a	 ocultação,	 a	
impunidade	ou	vantagem	de	outro	crime:	
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos. 	
VI	 -	 contra	a	mulher	por	 razões	da	 condição	de	 sexo	
feminino:					 (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)	
VII	 –	 contra	 autoridade	 ou	 agente	 descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes	 do	
sistema	 prisional	 e	 da	 Força	 Nacional	 de	 Segurança	
Pública,	no	exercício	da	função	ou	em	decorrência	dela,	
ou	 contra	 seu	 cônjuge,	 companheiro	 ou	 parente	
consanguíneo	 até	 terceiro	 grau,	 em	 razão	 dessa	
condição:				 (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)	
VIII	- (VETADO):												 (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)	
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos.	
	
 
3 O INCISIVO VIII TINHA A SEGUINTE REDAÇÃO: “VIII – COM EMPREGO DE 
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO.” 
	
	
CURIOSIDADE: O projeto de Lei nº 13.964/2019 
(Pacote Anticrimes) previa a inclusão de mais uma 
hipótese de homicídio qualificado (inciso VIII), contudo, 
o dispositivo legal foi vetado pelo Presidente da 
República3. 
	
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
O	homicídio	privilegiado-qualificado	ocorre	quando	
há,	 concomitantemente,	 uma	 circunstância	
privilegiada	e	uma	circunstância	qualificadora.	
	
Para	tanto,	é	importante	destacar	que	as	hipóteses	
de	 privilégio	 (CP,	 art.	 121,	 §1º)	 são	 de	 caráter	
subjetivo,	razão	pela	qual	somente	é	possível	cumulá-
las	com	uma	qualificadora	objetiva.	
	
SITUAÇÃO	 HIPOTÉTICA:	 Um	 médico,	 com	 o	
objetivo	 de	 abreviar	 o	 sofrimento	 de	 seu	 paciente,	
enquanto	 este	 dormia,	 desliga	 os	 aparelhos	 que	 o	
mantinham	vivo.	
	
Nesse	caso,	há	o	privilégio	de	relevante	valor	moral	
(eutanásia)	 e	 a	 qualificadora	de	 “tornar	 impossível	 a	
defesa	do	ofendido”	(dormindo).	
	
	
CAUSAS DE 
AUMENTO DE 
PENA (1/3 A 1/2)
Gestação ou 03 
meses posteriores 
ao parto
Menor de 14 anos 
ou maior de 60 
anos
Presença (física ou 
virtual) de 
ascendente ou 
descendente
Descumprimento 
de medidas 
protetivas
NATUREZA 
OBJETIVA
Modo de 
execução 
Incisos: 
III, IV, VI*
NATUREZA 
SUBJETIVA
Motivo
Incisos: I, 
II, V, VII
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
	
	
DÚVIDA: O homicídio privilegiado-qualificado é 
considerado crime hediondo? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
Segundo	a	jurisprudência	dos	Tribunais	Superiores,	
o	 homicídio	 privilegiado-qualificado	 não	 é	 crime	
hediondo	por	ausência	de	previsão	na	Lei	nº	8.072/90	
(Lei	de	Crimes	Hediondos).	
	
HOMICÍDIO CULPOSO 
	
O	 Direito	 Penal	 brasileiro	 admite	 a	 modalidade	
culposa	 de	 homicídio,	 prevista	 no	 art.	 121,	 §3º,	 do	
Código	Penal:	
	
		§	3º	Se	o	homicídio	é	culposo:	
								Pena	-	detenção,	de	um	a	três	anos.	
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Em	 relação	 ao	 homicídio	 culposo,	 é	 importante	
ressaltar	a	possibilidade	de	o	 juiz	conceder	o	perdão	
judicial	ao	agente	(CP,	art.	121,	§5º):	
	
	§	5º	-	Na	hipótese	de	homicídio	culposo,	o	juiz	poderá	
deixar	 de	 aplicar	 a	 pena,	 se	 as	 consequências	 da	
infração	 atingirem	 o	 próprio	 agente	 de	 forma	 tão	
grave	que	a	sanção	penal	se	torne	desnecessária.	
	
SITUAÇÃO	 HIPOTÉTICA:	 O	 pai	 que	 esquece	 seu	
filho	recém-nascido	no	carro	e,	ao	retornar,	encontra	a	
criança	morta.	
	
Nesse	caso,	sendo	a	consequência	do	crime	(morte	
do	filho)	tão	grave	ao	agente,	a	aplicação	da	pena	não	
se	torna	mais	necessária.	
	
Por	 fim,	 há	 caso	 de	 aumento	 de	 pena	 para	 o	
homicídio	culposo	previsto	no	art.	121,	§4º,	do	Código	
Penal:	
	
§	4o	No	homicídio	culposo,	a	pena	é	aumentada	de	1/3	
(um	terço),	se	o	crime	resulta	de	inobservância	de	regra	
técnica	de	profissão,	arte	ou	ofício,	ou	se	o	agente	deixa	
de	 prestar	 imediato	 socorro	 à	 vítima,	 não	 procura	
diminuir	 as	 consequências	 do	 seu	 ato,	 ou	 foge	 para	
evitar	prisão	em	flagrante	(...)	
	
	
	
DÚVIDA: A morte instantânea da vítima é 
argumento suficiente para afastar a causa de aumento 
de pena do homicídio culposo quando o agente deixa de 
prestar socorro? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
SITUAÇÃO	 HIPOTÉTICA:	 Pedro,	 com	 seu	 jet-ski,	
atropela	Joaquim	e	foge	sem	prestar	socorro.	A	vítima	
vem	 a	 falecer	 e	 o	 laudo	 aponta	 que	 a	 morte	 foi	
instantânea	 em	 virtude	 do	 choque	 com	 o	 veículo	
aquático.	
	
Segundo	 o	 STJ,	 somente	 será	 possível	 afastar	 a	
causa	de	aumento	de	pena	(não	prestar	socorro)	caso	
a	morte	 instantânea	 seja	 evidente,	 isto	 é,	 perceptível	
por	qualquer	pessoa.	
	
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A 
SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO (ART. 122 
DO CÓDIGO PENAL) 
	
ALTERAÇÃO LEGISLATIVA RECENTE: LEI Nº 
13.968/2019 
	
No	 final	 de	 2019,	 a	 Lei	 nº	 13.968/2019	 alterou	
completamente	 o	 tipo	 penal	 do	 art.	 122	 do	 Código	
HOMICÍDIO 
PRIVILEGIADO-
QUALIFICADO
Privilégio: 
natureza 
subjetiva
Qualificadora: 
natureza 
objetiva
AUMENTO DE 
PENA (1/3)
Inobservância 
de regra 
técnica
Não prestar 
socorro
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
6 
 
Penal,	 incluindo,	 inclusive,	 o	 induzimento	 a	
automutilação	como	hipótese	de	incidência.	
	
	
REDAÇÃO	
ANTERIOR	
LEI	Nº	13.968/2019	
Induzimento,	
instigação	ou	auxílio	a	
suicídio	
	
Art.	122	-	Induzir	ou	
instigar	 alguém	 a	
suicidar-se	 ou	 prestar-
lhe	 auxílio	 para	 que	 o	
faça:	
Pena	 -	 reclusão,	 de	
dois	 a	 seis	 anos,	 se	 o	
suicídio	se	consuma;	ou	
reclusão,	 de	 um	 a	 três	
anos,	se	da	tentativa	de	
suicídio	 resulta	 lesão	
corporal	 de	 natureza	
grave.	
Parágrafo	 único	 -	 A	
pena	é	duplicada:	
Aumento	de	pena	
I	 -	 se	 o	 crime	 é	
praticado	 por	 motivo	
egoístico;	
II	 -	 se	 a	 vítima	 é	
menor	 ou	 tem	
diminuída,	 por	
qualquercausa,	 a	
capacidade	 de	
resistência.	
	
Induzimento,	 instigação	
ou	 auxílio	 a	 suicídio	 ou	 a	
automutilação	
	
Art.	122.	Induzir	ou	instigar	
alguém	 a	 suicidar-se	 ou	 a	
praticar	 automutilação	 ou	
prestar-lhe	 auxílio	 material	
para	 que	 o	
faça:										 (Redação dada 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
Pena	-	reclusão,	de	6	(seis)	
meses	 a	 2	 (dois)	
anos.									 	 (Redação dada 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
§	1º	Se	da	automutilação	ou	
da	tentativa	de	suicídio	resulta	
lesão	 corporal	 de	 natureza	
grave	 ou	 gravíssima,	 nos	
termos	 dos	 §§	 1º	 e	 2º	 do	 art.	
129	 deste	
Código:										 (Incluído pela 
Lei nº 13.968, de 2019)	
Pena	-	reclusão,	de	1	(um)	a	
3	 (três)	 anos.									 	 (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
§	 2º	 Se	 o	 suicídio	 se	
consuma	 ou	 se	 da	
automutilação	 resulta	
morte: 										 (Incluído pela Lei 
nº 13.968, de 2019)	
Pena	-	reclusão,	de	2	(dois)	
a	 6	 (seis)	 anos.										 (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
§	 3º	 A	 pena	 é	
duplicada:										 (Incluído pela 
Lei nº 13.968, de 2019)	
I	 -	 se	 o	 crime	 é	 praticado	
por	motivo	egoístico,	torpe	ou	
fútil;										 (Incluído pela Lei nº 
13.968, de 2019)	
II	 -	se	a	vítima	é	menor	ou	
tem	 diminuída,	 por	 qualquer	
causa,	 a	 capacidade	 de	
resistência.										 (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
§	 4º	 A	 pena	 é	 aumentada	
até	 o	 dobro	 se	 a	 conduta	 é	
realizada	por	meio	da	rede	de	
computadores,	 de	 rede	 social	
ou	 transmitida	 em	 tempo	
real.										 (Incluído pela Lei nº 
13.968, de 2019)	
§	5º	Aumenta-se	a	pena	em	
metade	 se	o	 agente	é	 líder	ou	
coordenador	 de	 grupo	 ou	 de	
rede	 virtual.									 	 (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
§	6º	Se	o	crime	de	que	trata	
o	§	1º	deste	artigo	resulta	em	
lesão	 corporal	 de	 natureza	
gravíssima	e	é	cometido	contra	
menor	 de	 14	 (quatorze)	 anos	
ou	 contra	 quem,	 por	
enfermidade	 ou	 deficiência	
mental,	 não	 tem	 o	 necessário	
discernimento	 para	 a	 prática	
do	 ato,	 ou	 que,	 por	 qualquer	
outra	causa,	não	pode	oferecer	
resistência,	responde	o	agente	
pelo	crime	descrito	no	§	2º	do	
art.	 129	 deste	
Código.										 (Incluído pela Lei 
nº 13.968, de 2019)	
§	7º	Se	o	crime	de	que	trata	
o	§	2º	deste	artigo	é	cometido	
contra	menor	de	14	(quatorze)	
anos	ou	contra	quem	não	tem	o	
necessário	discernimento	para	
a	 prática	 do	 ato,	 ou	 que,	 por	
qualquer	 outra	 causa,	 não	
pode	 oferecer	 resistência,	
responde	 o	 agente	 pelo	 crime	
de	 homicídio,	 nos	 termos	 do	
art.	 121	 deste	
Código.										 (Incluído pela Lei 
nº 13.968, de 2019)	
	
	
Além	 de	 incluir	 a	 hipótese	 de	 automutilação	 no	
como	conduta	típica,	chama	bastante	atenção	o	fato	de	
que,	a	partir	de	agora,	configura	o	crime	do	art.	122	do	
CP	o	 induzimento,	 instigação	e	o	 auxílio,	mesmo	que	
não	resulte	em	lesão	corporal	grave	ou	morte.	
	
	
	
REDAÇÃO 
ANTEIROR
Morte: 02 a 06 
anos
Lesão corporal 
grave: 01 a 03 anos
REDAÇÃO 
ATUAL
Induzir, instigar ou 
prestar auxílio: 06 
meses a 02 anos
Morte: 02 a 06 
anos
Lesão corporal 
grave ou 
gravíssima: 01 a 03 
anos
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
7 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
	
Além	 das	 causas	 de	 aumento	 de	 pena	 previstas	
antes	 da	 alteração	 legislativa,	 foram	 inseridas	 duas	
novas	hipóteses	nos	§§	4º	e	5º,	do	art.	122,	do	Código	
Penal:	
	
§	4º	A	pena	é	aumentada	até	o	dobro	se	a	conduta	é	
realizada	por	meio	da	rede	de	computadores,	de	rede	
social	 ou	 transmitida	 em	 tempo	 real.										 (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019)	
	
§	5º	Aumenta-se	a	pena	em	metade	se	o	agente	é	líder	
ou	 coordenador	 de	 grupo	 ou	 de	 rede	
virtual.										 (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)	
	
	
	
A	alteração	do	tipo	penal	demonstra	a	preocupação	
do	 legislador	 com	 um	 fenômeno	 recente	 e,	
infelizmente,	comum	nas	redes	sociais,	em	que	pessoas	
praticam	suicídio	ou	 induzem	 terceiros	à	prática	por	
meio	da	internet.	
	
DESCLASSIFICAÇÃO 
	
A	Lei	nº	13.968/2019	positivou	um	entendimento	
jurisprudencial	 bastante	 cobrado	 em	 provas	 de	
concurso	público	que	é	a	desclassificação	para	os	tipos	
penais	dos	arts.	121	e	129,	§2º,	ambos,	do	Código	Penal,	
quando	a	vítima	não	possui	discernimento.	
	
§	6º	Se	o	crime	de	que	trata	o	§	1º	deste	artigo	resulta	
em	lesão	corporal	de	natureza	gravíssima	e	é	cometido	
contra	menor	de	14	(quatorze)	anos	ou	contra	quem,	
por	 enfermidade	 ou	 deficiência	 mental,	 não	 tem	 o	
necessário	discernimento	para	a	prática	do	ato,	ou	que,	
por	 qualquer	 outra	 causa,	 não	 pode	 oferecer	
resistência,	responde	o	agente	pelo	crime	descrito	no	§	
2º	do	art.	129	deste	Código.										 (Incluído pela Lei nº 
13.968, de 2019)	
	
§	 7º	 Se	 o	 crime	 de	 que	 trata	 o	 §	 2º	 deste	 artigo	 é	
cometido	 contra	 menor	 de	 14	 (quatorze)	 anos	 ou	
contra	quem	não	tem	o	necessário	discernimento	para	
a	prática	do	ato,	ou	que,	por	qualquer	outra	causa,	não	
pode	oferecer	resistência,	responde	o	agente	pelo	crime	
de	 homicídio,	 nos	 termos	 do	 art.	 121	 deste	
Código.										 (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)	
	
	
 
INFANTICÍDIO (ART. 123 DO CÓDIGO PENAL) 
 
O	 infanticídio	 está	 previsto	 no	 art.	 123	do	Código	
Penal:	
	
Art.	123	-	Matar,	sob	a	influência	do	estado	puerperal,	
o	próprio	filho,	durante	o	parto	ou	logo	após:	
Pena	-	detenção,	de	dois	a	seis	anos.	
	
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
	
O	 crime	 de	 infanticídio	 tem	 como	 principais	
características:	
	
	
	
O	crime	de	infanticídio	é	uma	espécie	de	homicídio	
privilegiado	 em	 que	 tanto	 o	 sujeito	 ativo,	 quanto	 o	
sujeito	passivo,	possuem	especial	qualidade.	
	
DÚVIDA: É possível que imputado o crime de 
infanticídio ao pai da vítima? 
	
A	resposta	é	SIM.	
AUMENTO DE PENA
2X (DOBRO)
Motivo egoístico, 
torpe ou fútil
Menor / capacidade 
de resistência 
diminuída
Até o DOBRO
Rede de 
computadores, rede 
social ou transmissão 
ao vivo
1/2
Líder ou coordenador 
do grupo ou rede 
virtual
DESCLASSIFICAÇÃO
Menor de 14 
anos
Ausência de 
discernimento
Espécie de homicídio privilegiado
SUJEITO ATIVO: Crime próprio
SUJEITO PASSIVO: Filho recém-nascido
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
8 
 
	
SITUAÇÃO	 HIPOTÉTICA:	 Joana,	 sofrendo	 do	
estado	puerpural,	deixa	de	alimentar	seu	filho	recém-
nascido.	Marcos,	pai	da	criança,	deixa	de	agir,	mesmo	
percebendo	a	intenção	de	sua	esposa.	
	
Nesse	 caso,	 como	 ser	 mãe	 é	 uma	 circunstância	
subjetiva	elementar	do	tipo	penal,	nos	termos	do	art.	
30	do	CP,	vai	se	comunicar	a	Marcos	(pai).	
	
Art.	 30	 -	 Não	 se	 comunicam	 as	 circunstâncias	 e	 as	
condições	 de	 caráter	 pessoal,	 salvo	 quando	
elementares	do	crime.	
	
ABORTO (ARTS. 124, 125 E 126 DO CÓDIGO 
PENAL) 
 
É	 importante	 iniciar	 o	 tópico	 ressaltando	 que	 o	
crime	 de	 aborto	 é	 uma	 exceção	 à	 chamada	 teoria	
monista	do	concurso	de	pessoas.	
	
DÚVIDA: O que é a teoria monista no concurso de 
agentes? 
	
Segundo	a	teoria	monista,	os	agentes	(coautores	e	
partícipes)	envolvidos	no	mesmo	contexto	criminoso	
devem	responder	pelo	mesmo	tipo	penal.	
	
Por	 exemplo,	 Lucas,	 Mateus	 e	 Marcos	 resolvem	
praticar	um	assalto,	sendo	que	o	primeiro	será	o	piloto	
de	fuga,	o	segundo	será	o	olheiro	e	o	último	entrará	na	
agência	bancária.	
	
Nesse	caso,	mesmo	que	cada	agente	pratique	uma	
conduta	 específica,	 todos	 responderão	 pelo	 mesmo	
tipo	penal	(CP,	art.	157).	
	
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM 
SEU CONSENTIMENTO 
	
O	art.	124	do	Código	Penal	tem	a	seguinte	redação:	
	
Art.	124	-	Provocar	aborto	em	si	mesma	ou	consentir	
que	outrem	lho	provoque:	
Pena	-	detenção,	de	um	a	três	anos.	
	
Há	divergência	em	relação	à	sua	classificação,	pois	
parte	 da	 doutrina	 defende	 que	 o	 art.	 124	 do	 Código	
Penal	 seria	 um	 crime	 de	 mão	 própria	 (não	 admite	
coautoria,	apenas	participação)	e	outra	parte	seria	um	
crime	próprio.	
	
ABORTO PROVOCADOPOR TERCEIRO 
	
Os	arts.	125	e	126,	ambos,	do	Código	Penal	 têm	a	
seguinte	redação:	
	
Art.	 125	 -	 Provocar	 aborto,	 sem	 o	 consentimento	 da	
gestante:	
Pena	-	reclusão,	de	três	a	dez	anos.		
	
Art.	 126	 -	 Provocar	 aborto	 com	 o	 consentimento	 da	
gestante:	
Pena	-	reclusão,	de	um	a	quatro	anos.	
Parágrafo	único.	Aplica-se	a	pena	do	artigo	anterior,	se	
a	gestante	não	é	maior	de	quatorze	anos,	ou	é	alienada	
ou	 débil	 mental,	 ou	 se	 o	 consentimento	 é	 obtido	
mediante	fraude,	grave	ameaça	ou	violência	
	
	
	
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
	
O	art.	127	do	Código	Penal	tem	a	seguinte	redação:	
	
Art.	 127	 -	 As	 penas	 cominadas	 nos	 dois	 artigos	
anteriores	 são	 aumentadas	 de	 um	 terço,	 se,	 em	
consequência	do	aborto	ou	dos	meios	empregados	para	
provocá-lo,	a	gestante	sofre	lesão	corporal	de	natureza	
grave;	 e	 são	 duplicadas,	 se,	 por	 qualquer	
dessas						causas,	lhe	sobrevém	a	morte.	
	
Com	o	esquema:	
	
	
	
EXCLUSÃO DE ILICITUDE (ART. 128 DO CP) 
Inicialmente,	é	importante	ressaltar	que	a	natureza	
jurídica	 do	 art.	 128	 do	 CP	 traz	 alguma	 polêmica,	
ABORTO COM 
CONSENTIMENTO
Reclusão: 01 
a 04 anos
ABORTO SEM 
CONSENTIMENTO
Reclusão: 03 
a 10 anos
AUMENTO 
(1/3)
Lesão 
corporal 
grave
AUMENTO 
(DOBRO)
Morte
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
9 
 
contudo,	 conforme	 doutrina	 majoritária,	 trata-se	 de	
causa	de	exclusão	de	ilicitude.	
	
Art.	128	-	Não	se	pune	o	aborto	praticado	por	médico:	
	
Aborto	necessário	
I	-	se	não	há	outro	meio	de	salvar	a	vida	da	gestante;	
	
Aborto	no	caso	de	gravidez	resultante	de	estupro	
	II	 -	 se	 a	 gravidez	 resulta	 de	 estupro	 e	 o	 aborto	 é	
precedido	 de	 consentimento	 da	 gestante	 ou,	 quando	
incapaz,	de	seu	representante	legal.	
	
	
	
DÚVIDA: O Código Penal autoriza a interrupção da 
gestação para a vítima do estupro (CP, art. 217). É 
possível estender a causa de exclusão de ilicitude para a 
vítima do estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) por 
analogia? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
O	 princípio	 da	 legalidade	 veda	 a	 aplicação	 da	
analogia	 quando	 é	 prejudicial	 ao	 agente	 (in	 malam	
partem).	
	
Contudo,	 nada	 impede	 a	 utilização	 da	 analogia	
quando	em	benefício	do	agente.	
	
Na	situação	hipotética,	 como	se	 trata	de	aplicação	
de	 analogia	 para	 estender	 os	 efeitos	 da	 causa	 de	
exclusão	da	ilicitude	(benéfica),	é	possível	que	a	vítima	
vulnerável	do	estupro	possa	interromper	a	gestação.	
	
MUITO IMPORTANTE 
	
 
4 CAVALCANTE, MÁRCIO ANDRÉ LOPES. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ NO PRIMEIRO 
TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. BUSCADOR DIZER O DIREITO, MANAUS. DISPONÍVEL EM: 
DÚVIDA: É conduta típica a interrupção da gravidez 
de feto anencéfalo? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
No	 julgamento	 da	 ADPF	 54,	 o	 STF	 firmou	
entendimento	 de	 que	 é	 atípica	 a	 interrupção	 da	
gravidez	de	feto	anencéfalo.	
	
A	decisão	 tem	como	 fundamento	a	 inviabilidade	à	
vida	do	 feto	anencéfalo	e	a	proteção	da	dignidade	da	
pessoa	 humana	 da	 mulher,	 já	 que	 a	 imposição	 da	
gestação	 traria	 apenas	 sofrimento	 a	 gestante,	 fora	 o	
risco	à	sua	saúde.	
	
DÚVIDA: É típica a interrupção da gravidez no 
primeiro trimestre da gestação? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	1ª	Turma	do	STF	entendeu	que	a	interrupção	da	
gravidez	no	primeiro	trimestre	da	gestação	provocada	
pela	própria	gestante	ou	com	o	seu	consentimento	não	
é	crime.	
	
Para	os	Ministros,	a	decisão	visa	proteger	diversos	
bens	 jurídicos	 da	 mulher,	 tais	 como:	 direito	 a	
integridade	 física	 e	 psíquica;	 direitos	 sexuais	 e	
reprodutivos	e	igualdade	de	gênero4.	
	
Em	suma,	as	hipóteses	em	que	não	se	configura	o	
crime	de	aborto:	
	
<HTTPS://WWW.BUSCADORDIZERODIREITO.COM.BR/JURISPRUDENCIA/DETALHES/DB9E6EEF
2EB4F0D8C55ECC7BEAF2D78D>. ACESSO EM: 24/02/2020 
 
EXCLUSÃO 
DE ILICITUDE
Para salvar a 
vida da 
gestante
Decorrente 
de estupro
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
10 
 
	
	
 
LESÃO CORPORAL (ART. 129, CAPUT) 
 
A	lesão	corporal	está	prevista	no	art.	129,	caput,	do	
Código	Penal:	
	
Art.	129.	Ofender	a	integridade	corporal	ou	a	saúde	de	
outrem:		
Pena	-	detenção,	de	três	meses	a	um	ano.	
	
A	doutrina	classifica	o	tipo	penal	do	art.	129,	caput,	
do	 CP	 como	 lesão	 corporal	 leve,	 sendo,	 portanto,	 a	
modalidade	mais	simples.	
 
LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE 
(ART. 129, §1º) 
 
DISPOSIÇÃO LEGAL 
	
A	lesão	corporal	de	natureza	grave	está	prevista	no	
art.	129,	§1º,	do	Código	Penal:	
	
§	1º	Se	resulta:		
I	-	Incapacidade	para	as	ocupações	habituais,	por	mais	
de	trinta	dias;		
II	-	perigo	de	vida;		
III	 -	 debilidade	 permanente	 de	 membro,	 sentido	 ou	
função;		
IV	-	aceleração	de	parto:		
Pena	-	reclusão,	de	um	a	cinco	anos.		
	
Por	se	tratar	de	lesão	corporal	cujas	consequências	
são	mais	danosas	a	vítima,	o	Código	Penal	classificou	as	
hipóteses	 contidas	 no	 §1º	 com	 lesões	 corporais	 de	
natureza	grave.	
	
INCISO I – INCAPACIDADE PARA AS OCUPAÇÕES 
HABITUAIS POR MAIS DE TRINTA DIAS 
	
É	importante	ressaltar	que	o	a	incapacidade	não	se	
refere	 às	 atividades	 profissionais,	 mas	 às	 ocupações	
habituais.	
	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	 Joaquim,	 analista	 de	 TI,	
foi	agredido	por	Luiz	e	por	conta	das	agressões,	ficou	
impossibilitado	de	treinar	corrida,	esporte	que	pratica	
com	frequência,	por	mais	de	trinta	dias.	
	
Nesse	 caso,	 ainda	 que	 Joaquim	 consiga	 trabalhar,	
será	 imputado	o	crime	de	 lesão	corporal	de	natureza	
grave	(CP,	art.	129,	§1º,	I)	em	desfavor	de	Luiz.	
	
MUITO IMPORTANTE 
	
DÚVIDA: Para verificar a incapacidade prevista no 
art. 129, §1º, I, do CP, é obrigatória a realização de 
laudo pericial? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
Segundo	o	STF,	apesar	de,	em	regra,	ser	verificada	a	
gravidade	 da	 lesão	 corporal	 por	 meio	 de	 perícia,	 a	
ausência	 de	 laudo	 pericial	 não	 impede	 o	
reconhecimento	da	 lesão	 corporal	 de	 natureza	 grave	
por	outros	meios	de	prova.	
	
INCISO II – PERIGO DE VIDA 
	
Não	 há	 comentários	 relevantes	 a	 trazer	 sobre	 o	
inciso	II.	
	
INCISO III – DEBILIDADE PERMANENTE DE 
MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO 
	
NÃO É 
CRIME
Aborto 
necessário/terapêutico 
Aborto 
humanitário/sentimental
Feto anencéfalo
1º trimestre da gestação
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
11 
 
A	debilidade	é	a	diminuição	da	função,	ou	seja,	trata-
se	de	perda	parcial	de	membro,	sentido	ou	função.	
	
Infelizmente,	 as	 provas	 de	 concurso	 público	
costumam	cobrar,	na	literalidade,	as	hipóteses	de	lesão	
corporal	de	natureza	grave	e,	para	dificultar,	misturam	
com	 as	 hipóteses	 de	 lesão	 corporal	 de	 natureza	
gravíssima.	
	
Portanto,	não	confunda	a	debilidade	 (CP,	art.	129,	
§1º,	 III)	 com	 a	 perda	 (CP,	 art.	 129,	 §2º,	 III),	 pois	 a	
primeira	 é	 lesão	 corporal	 de	 natureza	 grave	 e	 a	
segunda	de	natureza	gravíssima.	
	
	
	
INCISO IV – ACELERAÇÃO DE PARTO 
	
Caso	a	vítima	da	lesão	corporal	seja	uma	gestante	e,	
por	 conta	 da	 lesão,	 tenha	 o	 parto	 acelerado,	 será	
hipótese	de	lesão	corporal	de	natureza	grave.	
	
Novamente,	 é	 importante	 não	 confundir	 a	
aceleração	de	parto	(CP,	art.	129,	§1º,	IV)	com	o	aborto	
(CP,	 art.	 129,	 §2º,	 V),	 pois	 esta	 é	 hipótese	 de	 lesão	
corporal	de	natureza	gravíssima.	
	
	
 
LESÃO CORPORAL DE NATUREZA 
GRAVÍSSIMA (ART. 129, §2º) 
 
DISPOSIÇÃO LEGAL 
	
A	 lesão	 corporal	 de	 natureza	 gravíssima	 está	
prevista	no	art.	129,	§2º,	do	Código	Penal:	
	
	§	2°	Se	resulta:		
I	-	Incapacidade	permanente	para	o	trabalho;		
II	-	enfermidade	incurável;		
III	 perda	 ou	 inutilização	 do	 membro,	 sentido	 ou	
função;		
IV	-	deformidade	permanente;		
V	-	aborto:		
Pena	-	reclusão,	de	dois	a	oito	anos.	
	
A	classificação	do	art.	129,	§2º,	em	lesão	corporal	de	
natureza	 gravíssima	 foi	 criada	 pela	 doutrina	 para	
distinguir	com	as	hipóteses	do	art.	129,	§1º,	 já	que	o	
Código	Penal	não	trouxe	uma	nomenclatura	própria.	
	
INCISO I – INCAPACIDADEPERMANENTE PARA O 
TRABALHO 
	
Nessa	 hipótese,	 a	 incapacidade	 deve	 ser	
permanente	para	o	trabalho,	ou	seja,	a	vítima	deve	ser	
considerada	inválida.	
	
	
	
INCISO II – ENFERMIDADE INCURÁVEL 
	
Não	 há	 comentários	 relevantes	 a	 trazer	 sobre	 o	
inciso	II.	
	
DÚVIDA: A transmissão dolosa do vírus HIV 
configura qual crime? 
	
A	 transmissão	 deliberada	 do	 vírus	 HIV,	 hoje,	
configura	 o	 crime	 de	 lesão	 corporal	 de	 natureza	
gravíssima,	nos	termos	do	art.	129,	§2º,	 II,	do	Código	
Penal.	
	
É	 interessante	 ressaltar	 que,	 na	 época	 em	 que	 a	
AIDS	era	uma	doença	letal,	havia	corrente	doutrinária	
que	 defendia	 que	 a	 conduta	 de,	 deliberadamente,	
transmitir	o	vírus	HIV	configuraria	o	crime	do	art.	121	
do	CP	na	modalidade	tentada.	
	
Eventualmente,	 no	 futuro,	 com	o	 advento	da	 cura	
para	 a	 AIDS,	 muito	 possivelmente,	 a	 conduta	 será	
tipificada	em	algum	dos	crimes	previstos	no	Capítulo	
III	(DA	PERICLITAÇÃO	DA	VIDA	E	DA	SAÚDE).	
	
NATUREZA 
GRAVE
Debilidade
(perda parcial)
NATUREZA 
GRAVÍSSIMA
Perda ou 
inutilização
NATUREZA 
GRAVE
Aceleração 
de parto
NATUREZA 
GRAVÍSSIMA
Aborto
NATUREZA 
GRAVE
Ocupações 
habituais
30 dias
NATUREZA 
GRAVÍSSIMA
Trabalho
Permanente
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
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INCISO III – PERDA OU INUTILIZAÇÃO DO MEMBRO, 
SENTIDO OU FUNÇÃO 
	
Faço	 remissão	 ao	 tópico	 em	que	 foi	 tratado	o	 art.	
129,	§1º,	III,	do	Código	Penal.	
	
INCISO IV – DEFORMIDADE PERMANENTE 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
DÚVIDA: A cirurgia reparadora a qual a vítima de 
lesão corporal se submeteu é apta a afastar a natureza 
gravíssima? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	Fábio,	incomodado	com	o	
fim	do	relacionamento	com	Laura,	joga	ácido	no	rosto	
de	 sua	 ex-namorada.	 A	 vítima	 se	 submete	 à	 uma	
cirurgia	 reparadora	 e	 a	 deformidade	 causada	 pela	
lesão	corporal	é	remediada	integralmente.	
	
Nesse	 caso,	 segundo	 a	 jurisprudência	 do	 STJ	 é	 no	
sentido	de	não	afastar	a	natureza	gravíssima	da	lesão	
corporal,	 pois	 a	 gravidade	 da	 conduta	 deve	 ser	
mensurada	no	momento	de	sua	consumação.	
	
DÚVIDA: A perda de dois dentes configura lesão 
corporal gravíssima por deformidade permanente (CP, 
art. 129, §2º, IV)? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	Paulo	recebe	um	soco	na	
boca	 em	 briga	 com	 Felipe	 e	 acaba	 por	 perder	 dois	
dentes.	
	
Segundo	o	STJ,	a	situação	pode	até	configurar	lesão	
corporal	de	natureza	grave	 (debilidade	permanente),	
mas	não	a	hipótese	de	deformidade	permanente.	
	
INCISO V – ABORTO 
	
Faço	 remissão	 ao	 tópico	 em	que	 foi	 tratado	o	 art.	
129,	§1º,	IV,	do	Código	Penal.	
 
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE 
(ART. 129, §3º) 
 
A	lesão	corporal	seguida	de	morte	está	prevista	no	
art.	129,	§3º,	do	Código	Penal:	
	
§	3°	 Se	 resulta	morte	 e	 as	 circunstâncias	 evidenciam	
que	o	agente	não	quis	o	resultado,	nem	assumiu	o	risco	
de	produzi-lo:		
Pena	-	reclusão,	de	quatro	a	doze	anos.	
	
Trata-se	de	espécie	de	crime	preterdoloso,	ou	seja,	
a	conduta	é	dolosa,	mas	o	resultado	mais	grave	do	que	
esperado	é	culposo.	
	
	
	
Cuidado,	caso	a	intenção	do	agente	fosse	o	resultado	
mais	 grave	 (morte),	 será	 hipótese	 de	 homicídio	 (CP,	
art.	121).	
	
Por fim, por se tratar de crime preterdoloso, não é 
cabível a modalidade tentada. 
 
LESÃO CORPORAL – DIMINUIÇÃO DE PENA 
(ART. 129, §4º) 
 
Há	 hipótese	 de	 redução	 de	 pena	 para	 o	 crime	 de	
lesão	 corporal,	 prevista	 no	 art.	 129,	 §4º,	 do	 Código	
Penal:	
	
§	4°	Se	o	agente	comete	o	crime	impelido	por	motivo	de	
relevante	 valor	 social	 ou	moral	 ou	 sob	 o	 domínio	 de	
violenta	emoção,	logo	em	seguida	a	injusta	provocação	
da	vítima,	o	juiz	pode	reduzir	a	pena	de	um	sexto	a	um	
terço.	
	
CRIME 
PRETERDOLOSO
Conduta 
dolosa
Resultado 
mais grave 
culposo
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
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LESÃO CORPORAL – SUBSTITUIÇÃO DE 
PENA (ART. 129, §5º) 
 
Há	hipótese	de	substituição	de	pena	para	o	crime	de	
lesão	 corporal,	 prevista	 no	 art.	 129,	 §5º,	 do	 Código	
Penal:	
	
§	 5°	 O	 juiz,	 não	 sendo	 graves	 as	 lesões,	 pode	 ainda	
substituir	 a	 pena	 de	 detenção	 pela	 de	 multa,	 de	
duzentos	mil	réis	a	dois	contos	de	réis:		
I	 -	 se	 ocorre	 qualquer	 das	 hipóteses	 do	 parágrafo	
anterior;		
II	-	se	as	lesões	são	recíprocas.	
	
	
 
LESÃO CORPORAL CULPOSA 
 
O	 crime	 de	 lesão	 corporal	 admite	 modalidade	
culposa,	prevista	no	art.	129,	§6º,	do	Código	Penal:	
	
§	6°	Se	a	lesão	é	culposa:		
Pena	-	detenção,	de	dois	meses	a	um	ano.	
	
DÚVIDA: A lesão corporal culposa (CP, art. 129, §6º) 
é classificada em leve, grave e gravíssima? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	 classificação	 em	 leve,	 grave	 e	 gravíssima	 é	
aplicável	 apenas	 para	 a	 modalidade	 dolosa	 de	 lesão	
corporal.	
 
LESÃO CORPORAL – AUMENTO DE PENA 
 
A	causa	de	aumento	de	pena	da	lesão	corporal	faz	
remissão	às	causas	de	aumento	de	pena	do	homicídio.	
	
Assim,	para	facilitar	a	compreensão,	apresenta-se	o	
esquema	a	seguir:	
	
	
 
LESÃO CORPORAL – PERDÃO JUDICIAL 
(ART. 129, §8º) 
 
Da	mesma	 forma	 que	 pode	 ocorrer	 no	 homicídio	
culposo,	 a	 lesão	 corporal	 culposa	 (CP,	 art.	 129,	 §6º)	
admite	o	perdão	judicial,	desde	que	as	consequências	
do	crime	atinjam	de	tal	modo	o	agente	que	a	pena	se	
torna	dispensável.	
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
MUITO IMPORTANTE 
	
A	violência	doméstica	é	uma	 forma	qualificada	de	
lesão	corporal,	prevista	no	art.	129,	§9º,	do	CP:	
	
§	 9o	Se	 a	 lesão	 for	 praticada	 contra	 ascendente,	
descendente,	 irmão,	cônjuge	ou	companheiro,	ou	com	
quem	 conviva	 ou	 tenha	 convivido,	 ou,	 ainda,	
prevalecendo-se	o	agente	das	relações	domésticas,	de	
coabitação	ou	de	hospitalidade:	
DIMINUIÇÃO 
DE PENA
Redução de 
1/6 a 1/3
Relevante 
valor social ou 
moral
Injusta 
provocação da 
vítima
SUBSTITUIÇÃO 
DA PENA
Hipóteses do 
art. 129, §4º
Lesões 
recíprocas
AUMENTO DE 
PENA (1/3)
Inobservância de 
regra técnica de 
profissão
Não socorre a 
vítima
Vítima menor de 
14 ou maior de 
60 anos
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
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Pena	-	detenção,	de	3	(três)	meses	a	3	(três)	anos.	
	
Contudo,	nos	casos	dos	§§	1º,	2º	e	3º	do	art.	129	do	
CP,	a	violência	doméstica	é	causa	de	aumento	de	pena	
(1/3).	
	
	
	
DÚVIDA: A qualificadora da violência doméstica 
aplica-se à vítima homem? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
A	qualificadora	do	art.	129,	§9º,	do	CP,	aplica-se	ao	
homem	 (vítima),	 já	 que	 não	 há	 no	 dispositivo	 legal	
qualquer	restrição	à	sua	incidência.	
	
Cuidado,	os	institutos	da	Lei	Maria	da	Penha	que	são	
exclusivos	da	mulher,	vítima	de	violência	doméstica.		
	
DÚVIDA: Para configurar a lesão corporal qualificada 
pela violência doméstica (CP, art. 129, §9º) é necessário 
que o crime ocorra no âmbito doméstico? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
Segundo	 o	 STJ,	 o	 que	 caracteriza	 a	 lesão	 corporal	
qualificada	 pela	 violência	 doméstica	 é	 a	 relação	 de	
parentesco	 entre	 agente	 e	 vítima	 e	 não	 o	 local	 das	
agressões.	
	
Por	exemplo,	Pedro	agride	seu	irmão	Sebastião	no	
local	 de	 trabalho	 de	 ambos.	 Nesse	 caso,	 o	 agente	
responderá	 pelo	 crime	 de	 lesão	 corporal	 qualificada	
pela	violência	doméstica	(CP,	art.	129,	§9º).	
	
CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
	
O	art.	129,	§11º,	do	CP,	prevê	uma	causa	de	aumento	
de	pena	para	a	lesão	corporal	qualificada	pela	violência	
doméstica:	
	
§	 11.		 Na	 hipótese	 do	 §	 9o	deste	 artigo,	 a	 pena	 será	
aumentada	de	um	terço	se	o	crime	for	cometido	contra	
pessoa	portadora	de	deficiência.	
 
LESÃO CORPORAL CONTRA AGENTE 
PÚBLICO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Por	 fim,	 o	 art.	 129,	 §12º,	 do	 CP,	 prevê	 causa	 de	
aumento	 de	 pena	 quando	 a	 vítima	 da	 lesão	 corporal	
pertence	aos	órgãos	de	segurança	pública	dispostos	na	
Constituição	Federal:	
	
§	 12.	 Se	 a	 lesão	 for	 praticada	 contra	 autoridade	 ou	
agente	 descrito	 nos	arts.142	e	144	 da	 Constituição	
Federal,	integrantes	 do	 sistema	 prisional	 e	 da	 Força	
Nacional	de	Segurança	Pública,	no	exercício	da	função	
ou	 em	 decorrência	 dela,	 ou	 contra	 seu	 cônjuge,	
companheiro	 ou	 parente	 consanguíneo	 até	 terceiro	
grau,	em	razão	dessa	condição,	a	pena	é	aumentada	de	
um	a	dois	terços.	
	
	
VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA
Aumento de pena 
(1/3)
Lesão corporal 
grave, gravíssima 
e seguida de 
morte

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